No dia seguinte, acordei com o som da esteira ligada. O quarto do meu irmão ainda estava vazio — ele tinha avisado que ia passar mais alguns dias na viagem, uns compromissos de última hora com o pessoal da empresa. O que, na prática, significava: mais dias só eu e ela em casa.
Desci devagar, e assim que cheguei na sala, vi: Júlia estava na esteira, correndo leve, fone no ouvido, completamente concentrada no ritmo.
Mas o que mais me pegou foi a roupa.
Ela usava uma legging preta colada, daquelas que parecem pintadas no corpo. E um top cinza, justo, que marcava tudo. A barriga reta, o balanço natural dos seios. Cada gota de suor escorrendo pela pele morena dela parecia um convite silencioso ao pecado.
Fiquei parado por alguns segundos, só admirando. O bumbum dela subia e descia com cada passada, e a calça desenhava cada curva como se tivesse sido feita sob medida pra enlouquecer quem visse.
Ela me viu pelo reflexo da TV desligada à frente e tirou um lado do fone.
— Acordou, voyeur?
Sorri.
— Como não acordar com esse barulho todo? Pensei que tavam filmando um clipe da Anitta aqui em casa.
Ela deu risada, sem parar de correr.
— Vai se acostumando. Acordo cedo e treino todo dia.
— Se isso é treino, eu vou querer repetir de ano várias vezes.
Ela desligou a esteira, pegou a toalhinha do encosto e passou no pescoço, sem pressa.
— Você parece muito interessado em fitness, ultimamente.
— No teu shape, principalmente. Isso sim me inspira.
— Que bom que ainda tenho esse efeito — ela disse, com um sorrisinho. — Vai tomar café?
— Depende. Você vai trocar essa roupa antes de subir?
Ela me olhou por alguns segundos. A toalha agora passava lentamente entre os seios, sugando o suor. A imagem era quase cinematográfica. E ela sabia o que tava fazendo.
— Por que? Tá te incomodando?
— Tá me deixando curioso. Aquelas calças que marcam tudo… deixam a gente imaginando o que ainda não viu.
— Ai, Lucas… você vai longe com essa língua.
— Só se você deixar.
Ela riu de novo e foi andando até a escada. De costas pra mim. A bunda quicando dentro da legging.
No meio do caminho, ela parou e virou o rosto por cima do ombro.
— Me dá cinco minutos. Desço pra tomar café contigo. Mas sem essas piadinhas. Hoje eu tô sensível.
— Sensível, como?
Ela fez um biquinho provocante e sumiu escada acima.
Sentei na cozinha, já meio sem ar. Pus o café pra passar, tentando esfriar a cabeça, mas não tinha jeito. Cada passo dela naquela casa era uma tentação. E o mais doido é que ela nunca dizia nada direto… mas deixava tudo no ar. Tudo.
Ela desceu as escadas com o cabelo molhado e um vestido leve, soltinho, curto o bastante pra mostrar o começo das coxas. O tecido claro grudava na pele ainda quente do banho, e a luz da cozinha, entrando pela janela, deixava tudo ainda mais… nítido.
— Hum… cheiro de café bom — ela disse, puxando a cadeira e se sentando de frente pra mim.
— E de mulher mais ainda — respondi, sem pensar muito.
Ela sorriu, pegando a xícara que eu já tinha deixado pronta pra ela.
— Você devia parar com essas coisas.
— Que coisas?
— Essas falas que você solta… de vez em quando me dá vontade de acreditar.
— E quem disse que é pra não acreditar?
Ela soprou o café antes de beber, desviando o olhar com aquele sorrisinho torto. Fiquei encarando as pernas dela. Uma delas balançava de leve, cruzada sobre a outra, o vestido subia a cada mexida. Sem calcinha não estaria escondendo nada.
— O que você fica olhando?
— Tô tentando descobrir o que tem aí por baixo.
— Tem perna. Muito creme hidratante. E zero paciência com garoto tarado.
— Garoto, não. Quase homem. Um passo. Só falta perder o selo.
Ela riu baixinho, quase tossiu com o gole do café.
— Selo? Que expressão horrível, Lucas.
— Tá bom… então vou refazer: só falta colocar a espada na bainha.
Ela deu risada e me encarou.
— A espada tá afiada?
— Afiada e pesada.
Ela mordeu o canto da boca, claramente segurando o riso, mas ficou quieta por alguns segundos. A tensão ficou mais densa. Eu mexi o açúcar na minha xícara, fingindo distração, mas os olhos estavam nela o tempo todo.
