Virei Brinquedinho da Nova Chefe

Um conto erótico de Mais Um Autor
Categoria: Heterossexual
Contém 4285 palavras
Data: 20/06/2025 22:56:41

Capítulo 1

Já estava a quinze minutos na sala esperando, puto, como se eu tivesse vinte anos de novo, sendo entrevistado em uma empresa qualquer, e tentando desesperadamente conseguir qualquer trabalho que fosse, e não um senhor de quarenta anos de idade que já estava a treze anos trabalhando naquele banco.

Mas, quando Sabrina entrou na sala, sem dar uma desculpa sequer pelo atraso, os pensamentos irados que possuíam minha mente em relação a minha nova chefe mudaram, mudaram instantaneamente por algo mais básico, algo extremamente primal.

“Puta que pariu que mulher gostosa”, foi o que passou na minha cabeça.

Agradeci aos céus pelo RH ainda não ter uma máquina para ler os meus pensamentos. Se tivessem, eu teria que cancelar a reunião e ir imediatamente para um reformatório, igual ao Alex do Laranja Mecânica, e passar o resto dos meus dias assistindo palestras e mais palestras contra o assédio sexual no ambiente corporativo. Não que fosse exatamente minha culpa. Qualquer um que não fosse bicha teria o mesmo desafio mental que eu tive naquela sala.

Quando aquela loira gigantesca, com mais de 1,80 de altura, entrou na sala batendo o salto, regressei diretamente para a minha primeira infância, lembrando como era ser uma criança e estar diante da sua própria mãe.

Até mesmo a vontade de mamar um peito, surgiu dentro de mim, e fugindo totalmente de tudo que a etiqueta empresarial exigia, fixei meu olhar na parte central da blusa branca de Sabrina, só para assistir os botões da camisa lutando para conter o imenso objeto do meu desejo.

Só saí do transe quando percebi o olhar furioso que era direcionado a mim. Com certeza, ela estava acostumada a esse tipo de comportamento, não precisando de nenhuma máquina especial para saber exatamente o que passava em minha cabeça.

Tentei me comportar, mas me vi perdido de novo, seguindo o cabelo loiro, que estava organizado em uma trança única descendo até a sua cintura, lhe dando um aspecto de uma guerreira amazona. Mas com certeza, não era apenas pelo penteado, já que mais para baixo, a mini-saia revelava coxas torneadas e poderosas. Naquele momento, estava até mesmo disposto a morrer em combate, sendo estrangulado por aquelas pernas.

Usei toda minha energia para não agir como um chimpanzé naquela sala, e me recompus. Direcionei minha atenção para os olhos verdes dela, lhe estendi a mão e disse que era um prazer finalmente conhecê-la. Sabrina nada respondeu, apenas deu um aperto de mão frouxo demais para o poder que o corpo dela exalava, e se sentou, talvez ansiosa para começar a reunião, ou para sair de perto de mim.

Passei com rapidez pelos meus sessenta slides explicando o que a minha área fazia. Muito resumidamente, todo código do banco era testado por mim, para garantir que estávamos seguindo à risca o artigo II da Resolução 7127 do Bacen.

Se você leitor não sabe o que é essa norma, não importa. Não deve existir nem vinte pessoas no mundo inteiro que sabem sobre o que trata, e menos pessoas ainda que se importam. Assim, sabendo que Sabrina era uma das poucas funcionárias do banco que tinha uma sala própria, não achei que aquele tema mega específico lhe interessaria.

Até por isso, não me incomodei com o celular em cima da mesa, e ela estar constantemente respondendo mensagens durante a reunião. Não é algo que eu faria se algum dia chegasse no cargo dela, mas talvez porque eu seja de uma geração diferente, onde o uso de telefones não era tão normalizado como para os jovens de hoje em dia.

De qualquer forma, acredito que meu ponto ficou claro. O nosso trabalho era extremamente específico, técnico e de alto risco pro banco. Uma única violação podia custar milhões em multa. Ou seja, a melhor coisa que ela podia fazer era exatamente o que meu chefe anterior fazia, fingir que a gente nem existia, deixar a área quieta e permitir que seguíssemos fazendo nosso trabalho sem inventar moda ou criar riscos desnecessários.

Quando cheguei ao último slide, eu mal sabia como era a voz da minha nova chefe. Levei um susto, e me arrepiei, ao ouvir a primeira e única pergunta que ela fez naquela sala. A voz de Sabrina era bem mais fina do que eu esperava, mas ainda assim firme, segura, com um leve sotaque carioca que, de forma involuntária, me fez voltar mentalmente ao início da reunião, quando eu ainda fantasiava obscenidades com ela.

