O TIO: PARTE 7 – QUARTO ESCURO

Um conto erótico de Carlos
Categoria: Gay
Contém 2814 palavras
Data: 20/06/2025 13:38:11

O comboio de faróis cortava a madrugada como uma procissão de luxúria. A caminhonete de Eduardo foi a primeira a cruzar o portão do sítio, rangendo sob o peso do desejo que crescia desde o rodeio. Atrás, os carros de João, Raul e Vicente se alinhavam na escuridão, engolidos pela poeira da estrada batida. O calor da noite persistia, abafado, colando na pele como promessa não cumprida. A lua cheia se debruçava sobre o telhado de telha antiga, lançando sombras longas que dançavam pelo terreiro vazio.

Carlos desceu da caminhonete com movimentos lentos, quase ensaiados. O jeans apertado agora parecia ainda menor, moldando as nádegas marcadas pela posse recente de Eduardo. A regata colada no corpo exibia as gotas de suor que escorriam pelas laterais de seu abdômen, e o olhar — ah, o olhar — desafiava quem quer que ousasse se aproximar sem merecer. João veio logo atrás, caminhando com passos largos, os olhos grudados no vai-e-vem insinuante da bunda do garoto.

— Bonito isso, hein — murmurou Raul, fechando a porta de seu jipe com um baque surdo. — A gente chega na casa do cabra e quem recebe é o pecado encarnado.

— Isso aí é emboscada — completou Vicente, abrindo uma cerveja com o dente e cuspindo a tampinha pro chão. — Mas se for, eu me jogo.

Carlos se virou devagar para encarar os quatro homens. Eduardo ainda estava junto à porteira, braços cruzados, observando tudo com o olhar de quem sabe que tem o melhor pedaço da carne. Quando o olhar dele cruzou com o de Carlos, algo não dito se acendeu entre os dois. Não era ciúme. Era domínio.

— A casa tá aberta. Quem entra, entra pra ficar — disse Carlos, com a voz baixa, e virou-se em direção à porta, rebolando com leveza.

João foi o primeiro a segui-lo, assoviando baixinho. Raul e Vicente vieram em silêncio, trocando sorrisos cúmplices. Eduardo fechou o portão atrás de si com a calma de quem selava um destino.

Dentro da casa, o ar era quente e carregado. A luz fraca da varanda iluminava os rostos suados, os olhos famintos. A mesma música sertaneja que tocava no rádio do rodeio ainda rodava na cabeça de todos, mesmo que ali, agora, o único ritmo fosse o da respiração pesada, das cervejas abertas, do silêncio espesso que antecede o furacão.

Carlos foi até a cozinha, pegou mais quatro latas e voltou caminhando como se desfilasse. Sentou-se de propósito no braço do sofá, uma perna pendendo com languidez, e ofereceu as cervejas uma a uma, fazendo questão de deixar os dedos roçarem os dos homens. Quando Eduardo se aproximou para pegar a sua, Carlos não entregou de imediato. Levantou a lata até os próprios lábios e bebeu um gole antes de estender, com um sorriso:

— Quer meu gosto junto?

Eduardo nem respondeu. Apenas pegou a lata, apoiou-a de lado na mesa, e passou o polegar pelos lábios úmidos do sobrinho. Depois levou o dedo à boca e provou devagar. João soltou uma risada rouca, Vicente balançou a cabeça e Raul tomou um gole como quem se prepara para algo muito maior que álcool.

— Tá aprontando, moleque? — rosnou Raul, abrindo a camisa com um gesto. O suor cintilava nos pelos do peito, escorrendo até a barriga larga e firme.

Carlos não respondeu. Apenas se levantou e foi até o aparelho de som da sala, girou o botão até que uma batida lenta, quase suja de forró arrastado, preenchesse o ar. A luz quente da casa desenhava seus contornos com precisão brutal — o corte dos ombros, a curva do quadril, o volume generoso sob o jeans. Era um chamado. E os homens sabiam.

Vicente foi até ele e parou atrás, a boca perto da orelha.

— Tá brincando com fogo... e hoje tem lenha de sobra.

Carlos se virou, o rosto a um palmo do peito suado do homem.

— Então joga tudo no chão. Vamos ver se a casa pega fogo mesmo.

João bateu a garrafa na mesa, já impaciente.

— Bora parar com essa enrolação. O garoto tá pedindo. E a gente... já tá pronto faz horas.

Carlos deu um passo para trás e sorriu, agora de frente para todos eles.

— Se tão com pressa... me façam ajoelhar.

A tensão explodiu no ar como uma corda arrebentando. E naquele instante, todos souberam: a noite mal tinha começado — e o verdadeiro jogo ainda estava por vir.

