Esse conto é a sequência do anterior, “Entre Fogo e Desejo”, o qual recomendo a leitura antes para o entendimento do contexto.
A sala parecia respirar com eles. O calor da lareira, o brilho lânguido da lua atravessando a cortina, o farfalhar quase imperceptível do vento — tudo conspirava para que o tempo ali se suspendesse.
Kaio passou a mão pelo rosto de Helena com lentidão, como se gravasse cada linha, cada contorno. Os dedos firmes traçavam sua mandíbula, desciam pelo pescoço e encontravam o ombro nu que escapava da seda escorregadia do vestido. Ele puxou com delicadeza a alça, expondo mais a pele dourada ao brilho do fogo.
Helena não se movia, mas a respiração denunciava o turbilhão sob a pele. Os olhos semicerrados, os lábios entreabertos. Ela sentia os dedos de Augusto ainda pousados em seus ombros, a presença dele como um campo magnético atrás de si — sólido, atento, cúmplice.
— Tão linda… — murmurou Kaio, curvando-se para beijar o ombro exposto. Os lábios dele eram quentes, úmidos, como uma promessa feita sem palavras.
Helena sentiu o toque de Augusto subir até o pescoço. Ele afastou os cabelos dela para o lado e a beijou suavemente atrás da orelha, no mesmo ritmo que Kaio beijava seu ombro. Por um momento, ela fechou os olhos e se entregou completamente à sensação de estar entre os dois — centro e fio condutor de um desejo que se entrelaçava, fluía e crescia.
Augusto retornou ao seu lugar e agora sentado novamente, não piscava. Uma das mãos repousava sobre o próprio peito, como se o ajudasse a conter o ritmo acelerado do coração. A outra deslizava devagar pela perna, quase involuntária, movida por um impulso silencioso. Seus olhos estavam colados na cena diante de si — não como quem observa de fora, mas como quem participa de outro modo. Era testemunha, sim, mas também cúmplice e partícipe do momento.
Kaio com um gesto seguro, levou as mãos à cintura de Helena e começou a desatar, devagar, o nó lateral do vestido. Cada puxada de tecido revelava mais da pele quente e arrepiada, enquanto a luz do fogo dançava nas curvas que iam se mostrando. Ela não disse nada. Sentia o poder que possuía ali — não como quem domina, mas como quem permite. Era ela quem abria as portas, quem conduzia com um olhar ou um toque sutil. Quando o vestido caiu, deixando-a envolta apenas em sua própria presença, os olhos de Kaio se escureceram de desejo.
Ele a envolveu com os braços, os corpos se encaixando com naturalidade. O beijo veio como uma explosão contida — terno e voraz ao mesmo tempo. As mãos dele exploravam com reverência, como se cada centímetro de pele fosse um território sagrado.
Kaio e Helena desceram ao tapete, os corpos entrelaçados sob a luz trêmula do fogo. Ela sentia cada toque como uma onda. Os beijos iam do pescoço ao colo, dos ombros à curva da cintura, e as mãos o seguiam como se cada centímetro da pele dela pedisse para ser tocado. Os dois estavam entregues a um ritmo que não precisava de palavras — era puro instinto, dança, entrega.
Ele a deitou sobre o tapete macio em frente à lareira e direcionou a ponta da língua para a vulva de Helena, que deixou escapar um gemido baixo, vibrando pela sala como um feitiço. Kaio explorava Helena como quem devora um fruto raro. Suas mãos seguravam suas coxas com firmeza, enquanto sua língua traçava círculos lentos e profundos, desde o períneo, passando pelos grandes lábios até chegar ao clitóris. Ela se contorcia, pedia mais sem palavras, e recebia. Seus dedos puxavam os cabelos de Kaio, guiando-o, marcando o ritmo do prazer.
Kaio então subiu pelo corpo de Helena, encostando sua rola dura como pedra, grande, grossa, cabeçuda e cheia de veias salientes, na entrada da bucetinha já toda melada. Ele olhou para o marido como se pedisse permissão. Ela com as pernas abertas e a vagina exposta, estava quase fora de si: - Vem, querido. Augusto não vai se importar em ser o meu corninho hoje! Vem, me fode logo que eu não aguento mais! Obediente, ele empurrou levemente e a cabeça entrou, sentindo o corpo dela tremer e arrancando gemidos de prazer, e lentamente a vara foi dilatando as paredes vaginais e sumindo dentro da bucetinha.
Helena envolveu o corpo de Kaio com as suas pernas e iniciaram-se os movimentos, ritmados e intensos, mas não apressados. Os corpos suavam, se chocavam, se encaixavam com precisão quase sobrenatural. Augusto assentia, silenciosamente, com brilho nos olhos e a respiração falha. Ele já se masturbava devagar, como quem cultua a cena que estava presenciando.
