Desde que meu irmão casou com a Júlia, eu nunca mais fui o mesmo.
Ela apareceu na nossa vida como um raio no meio de um dia nublado. Do nada, ele chega em casa com essa mulher linda, educada, com um sorrisinho doce e um corpo que parecia uma maldição pra qualquer garoto de dezoito anos com hormônios explodindo como eu.
Júlia tinha 27 anos. Morena clara, cabelos escuros que desciam até o meio das costas, bunda grande e redonda que balançava mesmo quando ela andava devagar, e uns peitos médios, naturais, que marcavam no sutiã mesmo com camiseta larga. Ela era séria, dessas que parecem não dar moral pra ninguém — e isso me deixava ainda mais obcecado. Era como se ela fosse inalcançável… e isso só tornava minha ideia mais fixa, mais forte. Eu queria comer a mulher do meu irmão. Não era mais vontade. Era obsessão.
No começo, tentei ignorar. Mas cada vez que ela aparecia com aqueles shortinhos em casa, sentava na ponta do sofá e cruzava as pernas com aquela calma provocante, minha mente fervia. Eu ficava em silêncio, fingindo mexer no celular ou assistir TV, mas estava sempre de olho, decorando cada detalhe: a marca do biquíni, a covinha na lombar, o modo como ela prendia o cabelo enquanto tomava água na cozinha. A tensão era absurda.
A pior parte? Ela era gentil comigo. Me tratava como o irmãozinho do marido. Me chamava de “meu menino”, às vezes passava a mão no meu cabelo, sorria. Aquilo me matava. Ela nem fazia ideia do que eu pensava quando ia pro quarto e trancava a porta depois de vê-la andando pela casa de pijama.
Meu irmão, o Diego, era o tipo padrãozão: trabalhador, meio bobão, mas gente boa. Passava muito tempo fora, às vezes virava noite no trampo. E deixava ela sozinha, em casa. Comigo.
Foi aí que a ideia surgiu.
Eu precisava de oportunidades. Mas não podia ser na cara. Ela era fiel, dava pra ver. Dura, difícil de dobrar. Não podia chegar com safadeza barata, senão eu me queimava. Tinha que fazer devagar, minando as barreiras dela, mexendo com a cabeça, confundindo, fazendo ela rir, elogiando sem parecer direto. E o mais importante: ver até onde ela deixava.
Comecei a agir.
Passei a ficar mais tempo em casa quando sabia que o Diego ia sair. Ajudava a Júlia com as coisas simples, pegava um copo, levava o lixo, fingia ser prestativo. Um dia, ela tava lavando louça, com a camiseta dele — grande nela, mas que subia quando ela se esticava.
— Quer ajuda aí? — perguntei.
Ela olhou por cima do ombro, riu.
— Tá querendo pontos comigo, é?
— Talvez… — brinquei, sorrindo. — Vai que você me indica pra alguma amiga sua…
Ela riu de novo, daquele jeitinho mole, e voltou pra louça. Mas eu percebi: ela não se incomodou. Nem cortou a piada. E isso foi o primeiro passo.
Aos poucos, fui entrando nos pequenos espaços. Comecei a elogiar. Não de forma direta. Falava do cabelo dela quando tava preso.
— Cabelo preso te deixa com cara de mais nova — eu dizia.
Ela sorria, às vezes revirava os olhos, mas nunca repreendia. Comecei a pegar mais confiança.
Num sábado à noite, o Diego ia sair com os amigos e ela ficou em casa. Eu também. Inventei que tava sem rolê, sem nada pra fazer.
— Você não vai sair? — ela perguntou, sentada no sofá, com uma taça de vinho.
— Prefiro companhia boa do que balada ruim — respondi, encarando o copo dela.
Ela soltou uma risada. Usava uma blusa larga, sem sutiã. E cada vez que ela se mexia, eu via o movimento dos seios por baixo do tecido. Tava hipnotizado.
