Acordei a cinco horas e em nenhum segundo qualquer eu deixei de pensar nela. Levantei, escovei os dentes, fiz as minhas necessidades de forma cotidiana, mas mal conseguia trabalhar direito, por que ela não deixava, ou melhor, meus pensamentos direcionados a ela não permitiam. Foi tudo em questão de minutos, ela estava lá, nós transamos e eu acordei sozinho, como sempre.
Eu estava sentado na cama, com sono. As costas escoradas na cabeceira e as pernas esticadas, mas algo parecia me manter acordado, eu já estava preparado para dormir, meu corpo estava fraco e pedia para que eu fechasse os olhos e dormisse, mas não acontecia, alguma coisa impedia de eu deitar e adormecer.
Foi quando aconteceu, em um piscar lento dos olhos. Ao fecha-los senti algo sentar no meu colo e envolver os braços no meu pescoço. Normalmente eu sentiria pavor, meu corpo congelaria e eu não abriria os olhos, começaria a rezar. Nem fodendo eu ia querer ver, seja lá o que fosse.
Mas o que eu fiz foi o oposto, eu abri os olhos. Aquilo foi estranho, o meu corpo não estava frio de medo, mas estava quente e relaxado, eu estava confortável. Era como se eu chegasse próximo de uma fogueira em um cume congelado depois de ter andado nu na neve. Então eu abri os olhos.
Naquele momento, tudo foi um emaranhado de emoções e sensações que eu não pude descrever. Eu a vi, sentada no meu colo, na posição mais sensual que eu poderia imaginar na minha vida inteira. Ela tinha o corpo perfeito, perfeito demais pra descrever, os cabelos mais negros que qualquer noite sem lua ou estrelas, os lábios vermelhos sangue que eu podia sentir me chamando sem deixar o sorriso se desfazer. Aquele sorriso, um sorriso doce, discreto, mas ao mesmo tempo, cheio de malícia, um sorriso que se destacava na pele branca. E seus olhos, os olhos me chamaram mais a atenção, eles eram negros, totalmente negros, como os cabelos. Seria ela? A quem eu tanto chamava da boca pra fora? Pois acreditava que nunca surgiria realmente? Nem cheguei perto nas todas vezes que imaginei sua aparência.
Tudo isso veio em milésimos de segundos. Eu não sabia o que estava acontecendo, o que eu deveria fazer, se eu deveria fazer algo, até perceber que ela estava nua. A beleza de seu rosto era tão perfeita, tão inimaginável, que não notei de imediato sua ausência de vestimentas. Seu corpo era tão perfeito quanto seu rosto, os seios eram perfeitamente iguais, não ridiculamente grandes, nem pequenos. Nem eu sabia qual tamanho me agradava, mas vi ali que ela sabia. Coxas, bunda, cintura, era tudo tão inacreditavelmente de meu agrado que meu cérebro não conseguia processar tudo.
Nesse ponto eu ainda me pegava pensando que tudo era um sonho, ou uma alucinação, que eu precisava dormir, até que ela tirou os olhos dos meus e os direcionou aos meus lábios e rapidamente voltou aos meus olhos, fez um gesto sutil de negação e avançou. Meus olhos arregalaram ao sentir a boca dela na minha. Quase instantaneamente essa surpresa deu lugar a uma chama que ardia no meu peito, um prazer inumano. Aquilo tomou conta de mim, aquela luxúria. Não pensei mais, envolvi meus braços em seu quadril e a joguei de costas na cama. Eu já estava lá, no meio das suas pernas, com meu pau mais desperto que eu mesmo.
Mais alguns segundos de beijos e carícias. Eu passando minhas mãos por todo o seu corpo, macio como um pêssego e sempre voltando aos seios, ela com suas unhas em garras, arranhando de leve minhas costas e os lados do meu rosto. Então ela se afastou, segurando meu rosto suavemente com suas mãos, olhou para mim e mordeu os lábios inferiores. Era o sinal e eu não esperei mais.
