Capítulo 9 – A Semana do Treinamento - Laura

Um conto erótico de Fiapo
Categoria: Heterossexual
Contém 736 palavras
Data: 24/06/2025 12:10:24

Capítulo 9 – A Semana do Treinamento

A casa estava silenciosa. Mais silenciosa do que de costume. Não havia música. Não havia perfumes doces. Só o aroma leve de couro novo e o brilho tímido de velas espalhadas pelas prateleiras, como se a noite pertencesse a um templo. Um templo cujos rituais exigiam silêncio, entrega e rendição absoluta.

Henrique estava de joelhos sobre o tapete da sala há quase vinte minutos, sem se mover. O salto preto escorregava de seus pés delicadamente depilados. A lingerie branca e transparente que Laura havia escolhido deixava visível sua vulnerabilidade física e simbólica. A jaula brilhava. O corpo permanecia imóvel. E a mente... fervilhava.

Laura surgiu lentamente, como uma sacerdotisa. Vestia um quimono de cetim escuro, os cabelos presos em coque baixo, o batom num tom quase violeta. Cada passo era estudado. Cada olhar, calculado. Ela não falava. Apenas caminhava ao redor dele, observando. Avaliando.

Até que, enfim, estalou os dedos.

— Boneca, levante-se.

Henrique se ergueu. Lentamente. Como um fantoche de seda.

— Braços abertos. Queixo reto. Respiração baixa.

Ela se aproximou e prendeu uma fita em torno de seus pulsos, amarrando-os atrás das costas com um laço firme. Depois, passou uma corrente leve em torno do pescoço, conectando à coleira de couro com a placa metálica onde lia-se, gravado em baixo relevo: “LAURA”.

— Hoje não falamos. Hoje oramos com o corpo. Hoje, você aprende que obediência é forma de fé.

Henrique assentiu, os olhos marejados.

Laura o guiou até o centro da sala, onde havia posicionado uma cadeira de madeira sem encosto. A cadeira estava ligeiramente inclinada, de forma a forçá-lo a se curvar sobre ela.

— Sente-se como ensinei.

Henrique posicionou-se com cuidado. Laura deslizou duas tiras de couro sobre seus tornozelos, prendendo-os nos pés da cadeira. Depois, amarrou as coxas. O corpo ficou parcialmente exposto, joelhos afastados, bumbum levantado, rosto encostado ao encosto.

Laura caminhou lentamente até o aparador. De lá, pegou uma pequena caixa preta e abriu. De dentro, tirou um bastão de vidro curvo e uma vela rosa.

— Você não fala. Você geme para dentro. Toda expressão sua deve ser contenção. Não quero som. Quero oferenda.

Ela acendeu a vela. Deixou escorrer gotas quentes no bastão, como se selasse um feitiço. Em seguida, passou um pouco do óleo morno sobre o corpo de Henrique, massageando a pele das costas, das coxas, da nuca. O toque era carinhoso. Quase maternal. Mas carregava algo a mais: domínio.

— Lembra do que eu disse? — sussurrou, pela primeira vez quebrando o voto de silêncio. — Quando eu controlo sua dor, eu cuido do seu prazer. E quando você sofre em silêncio, você me adora.

Henrique assentiu.

O primeiro toque do bastão o fez arfar. Mas ele não gritou. Laura movimentava o objeto com lentidão e precisão, pressionando pontos que ela conhecia como uma cartografia íntima. A cada movimento, ela observava seus ombros. A cada tremor, sorria. Sabia que ele estava no limite — e ali mesmo o manteria.

Após alguns minutos, ela retirou o bastão e o deixou sobre uma toalha.

— Agora, a punição. Por pensar alto demais.

Ela pegou um pequeno chicote de tiras finas de couro. Nada que deixasse marcas, mas o suficiente para ensinar. Deu cinco golpes. Rápidos. Calculados.

Henrique tremia.

— Respire. Conte. Silenciosamente.

Ele obedeceu. Contou dentro do peito. Um, dois, três, quatro, cinco...

Quando ela terminou, acariciou a pele avermelhada e beijou o centro de suas costas.

— Perfeito. A devoção habita em você.

Soltou-o com cuidado. Ajudou-o a sentar-se aos seus pés, no tapete.

Depois de alguns minutos em silêncio, ela pegou uma colher de prata e uma tigela pequena. Sorvete de baunilha e calda quente de caramelo.

— Para uma boa boneca, sempre há doçura no fim.

Ela alimentou Henrique com a colher, uma por uma. E entre cada porção, dizia:

— Por cada vez que me fez fingir...

— Por cada noite em que me senti invisível...

— Por cada presente inútil que você achava que bastava...

Henrique chorava em silêncio.

Laura passou o dedo no caramelo escorrido e o desenhou sobre os lábios dele. Depois, lambeu.

— Agora você serve. Porque foi quebrado. E eu só amo o que posso refazer.

Ela o guiou ao quarto e o deitou na cama, cobrindo com o lençol de cetim.

— Amanhã... você é de Vanessa. Mas esta noite, durma com o cheiro da sua Dona. Ainda sou sua raiz.

Ela apagou a luz. E o silêncio voltou.

Mas dessa vez, era um silêncio de paz.

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