Onde o sol se esconde - Capítulo 11

Um conto erótico de Teo e samuel
Categoria: Gay
Contém 462 palavras
Data: 02/05/2025 19:35:23

Onde o Sol se Esconde (Capítulo 11)

A chuva não dava trégua.

Dentro do quarto apertado, Teo e Samuel dividiam seus silêncios e toques tímidos — como se cada gesto fosse um fio de esperança contra a escuridão que ameaçava engoli-los.

Era naquelas horas silenciosas, enquanto o vento uivava pelas janelas quebradas, que Teo se permitia sonhar.

Sonhar com um lugar onde pudesse deitar-se ao lado de Samuel sem medo.

Sonhar com um mundo onde o amor não fosse uma culpa, mas um abrigo.

**

Três noites depois da saída forçada de Dona Clarice, Pedro finalmente se aproximou.

Foi Guto quem o viu primeiro, na horta abandonada, enquanto carregava um balde de água.

Um assobio rápido, um gesto — e Guto reconheceu o rosto do filho da cozinheira.

Correu de volta para o dormitório, o coração disparado.

**

Quando Teo e Samuel souberam, decidiram agir com cautela.

À noite, enquanto fingiam dormir, ouviram o sinal combinado: três batidas leves na janela.

Samuel levantou primeiro, ajudando Teo a afastar a madeira podre.

Pedro estava lá, encharcado, os olhos queimando sob a luz fraca da lua.

— Eu vim buscar vocês — murmurou. — Vim terminar o que a minha mãe começou.

**

Teo hesitou.

— Não podemos deixar o Guto — disse, firme.

Pedro assentiu.

— Ninguém vai ficar pra trás.

Ele entrou rapidamente no quarto, e, debaixo do colchão de Guto, escondeu uma pequena faca e uma lanterna velha.

— Se alguma coisa acontecer... se eles tentarem de novo... — seus olhos brilharam sombrios — usem sem medo.

**

Naquela noite, Samuel abraçou Teo com força antes de dormir.

Não disseram nada.

Apenas se prometeram — de novo — que iriam proteger um ao outro.

A qualquer custo.

**

Mas o orfanato, como uma criatura ferida e perigosa, parecia sentir que algo se movia nas sombras.

No dia seguinte, novas ordens vieram de cima:

- Os internos ficariam confinados nos dormitórios.

- Inspeções de surpresa seriam feitas.

- "Castigos exemplares" seriam aplicados para quem desobedecesse.

Padre Maurício havia voltado — e parecia ainda mais cruel.

Padre Buzzi, embora afastado "oficialmente", rondava os corredores como um fantasma, sorrindo com seus olhos doentios.

**

Pedro, escondido nos arredores, começou a agir.

À noite, deixava bilhetes escondidos para Samuel e Teo.

"Observem tudo."

"Não confiem em ninguém."

"Quando for a hora, vou avisar."

**

Entre esse mundo de medo e conspiração, o amor de Teo e Samuel florescia em pequenos momentos roubados:

- Um bilhete escondido dentro de um livro velho.

- Um toque rápido no escuro.

- Um sorriso partilhado entre tarefas pesadas.

Era um amor clandestino — nascido no horror, mas puro como a chuva que batia nas janelas quebradas.

**

Mas eles sabiam: o tempo estava se esgotando.

O orfanato sabia que eles sabiam.

E logo, uma nova tragédia iria acontecer... ou uma revolução.

Dependeria de suas escolhas.

E do quanto estariam dispostos a sacrificar — por amor, por justiça... por liberdade.

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