📘 Capítulo 3 – *O Ultimato da Rainha*
Henrique já havia se acostumado com o som dos próprios joelhos tocando o chão. Era como o primeiro acorde de uma música antiga, daquelas que a gente só percebe que conhece quando começa a tocar. O tapete do quarto tinha se tornado mais íntimo que o colchão. A calcinha, mais familiar do que cueca. E o silêncio, aquele que antes lhe causava incômodo, agora era território onde a voz dela ecoava com mais força.
Naquela noite, ele havia preparado o banho dela com pétalas e espuma. Tinha acendido velas aromáticas, como ela pedira pela manhã. E ficou, de joelhos, esperando no corredor, com a cabeça baixa e as mãos unidas sobre as coxas — vestido apenas com um robe curto e transparente que ela havia deixado no encosto da cadeira.
Quando ela saiu do banho, a imagem era uma visão quase mística: a pele úmida, os cabelos presos num coque solto, e os seios grandes e pesados soltos sob o robe branco entreaberto. As gotas d’água escorriam entre os quadris largos e as coxas musculosas. Ela não usava sutiã. Nem calcinha. Apenas perfume. E poder.
Henrique sentiu o corpo inteiro reagir. Não apenas o sexo — trancado dentro de uma jaula plástica, como ela havia exigido dois dias antes — mas também algo mais profundo, mais visceral. Um desejo que não se resumia à carne. Um desejo de *servir*. De *pertencer*.
Ela o olhou, parada à porta, sem dizer uma palavra. A luz das velas lambia as curvas do corpo dela, desenhando sombras que pareciam dançar lentamente. E então, sem pressa, ela se aproximou. O robe dela se abriu, deixando à mostra o ventre forte, a cintura ligeiramente marcada pelo tempo, e o sexo depilado, firme, majestoso como um altar.
Ela não falou. Apenas sentou-se na cadeira à frente dele e cruzou as pernas, expondo um pouco mais a carne dourada e perfumada.
— Hoje — ela começou, com a voz baixa e firme —, vamos redefinir nossa relação. Você já entendeu que não está à altura do meu prazer. Isso está claro. Já entendeu também que não tem o direito de exigir nada. O que resta a você é *merecer*. E para isso… eu vou te educar.
Henrique respirava devagar, sem ousar levantar os olhos.
— A partir de agora, temos regras. Cada regra é uma oferenda à minha paciência. E uma oportunidade de você se manter digno de permanecer ao meu lado. Vamos começar com dez. E, conforme sua evolução, podemos ajustar.
Ela pegou um papel que havia preparado antes e começou a ler.
**Regra 1:** Você só goza com minha autorização expressa.
**Regra 2:** Sempre que estiver em casa, usará as peças íntimas que eu escolher. Cueca é privilégio, não direito.
**Regra 3:** Toda noite, você dorme de joelhos aos meus pés.
**Regra 4:** Antes de dormir, você massageia meus pés, minhas pernas, e, se eu quiser, minha alma.
**Regra 5:** Quando eu estiver menstruada, você me serve com mais devoção ainda.
**Regra 6:** Você nunca olha diretamente nos meus olhos, a não ser que eu mande.
**Regra 7:** Seu prazer é o reflexo do meu. Se eu não gozar, você não sorri.
**Regra 8:** Você usará plug anal durante o jantar, até aprender a controlar sua ansiedade.
**Regra 9:** Não reclama. Nem quando estiver dolorido, com fome, cansado ou excitado.
**Regra 10:** Cada infração resultará em punição. As punições serão pedagógicas e... prazerosas. Para mim.
Henrique sentiu o sangue esquentar dentro do corpo. A jaula apertava. A vergonha latejava. Mas ele não recuava.
— Está pronto para essa jornada?
Ele assentiu. Fraco. Mas firme.
— Então comece. Lambe meu pé.
Ele se arrastou até o salto. Beijou primeiro. Depois lambeu. Cada dedo. Cada fresta. Como se aquilo fosse sua eucaristia particular.
Ela abriu um sorriso satisfeito e recostou-se na cadeira. Espalhou as pernas.
— E agora… a língua. Você já conhece o caminho.