— Você já viu pornô de casal? — ela perguntou, do nada.
A pergunta me pegou no susto.
— Já. Vários.
— Mas tipo… aquele que parece amador, real mesmo. Que a mulher sente de verdade.
— Já. São os que eu mais gosto.
— Por quê?
— Porque a mulher geme diferente. Dá pra ver no olho dela quando ela tá sendo comida de um jeito que gosta. Sem cena. Sem teatrinho.
Ela respirou fundo. O clima mudou completamente.
— Eu curto também. Muito mais do que esses de atriz gritando por qualquer coisa.
— Imagina ver um desses ao vivo?
Ela me olhou firme. Silêncio. Engoliu em seco. E falou, com a voz mais baixa:
— Se fosse com um casal que se deseja mesmo… deve ser de foder.
— Você toparia assistir com alguém?
— Depende de quem.
— Eu toparia ver contigo. Em silêncio. Só observando.
— Você é muito sem vergonha, sabia?
— Eu sou sincero. E curioso.
— Curioso com o quê?
— Com você. Com o que você pensa, com o que você sente quando fala essas coisas. Com o que passa na sua cabeça quando tá sozinha no banho.
Ela deu um risinho, e por trás dele, tinha um arrepio. Percebi.
— Você tem a mente suja, Lucas.
— Tenho. Mas limpa quando é pra entender uma mulher como você.
Ela ficou um tempo quieta, bebendo mais um gole. A xícara tremia de leve na mão dela. A coxa mexia de leve. E, pela primeira vez, ela não cortou o assunto. Não fugiu. Só deixou no ar.
A noite caiu quente. A casa tava silenciosa, só o som abafado da televisão preenchia o ambiente. A iluminação baixa da sala dava aquele tom amarelado, íntimo, que transformava tudo num convite.
Júlia estava largada no sofá com as pernas dobradas, deitada de lado, usando um shortinho cinza claro de algodão e uma regata branca colada, sem sutiã por baixo. Os bicos dos seios marcavam sutilmente o tecido, e as coxas apareciam macias, levemente abertas, distraídas, como quem não percebe que tá se expondo.
Eu estava no outro sofá, com o controle na mão e uma vontade desgraçada fervendo no corpo.
— Esse filme é uma merda — comentei, zapeando pelos títulos da Netflix.
— Pois escolhe algo que preste então — ela respondeu, sem nem abrir os olhos.
— Eu tenho uma sugestão melhor.
Ela abriu um olho, desconfiada.
— Lá vem.
— Sério. Que tal a gente assistir um pornô?
Ela riu alto, jogando a cabeça pra trás no encosto.
— Você não tem filtro nenhum, né?
— É só curiosidade… e pesquisa. É bom estudar o comportamento humano em situações de extremo prazer.
— Claro, professor. Vai querer fazer relatório depois?
— Só se você me ajudar com as anotações.
Ela ficou quieta por uns segundos. Depois ergueu o olhar pra mim, o sorriso torto no canto da boca.
— Você tá falando sério?
— Tô. A gente vê um amador, desses bem reais. Nada de cena falsa. Só a gente, aqui, cada um no seu sofá. Só olhando. Sem tocar. Só ouvindo.
Ela ficou me olhando. O ambiente ficou mais pesado. Mais denso. Mais quente.
— Tá. Mas escolhe direito. Se for ruim, eu saio.
— Confia.
Peguei o celular e conectei na TV. Abri um site direto na seção “real couples”. Coloquei um vídeo de 25 minutos. Casal caseiro. A mulher parecia uns trinta e poucos anos, cabelo preso num coque bagunçado, usando uma camiseta larga e calcinha. Ele filmava com o celular, deitado na cama, e ela vinha engatinhando, lambendo os lábios, sorrindo de um jeito safado.
O vídeo começou. O áudio era limpo. Dava pra ouvir a respiração dela antes de qualquer toque. Dava pra sentir que aquilo ali era de verdade.
Olhei de lado. Júlia agora estava sentada, com as pernas cruzadas, as mãos no colo, mas os olhos fixos na tela.
— Você gosta dos amadores, né? — perguntei, como quem puxa assunto casual.
— Gosto… são mais verdadeiros. Dá pra sentir a mulher mesmo.
— E você sente o quê vendo isso?
Ela me olhou, depois voltou os olhos pro vídeo.
— Depende do dia.
— E hoje?