Tive até que pedir para ela repetir a pergunta, de tão disperso que estava. E ela o fez, com menos paciência e muito mais irritação na voz: “É só isso que vocês fazem?”.

Concordei com a cabeça, e ela se levantou sem dizer uma palavra. Saiu da sala batendo os saltos no piso com a mesma intensidade com que havia entrado, ereta, decidida, sem olhar para trás, como se eu nem estivesse ali. E aquele foi o último momento em que senti qualquer atração por Sabrina. Por vários motivos.

Por ser um homem casado, eu sabia bem que nunca era prudente brincar com o fogo, nem mesmo aqueles incêndios que eram contidos pelo limite da imaginação. Apesar do homem ter dominado esse elemento a milhares de anos, ainda assim, as chamas, mesmo as fictícias, tem um poder incontrolável e destrutivo.

Mas, a razão principal para o fim da minha fantasia com Sabrina foi o peso brutal da realidade. Falando no bom e velho português, ela era uma vaca, daquelas que pareciam ter sido colocadas na empresa para deixar o ambiente o mais parecido possível com um campo de concentração.

Ela não delegava tarefas, e sim, espalhava armadilhas. Toda manhã, antes mesmo do café, já tinha um e-mail dela me cobrando atualizações de coisas que, às vezes, nem tinham começado ainda. Tinha pavor de autonomia e tratava qualquer iniciativa minha como desobediência.

Me obrigava a preencher relatórios diários detalhando quanto tempo eu estimava que uma tarefa levaria, quanto tempo ela levou de fato, justificando porque eu levei mais ou menos horas do que programado. Basicamente tinha que escrever uma obra de ficção completa por dia.

Uma vez, ela me chamou na sala porque a cor do marcador que eu usei num gráfico do PowerPoint não era o padrão da identidade visual da empresa. Em outra, disse que eu estava com “olhar de tédio” numa call com outra área e que isso podia ser interpretado como desrespeito. Sabrina era o tipo de pessoa que, se tivesse uma coleira à disposição, colocaria em todos da equipe sem hesitar.

Com o tempo, o assédio deixou de ser um evento e virou um clima. Um nevoeiro, denso, corrosivo, diário. Entrou pelos poros. Me esgotou de um jeito que me impedia de fingir em casa que estava tudo bem.

Minha esposa foi a primeira a notar. “Você nunca esteve assim. Nem na época da fusão”, ela disse. E tinha razão. Eu já estava no banco a tanto tempo, tinha visto a criação e o colapso de diversos impérios corporativos, e agora uma meninha com metade da minha idade estava colocando minha saúde mental à prova.

Quando minha mulher me viu hesitando, falando em largar tudo, ela só me lembrou: “Não importa o que aconteça, não desista. São só mais dois anos. Você precisa resistir.”

E sim, eu sabia que ela estava certa.

O por quê eu fiquei treze anos no mesmo emprego, sem uma promoção, ou aumento, ou até mesmo um mísero sonho de valsa, é uma história, no mínimo, peculiar. Envolve escândalos, ganância corporativa, revela o lado mais podre do capitalismo... e, acredite se quiser, até mesmo um assassinato.

Capítulo 2

Antes de ir para a empresa onde trabalho hoje, eu era funcionário de um lugar que, para fins deste relato, vou chamar de Banco Litoral. Apesar de pequeno, o banco vinha surpreendendo ano após ano, superando metas e conquistando espaço no mercado financeiro brasileiro, um terreno, que como todos sabem, é historicamente dominado pelos mesmos gigantes.

O casal fundador do banco era tratado como gênios pela mídia. Jornais, revistas, livros, coaches, estudos acadêmicos, todos queriam entender qual era a fórmula mágica por trás do sucesso meteórico do Banco Litoral. Como eles estavam transformando o nada em ouro?

Só que a mágica não era exatamente nova. Na verdade, era bem uma velha conhecida do povo brasileiro.

Não demorou muito para começarem a pipocar matérias sobre o envolvimento dos donos com tráfico de drogas, corrupção e todo tipo de falcatrua que costuma florescer abaixo da linha do Equador. A história, que já era absurda, acabou virando tragédia: o dono do banco matou a própria esposa com um tiro no peito, depois de descobrir que ela estava dormindo com o chefe da facção que financiou parte das operações da empresa.