— Vai querer um vinho? — perguntou, oferecendo a taça.
Eu aceitei. Ela foi até a cozinha buscar outra.
Naquele momento, percebi: se eu quisesse mesmo comer a Júlia, precisava controlar a ansiedade. A tensão já era insuportável, mas eu tinha que ir além. Ver até onde ela deixava. Estava jogando com uma mulher de verdade, e eu ainda era um garoto.
Ela voltou com a taça e sentou ao meu lado. Demos um brinde bobo, falamos de coisas aleatórias, rimos. Eu sentia o vinho esquentar meu corpo, a proximidade mexia comigo. Fingi que tava bêbado antes da hora, deixei a cabeça tombar um pouco, e toquei no joelho dela com a mão “sem querer”.
— Opa, cuidado aí — ela falou, rindo, tirando a perna com delicadeza.
— Foi mal… o sofá tá puxando pro lado errado.
Ela riu. Mas não se afastou. Continuou ali, perto.
Respirei fundo. Era hora de arriscar mais um pouco.
— Posso te perguntar uma coisa? — falei, com voz baixa, como se fosse uma curiosidade boba.
— Pode.
— Você e o Diego ainda… tipo… transam com frequência?
Ela arregalou os olhos e soltou uma gargalhada surpresa, meio chocada.
— Que pergunta é essa, menino?
— Curiosidade de moleque. Não precisa responder.
Ela sorriu, negando com a cabeça, e tomou um gole grande do vinho.
— A gente é casado. É… normal, né?
Aquilo bastava pra mim. A resposta meio sem graça dizia mais do que se ela tivesse detalhado. Ela tava insatisfeita. Tava carente. Eu senti.
Naquela noite, antes de dormir, fui pro banheiro e me masturbei pensando nela. Mas diferente das outras vezes, aquilo não era mais apenas fantasia. Era planejamento. Eu queria ver ela fraquejar. Queria olhar nos olhos dela no momento em que ela não resistisse mais.
⸻
Comecei a usar a estratégia do “sem camisa”.
Sempre que podia, ficava sem camiseta em casa, fingia que tava com calor. Ela não falava nada, mas olhava. Vi ela me observando pelo canto do olho mais de uma vez. Me pegava arrumando o cabelo no espelho da sala, passava devagar na frente dela só de bermuda. Eu era novo, trincado, sem barriga, pele bronzeada. Sabia que chamava atenção, mesmo que ela não admitisse.
Um dia, fingi que tava com dor nas costas. Ela tava no sofá, lendo.
— Jura que tá travado? — perguntou, olhando pra mim com aquela cara de quem duvida.
— Sério… não tô conseguindo nem me esticar direito.
— E quer que eu faça o quê?
— Uma massagem, ué. Você não é cheia dos óleos essenciais aí?
Ela riu. Disse que eu era folgado, mas mandou eu deitar no tapete.
Ela veio, ajoelhou atrás de mim, e começou a passar a mão nas minhas costas, sem muito empenho. Mas eu tava em êxtase. A mão dela era quente, firme, e mesmo que fosse só um carinho desinteressado, eu tava ali, deitado, com a mulher do meu irmão tocando meu corpo, e ela nem fazia ideia do que se passava na minha cabeça.
— Assim? — perguntou.
— Mais pra esquerda…
Ela foi descendo.
— Aí, aí… — gemi leve, só pra provocar.
Ela deu um tapa nas minhas costas.
— Para de gracinha.
Mas ficou ali. Tocando. Por mais dois, três minutos.
Foi o bastante.
Naquela noite, me tranquei no quarto, deixei a luz apagada, e me masturbei pensando no perfume dela, na forma como a mão dela deslizou pelo meu ombro, como ela estava vulnerável, ajoelhada atrás de mim. E eu tive certeza: ela podia até não saber ainda, mas eu ia comer a Júlia.
Não era questão de “se”.
Era questão de quando.
