O rangido no corredor me tirou o sono, porra. A Mariana tava agarrada no meu peito, a respiração leve, os cabelos espalhados no travesseiro e entrando na minha cara. A Grazi, do outro lado, roncava baixo, o corpo quente colado no meu. Eu tava exausto, o sexo com as duas ainda pulsando nas veias, mas a paranoia não deixava a cabeça desligar. Era a tia Sônia? Minha mãe? O que elas tavam tramando? A imagem delas na piscina, sem biquíni, mesmo que de longe e feio desfocada aparecia na minha mente e parecia que eu tava ali com eles. O olhar desconfiado da minha tia na sala martelava a minha mente. E a Larissa, porra, o jeito que ela me olhou na festa, a voz suave me chamando… Eu queria ela, mas e se o Léo tentasse a Mari ou a Grazi? Mano, eu tava louco, o pau meio duro mesmo depois de tudo.
Tentei fechar os olhos, mas o rock clássico ainda ecoava baixo lá fora, misturado com os grilos. Não aguentei. Levantei devagar fazendo o máximo esforço para não acordar as meninas, e vesti a bermuda, sem camiseta mesmo. O quarto tava quente, o cheiro de sexo e perfume doce no ar. Fui pra cozinha, pensando em pegar uma água e desligar o som, e tomei um susto. A tia Sônia estava lá, com uma camisola nada sexy, parecia até velha, mexendo num copo de café, a expressão cansada. Meu coração disparou.
— Não dormiu, Biel? — ela perguntou, a voz rouca, sem me olhar.
— Não, tia, o som do pai tá foda, vim desligar. E você? — murmurei, pegando uma caneca com água, voltando após desligar a caixa, tentando parecer normal.
Ela riu baixo, o café fumegando.
— Esse sítio mexe com a cabeça, né? Traz coisa guardada pra fora… — ela disse, e eu congelei, a caneca na mão. Que porra era essa?
— Tipo o quê? — perguntei, o tom leve, mas o coração na boca.
Ela me olhou, o rosto meio na sombra, como se visse através de mim.
— Vocês são jovens, Biel. Tão vivendo. Só cuidado com julgamentos de quem não entende, tá? Eu já vivi isso… Cuide bem das suas escolhas, mas vivam felizes... — ela disse, a voz calma, mas carregada de tensão.
Caralho, será que ela sabia? Os gemidos abafados no quarto, o rangido da cama… ela ouviu. Minha cabeça girava, o uísque e o cansaço me deixando lento. Ela tava aprovando? Ou era um aviso?
— Como assim, tia? Tu… passou por isso? O que... O que você quer dizer? — perguntei, confuso, o sono pesando.
Ela sorriu, um brilho triste nos olhos.
— Um dia quem sabe você entenda. Vai dormir que tá tarde. Vou tentar dormir também... — ela disse, terminando o café e saindo.
Fiquei parado, a minha caneca na mão quase caindo, a cabeça um caos. Ela sabia do trio, porra. E o que era “já vivi isso”? Não tava raciocinando direito. Voltei pro quarto, deitei novamente entre a Mari e a Grazi, que se mexeram mas não acordaram, mas o sono demorou pra vir. Só a paranoia, o desejo pela Larissa, e o ciúmes do Léo. Dormi meio mal para quem deveria descansar como um anjo depois de tanto álcool e sexo.
***
No dia seguinte o sol tava alto, o calor fritando a pele, o quarto estava já abafado, sai e encontrei a galera junta na piscina. O cheiro de churrasco ainda pairava, umas poucas cervejas geladas no isopor ainda, Larissa comandava o som e o pagodezinho nas caixas de som criava um clima leve com todos.
Eu tava de sunga, na borda da piscina, tentando relaxar, mas a conversa com a Sônia não saía da cabeça, me atropelavam os pensamentos a todo momento. A Mari e a Grazi estavam na água, rindo, os biquínis molhados colando no corpo, eu via Mari mordendo o lábio enquanto jogava água nos outros, a Grazi rindo alto, o cabelo cacheado pingando. Porra, elas eram tudo. Mas aí o Léo e a Larissa chegaram e tiraram minha atenção delas, meu sangue ferveu.