Quando a opinião popular mudou, os ratos pularam para fora do barco, ficando apenas eu e mais alguns colegas. Talvez fomos teimosos, iludidos, ou apenas não tínhamos um plano B mesmo.

O RH “solucionou” o problema oferecendo aumentos e promoções generosas para todo mundo que ficou, prometendo até mesmo um plano de pensão que deixaria qualquer um que trabalhasse quinze anos lá milionário. Bom, ninguém esperava que aquela espelunca sobrevivesse quinze dias, quem dera quinze anos. Logo, aquele plano de pensão era tão valioso quanto um terreno na lua.

Mas aí veio a reviravolta: minha empresa atual comprou a massa falida do Banco Litoral. E junto com os ativos, veio a parte indigesta, nós, os funcionários. Todos os acordos feitos no desespero da falência precisariam ser honrados. Inclusive o plano de pensão.

A fusão, no entanto, foi um período de trevas. Nós, os ex-funcionários do Banco Litoral, viramos alvo. Fomos caçados um por um. Gente com currículo robusto, anos de experiência e especialização em áreas críticas, sendo jogada em funções absurdas: cuidar de impressoras durante o plantão da madrugada, atender chamados técnicos em filiais esquecidas no interior, como se estivéssemos vivendo um treinamento do BOPE, e o sargento gritasse na nossa cara toda hora vendo se a gente pedia pra sair.

Depois de tantos anos, eu sou o último sobrevivente. A única pessoa que ainda tem alguma chance de lucrar com o terreno que comprou na lua treze anos atrás. Os jovens de hoje em dia nem lembram mais que um dia existiu um Banco Litoral, e se eu continuasse na minha, invisível por mais dois anos, estava com meu futuro garantido.

Não se sobrevive tanto tempo em condições corporativas adversas como as minhas, sem ter uma ou duas cartas na manga. Sabrina não foi a primeira a tentar me derrubar e eu estava disposto a lutar para garantir que também não seria a última.

Na minha cabeça, a estratégia era simples. Para vencer, precisava só fazer o que os gringos apelidaram carinhosamente de “obediência maliciosa”. Iria fazer tudo que Sabrina me pedisse ao pé de letra, sem me importar com os resultados.

Se, por exemplo, eu soubesse que uma das mudanças que ela exigiu acarretaria em atrasos na testagem, não falaria nada, já que não estava no meu escopo informar a minha nova chefe as graves consequência das decisões dela. Como um rio, apenas deixaria todo o esgoto fluindo até o mar, e caso ela tentasse me culpar pelos erros e atrasos, tudo estaria documentado, para todos serem informados quem era a arquiteta por trás do colapso daquela área.

E como eu imaginava, as coisas pararam de funcionar. Sabrina até chegou a me cobrar publicamente em uma reunião com diversos diretores, pedindo para eu explicar todo o atraso e erros que estavam acontecendo.

“Estamos passando por um período de adaptação complexo, tentando implementar as mudanças propostas no nosso ways-of-working pela nova gestão”, era o meu jeito profissional de avisar a todos que todos os problemas eram derivados das decisões absurdas da novinha loirinha sentada na frente deles.

Mas, ao dizer aquilo, vi as pupilas da minha chefe dilatarem. Ela cerrou os olhos e cravou as unhas na palma da mão, fechando um punho com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Me encolhi na cadeira no mesmo instante, certo de que ela ia ignorar todos os protocolos, atravessar a mesa num salto e me agredir ali mesmo.

Só que, a réplica dela veio em um tom estranhamente calmo, completamente diferente da intensidade rasgante de todas as interações que eu tive com ela até aquele momento.

“Se você precisar de ajuda para fazer seu trabalho, é só levantar a mão. Achei que depois de tanto tempo na instituição esse tipo de erros não aconteceriam mais.”

Ela tinha devolvido a bola da culpa para o meu pé. Meu rosto queimava de vergonha e raiva, enquanto me sentia julgado por todos sentados ali. Porém, meu plano estava a todo vapor, Sabia que era uma guerra, e no final das contas, os dois saíram enfraquecidos.

Ficamos mais algumas semanas nesse embate, enquanto eu juntava evidências, documentava as decisões dela e criava um dossiê pedindo a demissão de Sabrina.

Honestamente, não era o caminho que eu gostaria de seguir. Eu preferia como as coisas funcionavam com meu antigo chefe que, em três anos no cargo, teve apenas duas reuniões comigo e mal sabia o que a nossa área fazia. Funcionava assim, em silêncio, sem expectativas nem cobranças. E eu estava em paz com isso.

