No dia seguinte, acordei antes da minha esposa. Fiquei olhando pra ela por alguns minutos, pensando em tudo que aconteceu na noite anterior. Ela dormia tranquila, como se nada tivesse acontecido. E talvez, pra ela, não tivesse mesmo. Talvez estivesse tudo bem trair o marido, desde que eu continuasse calado e deitasse do lado dela como um bom cachorrinho.
Fui pro banheiro, sentei na privada com o celular na mão, e fiquei olhando as fotos de novo. A bunda dela naquela posição, os dedos do Thomas ali, como se aquilo pertencesse a ele desde sempre. A mesma bunda que ela nunca deixou eu tocar desse jeito.
Gozei de novo, só de lembrar. Já era a quarta vez desde ontem.
Na hora do almoço, recebi uma mensagem dele:
"Ontem foi só o começo. Ela é viciada em mim."
Eu queria responder com ódio, mandar ele se foder, dizer que nunca mais encostasse nela. Mas não consegui. Em vez disso, escrevi:
"Você tratou ela bem?"
Ele mandou um áudio. Meu coração disparou antes mesmo de dar play.
"Mano, ela gemeu meu nome como se tivesse esquecido o seu. Acho que ela nasceu pra ser usada."
Apaguei o áudio logo depois, mas já era tarde demais. As palavras estavam gravadas na minha mente.
Cheguei em casa mais cedo naquele dia. Minha esposa estava tomando banho. A porta do banheiro semiaberta, o vapor saindo. Vi a calcinha dela jogada no chão, a mesma da foto. Aquela calcinha branca, fina, encharcada.
Entrei devagar. Ela não percebeu. Só fiquei parado ali, olhando ela de costas, lavando os cabelos, o corpo todo molhado. A água escorria entre as pernas dela.
— Tá tudo bem? — ela perguntou, sem se virar.
— Tudo sim. Só vim te olhar um pouco.
Ela deu uma risadinha, como se eu fosse fofo. Mal sabia que naquele momento eu estava pensando nas mãos do Thomas apertando a bunda dela.
Naquela noite, ela me pediu carinho. Me abraçou, me beijou, e até tentou transar comigo. Mas algo dentro de mim não deixava. Eu queria... deixar ela ir. Deixar ela continuar com aquilo. Talvez eu quisesse vê-la ser corrompida de verdade, até não sobrar mais nada da mulher fiel que eu achava que tinha.
Quando ela dormiu, abri meu celular de novo. Mandei mensagem pro Thomas:
"Você ainda tá com aquelas fotos?"
Ele respondeu com um vídeo.
Era minha mulher sentada de costas pra ele, montada, cavalgando com vontade. Ele puxava o cabelo dela, gemia o nome dele, e ria. A risada dele me fez tremer. De raiva? Não. De tesão.
Pausei o vídeo. Respirei fundo. Reproduzi de novo. E de novo.
Aos poucos, fui entendendo que eu não era só um corno. Eu era o público. O espectador. A plateia privada desse show sujo e delicioso.
E o pior de tudo?
Eu tava gostando.