Lívia estava na cozinha, só de calcinha e uma regatinha branca fina, sem sutiã. Os bicos dos seios desenhavam com perfeição o pano leve, e ela nem se importava. Sabia que o marido ia acordar em breve e que, com aquele visual, o café da manhã dela seria pau e gozada.
Ruiva, pele clara, sardinhas suaves no rosto e um corpo que parecia feito pra provocar. André sempre dizia rindo, com aquela voz grave e quente:
— “Tu é igualzinha àquela ruiva do pornô, a Ella Hughes. Só que mais gostosa... e minha.”
Lívia tinha trabalhado por anos como publicitária numa agência boa, mas tinha sido mandada embora há pouco. Agora, com o seguro-desemprego pingando todo mês, aproveitava pra botar a cabeça no lugar, fazer os serviços de casa e, claro, cuidar do marido. E cuidar do André não era tarefa fácil. Ele era bruto, linha dura, sargento da ROTA, e vivia dizendo que xingar ajudava a aliviar o estresse do dia.
— “Falar um porra, um caralho, logo cedo... limpa a alma, porra!” — dizia ele, rindo sozinho.
E foi com esse jeito escrachado que apareceu na cozinha, ainda com o rosto meio amassado do sono, short pendurado na cintura e o volume no meio das pernas evidente.
— Ô, mulher… cê quer me matar com essa bunda aí de fora logo cedo?
Ela sorriu sem virar, rebolando só de sacanagem.
— Tava preparando o café… — disse, fingindo inocência.
Ele veio por trás, devagar, colando o corpo grande no dela. Segurou sua cintura com força, enfiou o rosto no pescoço dela e cheirou fundo.
— Esquece o café... já acordei com a rola dura e essa tua bundona só me deixa mais excitado.
A mão dele subiu pela barriga dela até os peitos, apertou com firmeza, enquanto a outra puxava devagar a calcinha pra baixo.
— Tu gosta de me provocar, né? Filha da mãe...
Ela riu baixinho, excitada.
— Gosto sim...
Ele a virou de frente, encostou as costas dela na pia e a encarou. A expressão dura deu lugar a um sorriso de canto de boca. Ele meteu a mão na nuca dela e puxou pra um beijo forte, bruto, mas cheio de tesão.
— Vem cá, minha ruiva safada.
O pau dele já latejava, roçando na coxa dela. Ela desceu, se ajoelhou sem que ele precisasse mandar. Olhou pra rola dele com tesão nos olhos e começou a chupar devagar, babando bastante, caprichando no boquete como sabia que ele gostava. Enfiava fundo, lambia o saco, fazia barulho gostoso com a boca.
Ele gemia rouco, segurando nos cabelos dela com firmeza.
— Caralho... assim que eu gosto... chupa tudo, porra...
Só depois de deixar a rola dele toda melada de baba, ela se levantou. Ele puxou seu corpo de volta com força e posicionou, entrando devagar, mas firme, e começou a meteção com gosto.
— Porra… sempre apertadinha… como eu gosto.
Ela mordeu o lábio, segurando no ombro dele. O ritmo era forte, intenso. A cozinha começou a se encher com o som das estocadas, da respiração pesada, do corpo dele colado no dela.
— Vai, amor... assim...
— Isso… rebola pra mim, vai... deixa eu sentir bem essa bucetinha quente.
O jeito era firme, dominador, mas o olhar dele era outro. Um brilho de adoração crua por aquela mulher que o deixava louco.
Quando sentiu que o gozo vinha, apertou a bunda dela com as duas mãos, colando o corpo e gozando com gemidos baixos, com o rosto escondido no pescoço dela.
— Caralho... cê é minha dose de paz nessa porra toda, viu?
Ela sorriu, ainda sem fôlego, encostando a testa na dele.
— E você é meu bruto favorito...
Ele deu um último beijo forte, respirou fundo e soltou:
— Agora sim… bom dia, porra.
Depois daquela transa e já recompostos, tomaram café da manhã e começaram a conversar sobre coisas do dia a dia. Na TV da cozinha, no jornal, estava passando um caso de um policial que acabou reagindo a uma tentativa de assalto e matou os assaltantes. Aí André comentou com a esposa:
— Puta que pariu, dois bandidos a menos no mundo. Não tenho pena desses marginais. Por falar nisso, eu acabei matando um ontem.
Lívia olhou e falou:
— Sério, amor?
— Sim. Tive que matar. Meus parceiros e eu estávamos patrulhando quando, de repente, vimos um homem e uma mulher em atividade suspeita. Quando o cara nos viu, atirou contra a gente. Aí ele decretou a sentença de morte dele. Os detalhes vou poupá-la de saber, mas o infeliz partiu dessa para a melhor ou pior — e riu.