Mas agora, do jeito que as coisas estavam, nem mesmo a tarefa básica de sobreviver mais dois anos até alcançar o fundo de pensão parecia garantida.

Para dar minha cartada final, marquei uma reunião, na calada da noite, com um dos diretores da empresa, Ricardo. Não escolhi aquele horário só porque a agenda dele era impossível durante o expediente. Queria garantir que ninguém soubesse que eu estava me movendo nas sombras, arquitetando um motim contra a minha própria gestora.

Ele até tentou recusar a reunião. Disse que picuinhas entre funcionários deveriam ser tratadas com o RH, não com ele. Mas eu já esperava essa resposta. Na troca de mensagens, usei as palavras certas: processo trabalhista.

Afirmei que o comportamento errático da minha chefe representava um risco jurídico real para a empresa, e que eu preferia discutir pessoalmente uma solução discreta, eficaz, e sem prejuízos para o setor que ele comandava.

Funcionou. A reunião estava confirmada. Agora era tudo ou nada.

O andar estava deserto. Só a luz da sala do Ricardo seguia acesa, embora as persianas fechadas não me deixassem vê-lo. Fiquei imaginando como devia ser bom ser um desses escolhidos por Deus que têm uma sala só para si, com porta, silêncio e ar-condicionado funcionando de verdade. Longe do barulho de feira das baias comuns, do estresse coletivo e dos cheiros duvidosos após o almoço.

Talvez em outra vida. Porque nesta, faltando tão pouco para o fim da minha carreira, não existia a menor chance de eu me aproximar da cúpula. Até mesmo conseguir uma simples conversa com um deles já era um parto.

Mas, eu estava prestes a parir gêmeos.

Com um bolo de papéis na mão e o discurso decorado na cabeça, esperei o horário combinado. Respirei fundo, fui até a porta e bati três vezes, com a mesma humildade de quem pede licença pra entrar no confessionário. Abri a porta devagar, mostrando que entendia meu lugar na hierarquia.

Mas quem estava na sala… não era o Ricardo.

“Senta. Vamos resolver os nossos problemas“, disse Sabrina, sem tirar os olhos do monitor, embora o sorriso de canto de boca deixasse claro.

Ela sabia exatamente que tinha acabado de me dar um xeque-mate.

Capítulo 3

“Nossa, pela primeira vez eu vejo você preparado pra alguma coisa”, disse Sabrina, arrancando das minhas mãos a pilha de papéis que eu tinha levado como provas da má gestão dela. “Quem sabe, se se dedicasse assim no trabalho, você não virava alguém na vida, né?”

Engoli seco. Senti meu maxilar travar enquanto tentava manter os nervos sob controle. Qualquer explosão ali só pioraria minha situação.

“O que você achou que ia acontecer com essa reuniãozinha?”, continuou, a voz crescendo a cada palavra. “Você realmente acreditou que alguém, em sã consciência, escolheria você, um funcionário encostado, irrelevante, completamente substituível, ao invés de mim?”

Olhei pro chão, evitando o contato visual. Sentia um desespero dentro de mim, como se aqueles olhos verdes flamejantes tivessem o poder de me transformar instantaneamente em pedra.

“A primeira coisa que o Ricardo fez quando recebeu sua reclamaçãozinha foi me contar. E sabe o que ele disse? Que ia te mandar embora.”

Sabrina fez uma pausa longa, cruel, aproveitando cada segundo da minha angústia.

“Mas eu pedi pra te deixar aqui. Quero que saiba que é por minha causa que você ainda está nessa cadeira.”

Ela se aproximou. O tom de sua voz ficou mais baixo, mais venenoso.

“Desde o primeiro dia que te vi, eu só consegui pensar numa coisa: como alguém pode ter tão pouca ambição? É nojento. Não consigo acreditar que é nisso que você investiu todo o tempo que já teve nesse planeta. De todas as coisas que poderia ser, você escolheu ser um homem pequeno, apagado, preguiçoso. Um erro. Alguém que ninguém vai sentir falta ou se lembrar.”

Mesmo sabendo que tudo que ela estava apenas tentando me humilhar, por algum motivo, aquelas palavras doeram, me fazendo chegar ao limite. Tinha certeza de que minha demissão já estava decretada e ela só estava se divertindo me esmagando antes do anúncio final. Levantar da cadeira, pronto para sair dali.

“Senta.”