A cada manhã que eu acordava e via Júlia circulando pela casa de shortinho, descabelada, com a cara inchada de sono e aquele cheiro morno de mulher recém-acordada, a vontade de agarrar ela por trás e meter tudo aumentava. Mas eu precisava manter o controle. O plano era psicológico. A queda dela ia ser lenta, arrastada. Eu queria ver a resistência dela se derreter aos poucos até o momento em que ela me deixasse fazer tudo — e sem culpa.
Então, comecei a usar a tática da curiosidade inocente.
Garoto virgem de 18 anos, morando com o casal, cheio de dúvidas sobre sexo. Uma desculpa perfeita pra puxar o assunto, deixar ela sem saber se respondia como “cunhada responsável” ou se entrava no jogo.
Numa noite qualquer, estávamos vendo série no sofá. Meu irmão tinha ido dormir cedo porque ia sair de madrugada pra viajar a trabalho. Só ficamos nós dois, luz baixa, só a TV ligada. Ela de camisola fina e um roupão por cima, sentada com as pernas dobradas de lado.
— Posso perguntar uma parada… meio pessoal? — comecei, com a cara mais inocente que consegui.
Ela me olhou desconfiada, com a taça de vinho na mão.
— Lá vem você…
— Sério. É que tipo… eu nunca transei, né?
Ela riu.
— Tá. E…?
— E eu fico com umas dúvidas às vezes. Sei lá, você é mulher, mais velha, casada… achei que podia me dar umas dicas.
Ela tomou um gole e respirou fundo.
— Isso é papo pro seu irmão. Ou pra algum amigo.
— Meu irmão? — ri. — Acha mesmo que vou falar de sexo com ele? Ele ia rir da minha cara, me zoar por um mês. E os meus amigos são piores ainda. Só falam besteira.
Ela ficou em silêncio por uns segundos. Estava pensativa. Depois, respondeu:
— Tá, vai… pergunta logo.
Sorri por dentro. Armadilha ativada.
— É normal sentir vontade… tipo, o tempo todo? Porque eu acordo pensando nisso, durmo pensando nisso, e às vezes tô falando com uma mulher e fico imaginando ela pelada, sabe?
Ela soltou uma risada abafada e desviou o olhar, com vergonha.
— Homens são assim mesmo. Ainda mais novos. Os hormônios tão em guerra dentro de vocês…
— Mas não é normal, Júlia. Eu vejo você andando pela casa e fico duro do nada.
Ela travou. Ficou muda por um instante. E eu fiquei ali, olhando direto pra ela.
— Brincadeira — soltei, rindo. — Relaxa, tô só tentando entender como as coisas funcionam.
— Você é um safado — respondeu, rindo nervosa. — Fica aí, com essa cara de anjo, mas já tá todo cheio de malícia.
— Você me deixa curioso — falei de forma mais baixa. — É bonita, gostosa, segura de si. Eu olho pra você e fico imaginando… como deve ser transar com uma mulher assim.
Ela ficou séria por alguns segundos. O clima mudou. Deu pra sentir o peso no ar.
— Tá indo longe demais… — disse, sem olhar pra mim.
— É só curiosidade — repeti. — Eu nem saberia como te tocar. Mas fico imaginando como seria. Você deve saber exatamente o que fazer, né?
Ela respirou fundo, tomou o resto do vinho e se levantou.
— Chega por hoje. Boa noite, curioso.
E saiu da sala.
Mas ela não estava brava. Só confusa. Fui dormir com o pau latejando e um sorriso no rosto. Eu estava mexendo com ela. Eu sentia. Aos poucos, a ideia que antes era loucura tava começando a virar possibilidade.
⸻
No dia seguinte, encontrei ela na cozinha. Tava lavando louça de costas pra mim. Usava uma calça de moletom colada e uma regata larga, sem sutiã. A água molhava a pia e deixava o tecido grudado na cintura dela. Cheguei perto.
— Bom dia, cunhadinha — falei, com a voz mansa.
