Eu ainda estava parada na frente da porta de casa, com as chaves na mão, quando ouvi aquela voz inesperada às minhas costas:
— Bom dia, Kaori-san. Eu preciso falar com você. Mas não aqui. Podemos ir para algum lugar?
Olhei para aquela mulher ali, parada na frente da porta da minha casa, já sentindo o coração acelerar. Era ela. Miwa. A mulher do vídeo. A mulher nos braços do meu marido. O meu sangue ferveu naquele momento.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei seca, tentando conter a raiva que começava a crescer no meu peito. — Vai embora. O que você acha que está pensando?
— Eu fiquei sabendo o que aconteceu entre você e o Fujiwara. — Ela disse.
— Ah é? Então parece que existem fofocas naquele estúdio, não é? E dai? Eu também fiquei sabendo o que ocorreu entre você e meu marido.
— Olha, Kaori. Não é o que.. — Eu a interrompi:
— Você não entendeu ainda o que eu disse? Vai embora. Não quero você aqui.
— Por favor, me escuta. Eu não vim brigar, nem causar problemas. Eu vim em paz — ela disse, com um tom de voz calmo, quase suplicante.
— Em paz? Você tem coragem de vir aqui depois de... tudo? — interrompi, mas ela segurou a minha mão naquele momento, olhando em meus olhos.
— Kaori, por favor... você está sendo enganada. E eu posso provar. Só preciso que você me ouça. Por favor, só me ouça.
Eu hesitei. Tudo em mim gritava para mandá-la embora, para virar as costas e fingir que ela não existia. Mas havia algo na voz dela... um peso, uma urgência real. Suspirei, cansada.
— Tá. Vamos para o parque ali na frente. Cinco minutos, não mais.
Fomos caminhando em silêncio. Eu mantive distância, e mesmo assim sentia como se todos ao redor estivessem nos observando. Sentamos em um banco próximo a uma cerejeira. Ela parecia nervosa.
— Primeiro, eu sei como você deve me odiar. E você tem razão. Mas você está sendo enganada. Não está sabendo da real história, Bruno, na prática, não te traiu.
— Jura? Porque foi isso que pareceu no vídeo. E nas fotos. Você nua. Ele... — minha voz falhou.
Ela abriu a bolsa e puxou o celular.
— Se você assistiu o video e as fotos pode ver que não existe ele falando nada pra mim em momento algum e ele praticamente de olhos fechados o tempo todo. Ao menos se você prestou atenção. — Ela disse, continuando em seguida:
— Por isso que eu vim preparada. Eu já esperava essa reação. Por isso gravei. Aqui — ela disse, mostrando a tela. — Veja isso.
O vídeo começou com uma gravação tremida, feita por uma câmera escondida, em um lugar estratégico onde dava pra ver claramente uma cama. Era claramente no dia da festa. Eu reconheci o fundo, os móveis... e então, ouvi a voz.
— "Cara, esse Bruno é um bocó mesmo. Dormiu com dois copos. Parecia um defunto!" — era Fujiwara. A voz dele era inconfundível.
Vejo Bruno sendo jogado ali na cama por ele e outra pessoa. Ele estava praticamente desmaiado, ainda com as roupas do corpo.
— Tira a roupa dele, porra. De roupa não dá. — Dizia Fujiwara, enquanto outra pessoa retirava as roupas de Bruno.
— Eu não esperava que ele fosse tão frouxo com a bebida. bebeu demais e já desmaiou, praticamente quando você deu um beijo nele. Hahaha
— Olha, eu não quero participar disso. — Ouço uma voz feminina ali. — Chame outra, por favor.
— Cala a boca. Me obedeça, ou não quer ver mais seu pivete? — Disse Fujiwara.
De repente, ele sai da câmera e ouço um "ai" ao fundo, como se alguém tivesse sido agredida. Ele então puxa uma mulher, que cai sobre o corpo dele. Era Miwa.