O grito dela veio seco. Meu corpo reagiu antes da minha consciência. Os pelos do braço arrepiaram, e eu obedeci. Um gesto automático de sobrevivência pura.

Ela caminhou até a porta, girou a chave na fechadura, isolando nós dois do mundo exterior. E eu ainda não tinha a menor ideia do que ela queria de mim ali.

“Agora... o que eu faço com você?”, ela disse chegando bem perto, com uma voz diferente, bem mais doce que a sua usual.

Por eu estar sentado, aquela mulher gigantesca parecia ainda mais alta,mais ameaçadora. Me encolhi na cadeira quando ele estendeu sua mão para agarrar o meu queixo com força e erguer meu rosto.

“Eu vou te dar uma escolha. Se você parar de me desafiar e começar a agir como o miserável que é, obediente, calado e útil, eu deixo você continuar. Se não... a porta tá ali.”

Ela inclinou o rosto, e os olhos dela finalmente encontraram os meus.

“O que vai ser? Vai obedecer tudo que eu mandar ou prefere ser chutado pra fora como o parasita que você é?”

Os únicos sons naquela sala eram o barulho metálico do ar-condicionado central do prédio e a minha respiração.

Claro que meu orgulho masculino gritava, se recusando a aceitar aquele acordo humilhante. Era contra tudo o que eu acreditava, contra tudo o que me restava de dignidade. Mas eu estava encurralado. Precisava do emprego. E se o preço para sobreviver fosse me ajoelhar diante daquela vagabunda... eu iria até o fim.

Respirei fundo e disse, quase sem voz: “Sim.”

Sabrina sorriu. Um sorriso diferente, quase doce, feminino até. Bem distante das expressões de desprezo que costumava exibir. Nem mesmo um monstro como ela conseguia esconder a felicidade de ver um inimigo quebrado aos seus pés.

Ela soltou meu queixo devagar e recuou dois passos. Olhou pra mim como quem avalia uma escultura finalizada. Depois ajeitou a minissaia com calma, virou-se para a janela da sala e, com a voz baixa, mas carregada de ironia, disse: “Sabia que você cederia. Os homens como você sempre cedem. Não têm coragem pra romper com nada, só sobrevivem, sempre rastejando.”

“Posso, por favor, me retirar?”, perguntei com uma voz tão mansa, tão submissa, que mal me reconheci. Eu já não era mais eu, estava completamente quebrado.

“Antes me mostra que entendeu o seu lugar.”

Finalmente, por vontade própria, encarei aqueles olhos verdes. Estava totalmente confuso, sem saber o que ela queria de mim. Ela colocou a mão sobre minha cabeça, firme e decidida, me forçou a abaixar levemente.

“Não posso fazer isso…”, tentei protestar. “Eu sou casado, nunca traí a minha esposa.”

Mas a força que ela fazia na minha nuca não diminuiu. Naquela cadeira de rodinha, pouco a pouco, meu corpo ia se curvando, até minha cabeça estar completamente coberta pela mini-saia daquela mulher. Afastei a calcinha dela para o lado, e obedecendo o que ela queria, comecei a chupar.

A filha da puta estava ensopada. Todo aquele joguinho não passava de combustível que ela jogava no seu próprio fogo. Eu acreditei que estava numa batalha justa, e acabei caindo na teia da aranha como uma mosca. Sabrina sempre soube que no fim de tudo, eu estaria ali, sendo obrigado a lhe dar prazer.

“Você é ruim até nisso? Desse jeito, a gente vai ficar aqui até amanhã.”

Minha chefe tinha sua própria forma de me incentivar, me humilhando e me ameaçando. E eu sabia que não tinha escolha sem ser continuar a chupar.

Ela rebolava na minha cara, ela espalhava seu líquido pela minha barba, sem deixar em nenhum momento que o controle que exercia em mim com sua mão diminuísse.

Sentia sua respiração se tornar cada vez mais pesada, como se o controle que ela tanto prezava estivesse escorrendo pelas suas mãos. O tremor em seu corpo crescia, até chegar a uma intensidade arrasadora.

Até que tudo se juntou e a síntese foi um único som, um “ah” seco, curto, final. Foi a única palavra que saiu de sua boca enquanto as coxas se fechavam ao redor do meu rosto num espasmo involuntário, deixando claro que tinha terminado de brincar comigo.

Enquanto ela se ajeitava e procurava algo em sua bolsa, eu me levantei, preparado para sair da sala. Sabrina me fuzilou com olhar e disse: “Onde você pensa que vai?”

