Capítulo 6 – O Clube e a Exposição
O sol ainda se despregava das janelas quando Laura puxou Henrique pela coleira. Não com pressa, mas com a elegância de quem conduz um adorno vivo. Ele vinha logo atrás, em silêncio, vestindo uma calça social preta justa, camisa rosa de seda, salto fino e uma pequena bolsa feminina a tiracolo. Dentro dela, o par de scarpins nude que Laura mandara ele carregar. Como um cão de madame. Como um acessório obediente.
— Hoje, você vai aprender a se comportar em sociedade. Vai manter os olhos baixos, sorrir quando for preciso, e dizer "sim, Senhora" se alguém fizer uma pergunta. Entendido?
— Sim, Senhora.
— Boa cadelinha.
O clube era luxuoso. Salões amplos, móveis antigos, quadros com molduras douradas. O evento era uma reunião informal de esposas influentes da cidade. Laura fazia parte do comitê. E hoje, queria apresentar sua nova "aquisção".
Assim que entraram, Luciana e Bianca já as esperavam. As duas vestidas de preto, elegantes, imponentes. Luciana usava luvas. Bianca, um batom vinho escuro. Ambas sorriram ao ver Henrique.
— Que gracinha. Carregando o salto da patroa? — provocou Luciana.
— Sempre. Ele sabe o lugar dele. — respondeu Laura.
Durante a tarde, Henrique serviu bebidas, buscou guardanapos, foi elogiado e tocado como um animal exótico. Uma das mulheres, Vanessa, se aproximou e disse:
— Ele é... real? Quer dizer, isso funciona mesmo?
Laura riu.
— Claro que funciona. Mas precisa de firmeza. Dedicação. Recompensas. Castigos. É como treinar um talento. Com amor... e salto alto.
Henrique abaixava a cabeça. Servia mais uma taça. Quando Laura se sentou, puxou-o para ficar ajoelhado ao lado da poltrona.
— De hoje em diante, ele me acompanha aqui também. E vai aprender a ser discreto. Silencioso. E sempre impecável.
Vanessa observava com olhos acesos.
— Meu marido não consegue nem buscar meu café... talvez ele precise de umas aulinhas com esse aqui.
Laura sorriu.
— Se quiser, posso emprestá-lo por uma tarde. Ele serve bem. E aprende rápido.
A proposta foi feita em tom leve, mas havia algo subterrâneo naquelas palavras. Henrique sentiu o arrepio.
Mais tarde, Laura levou-o ao banheiro feminino privativo. Ali, trancados, ela o colocou de joelhos.
— Beija meu salto. Lento. Com vontade. Enquanto eu retoco o batom.
Ela se olhava no espelho enquanto ele lambeu a sola do scarpin nude. Aquele mesmo que carregou o dia inteiro. Quando ela terminou, limpou a boca e sussurrou:
— Você fez bem hoje. Por isso... vai dormir na minha cama. Mas ainda preso. E vai me massagear até eu gozar. Depois, volto a pensar se você merece mais.
Henrique a seguiu de volta ao salão, olhos baixos, rosto corado. Mas havia orgulho na vergonha.
Ele já sabia: a exposição era uma nova forma de posse. E ele queria ser visto. Como dela. Somente dela. Sempre dela.