Helena, ao ver seu marido se possuindo, teve um ato quase que involuntário, empurrandosuavemente Kaio para fora de si e se colocando de quatro. Seguiu engatinhando até a poltrona onde estava o seu amado e assim, pôde pegar em seu pênis, que também não era pequeno, e colocá-lo nos seus lábios. Ela começou devagar, passando a língua pela cabeça sensível, sentindo-o estremecer. Usou a mão para acariciar a base, lubrificando-o com saliva, tornando-o brilhante e molhado. Então, ela o tomou na boca, lentamente, sentindo-o deslizar por seus lábios, sua língua dançando ao redor da cabeça enquanto ela descia, até que seus lábios encontraram a base.
Ele gemeu, suas mãos agarrando os braços da poltrona, tentando se controlar. Ela começou a mover a cabeça para cima e para baixo, sua boca molhada e quente envolvendo-o completamente. A saliva escorria por seu queixo, mas ela não parou, o ritmo aumentando, sua língua continuando a explorar cada centímetro dele. Ato contínuo, abriu suas nádegas com as mãos, expondo o seu botão rosado.
Kaio não precisou de instruções, se aproximou por trás e pincelou mais a cabeça do pau na buceta, aproveitando o líquido lubrificante e colocando na portinha do ânus, forçando com carinho a penetração. Aos poucos as pregas foram se dilatando e com muito jeito a cabeça pulou para dentro, deixando Helena arrepiada e embora já fosse experiente no sexo anal, parecia que tinha um monstro dentro do seu cu e ela sussurrou, Aiii, espera um pouco! Devagar! E finalmente quando ela se sentiu confortável e começou a mexer o seu quadril, foi o sinal para os dois começarem a meter, cada um do seu lado. Augusto literalmente fodia a sua boca enquanto Kaio fazia deslizar para dentro a sua piroca, centímetro a centímetro, até chegar ao fundo. Nova pausa para o cu se amoldar à ferramenta, seguido de movimentos lentos e ritmados. Com o tempo, os movimentos dos três se sincronizaram em uma combinação deliciosa, com todos gemendo, o marido falando sacanagens e o amante dizendo que estava gostoso. Com as pregas de Helena já totalmente amoldadas à ferramenta, Kaio puxava para trás até quase a cabeçorra sair e depois empurrava com força até as bolas do saco baterem na bunda, para provar do calor alucinante proporcionado por aquele cu. As fortes estocadas por trás faziam parecer que a buceta e o cu de Helena eram uma coisa só, ao mesmo tempo em que ela sentia a cabeça do pau do marido tocar fundo em sua garganta.
Estava difícil conter tanto prazer e ela não conseguia distinguir de onde vinham as sensações mais intensas. Seus corpos suados denunciavam o tesão que estavam sentindo e percebendo que o seu marido estava próximo do clímax, aumentou a intensidade, sua mão trabalhando em conjunto com sua boca, acariciando e apertando, levando-o ao limite. Não resistindo mais, ele ejaculou, seu corpo se retesando com o orgasmo proporcionado pela língua habilidosa de sua amada enquanto ela continuava a mover-se, engolindo tudo e extraindo até a última gota. Augusto se inclinou para beijar Helena, provando dos resíduos do seu próprio néctar de forma lasciva e agradecida.
Kaio socava forte, arregaçando o cuzinho, empurrando e retirando com vigor, a ponto de balançar os corpos. Ele sentiu seu próprio orgasmo se aproximando, mas queria que ela gozasse junto. Suas mãos deslizaram para a frente, encontrando seu clitóris, circulando-o enquanto continuava a movê-lo dentro dela. Ele perdeu o controle, suas estocadas se tornando selvagens e descontroladas e aumentando ainda mais o ritmo, das profundezas do seu ser ele gozou, gemendo de prazer e enchendo o cu com uma grande quantidade de sêmen quente, jorrando com tanta força que Helena pôde sentir em seus intestinos. E foi com essa sensação molhada no rabo, que a sua musculatura se contraiu toda, inclusive o músculo anal que quase estrangulou o pau do amante, estremecendo em espasmos de prazer e gritou...estou gooozzaannddoooo e finalmente explodiu, seu corpo tremendo com um orgasmo fantástico que ela jamais havia provado. Estava realizada naquele momento, cheia de sêmen de outro e do seu marido, ensanduichada por dois machos.