Congelei imediatamente. Estava dividido em milhares de sentimentos conflitantes. Raiva, vergonha, culpa, tesão… tudo se misturava, enquanto eu me perguntava o que mais ela queria de mim naquela noite.

Como um cão obediente, esperei, enquanto ela puxava um estojo de couro preto da sua bolsa. Ela abriu calmamente, como quem revela um presente cuidadosamente embrulhado. Não consegui nem acreditar quando descobri o que era.

Um pênis de borracha amarrado a uma cinta, iguais ao que as sapatas usam já que não tem piroca.

Sim, aquela maníaca tinha na bolsa que ela levava ao trabalho um strapon.

Recuei por instinto, encostando minhas costas na parede, como se aquilo fosse me proteger. A garganta secou e o coração disparou. Sabrina, por sua vez, apenas levantou uma sobrancelha, se divertindo com minha reação.

“Ah, não. Nem fodendo”, murmurei, sem conseguir esconder o meu pânico.

Ela pegou o acessório, colocando em seu próprio corpo com naturalidade, e então disse: “Sempre os que resistem são os que mais gostam depois…”

Fiquei sem reação. Minha mente gritava, mas o corpo não se movia.

Ela deu um passo à frente. Depois outro.

“Você disse que ia colaborar. Afinal, funcionário obediente não é aquele que faz só o que quer, mas o que é mandado. Abaixa as calças e apoia as mãos na mesa. E não se mexe até eu mandar.”.

Sistematicamente, da forma mais lenta possível, fui cumprindo etapa a etapa do que ela havia me pedido. Tirei o cinto, abaixei as calças até elas ficarem penduradas na minha canela. Coloquei as duas mãos na mesa e esperei.

Sabrina pressionou a mão firme nas minhas costas, me forçando a ficar ainda mais curvado, me deixando completamente exposto.

Senti uma dor lancinante, uma das maiores que senti em toda minha vida, enquanto ela avançava centímetro por centímetro com aquele brinquedo de borracha.

Apertei a borda da mesa com tanta força que achei que, a qualquer momento, ou a madeira racharia, ou meus dedos quebrariam sob a pressão. Sabrina gargalhava enquanto fazia um vai e vém, possuída, fazendo todos os papéis da mesa do diretor caírem no chão.

Naquele inferno particular, eu me concentrava em apenas uma coisa: não gritar. Se alguém descobrisse o que estava acontecendo naquela sala, seria o meu fim.

Ela diminuiu o ritmo de repente. Por um momento, pensei que o tormento tinha acabado. Olhei por cima do ombro, esperançoso, mas ela não tinha parado, estava apenas procurando o celular na bolsa. Não bastava me dominar, Sabrina ainda registraria aquele momento, garantindo que pelo resto da minha vida eu seria seu escravo. Sem espaço pra dúvida ou chance de recuar.

E o mais bizarro de tudo, que eu fui me acostumando com aquela situação. A sensação física de ser sodomizado era estranha e incômoda, só que de certa forma, naquele momento, eu conseguia entender o porquê alguma pessoas faziam aquilo por livre e espontânea vontade.

“Tá gostando minha putinha?”, Sabrina gritou, enquanto dava um tapa ardido na minha nádega direita.

“Sim, chefe, estou adorando”, respondi, com um pouco de tesão com a situação, mas com bastante receio do que ela faria se eu não acatasse a loucura dela.

Gritando, ela afundando de vez suas unhas e o brinquedo de borracha em mim.

E eu não conseguia acreditar que aquela psicótica fingia que estava gozando no meu cu.

Mesmo após ela ter terminado, fiquei parado, estático, controlando minha vontade de chorar. Ela guardou todas as coisas delas, de mais um tapa na minha bunda, e disse: “Te vejo amanhã cedinho.”

Nada do que eu era antes sobreviveu àquela noite. Por isso, ela estava feliz.

<Continua?>

Amigos, tô postando aqui todos os capítulos que escrevi até agora do meu novo conto.

Ainda não decidi se vou continuar a história ou não, porque não sei se o tema vai agradar e sinceramente, não queria gastar horas escrevendo algo que ninguém vai ler.

Então, se você curtiu até aqui, deixa um comentário! Isso vai me ajudar muito a decidir se vale a pena seguir com a história.

Valeu demais! 🙏📖

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Tu tem que focar, começa algo e termina. Tem séries sua que não tem um final e fode pula para outro conto deixa tudo no ar e depois de tempos posta continuações.

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