— Você disse que ia fazer isso, concordou que ia seduzir esse cara. Agora vai dar pra trás? — Ele disse.
— Mas... — Ela disse.
— "Vamos, ajeita o braço dele. Isso, agora coloca ela por cima. Aí! Isso vai dar uma foto perfeita. Quem diria, hein? O garotão dormindo e a namoradinha no colo. Vai parecer uma traição cinematográfica!"
Eu fiquei sem ar.
— Ele... ele estava dormindo? — sussurrei, ainda vendo o vídeo.
Miwa assentiu.
— Sim. Seu marido praticamente dormiu quando eu avancei sobre ele.
— Como? — Perguntei.
— Olha, isso não importa agora. O que importa é que ele estava inconsciente. Eu também sou culpada, eu acabei fazendo o que Fujiwara me mandou. Mas eu não tive muita escolha, então gravei esse vídeo. — Ela completou. — Eu precisava de algo para proteger a mim... E bem...
— Isso é... — comecei a dizer, mas as palavras não saíam. — Por quê? Por que ele faria isso?
Miwa respirou fundo. Seus olhos brilharam com lágrimas contidas.
— Porque ele já fez isso antes. Comigo. — E então, ela começou a contar uma história.
" Há alguns anos, eu era casada com um homem incrível. Daisuke. Tão bom quanto o Bruno. Ele era um homem cheio de sonhos , na verdade nós 2 tínhamos um único sonho: formar uma família e um dia morarmos no interior do Japão, vivendo sem patrões, sem nada. Então pra isso ele começou a trabalhar juntamente com o Fujiwara.
Meu marido no começo era um homem normal, mas com o tempo fujiwara começou a minar nosso casamento. Ele começou a levar meu marido para festa, que ele mesmo não queria ir.
Em uma destas festas, Daisuke acabou me traindo. Fujiwara armou tudo pra isso, ele contratou garotas de programa, e fez meu marido cair pra cima delas, e Daisuke me traiu. Mas ao contrário do Bruno, ele fez consciente.
Com o tempo, Fujiwara começou a moldar meu marido, e ele começou a ficar distante de mim, as vezes agressivo. E eu achava que era só estresse do trabalho. Fujiwara um dia veio em casa, se fez de amigo. Me propos esse lance de ser modelo, pra me distrair. Eu descobri as traições do Daisuke, eu fiquei cega de raiva.
Fiz como você, me entreguei ao Fujiwara. Depois, ele fez meu marido descobrir a traição, o amarrou para nos assistir sem que eu soubesse. Daisuke não aguentou.
Quando eu o procurei pra pedir perdão e aceitar as desculpas dele, já era tarde. Ele tinha tirado a própria vida."
Meus olhos se arregalaram.
— Meu Deus...
Ela assentiu, tremendo.
— Como se não bastasse, eu engravidei de Fujiwara depois disso. Ele levou meu filho de mim. Disse que só me devolveria quando eu arranjasse alguém para "me substituir". Eu tentei fugir. Tentei denunciar. Mas ele tem contatos em todo lugar. Tudo sumia. As provas, as denúncias...
— E por que agora? Por que me contar isso?
Ela segurou minha mão, firme.
— Porque eu não quero que você passe pelo mesmo que eu. Porque você ainda tem tempo. E porque, diferente de mim, você pode reagir antes que ele destrua sua vida também. Mas eu preciso da sua ajuda, Kaori. Eu venho reunindo provas contra ele há cinco meses. Eu quero derrubá-lo. Mas preciso de alguém de dentro. Alguém que ele confie... e que ele subestime.
Eu fiquei em silêncio, o coração batendo forte no peito. A raiva, a vergonha, a dor... tudo se misturava dentro de mim.
— E Bruno? Você acha que ele...
— Ele te ama — Miwa respondeu sem hesitar. — Mesmo depois daquilo, ele ainda te ama. Só não sabia como te contar.
— Mesmo...? — Perguntei.
