Onde o sol se esconde - Capítulo 10

Um conto erótico de Teo e samuel
Categoria: Gay
Contém 440 palavras
Data: 02/05/2025 19:29:40

Onde o Sol se Esconde (Capítulo 10)

Os dias seguintes foram como caminhar sobre cacos de vidro.

O orfanato parecia mais vazio sem Dona Clarice — e ao mesmo tempo, mais perigoso.

Na manhã seguinte à inspeção, ela foi chamada ao escritório do bispo local.

A decisão veio rápida, cruel e pública: demissão imediata, por “difamação da casa de Deus”.

Em frente a todos os internos, padres e funcionários, Clarice ouviu as palavras duras e viu sua reputação ser pisoteada como lama.

Foi levada para fora carregando apenas uma pequena mala — e a humilhação.

Teo e Samuel tentaram correr até ela, mas foram contidos.

Antes de atravessar os portões de ferro, Dona Clarice olhou para trás — e seus olhos, cheios de lágrimas e fúria, buscaram os meninos.

Ela jurava silenciosamente: não iria deixá-los para trás.

**

Naquela mesma noite, chovia.

Samuel e Teo estavam deitados lado a lado na cama apertada, as cobertas rasgadas divididas entre eles.

Guto dormia em uma das camas de ferro próximas, ainda sob constante vigilância dos dois.

Teo virou-se para Samuel, tão perto que podia ouvir seu coração.

— Eu queria que a gente pudesse desaparecer — sussurrou. — Só nós dois. E o Guto.

Samuel passou o braço por cima dele, num gesto tímido, mas cheio de amor.

— Eu não quero desaparecer — respondeu. — Eu só quero... ficar com você.

Teo fechou os olhos, deixando uma lágrima silenciosa escorrer.

Foi então que, em um impulso misturado de medo, esperança e necessidade, Teo encostou seus lábios nos de Samuel — um beijo tímido, hesitante, mas verdadeiro.

Samuel retribuiu, apertando Teo contra si.

Nenhum dos dois disse nada depois.

Não precisavam.

O mundo inteiro podia ruir — enquanto estivessem juntos, ainda haveria algo de bonito no meio da destruição.

**

Do lado de fora dos muros do orfanato, um carro velho estacionava.

Dele saiu Pedro, o filho de Dona Clarice.

Era alto, moreno, com os olhos carregados da mesma firmeza da mãe — mas havia algo mais nele: uma raiva contida, pronta para explodir.

Pedro sabia que as denúncias da mãe haviam sido abafadas.

Sabia que ninguém viria salvar aquelas crianças.

E ele, que cresceu ouvindo Dona Clarice contar histórias sobre os horrores escondidos sob a batina dos padres, não estava disposto a ficar de braços cruzados.

Não mais.

Ele conhecia bem os caminhos do orfanato.

E conhecia também as sombras onde se escondem segredos — e onde a justiça, às vezes, nasce do sangue.

"Se a lei não defende os inocentes..."

"Então eu vou."

Pedro observou as luzes apagadas do dormitório dos meninos.

E jurou, para si mesmo, que não importava o preço:

Ele protegeria Teo, Samuel e Guto.

Nem que para isso precisasse matar.

Continua...

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