Ele se aproximou. Enfiou o rosto entre as coxas grossas e lambeu. Devagar. Profundo. Como se pudesse, com a boca, compensar todos os fracassos dos anos anteriores. Ela suspirava. Apertava as coxas contra a cabeça dele. Sussurrava comandos entre gemidos.
— Assim. Isso. Mais fundo. Mais língua. Devora.
Henrique sentia-se embriagado. Não só pelo cheiro dela, mas pela sensação de estar sendo útil. De, enfim, ser o instrumento do prazer da mulher que ele nunca soube tocar.
Ela gozou contra a boca dele, tremendo. Agarrou os cabelos dele com força, como se puxasse a alma.
Quando terminou, empurrou-o para trás com o pé.
— Agora vai pro espelho.
Ele obedeceu. Ajoelhou-se em frente ao grande espelho do quarto. Ela veio por trás e colocou nele um colar fino, de couro, com uma argola na frente.
— A partir de agora, esse é seu novo adorno. O símbolo do que você é. Um macho em treinamento. Um cachorrinho leal. Um brinquedo precioso.
Henrique sentia o rosto em brasa.
Ela o observou ali, nu, de joelhos, com a jaula no sexo, o colar no pescoço e a calcinha rosa jogada sobre os ombros como um troféu da vergonha.
— Agora, diz. Quem você é?
Ele hesitou.
— Eu sou… seu.
— Só isso?
— Sou seu brinquedo. Seu cachorrinho. Sua propriedade.
— E o que você deseja?
— Servir. Te fazer gozar. E… merecer um dia… te tocar.
Ela sorriu. Caminhou até a cômoda, pegou o celular e filmou alguns segundos dele ajoelhado, em silêncio.
— Essa é sua nova senha de tela. Pra nunca esquecer.
Henrique não discutiu. Sabia que aquilo não era chantagem. Era identidade.
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Na manhã seguinte, ele acordou com a coleira ainda no pescoço.
Ela o acordou com a ponta do salto pressionando seu ombro.
— Levanta. Café. Depois temos visita.
— Visita?
— Sim. A faxineira. E hoje... ela vai brincar também.
Henrique arregalou os olhos.
— Mas…
— Silêncio. Você me pertence. E se eu quero compartilhar, é problema meu. Agora anda.
Ele serviu o café de camisola nova, azul celeste, com renda no busto e um laço discreto nas costas. Quando a faxineira chegou, arregalou os olhos. Mas não disse nada.
— Bom dia, dona Laura… oi… senhor?
— Henrique. Pode chamá-lo de princesa. — disse ela com ironia, tomando um gole de café.
A faxineira riu, provocante.
Durante a manhã, enquanto limpava os vidros, ela deixava a blusa aberta até a barriga. A cada passada de pano, Henrique olhava. E desviava. E olhava de novo. Até que Laura notou.
— Está olhando pra onde não deve, boneca?
Henrique ficou em silêncio.
— Vem cá. Ajoelha.
Ele obedeceu. Laura se aproximou e encostou o peito no rosto dele.
— Sente o cheiro? Isso é mulher de verdade. Gosta?
Ele gemeu baixo.
— Que pena. Não é pra você. E agora… vai terminar de limpar o chão. Com a escova de dente. Só pra aprender a não olhar sem permissão.
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No fim do dia, ela o chamou ao quarto.
— Henrique. Quero que saiba que a partir de agora, você só vai poder tirar a jaula se eu autorizar. Vamos usar uma pontuação.
Ela pegou um caderno.
— Cada boa ação, um ponto. Cada infração, menos dois. Com cinquenta pontos… talvez eu deixe você gozar. Entendido?
— Sim, senhora.
— Ótimo. Hoje, você ganhou três pontos. Mas olhou demais pra faxineira. Menos dois.
— Desculpa…
— Eu não quero desculpas. Quero evolução. Agora ajoelha. Quero minha massagem.
Henrique ajoelhou atrás dela e começou a massagear suas costas, descendo até os quadris, as coxas. Ela se recostava como uma rainha.
— Você ainda é um rascunho de homem. Mas está ficando mais… polido. Talvez um dia mereça ficar sob meus saltos de verdade.
E ali, entre massagens e ordens, Henrique sentiu que a coleira já não o prendia… ela o libertava. Libertava-o da obrigação de ser um homem que ele nunca foi. E o transformava em algo novo.
Algo que pertencia, inteiramente, a ela.