O Léo, com aquele jeito de zoeiro, pulou na piscina, espirrando água, me molhando inteiro e puxou a Mari pra uma brincadeira, tipo luta de galo, com ela nos ombros dele. A Grazi subiu nos ombros da Larissa, e as duas começaram a se empurrar, a água escorrendo, os corpos brilhando no sol. Era pra ser só zoeira saudável entre primos, mas ver a Mari rindo, as mãos do Léo nas coxas dela, me deixou louco. E a Larissa, caralho, ela usava um biquíni verde marcando a curva da bunda, na parte de cima valorizada ainda mais seus seios combinando a cor com seus olhos, a voz suave chamando a Grazi. Eu entrava no limite, eu queria ela, queria puxar ela pra mim, mas e se o Léo tentasse algo com a Mari ou a Grazi? Meu pau tava duro na sunga, eu percebi e logo mergulhei pra disfarçar, enfiei a cabeça debaixo para d’água para tentar abafar meus pensamentos.
A brincadeira acabou, e a gente ficou na conversa, mas eu sentia o clima meio tenso. Mas acho que era só eu que sentia assim. O Léo zoou que eu “parecia distraído” na cachoeira.
— E tu, Léo, tava bem focado, né? — retruquei, o tom seco.
Ele riu, coçando a nuca.
— Relaxa, primo, cada um curte do seu jeito, né? Importante é curtir! — ele disse, com um brilho sacana nos olhos que me deixaram com raiva.
— É, mas saber os limites é importante. — murmurei, olhando firme.
— Limite é foda, Biel. Às vezes, só testando pra saber — ele respondeu, sem recuar e dando alguns passos pra frente.
Caralho, ele tava me provocando? Grazi e Larissa só olhava, a Mari me cutucou, sussurrando:
— Para de graça, amor, é só zoeira — ela disse, a voz rouca, mas eu não tava tranquilo.
Saí da piscina, dizendo que ia ao banheiro, o sangue quente. Ninguém entendeu muito o que estava acontecendo comigo. A Larissa me seguiu com os olhos, o perfume doce dela ainda no ar, tinha notas de morango com baunilha, era ao mesmo tempo viciante e enjoativo, e eu quase voltei e beijei ela na frente de todo mundo, mas me segurei. Mano, eu estava ferrado, querendo minha prima, mas com medo das consequências.
No caminho pro banheiro, passei pela sala, o chão de madeira rangendo baixo. Ouvi vozes abafadas e parei. Era a Sônia e a minha mãe, sentadas no sofá, tomando café e fumando um cigarro, o cheiro forte no ar. Me escondi atrás da porta, tentando não respirar alto.
— Lembra como a gente era na adolescência, Nadi? Sem medo, só vivendo — a Sônia disse, a voz nostálgica.
— É, mas pagamos um preço até hoje, Sô. Não é simples. Mas não me arrependo das nossas escolhas. — minha mãe respondeu, o tom carregado.
— Verdade. Mas eu não me arrependo, você sabe. Só de algumas coisas. Só queria que os meninos sejam mais felizes que a gente, a gente faz tudo por eles. — a Sônia disse, e eu gelei.
Caralho, do que elas tavam falando? Sempre achei que a Sônia e a minha mãe se conheceram quando a Sônia casou com o tio Ricardo, pois Ricardo e Jorge são irmãos. Elas eram amigas de adolescência? E o que escondiam? Minha cabeça girava, a conversa da Sônia na cozinha voltando. Ela dizendo que “já viveu isso”. Porra, eram amantes? Ela tinha uma irmã que eu não conhecia ou outra coisa? Não dava pra ouvir mais, porque o Léo gritou da piscina, puxando a atenção delas que olharam para o lado onde eu estava. Eu corri pro banheiro, o coração na boca, enquanto minha tia e minha mãe perceberam minha presença só quando passei. Mano, esse sítio tava cheio de segredos, e eu estava me afundando neles.
