Onde o sol se esconde - Capítulo 8

Um conto erótico de Teo e samuel
Categoria: Gay
Contém 574 palavras
Data: 02/05/2025 19:17:35
Última revisão: 02/05/2025 19:26:25

Onde o Sol se Esconde (Capítulo 8)

A madrugada passou arrastada, entre cochilos inquietos e sobressaltos.

Samuel e Teo se revezavam vigiando a porta enquanto Guto dormia entre eles, ainda abalado.

Quando os primeiros raios pálidos do amanhecer surgiram por entre as nuvens pesadas, os sinos da capela começaram a soar.

Era hora da oração obrigatória — o pretexto diário para vigiar todos os internos.

Teo se inclinou e sacudiu Guto com cuidado.

— Guto? Vamos, a gente precisa ir pra oração... — chamou baixinho.

Mas ao puxar as cobertas, encontrou apenas o vazio.

Guto não estava mais ali.

**

O pânico os atravessou como uma faca.

Samuel correu para a porta: ainda trancada com os móveis improvisados.

— Ele não passou por aqui... — murmurou, a voz rouca de medo.

Teo, já tremendo, procurava debaixo das camas, nos armários — como se o menino pudesse ter se escondido em algum buraco improvável.

Nada.

Guto havia simplesmente desaparecido.

**

No salão principal, os internos já começavam a se reunir, cabeças baixas, passos arrastados.

Os inspetores — dois homens e uma mulher — estavam lá também, de braços cruzados, olhando friamente.

Padre Clemente, com seu sorriso untuoso, dava as boas-vindas, ignorando o fato de que a energia da noite anterior havia apagado misteriosamente.

Teo agarrou o braço de Samuel.

— E se eles pegaram ele? — sussurrou, o terror claro nos olhos.

Samuel engoliu em seco.

— A gente tem que encontrar ele. Agora.

**

Discretamente, enquanto todos eram reunidos, Samuel e Teo escaparam por trás da cozinha.

Correram pelos corredores vazios, pelos fundos dos dormitórios, pela horta abandonada — chamando o nome de Guto em sussurros desesperados.

Nada.

O orfanato, enorme e sombrio, parecia engolir seus gritos silenciosos.

**

Atrás do velho galpão, onde as ferramentas enferrujadas eram guardadas, Samuel parou de repente.

Uma mancha de algo escuro — parecia sangue — marcava o chão de terra batida.

Teo caiu de joelhos, passando a mão pela terra úmida, procurando algum sinal.

Foi então que ouviram:

Um gemido fraco.

Frágil.

Quase um suspiro.

**

Seguindo o som, chegaram até a antiga adega subterrânea do orfanato — um lugar que há anos não era usado, exceto, talvez, para esconder segredos.

A porta estava encostada.

Um cheiro de mofo e medo escapava de dentro.

Samuel empurrou a porta com força.

E ali, deitado entre barris quebrados e velhas correntes, estava Guto.

Seus pulsos estavam amarrados, seu rosto machucado.

Mas estava vivo.

**

Teo correu até ele, libertando-o com dedos trêmulos.

Guto mal conseguia falar.

Mas seus olhos — cheios de terror — diziam tudo.

Samuel passou o braço por baixo do menino e o ergueu.

— Vamos tirar você daqui. — prometeu, sua voz um fio de aço.

**

Enquanto corriam de volta para o salão principal, uma certeza pesava em seus corações:

Padre Buzzi e Padre Maurício sabiam que os meninos estavam prestes a contar a verdade.

E fariam qualquer coisa para impedir.

**

No salão, os internos estavam enfileirados.

Os inspetores olhavam em volta, impacientes.

Padre Buzzi viu Samuel, Teo e Guto entrando, sujos de terra, ofegantes — e seus olhos escureceram de fúria.

Mas antes que pudesse agir, Dona Clarice se colocou entre eles e os inspetores.

— Eu tenho algo a dizer — disse ela, sua voz alta e firme, ecoando nas paredes do salão.

O silêncio caiu pesado como uma sentença.

**

O momento havia chegado.

Ou a liberdade.

Ou o fim.

E Samuel apertou a mão de Teo com força, sentindo o coração disparar.

Eles não estavam mais sozinhos.

E agora... agora a verdade teria que sair — custasse o que custasse.

Continua...

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