Ela respirou fundo. Não respondeu.
Na TV, a mulher começava a se sentar sobre o cara, devagar, com a calcinha encharcada. Ela rebolava, esfregando o sexo por cima da cueca dele. Mordia o lábio. Soltava uns gemidos abafados, curtos. A camiseta subia a cada movimento. Os peitos pulavam livres por baixo.
Júlia se ajeitou no sofá. As pernas descruzaram. Agora ela ficava puxando a barra do short de leve com os dedos, distraída, apertando o tecido contra a virilha. Ela tentava disfarçar, mas eu percebia.
— Você já gozou assim, só esfregando? — soltei, num tom calmo.
Ela virou lentamente pra mim.
— Você faz cada pergunta…
— É que eu tô curioso. Não posso perguntar?
Ela hesitou, depois deu um leve sorrisinho.
— Já. Algumas vezes.
— Com alguém ou sozinha?
— As duas.
— Te excitava mais quando alguém te deixava assim ou quando você mesma se provocava?
Ela virou o rosto, mas a respiração dela agora era diferente. Mais funda. Mais quente.
— Acho que quando eu não podia fazer mais. Só aquilo. A frustração deixava tudo mais forte.
Na tela, o cara puxava a camiseta da mulher por cima da cabeça, revelando os seios naturais, os mamilos duros. Ele chupava um, depois o outro. A câmera tremia de tão próximo. A mão dela descia até a calcinha, puxava de lado, e começava a esfregar o clitóris devagar, em frente à lente.
Júlia apertou as coxas.
— Você tá molhada? — perguntei, sem mudar o tom.
Ela não respondeu de imediato. Só ficou encarando a tela.
— Um pouco — ela sussurrou.
— Você imaginaria isso sendo filmada?
Ela me olhou, sem expressão.
— Não sei. Talvez.
— Imagina um vídeo teu assim… com essa respiração, essa cara de tesão que você tá agora…
— Lucas…
— Só imagina. A câmera ali, mostrando tua mão descendo devagar pelo teu corpo. Os dedos abrindo teus lábios. O jeito que você geme quando alguém te faz gozar do jeito certo.
Ela fechou os olhos um segundo. Como se estivesse, de fato, visualizando.
— Você tem um jeito muito errado de falar essas coisas…
— Mas não sai daí, né?
Ela respirou fundo, ajeitando de novo o short. As coxas estavam ainda mais afastadas.
— Você acha que eu sou como essa mulher do vídeo?
— Acho que você goza mais bonito que ela.
Ela riu de leve.
— E como você imagina?
— Com os olhos fechando devagar, a boca entreaberta… os dedos se apertando no sofá… o quadril se levantando sem controle. Aquele gemido baixinho que só quem tá do lado ouve.
Ela não disse mais nada. Só se inclinou, pegou o controle da TV… e pausou o vídeo.
Ficamos em silêncio.
— Vai fugir? — perguntei.
Ela virou de lado. A regata colou nos seios. O short ficou mais esticado ainda entre as pernas.
— Só tô tentando entender até onde a gente vai brincar com fogo.
— Até alguém se queimar.
Ela mordeu o lábio. Olhou o vídeo congelado na tela: a mulher com os dedos enterrados, o rosto suado, o olhar perdido.
E, sem dizer nada, deu play de novo.
A sala estava densa. Quente. As luzes apagadas, só o brilho da TV piscando no rosto dela. Júlia parecia hipnotizada com o vídeo, mas era como se nem estivesse vendo mais. Os olhos estavam fixos, sim, mas o pensamento… longe. No próprio corpo, talvez.
O som do pornô preenchia tudo. Gemidos abafados, pele batendo, respiração acelerada. A mulher do vídeo se contorcia em cima do cara, os quadris molhados, o rosto vermelho, o corpo tremendo em espasmos que pareciam reais demais pra ser encenação. O som dos dedos tocando a própria carne era nítido. Molhado, direto. Sem pudor.
Júlia se ajeitou no sofá de novo. As pernas agora dobradas, pés apoiados na almofada, joelhos apontando pra cima. O short subiu mais. Uma das alças da regata escorregou do ombro.
Eu ainda estava no sofá ao lado, de frente pra ela. As pernas abertas, com um travesseiro no colo pra disfarçar o volume óbvio. Tentei manter o tom leve, como se não tivesse uma bomba prestes a explodir no ar.
— Você costuma se tocar assistindo isso?
Ela demorou pra responder.