Alguns segredos já ficaram mais claros e eu estava lidando melhor, mas a culpa e os segredos ainda me seguiam para onde eu ia.
***
À tarde, meus pais e tios anunciaram que iam para o centro da cidade, pra um show de pagode de Ano Novo. Chamaram a gente, mas eu, a Mari, a Grazi, o Léo e a Larissa decidimos ficar.
— Tô de boa, pai, quero descansar — menti, enquanto a Mari me cutucava, a voz provocadora.
— Beleza, mas não façam bagunça, hein? — ele disse, rindo, antes de sair com a minha mãe, a Sônia e o Ricardo.
Quando eles saíram, o clima mudou. O Léo tirou um baseado do bolso, rindo.
— Esse é o puro, mano, é a famosa colômbia. — ele disse, acendendo e passando pra Larissa.
A gente riu, tomando o que sobrou do Jack Daniel’s e algumas bebidas que tinham pela casa, vodka, tequila, cachça, todas as garrafas no final, a gente ia misturando as bebidas enquanto o sol ia se pondo no céu laranja. Léo sugeriu um jogo de cartas, mas não era truco.
— Vamos jogar algo mais… interessante — ele disse, com um sorriso sacana, e a Mari riu.
O jogo era um baralho erótico, com desafios que iam de “tire uma peça de roupa” a “faça algo com quem tá à sua direita”. A gente tava na sala, as luzes baixas, o baseado rodando, as bebidas queimando a garganta. Depois do que aconteceu na cachoeira, todos sentiam o tesão crescendo, eu só tinha medo de até onde as coisas iriam chegar.
Eu estava no sofá maior, a Mari do meu lado direito, a Grazi na esquerda, o Léo e a Larissa no outro sofá ao lado. Meu coração batia forte, o ciúme misturado com o desejo, a Larissa com o short curto, meus olhos iam direto para o meio de suas pernas, sua pele brilhando na luz fraca me atraiam como insetos vão em direção a luz.
O primeiro desafio foi leve: a Larissa teve que dançar no colo do Léo. Porra, meu sangue ferveu, vendo ela rebolar, o short marcando a bunda, a respiração dela pesada. O Léo riu, mas não tocou, e a Larissa sentou novamente. Grazi estava respirando forte e me beijou com força após a dança. A Mari foi pro colo do Léo depois, os quadris balançando, e eu engoli seco, o pau duro, mas tentando relaxar. Ela voltou, passando em cima do meu pau, sussurrando:
— Prefiro você, amor — ela disse, a voz rouca, e eu respirei aliviado, mas o ciúme tava lá.
O jogo esquentou, o tesão subindo devagar, mas firme. Body shots vieram: a Larissa chupou tequila do pescoço da Mari, a língua lambendo devagar, e eu tava louco, o pau pulsando. A Grazi chupou do meu peito, e eu segurei um gemido. A Mari lambeu a barriga da Grazi, subindo pros peitos, chupando os bicos, e a Grazi tremeu, a respiração cortada. A Larissa tirou uma carta que tinha que chupar os mamilos de alguém e ela veio na minha direção, eu gemi, não consegui segurar o gemido. Ouvi Mari e Grazi darem uma risada.
Os desafios subiram de nível: sexo oral. A Mari olhou pra mim, mordendo o lábio.
— Posso chupar o Léo, amor? — ela perguntou, a voz baixa.
Caralho, o ciúme queimou, eu não esperava aquilo assim direto, mas a imagem da Larissa na minha cabeça me lambendo, a culpa de querer outra buceta, me fez ceder.
— Vai, mas é rápido — murmurei, o coração disparado.
Ela se ajoelhou, chupando o Léo por uns segundos, e ele gemeu baixo, foi apenas 10 segundos.
A Grazi apertou minha mão, o ciúme nos olhos, e eu beijei ela, um selinho apenas, tentando focar.