Os estalos da madeira sob os pés pesados dos homens preenchiam a sala enquanto Carlos recuava lentamente, como quem guia predadores famintos por um caminho escolhido. Cada passo seu era um convite, cada olhar sobre o ombro, uma provocação calculada. A casa, antes silenciosa, agora pulsava com aquela energia espessa que só existe entre homens suados, bêbados de desejo e testosterona.

João foi o primeiro a avançar, arrancando a camisa com um puxão violento, deixando à mostra o peito negro reluzente de suor, as veias saltando nos braços como cipós prontos pra amarrar. Parou diante de Carlos e segurou-o pela nuca, o rosto colado no dele.

— Tá achando que vai mandar aqui? — sussurrou, a voz rouca de riso e ameaça.

Carlos não respondeu. Mordeu o próprio lábio, sem recuar. As mãos dele subiram pelo abdômen de João, sentindo a dureza de cada músculo. O peão fechou os olhos por um segundo, vencido pela ousadia, e ali mesmo encostou a testa na dele.

Raul, ao lado, já tinha tirado as sandálias e deixado a calça cair até os tornozelos. De cueca branca molhada de suor, puxou a cadeira para trás e sentou-se largado, abrindo as pernas.

— Tô só vendo o desfile. Mas se demorar, vou pegar tua cintura e te sentar no meu colo sem aviso, garoto.

— Avisa é pior — retrucou Vicente, que se aproximava por trás de Carlos com passos arrastados, o barrigão encostando levemente na lombar do garoto. — Porque aí o cu trava. Bom é meter sem dó.

A frase veio com uma risada seca, e Carlos sentiu os dedos grossos se insinuarem sob a barra do jeans, puxando lentamente pra baixo. A rigidez dos quatro pares de olhos acompanhava cada centímetro de pele revelada: as coxas grossas, o volume no centro, o elástico fino do fio dental vermelho ainda intacto.

— Esse pano aí... — murmurou Raul, chupando os dentes — é heresia deixar no corpo. Vai sair com os dentes.

Eduardo não dizia nada. Encostado na parede, camisa aberta e cigarro entre os dedos, observava em silêncio, como um pastor vendo seus bois se prepararem pro abate. O olhar dele queimava mais que qualquer toque.

Carlos sabia disso. E por isso caminhou até ele.

— E você? Não vai me tocar? — perguntou, com a voz baixa.

Eduardo soltou a fumaça devagar, depois jogou o cigarro no chão e o pisou com a bota.

— Eu não preciso correr. Eu sou quem manda.

Carlos sorriu, encantado com a brutalidade elegante daquela resposta. Virou-se e pulou no colo de Raul com naturalidade, as pernas abertas, roçando a virilha no meio das coxas do homem, que gemeu grave.

— Que porra é essa... — disse Raul, segurando firme os quadris do garoto. — Tá tentando me matar?

— Tô tentando ver quem aguenta mais — provocou Carlos, rebolando devagar.

João, já de pau armado na calça, se ajoelhou no tapete da sala e puxou Carlos pelo tornozelo. O garoto escorregou das coxas de Raul e caiu de costas na rede, as pernas abertas num ângulo indecente.

— Agora é minha vez de abrir esse presente — disse João, puxando o fio dental lentamente, até que a peça saiu com um estalo, revelando a bunda firme, brilhando de suor.

Vicente veio com um pano molhado, passou devagar nas coxas do rapaz, lambendo os próprios lábios. — O garoto se preparou. Vê se não é? — disse, alisando com reverência a pele macia e quente.

— Eu trouxe o azeite — anunciou Raul, levantando-se com o pote em mãos, como se estivesse prestes a temperar uma carne rara. — Já usei nessa bunda antes. Sei que ela gosta.

— Gosta e pede mais — murmurou Eduardo, finalmente se aproximando, tirando a camisa e deixando o cheiro dele dominar o ambiente — cigarro, sabão, suor e autoridade.

Carlos estava nu agora, deitado na rede, as pernas abertas e o pau duro apoiado no abdômen. Seu corpo era um altar, e os quatro homens, sacerdotes rústicos de uma fé bruta e quente.

João se ajoelhou entre as pernas dele, passando a língua devagar da virilha até o umbigo. Raul espalhou o azeite morno na palma e começou a massagear as nádegas abertas, os dedos sumindo aos poucos. Vicente se abaixou por trás da rede e passou a língua lentamente pela entrada latejante. Eduardo observava, se masturbando devagar, os olhos fixos na boca entreaberta de Carlos, nos olhos vidrados.