Lívia falou:
— Amor, mas ele poderia não ser um bandido.
André respondeu:
— Estava em atitude suspeita, gritava com a mulher, ela gritava com ele. Ela deu um tapaço na cara do infeliz, que depois ficamos sabendo ser seu namorado. Ele estava armado e discutindo com ela, agarrando o braço dela. A própria mulher disse: “Já foi tarde. Ele me batia, era um namorado horrível. Talvez, se vocês não tivessem aparecido, eu nem estivesse mais aqui.” Essas foram as palavras dela.
— Então agi certo, sim.
Ser policial é viver no limite todos os dias. A qualquer momento, uma situação pode sair do controle, e a gente sabe que ali não tem espaço pra erro. Você pode sair de casa pela manhã e não saber se vai voltar no fim do dia. A violência é constante, o perigo ronda a cada esquina.
No serviço, o corpo fica sempre alerta, o coração dispara com qualquer movimento suspeito. Todo chamado pode ser o último, toda ronda uma armadilha. Tem que estar pronto pra reagir rápido, às vezes com força total, porque do outro lado nem sempre tem gente querendo conversar.
O desgaste mental é enorme. Você vê tanta coisa que o corpo até cansa, mas a cabeça nunca desliga. Vira rotina ouvir tiros, ver brigas, prisões, mortes. É um jogo de vida ou morte. Tem que ser firme, não pode vacilar, porque vacilar é morrer.
Por isso, o policial aprende a endurecer o coração, a agir rápido, a confiar na equipe. O respeito no meio é conquistado com pulso firme e atitude. E a rua não perdoa fraqueza. Quem trabalha ali sabe que cada dia é uma batalha pra voltar vivo para casa.
Dias depois...
Yuri apareceu na portaria do batalhão no horário em que sabia que o irmão estaria de serviço. Estava com uma mochila jogada nas costas, cara inchada, olhar de quem tinha feito merda das grandes. Se identificou ao policial da guarda e disse:
— Preciso falar com o sargento André. Sou irmão dele. É urgente.
O policial o encarou com desconfiança, mas ligou para dentro.
Minutos depois, André surgiu pela lateral do prédio, fardado, com expressão fechada. Cruzou os braços assim que o viu do outro lado do portão.
— Que porra é essa, Yuri? Vir aqui do nada? Isso aqui não é ponto de encontro.
Yuri respirou fundo, envergonhado, sem encará-lo diretamente.
— Me enrolei com uma mulher casada, mano. Treinava numa das academias onde eu dava aula. O marido descobriu. Fez escândalo, foi lá querendo me arrebentar no meio da recepção.
André franziu a testa, impaciente.
— E tu fez o quê?
— Tive que imobilizar o cara, porra! O desgraçado veio babando ódio. Segurei ele no chão. A mulher gritando, funcionário filmando, aluno no meio. Foi um caos. E, claro, fui mandado embora.
André esfregou o rosto com força, visivelmente irritado.
— Cê é um pau no cu mesmo, sabia? Mulher no mundo é o que não falta, Yuri! Tu vai se meter justo com mulher de macho? Quer tomar tiro? Quer morrer?
Yuri tentou aliviar o clima com um sorriso sem graça.
— Porra, irmão... a carne é fraca.
— Fraca é tua cabeça, arrombado. Só pensa com o pau, né?
Ele ficou um momento calado, olhando o irmão de cima abaixo. Depois suspirou fundo.
— Tá, o que você quer agora?
— Queria saber se posso ficar lá na sua casa uns dias. Só até a poeira baixar. O cara tá me caçando, e os donos da rede de academias cortaram meu nome de tudo. Tô na merda.
André olhou para os lados, ciente de que não podia ficar muito ali fora. Massageou a testa, irritado.
— Beleza. Vai lá pra casa. Mas vê se não me faz passar vergonha, Yuri. Eu sou polícia, porra. Não vou acobertar vagabundo.
Yuri assentiu, mais aliviado.
— Tamo junto, irmão. Valeu mesmo.
André virou de costas, sem responder. Antes de entrar de novo no quartel, jogou:
— E some da frente do batalhão. Não quero superior meu vendo essa merda.
Yuri se afastou com um meio sorriso. Sabia que tinha pisado feio, mas ainda tinha um irmão que segurava as pontas.
Yuri chegou até a residência do irmão e foi atendido, é claro, pela bela esposa dele, Lívia. Ela se surpreendeu ao vê-lo ali tão cedo e já foi logo perguntando:
— Você é louco? O que faz aqui a essa hora? Eu autorizei o porteiro a deixar você subir, mas o que deu na sua cabeça, hein? Fala logo, o que você quer?