— Olha, eu trabalho com o Fujiwara. Eu sei. Bruno não consegue esconder o remorso por ter te traído, ou achar que o fez. Talvez, indiretamente tenha, ao não ter saído de lá quando teve chance, mas... Não sei.
Fechei os olhos por um momento. Senti uma lágrima escorrer. Não sabia se era de culpa, alívio ou medo.
— Eu vou ajudar — sussurrei. — Vamos derrubar esse desgraçado juntos.
Miwa sorriu. Um sorriso triste, mas determinado.
— Obrigada, Kaori-san. Você não sabe o quanto isso significa.
— E o que você tem contra ele?
Miwa então acabou me mostrando algumas gravações, documentos que ela conseguiu pegar no computador de Fujiwara enquanto ele se distraia com alguma coisa. Ele desviava dinheiro de clientes para uma conta dele mesmo através de um vírus, e ele fazia isso de forma engenhosa. Miwa também tinha provas de que não existia contrato nenhum com empresas de lingerie, tudo aquilo era fachada do Fujiwara pra atrair mulheres e faze-las refém para usa-las para servir seus clientes e ele sexualmente nas festas.
Naquele momento, sob a sombra da cerejeira, eu soube que não seria mais uma peça no jogo de Fujiwara. Eu lutaria. Por mim. Por Bruno. Pelo filho que Miwa perdeu. E por todas as outras que poderiam ser vítimas dele. A partir daquele momento, eu era outra mulher. E estava pronta para enfrentar o que viesse.
— Por favor, não conte nada ao seu marido ainda, nem a ninguém. Eu mesma irei contar a ele, e mostrar as provas, mas eu só queria que soubesse que ele não é o canalha que pensa.
— Bom... — Eu respondi. — Eu acho que agora nesse caso eu me sinto pior do que eu já me sentia...
— Não sinta, amiga. — Ela disse. — Você foi enganada. Não tinha como saber, esses vídeos foram feitos de forma a convencer realmente que Bruno havia traído você. Nós vamos mudar esse jogo.
Foi então que selamos de uma vez nosso acordo para destruir Fujiwara. Mas não somente isso, foi ali que eu acabei selando uma grande amizade. Quem diria, que no fim das contas, alguém que eu achava que fosse o pivô da minha destruição, seria minha arma para uma grande volta por cima?
Ainda sentia o peso da culpa e a urgência correndo nas veias quando saí do parque. A verdade tinha me libertado, mas também me afundava em dúvidas sobre o que vinha a seguir. Eu precisava refazer a ponte para Bruno, precisava ampará-lo e, ao mesmo tempo, confessar tudo.
Decidi que o melhor seria preparar algo especial. Parei no mercado e, com mãos firmes, escolhi um belo corte de wagyu. Imaginava o brilho do azeite sobre a carne, o cheiro vindo direto da frigideira. Peguei também repolho fresco, cebolas, azeite, vinagre de arroz e temperos simples para uma salada crocante. Arroz branco para acompanhar.
Em casa, coloquei uma música suave e me deixei levar pela cozinha. Fatiei o repolho fininho, temperei com sal, pimenta e um toque de molho de soja. Aquecei a frigideira, selei o wagyu por fora e deixei a carne no ponto perfeito — suculenta, rosada por dentro. Enquanto o arroz cozinhava, senti um misto de ansiedade e esperança.
A campainha tocou. Meu coração acelerou. Abri a porta e vi Bruno, com o terno amassado, a gravata solta, visivelmente cansado. Ele ofereceu um sorriso fraco.
— Cheguei em casa — disse ele, tirando os sapatos.
Eu estendi os braços e o puxei para um beijo cheio de saudade, demorando-me em cada toque.
— Bem-vindo — sussurrei.
Ele me abraçou forte, como se tivesse voltado de uma longa viagem.
— Que cheiro bom! — exclamou.