— Hoje tu vai ser culto, missa e sacramento, garoto. — disse Eduardo, e os outros riram como se tivessem ouvido uma oração.

Carlos apenas gemeu. Entregue. Pronto.

A noite, enfim, começava.

As cordas grossas que Raul trouxera estavam penduradas na parede do galpão ao lado da casa, secando do uso anterior. Bastou um gesto e um olhar para que João as apanhasse, já imaginando o que viria. A rede onde Carlos se contorcia em gemidos baixos foi esvaziada com cuidado, e o garoto, ainda brilhando de óleo, foi levado em braços fortes até o chão batido do galpão.

A luz era fraca, lançada por uma única lâmpada pendurada no teto de zinco, oscilando com a brisa quente da madrugada. O cheiro de feno, suor e fumaça de cigarro ainda recente preenchia o ambiente com um perfume denso, viril, agreste.

Carlos estava de quatro sobre o couro cru estendido no centro do espaço. Os braços foram amarrados com firmeza pelos pulsos, as pernas afastadas e presas às estacas de madeira da estrutura antiga onde se armazenava o milho. A posição o deixava exposto, aberto, indefeso — mas nunca fraco. Seu olhar permanecia firme, intenso, como o de alguém que sabe o poder que tem mesmo rendido.

— Pronto pra aprender mais uma lição, meu novilho? — rosnou Raul, esfregando a mão no azeite antes de passá-la com força pela curva da bunda de Carlos.

— Nasci pra isso — respondeu ele, arqueando as costas como quem oferece.

Vicente foi o primeiro a se ajoelhar por trás, passando a língua pela abertura já amolecida, lambendo com vontade, sem pudor, como se se alimentasse. Seus dedos grossos entravam e saíam com naturalidade, abrindo espaço para o que viria. Carlos gemia, apertando os punhos contra a corda.

— Esse cu aqui fala, sabia? — disse Vicente, rindo entre um beijo e outro. — Grita quando gosta.

João, nu, musculoso, suado, aproximou-se pela frente e puxou o rosto de Carlos com delicadeza brutal. A rola negra e grossa já pendia em riste, com a glande úmida latejando.

— Hora da boca trabalhar também.

Carlos abriu os lábios sem resistência. João entrou devagar, mas firme, enchendo a boca do garoto com seu peso. O ritmo começou lento, com carinho e pressão, mas logo se tornou mais intenso, mais profundo. O som molhado da garganta trabalhando era abafado pelos gemidos abafados.

Eduardo, sempre o último a entrar em cena, veio por trás. Passou a mão pelos cabelos do sobrinho, acariciou lhe o pescoço, depois parou atrás dele, observando como Vicente abria o caminho com o dedo. Raul o substituiu, já com a rola dura, e sem dizer uma palavra, alinhou-se à entrada de Carlos.

O primeiro empurrão foi firme. Carlos gemeu, sentindo a espessura de Raul invadir com força. Vicente segurou sua cintura, dando apoio, enquanto João continuava a alimentar-lhe a boca com o pau quente.

— Vai com calma, velho — murmurou Vicente — ou ele goza antes da hora.

— Quero ele tremendo — respondeu Raul, estocando fundo.

Aos poucos, os corpos formaram um único movimento contínuo. Eduardo se ajoelhou ao lado, puxou o pau de Carlos e começou a masturbá-lo com força medida. Seus olhos estavam fixos no rosto do garoto, que revirava os olhos, cuspia e engolia, se contorcia com a intensidade do prazer que o consumia por todos os lados.

João alternava profundidade e velocidade na boca dele. Raul estocava com mais força. Vicente o segurava firme pela cintura, gemendo e observando o entra e sai. Eduardo aumentava o ritmo com a mão, roçando a barba no pescoço do garoto.

Carlos já não conseguia distinguir onde terminava um e começava o outro.

— Ele tá travando, porra — gemeu Raul, sentindo o cuzinho apertar ao redor do pau.

— Tá vindo — murmurou Eduardo. — Goza, puto. Goza pra nós.

E Carlos obedeceu. O grito foi abafado pelo pau de João, mas os espasmos do corpo disseram tudo. A porra jorrou pelas mãos de Eduardo, quente, abundante, e espalhou-se pelo peito suado do garoto.

O orgasmo dele puxou Raul junto. O homem rugiu como um touro, enfiando fundo e jorrando com força dentro dele. João saiu da boca do rapaz, se punhetou por segundos e gozou no rosto dele, respingando na bochecha, no nariz, nos lábios entreabertos.

Eduardo levantou-se e, olhando para o sobrinho marcado, suado e ainda gemendo, puxou Vicente de lado e o posicionou atrás do garoto.