Augusto se permitiu relaxar, agora de pau mole e limpo pela boca de sua esposa. Seus próprios instintos tomaram forma, e ele se moveu lentamente como que envolto em sonho. A cena diante de seus olhos tendo a sua mulher enrabada era o reflexo de um desejo que ele não sabia nomear até então — um tipo de amor que não se mede em posse, mas em permissão.
A madrugada chegou sem que percebessem. A chama da lareira já havia baixado, reduzida a brasas que brilhavam como memórias recentes. O silêncio que pairava pela sala era denso, mas sereno — não como um fim, mas como um intervalo entre dois mundos.
Helena estava deitada no tapete com a cabeça sobre o peito de Kaio, ouvindo o som ritmado de seu coração e ele mantinha um dos braços envolto nela, o outro descansando sobre a barriga, os olhos fixos no teto. Havia um leve sorriso em seus lábios — não de conquista, mas de gratidão. Ele não sabia ao certo o que esperava daquela noite, mas o que recebera era mais do que prazer: era algo raro, profundo, humano.
Augusto permanecia na poltrona, agora mais relaxado, as pernas esticadas, uma taça de vinho pela metade na mão. Helena ergueu os olhos para ele. E ao encontrá-lo, sorriu. Um sorriso pequeno, cúmplice, carregado de afeto.
— Está tudo bem? — ela perguntou, a voz rouca de exaustão e ternura.
Augusto assentiu, e se aproximou devagar, ajoelhando-se ao lado dela. Passou a mão pelos cabelos da esposa e deixou um beijo em sua testa.
— Está mais do que bem. — respondeu, com sinceridade. — É estranho, e ao mesmo tempo… bonito. Ver vocês assim. Ela segurou a mão dele e entrelaçou os dedos, trazendo-o para mais perto. Kaio permaneceu em silêncio, respeitando o instante.
— Eu te amo. — sussurrou Helena a Augusto. — Isso nunca esteve em dúvida.
Ele assentiu outra vez, desta vez com os olhos vidrados. Sabia disso, claro. Mas senti-lo agora, naquele contexto, tinha outro peso. Era o tipo de amor que não se prende, não se mede por exclusividade, mas por presença, por verdade. E ela estava inteira ali com ele — mesmo após ter se entregado a outro.
— E eu amo você. — ele respondeu.
Kaio finalmente quebrou o seu silêncio com um comentário suave:
— Vocês são incríveis juntos.
Helena sorriu para ele também. Esticou a mão e tocou o rosto de Kaio com carinho, como quem reconhece algo essencial em outro ser.
— Você também faz parte disso agora. — disse ela, com doçura. — Mesmo que por uma noite. Ficaram em silêncio por mais alguns instantes, até que Kaio deu um beijo de despedida em Helena e se ergueu devagar, vestindo a camisa que deixara caída no braço do sofá. Estava claro que era hora de ir.
— Acho que devo deixá-los agora. — ele disse, com uma suavidade respeitosa, estendendo a sua mão para Agusto, que a apertou firmemente, e depois seguindo em direção à porta da varanda. A lua ainda brilhava, agora mais alta, quase no centro do céu. Ele caminhou até o portão sem olhar para trás — não por frieza, mas por saber que aquele tipo de lembrança vive melhor no coração do que nos olhos.
Dentro da casa, Helena e Augusto se entreolharam. Nenhum dos dois sabia exatamente o que dizer, e não precisavam. Ela pegou a manta do sofá, estendeu no tapete e se deitou novamente, puxando Augusto para junto. Ele veio sem hesitar.
— Você está bem mesmo? — ela sussurrou, abraçada a ele.
— Estou. É estranho, sim. Ver você com outro homem. Mas o que eu senti... não foi perda. Foi outra coisa. Admiração. Desejo. Amor. E, de certa forma... uma liberdade nova.
Ela sorriu contra o peito dele.
— Eu me senti livre também. Mas não sozinha. Nunca sozinha.
Ele a beijou nos cabelos.
— Isso é o mais bonito. Você estava ali com ele… mas ainda era com a gente.
Helena fechou os olhos, aconchegada. Os corpos entrelaçados de forma familiar, mas agora com um tipo de intimidade renovada — mais honesta, mais crua, mais viva.
Quando o sol começasse a nascer, com ele viria a luz de um novo entendimento. Eles não sabiam se aquilo voltaria a acontecer. Talvez sim. Talvez não. Mas o que importava mesmo era que haviam atravessado juntos um limiar. E voltaram diferentes — mais conscientes de si, mais conectados um ao outro, e mais livres dentro do amor que partilhavam. Naquela casa, naquela noite, três pessoas se reconheceram. E isso, por si só, era sagrado.