Puxei-o pela mão até a mesa posta. Sentamos e começamos a comer. A carne derretia na boca. O repolho crocante trazia frescor. O arroz, o conforto.
— Isso está maravilhoso — disse ele, olhando-me com gratidão.
— Fico feliz que goste — respondi, emocionada.
Conversamos sobre o dia, pequenas banalidades , até que cheguei no ponto que precisava:
— Bruno, eu preciso falar sério com você, e entendo se quiser me deixar.
Ele olhou nos meus olhos, assustado.
— O que foi, Kaori?
— Eu sei de tudo, Bruno. Sei que você se embebedou, que acabou desmaiando, e que aquele desgraçado do Fujiwara se aproveitou e fez você se deitar com aquela modelo dele, a Miwa. E sei que você tem se culpado por isso todo dia, e por isso me permitiu fazer coisas, e não tinha coragem de me falar, ou negar, por medo de me perder.
— Mas... Como? — Ele disse.
— Eu soube pelo Fujiwara, ele me mostrou tudo. — Eu disse, baixando a cabeça. — E eu acabei fazendo algo com raiva, eu acabei...
Ele me interrompeu. Ele tocou minha mão, olhou-me nos olhos.
— Kaori... Não importa. Talvez se eu tivesse descoberto uma traição sua assim, eu teria feito o mesmo, ou não, mas não importa. — Ele completou. — Eu só não quero mais você perto dele.
— Nunca mais. Eu já rasguei até o contrato. — Comentei.
— Eu te perdoo, Kaori, independente de tudo. Não por remorso, por ter feito o mesmo. Mas por que eu te amo.
— Mas... — Pensei em contar todo o resto, mas ele me interrompeu.
— Eu errei em ter continuado lá. Devia ter ido embora, devia ter deixado esse emprego quando começou o assédio. Mas nós vamos nos libertar, Fujiwara vai sentir um golpe muito em breve. Eu estou trabalhando e tendo ajuda nos bastidores para tirar clientes dele.
Suspirei, e assim eu abracei meu marido.
— Bruno… Eu te amo. Me desculpa, por favor...
Quando disse isso, senti o abraço dele apertar-se, enquanto ele dizia que também me amava. E que, nunca iria me deixar, pois nosso amor era verdadeiro.
Nos beijamos, e assim. Acabamos tirando a roupa um do outro e assim fomos até o chuveiro.
A água do chuveiro caiu sobre nossos corpos enquanto nos colamos, enquanto o Bruno passou a me beijar enquanto tocava meus seios. Eu levava minhas mãos ao seu pau, onde comecei a bater uma leve punheta para ele enquanto ele acabou levantando uma de minhas pernas.
Acabamos nos encostando na parede, e assim ele passou a me penetrar, dessa vez passamos a foder com amor, sendo as gotas de água que caiam sobre nossos corpos a testemunha do nosso desejo, mas principalmente da nossa vontade de perdoar e se amar.
Eu arranhei as costas de Bruno enquanto ele penetrava em mim, mas ele não apenas estava me fodendo, ele estava deixando claro para mim e meu corpo que eu era propriedade somente dele. Bruna acabou me virando por trás, e eu acabei abrindo a bunda para ele, e dessa vez acabei dando para ele até mesmo algo que nunca havia dado: ele acabou colocando a cabecinha dentro do meu cuzinho e começou a meter forte, enquanto ele beijava meu pescoço.
Passei a gemer gostoso enquanto ele penetrava forte, gemia meu nome enquanto bombeava a pica dentro de mim, joguei sua bunda contra o pau dele.
Acabamos por gozar juntos, onde ele deixou o meu cuzinho cheio de porra.
Saindo do banheiro exausto, e acabamos caindo na cama onde acabamos por adormecer.
O dia seguinte seria cheio de surpresas, muitas batalhas a travar, principalmente com um Fujiwara raivoso depois de ser abandonado. Mas com meu marido, e agora a consciência tranquila, eu seria capaz de batalhar qualquer coisa.