— Depende do vídeo… e da companhia.
Ela olhou de canto pra mim, depois virou de novo pra tela.
— E agora? A companhia tá atrapalhando?
Ela respirou fundo. A pele do peito subia e descia devagar. Estava ficando suada. O bico dos seios agora esticava o tecido da regata, duro, apontando.
— Tá… deixando curioso demais.
— Curioso é pouco pra mim — falei, baixo. — Meu pau tá tão duro aqui que eu tô com medo de levantar.
Ela deu uma risada abafada, mas não me olhou.
— Você não cansa de falar essas coisas?
— Canso. Mas minha cabeça não para.
— E sua cabeça pensa o quê agora?
— Que você tá com a calcinha encharcada aí debaixo desse short, e que se esfregar as coxas mais um pouco vai gozar sem nem precisar de dedo.
Ela fechou os olhos por um segundo.
— Você é um menino muito atrevido.
— E você é uma mulher muito provocante.
Nesse momento, uma cena no vídeo me chamou atenção. A mulher, ainda montada no cara, virou de costas, sentou de novo, só que agora de frente pra câmera. A câmera filmava o pau entrando nela bem devagar, e ela mesma guiava, olhando pro visor como se soubesse que alguém do outro lado tava ali, assistindo.
E tava mesmo.
— Você já gravou alguma coisa assim? — perguntei, direto.
— Já me gravaram. Mas eu nunca vi.
— Por quê?
— Fiquei com vergonha.
— Se fosse comigo, eu te mandava todo dia.
Ela riu, virando de novo na minha direção. Agora estávamos de frente, e ela nem tentou mais ajustar a alça caída da regata. O seio esquerdo quase aparecia inteiro.
— Você falaria o que, se me filmasse assim?
— Eu ia narrar. Tipo: “Júlia sobe devagar, a cabeça do pau escorrega, ela geme baixinho… agora ela senta tudo de novo, com a boceta melando, e…”
Ela jogou uma almofada em mim.
— Cala a boca!
A almofada bateu no meu travesseiro, escorregou e caiu. Com ela, o travesseiro também. E meu pau, duro, apontando pra cima dentro do short, ficou completamente visível.
A respiração dela falhou.
Ela olhou. E não desviou.
Ficou uns segundos em silêncio. Os olhos fixos no volume latejante. Depois olhou pra mim, o rosto meio vermelho.
— Isso tudo é de verdade?
— Quer tocar?
Ela me olhou como quem pensa se vai ou não atravessar a linha.
— Você já mostrou isso pra alguma menina?
— Nunca. Mas sempre tive medo de gozar antes de começar. Por isso… ainda não transei.
Ela mordeu o canto da boca.
— E por quê? Pau grande demais?
— É. Nunca achei uma que encarasse o desafio.
Ela riu, nervosa, sem tirar os olhos do volume.
— É sério isso?
— Quer ver?
Ela hesitou. A mão dela foi pro próprio short, como se fosse ajustar. Mas parou.
— Só se você tirar primeiro.
Sem quebrar o olhar, abaixei o elástico devagar, só o suficiente pra deixar a cabeça do pau aparecer. Inchada. Brilhando de tão úmida. Júlia prendeu a respiração.
— Puta merda…
Ela chegou um pouco mais pra frente, sem pensar. As coxas agora separadas, o short colado. A respiração dela era audível. Os olhos colados no meu pau.
— Nunca vi um assim… de perto.
— E nem tá totalmente duro ainda.
— Vai crescer mais?
— Se você continuar olhando assim, vai.
Ela esticou a mão. Parou no ar. Voltou pra perna.
— Eu não posso.
— Eu não tô pedindo. Só tô mostrando.
Ela voltou os olhos pro vídeo. Agora, a mulher gritava, com o corpo arqueado. O homem gozava dentro dela, segurando forte as coxas. A câmera tremia.
Júlia apertou o tecido entre as pernas. Ficou ali, mordendo os lábios, quase tremendo.
O silêncio entre nós era um vulcão prestes a explodir.
— Lucas…
— Fala.
— Me deixa subir. Eu vou tomar um banho.
— Vai subir molhada?
Ela não respondeu. Só levantou. As pernas um pouco trêmulas. O short colado na virilha.
Antes de ir, ela olhou pra mim uma última vez. O olhar dizia tudo.
Ela não resistiu. Mas não cedeu.
Ainda.