— Bom dia. Dormiu bem?
— Nem tanto. Sonhei que você tava me ensinando umas coisas…
Ela riu, meio sem graça.
— Ainda com essa história?
— Ué, você que deixou a porta aberta. Agora aguenta minha curiosidade.
Me aproximei e fiquei de lado, olhando ela lavar os pratos. Me esforcei pra parecer casual, mas a rola já tava pulsando dentro da bermuda.
— Você lembra da sua primeira vez? Foi boa?
Ela hesitou, depois respondeu:
— Não foi lá essas coisas. Foi com um ex, quando eu tinha 19. Meio desajeitado, meio rápido demais.
— Então… se eu fizer direito, posso fazer melhor que ele?
Ela parou por um segundo, enxugando as mãos devagar.
— Lucas… — disse em tom mais sério. — Isso não é assunto pra gente conversar assim.
— Desculpa — falei, me afastando, com um ar de garoto sem noção. — Só tô tentando entender como agradar uma mulher.
Ela respirou fundo, mais uma vez sem me cortar de vez. Apenas se afastou, mas não me xingou, não foi firme. Ela tava confusa. Intrigada. E o mais importante: não tava me tratando como um irmãozinho idiota. Eu tava virando uma ameaça. Uma tentação.
Naquela noite, fiz de novo: esperei o Diego sair e fui pra sala só de bermuda. Júlia tava vendo um filme romântico, enrolada numa mantinha.
— Posso ver com você?
Ela hesitou, mas assentiu. Sentei perto. O sofá era pequeno. As pernas dela encostaram nas minhas. Esperei um tempo, sem mexer. Só deixando o calor do corpo dela bater no meu.
Depois de um tempo, encostei de leve.
— Tá frio, né?
— Um pouco.
— Se quiser, pode me usar de cobertor — brinquei.
Ela riu e empurrou meu ombro com a mão.
— Bobo…
Mas não se afastou.
O filme era cheio de cenas de sexo. Beijos intensos, roupas sendo arrancadas. E eu deixava meu olhar demorar em cada detalhe, fingindo que era casual. Quando a cena mais quente começou — o cara metendo forte na mulher contra a parede —, me virei pra ela:
— Já fez assim? Contra a parede?
Ela mordeu o lábio, surpresa.
— Lucas…
— Desculpa. É que… fico curioso. Imaginando como deve ser alguém conseguir fazer você perder o controle.
Ela virou o rosto, cruzou as pernas, nervosa. A respiração acelerou. Eu reparei. Ela tava sentindo. O clima tava ali, entre nós.
— Eu… vou subir. Boa noite.
E saiu de novo.
Mas dessa vez, mais apressada. Como quem foge do próprio desejo.
Subi logo depois. Caminhei devagar, em silêncio, até o corredor. A porta do quarto dela estava encostada. Não fechada. Só encostada. A luz fraca da luminária passava pela fresta.
Me aproximei devagar. Quase sem respirar. E olhei.
Ela tava sentada na beira da cama. De costas. Com o celular na mão. Só de calcinha e camiseta. As pernas cruzadas, o cabelo preso num coque frouxo. E o celular tremendo na mão dela.
Eu fiquei ali, parado, observando. Sentindo o sangue ferver. A rola completamente dura dentro da bermuda. Ela mexia no celular, nervosa. Como se estivesse falando com alguém. Ou talvez… vendo algo.
Fiquei alguns minutos ali. O tempo parou. A única coisa que eu conseguia ouvir era minha respiração pesada e o leve som do ventilador do quarto dela.
Voltei pro meu quarto com o coração na boca.
E uma certeza: ela tava balançada.
Eu já tinha armado a base. Agora era hora de cavar mais fundo. Jogar mais sujo. Fazer ela pensar em mim quando estivesse sozinha. Sonhar comigo. Ficar molhada só de lembrar das conversas. E aí, quando ela estivesse pronta… eu faria acontecer.