— Termina o serviço, velho. Quero ver esse corpo tremendo de novo.

Vicente obedeceu. Entrou com força, direto, e Carlos arqueou mais uma vez. Eduardo se ajoelhou diante dele e passou a rola no rosto sujo de porra, depois ofereceu a cabeça para que ele limpasse com a língua.

— Mostra que é nosso.

Carlos chupou com vontade. A língua passava por cada gota, cada resquício dos outros, misturado ao próprio gozo. Quando Eduardo sentiu a boca molhada engolindo cada centímetro, gemeu alto, agarrou os cabelos do garoto e fodeu sua garganta até gozar com brutalidade.

A porra escorreu pela boca, pelo queixo, e Vicente gozou junto dentro do cu dele, gemendo como se sentisse alívio depois de um ano inteiro de seca.

Carlos caiu sobre os braços, preso ainda pelas cordas, exausto, suado, lambuzado e sorrindo.

João foi o primeiro a desamarrá-lo.

— Agora sim, moleque... agora você é nosso de vez.

Eduardo passou a mão na nuca dele, sujo de esperma e saliva, e beijou sua testa.

— Amanhã você descansa. Hoje... ainda tem madrugada.

O galpão cheirava a sexo. A lâmpada pendurada ainda oscilava no alto, lançando sombras alaranjadas sobre os corpos suados largados pelo chão. O couro sob Carlos estava encharcado de porra e suor, mas ele não se movia. Deitado de lado, sentia ainda as coxas tremendo, o cu latejando e a boca inchada dos beijos, das mamadas, dos gemidos. Os olhos semiabertos buscavam o teto como quem ainda tentava voltar ao próprio corpo.

Ao redor dele, os homens respiravam pesadamente. Raul havia se sentado contra a parede, enrolando um cigarro com dedos firmes, pelado, barriga arfando, com um sorriso de satisfação que só quem goza duas vezes sem perder a firmeza conhece. Vicente bebericava uma cerveja morna que encontrara jogada num canto, ainda nu, os pelos do peito e da barriga colados ao suor. João estava deitado de bruços num monte de sacos de feno, o braço por cima dos olhos, o pau ainda semi-ereto descansando entre as pernas abertas. Eduardo permanecia em pé, encostado ao batente, fumando em silêncio, como um sentinela que nunca abandona o posto.

Carlos se sentou devagar. Sentiu o peso da noite no corpo, mas também uma leveza estranha. Não era vazio — era plenitude. Tinha sido tomado, devorado, adorado. E ainda assim, estava inteiro. Melhor: estava marcado. Na pele, nos músculos, na alma.

Eduardo o observava com um olhar grave, mas afetuoso.

— Levanta daí, menino. Vem aqui.

Carlos obedeceu. Os passos eram lentos, as pernas bambas. Quando chegou perto, Eduardo segurou sua nuca e o beijou com firmeza. O gosto de cigarro, suor e poder encheu sua boca. Depois do beijo, Eduardo passou a toalha úmida no rosto dele, com cuidado inesperado.

— Tá virando homem de verdade — disse baixo, como se dissesse só pra ele.

— Com vocês, é impossível não virar — respondeu Carlos, sorrindo, ainda com a voz rouca.

Vicente se levantou e deu um tapa leve na bunda dele ao passar.

— Vai dormir comigo hoje, neném?

— Vai dormir nada — retrucou Raul, puxando a rede pendurada no canto do galpão. — Esse aqui vai descansar entre dois bois de verdade. Cada um num lado.

João riu.

— E amanhã a gente vê quem levanta primeiro. Ou quem ainda aguenta outra rodada.

Carlos se jogou na rede, entre Raul e Vicente, sentindo os corpos pesados encostarem no seu. Os braços peludos o envolveram com naturalidade. Era como deitar entre árvores vivas, quentes, que sabiam exatamente como aquecer e proteger.

Eduardo apagou a lâmpada, e o galpão mergulhou na penumbra. O barulho dos grilos voltou a dominar o ambiente, misturado à respiração lenta dos cinco corpos agora unidos pelo cansaço, pelo gozo e por algo mais.

Carlos fechou os olhos, um sorriso calmo no rosto. Nunca havia pertencido tanto a um lugar.

Nem a ninguém.

E naquela escuridão quente, entre o cheiro de homem, corda e couro, ele sabia: ali, naquele quarto improvisado, cercado por machos brutos, estava exatamente onde queria estar.

E onde voltaria sempre.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive manjadorb a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de brazzya

🤯 🫣 💣 Consiga ver qualquer uma sem roupa agora mesmo ➤ Afpo.eu/ekuza

0 0