Assim que ela virou de costas e subiu as escadas, meu corpo ficou paralisado por alguns segundos. Eu ainda estava ali no sofá, o pau exposto, pulsando, com a glande ainda úmida, brilhando sob o reflexo da TV.
A tela mostrava agora o fim do vídeo. A atriz deitada, respiração ofegante, peito suando, com as pernas abertas e a gozada escorrendo entre as coxas. Uma cena que antes me deixaria envergonhado, mas agora parecia parte da realidade. Como se aquilo estivesse prestes a acontecer ali mesmo… com ela.
Levantei devagar, puxei o short de volta, sem prender totalmente — só o suficiente pra esconder. Subi alguns minutos depois, com o coração batendo forte, mas o passo calmo. Sabia que não podia atropelar nada. E nem precisava. O clima estava criado. Ela não tinha fugido. Tinha subido com as pernas tremendo, e com o olhar mais faminto que eu já vi.
Cheguei perto do quarto. A porta estava encostada, só. E o som do chuveiro já corria solto, preenchendo o corredor com aquele ruído constante, abafado… molhado.
Fiquei ali parado. Sem saber o que fazer por alguns segundos. Até que ouvi.
Um gemido.
Sutil. Mas claro. Não era de dor, nem de cansaço. Era abafado, como se ela tentasse segurar.
Encostei mais na porta. Abri só uma fresta, o suficiente pra ver a luz do banheiro acesa através do vidro fosco da porta interna. A silhueta dela se mexia atrás da cortina. Eu podia imaginar cada curva, cada movimento lento das mãos escorrendo pelo corpo, ensaboando os seios, os quadris, entre as pernas.
O chuveiro abafava tudo, mas o som da pele sendo tocada… ele vinha.
“Ah…”
De novo. Mais alto. A mão dela batendo na parede do box, talvez pra se apoiar. O som da água mudando de ritmo, como se ela tivesse parado um pouco, só sentindo. Meu coração batia na garganta. E o pau… duro de novo, latejando, querendo rasgar o tecido do short.
Encostei mais um pouco. Respirei fundo. A fresta da porta permitia uma pequena visão do espelho. E o espelho… refletia parte da imagem borrada dela, de lado.
Júlia estava com os olhos fechados, a cabeça jogada pra trás. Uma das mãos entre as pernas. A outra segurando o peito. A água escorrendo pelo corpo.
A cena era mais real que qualquer vídeo. Aquilo era ela. A mulher do meu irmão. Sozinha. Se masturbando. E pensando no quê? Ou em quem?
O barulho ficou mais intenso. O movimento da mão, mais rápido. O som dos dedos molhados era quase um tapa. Ela respirava forte agora. Estava perto.
Eu encostei a testa na parede, fechando os olhos, sentindo o corpo todo vibrar.
Na minha cabeça, imaginei a cena como se estivesse dentro. Como se fosse eu ali. Atrás dela. Segurando pela cintura. Encaixando bem devagar. Ela apertando o ladrilho com a testa, gemendo abafado pra não chamar atenção. O chuveiro molhando tudo, o meu pau entrando nela quente, escorregadio.
E então…
Ela gozou.
Deu pra ouvir o gemido abafado, seguido de um suspiro longo, cansado, aliviado. A mão caiu do corpo. O ombro afundou contra a parede.
Foi aí que percebi que estava me masturbando. Sem perceber, minha mão tinha escorregado por dentro do short. E a cabeça do pau tava escorrendo já. Uma pré-gozada absurda, como se meu corpo tivesse participado do gozo dela.
Respirei fundo. Recolhi a mão. Me afastei da porta com cuidado. Fui pro quarto de hóspedes com o pau ainda duro, mas um sorriso no rosto.
Ela não me viu.
Mas ela sabia que eu sabia.
⸻
Minutos depois, ouvi passos vindo do corredor. A porta do meu quarto estava entreaberta, e me virei na cama, de costas, só pra espiar pelo reflexo da parede. Ela passou só com uma toalha. Molhada, a pele vermelha do banho, os cabelos pingando. Andando devagar. Os olhos baixos. Mas o rosto… o rosto dizia outra coisa.
Era o rosto de quem queria mais.
No dia seguinte, o clima estava diferente. Mais leve, mais íntimo. Como se tivéssemos transado só com os olhares. E sabíamos disso.
Durante o café da manhã, ela não comentou nada. Mas as pernas cruzadas debaixo da mesa, a forma como ela lambia a colher de iogurte, o jeito de sorrir com os olhos baixos… tudo falava por ela.