Lívia estava visivelmente nervosa com a presença do cunhado. Falou, falou e falou, enquanto Yuri apenas a olhava com aquele sorrisinho no rosto. Até que ela não aguentou e disparou:
— Por que está rindo, seu palhaço?
Yuri se aproximou, tocou na bunda dela e apertou com vontade. Ela usava um shortinho branco bem justo e uma camisetinha que deixava à mostra aquele tanquinho sarado. Lívia deu um tapa na mão dele e, séria, perguntou irritada:
— Fala! O que faz aqui?
Yuri entendeu o recado, mas sem cerimônia nenhuma entrou no apartamento, passando por ela como se estivesse em casa. Já do lado de dentro, falou:
— Então... acabei me metendo numa roubada. Tava saindo com uma mulher lá da academia...
Lívia o interrompeu na hora:
— Já sei. Casada. O marido descobriu e foi tirar satisfação?
Yuri arregalou os olhos, surpreso:
— Porra, o meu mano já te ligou pra contar?
— O André não me falou porra nenhuma — respondeu ela, direta. — Eu te conheço, Yuri. Você é viciado em bucetas.
Yuri deu uma risada e respondeu:
— Isso é verdade..., mas você sabe que a sua sempre foi — e sempre vai ser — a minha favorita.
Ele falou isso olhando diretamente para ela. Lívia deu um sorrisinho de canto de boca, sem saber se ria ou se batia nele.
Yuri continuou:
— Bom, foi isso mesmo. Fui até o batalhão pedir ajuda pro meu irmão, pedi pra ficar aqui por uns dias. O corno tá me caçando, e não quis dar mole no meu apartamento. Preferi vir pra casa do meu mano... casca grossa.
— O quê? Como assim? Você vai ficar aqui? — Lívia estava visivelmente tensa com a notícia.
Depois da bomba que Yuri soltou, o silêncio pairou por alguns segundos. Lívia cruzou os braços, ainda parada perto da porta.
— Você é inacreditável, Yuri.
Ele riu, olhando pra ela dos pés à cabeça.
— E você continua deliciosa com esse shortinho aí... sério mesmo que me recebeu assim só por educação?
Ela bufou, revirando os olhos.
— Para com isso. Eu tô em casa! Vai se arrumar, sei lá... vai tomar um banho. O André não tá, mas não é por isso que você pode ficar me enchendo o saco.
Yuri foi até a cozinha, abriu a geladeira como se fosse dono da casa e pegou uma garrafa d’água.
— Relaxa, Lívia. Eu só vim buscar paz... e talvez um pouquinho de vista privilegiada, tipo agora.
Lívia já ia responder, mas ele apontou com o queixo pra bunda dela.
— Dá até gosto olhar. André é um cara de sorte... ou melhor, nós dois somos, né?
Ela se virou rápido, brava.
— Tá maluco, Yuri? Eu sou esposa do seu irmão.
— Exato — ele respondeu, encostando na parede, com aquele sorriso de quem sabe o que tá fazendo. — Irmão que vive mais fora de casa do que dentro. Que sorte a dele, hein?
Lívia virou de costas, caminhou até o balcão da cozinha, sentindo o olhar dele queimando atrás dela. Mesmo contrariada, o coração disparava. Sabia muito bem o que Yuri queria — e pior: ela gostava da atenção.
— Se liga, Yuri. Só tô te avisando: aqui não é zona. Vai se comportar ou cai fora.
Ele se aproximou por trás, sem tocar, mas bem perto. O calor do corpo dele fez um arrepio subir pela espinha dela.
— Zona? Deus me livre. Aqui é santuário... o templo da ruivinha mais gostosa da cidade. E juro que vou respeitar. Só não prometo parar de admirar o milagre da criação bem diante dos meus olhos...
Ela mordeu o lábio inferior, disfarçando. Queria manter a pose, mas aquele desgraçado sabia provocar. Sabia como deixá-la instável. E o pior: fazia isso com um charme maldito.
— Vai pro quarto de hóspedes. E vê se não se mete em mais encrenca. Pelo menos enquanto estiver aqui.
— Prometo ser um anjo, Lívia — ele respondeu, piscando pra ela. — Mas... se quiser pecar um pouquinho... já sabe onde me achar.
Ele saiu, rindo baixo, deixando o cheiro do desodorante masculino misturado com testosterona e tensão sexual no ar.
Lívia apoiou as mãos no balcão e suspirou fundo.
“Porra, isso vai dar merda...”, pensou.
MAS ELA ESTAVA SORRINDO.
Continua...