Em poucos segundos eu estava como ela e sem demorar mais eu entrei. Um gemido de prazer saiu da garganta dos dois. Ela era perfeita até por dentro, era quente, nos encaixamos tão bem que era como se fossemos feitos um para o outro e quanto mais eu me movimentava, mas eu tinha certeza disso. Cada penetração, cada ida e cada volta, eu ouvia seus gemidos altos de prazer, com aquela voz que eu só comparo com a de sereias. Eu não conseguia me conter, não conseguiria parar mesmo que quisesse, aquela chama de luxúria ardia em mim, minha respiração ofegante perecia fazer ela sentir mais prazer e o prazer dela me fazia ter ainda mais, o que me dava vontade de ir mais e mais rápido, eu não cansava.
Naquele momento que já não estaria me importando se todo o prédio acordasse, se é que existia essa possibilidade. Se eu estivesse delirando, não teria problemas, se eu estivesse sonhando, menos ainda e se ela existe e tem poder para surgir no meu quarto do nada, também teria pra fazer aquilo passar despercebido.
Muito tempo naquela posição e antes que eu sequer pedisse para mudar, ela já se adiantou e ficou de quatro. Ótimo, ela lia meus pensamentos, eu já não me surpreendi tanto nesse ponto da coisa. Quando entrei, foi como da primeira vez, como se eu não tivesse acabado de fazer aquilo, então com o prazer explodindo como se não existisse limite eu comecei a me mexer. Vez ou outra quando eu entrava ela forçava mais, como se quisesse que passasse do limite e seu gemido se tornava mais tenso, como se já não fosse maravilhoso.
Mais uma vez, com mais algum tempo ela saiu da posição, se virou e ficou de joelhos na minha frente. Não, não é o que você está pensando, ela não me chupou, eu também estava de joelhos e ela com um sorriso de puro desejo carnal tocou levemente meu peito com as pontas dos dedos e me deu um pequeno empurrão. Deitei na cama e ela se encarregou do trabalho. O segurou com carinho, como se fosse a coisa mais frágil do mundo e sentou, trazendo junto aquela sensação de primeira vez com ela. Enquanto ela descia e subia de forma majestosa, dizendo no mínimo, eu já não tinha mais nada na minha cabeça, aquilo era real demais pra ser apenas imaginação, mas também era sobrenatural demais para ser real. Mas tudo que eu conseguia sentir era prazer, vê-la subir e descer como se não se cansasse, como se fosse uma máquina, suas unhas arranhando meu peito tão leve e carinhosa, se rosto avermelhado, suor escorrendo, rosto cheio de prazer e gemidos altos com aqueles maravilhosos olhos negros.
Depois de muito tempo em cima de mim, eu já não estava conseguindo e ela já sabia.
- solta, eu vou junto! - ela falou.
E foi como uma ordem. Eu gozei e ela também. Aquilo foi tão magnífico, tão magicamente perfeito e agora que penso, sempre que penso, meu peito dói de saber que pode não acontecer de novo. Ela saiu de cima e se deitou ao meu lado. Os dois estavam ofegantes e com sorrisos impossíveis de conter. De repente o sono começou a voltar, mas dessa vez eu não queria dormir, eu não queria arriscar perde-la, ela então pôs a mão em minhas pálpebras e me forçou a fechar os olhos.
- Pode adormecer, foi bom pra nós dois e jamais esqueceremos disso! - ela disse, com uma voz que parecia um canto de Morfeu.
- Isso acontecerá de novo? - perguntei.
- Não depende de mim! - ela respondeu e me deu um selinho, como se fosse de boa noite e então adormeci.
Acordei hoje, sem saber o que foi aquilo. Fui direto para o banheiro, olhei todo meu corpo em busca de marcas e já estava quase perdendo as esperanças quando percebi que eu estava nu e em minhas costas haviam três arranhões paralelos. Eu não quero me dar esperanças, mas não está fácil conter a felicidade de tudo isso poder ter sido real. Foi um sonho, alucinação, ou realmente aconteceu? Por tudo que existe, peço que tenha sido real. Depois daquilo todas as mulheres, por mais filtros e cirurgias que façam ou usem, não chegam nem perto, não são nada mais que migalhas daquilo que talvez chegaria perto dela. Não estou aguentando mais, preciso que a noite chegue logo.