Aí a Larissa, sem pedir, e sem novas cartas serem tiradas veio até mim, falou que era a vez dela. Sua boca quente veio direto no meu pau, a língua rodando. Porra, era bom demais, mas a Grazi ficou do meu lado, lambendo meu pescoço, marcando território. Não foi apenas 10 segundos. A Larissa foi e atacou Mari também, abrindo seus shorts, e passando os dedos na buceta dela, e a Mari gemeu, os quadris se mexendo. Ficou claro: a Larissa queria a Mari, talvez mais que eu. Mano, que confusão.
O tesão tava no teto, o ar pesado. O Léo acendeu outro baseado, rindo.
— Vamos continuar, galera, tá foda demais isso aqui. — ele disse, e o pessoal topou.
O desafio caiu na Grazi: beijar o Léo. Ela negou, rindo, e eu respirei aliviado, ela disse que só beijaria as meninas ou a mim. Puxei ela pra mim, marquei ainda mais meu território.
— Sou sua, maninho — ela sussurrou, a boca na minha, aquilo me arrepiou até os pelos das bolas.
Mas aí veio a Mari, ela tirou uma carta para dançar no colo de alguém e ela escolheu o Léo. Como Larissa tinha aberto seus shorts, quando ela levantou, o shorts caíram ela jogou ele pro sofá com uma habilidade incrível. O ciúme doía, porra, mas pensei na Larissa, pensei novamente na minha vontade de comer outra buceta. A chupada da Lari tinha sido incrível, apesar de ter sido curta. Mari não tinha outro pau além do meu, e eu tinha a buceta da minha irmã também além da dela. “Eu tenho que ser justo com ela” – pensei.
Ela dançou no colo de Léo, de frente pra ele, no começo ele se controlou, mas logo vi suas mãos indo para sua cintura, pegando levemente em sua bunda. Olhei para Mari, os olhos dela estavam pegando fogo para mim, ela se virou e beijou o Léo, as línguas se misturando, e eu senti o peito queimar, mas também um calor no pau, vendo minha namorada com ele. A Grazi apertou minha mão, a respiração pesada, e a Larissa sorriu, como se soubesse de tudo que iria acontecer ali. Caralho, esse jogo tava indo longe demais.
O beijo da Mari com o Léo ainda tava queimava minha cabeça, porra. A língua dela dançando com a dele, o gemido baixo que ela soltou, tudo aquilo me acertou como um soco, mas, caralho, meu pau tava mais duro que nunca, isso me entregava que o tesão era gigantesco. A sala estava escura, só a luz fraca da TV jogando sombras, o cheiro da maconha pesando no ar. Mano, esse jogo de cartas tava me levando pro inferno, e eu tava gostando.
A Larissa veio até meu lado, puxando meu rosto, e me beijou com força, no começo eu tentei resistir, mas a língua quente invadindo minha boca, o gosto de álcool e baseado me deixou louco. Ela mordeu meu lábio, a mão apertando minha nuca, e eu gemi baixo, o pau pulsando na bermuda.
— Tua vez, Grazi — ela murmurou, se virando pra ela, os cabelos loiros bagunçados caindo no ombro.
A Grazi riu, balançando a cabeça, a respiração ainda pesada.
— Hoje não, Lari, não tô a fim — ela disse, a voz firme, mas com um tom leve, e se aconchegou no meu peito, marcando território.
A Larissa deu de ombros, rindo.
— Foda-se, sobra mais pra ele.. — ela disse, voltando pra mim, a mão abusada já descendo pro meu pau, apertando por cima da bermuda.
Caralho, essa mina não brincava. Ela se ajoelhou, puxando minha bermuda pra baixo, e engoliu meu pau sem aviso, a boca quente e molhada, eu nem percebi isso acontecer direito, a língua dela rodando na cabeça do meu pau como se fosse um teste pra estrela pornô. Mano, era o melhor boquete da minha vida, juro. A Larissa babava, a saliva escorrendo pelo queixo, os gemidos dela vibrando no meu pau, como se estivesse competindo para ganhar um Oscar da pornografia. Eu estava nas nuvens, segurando de leve o cabelo dela, tentando não gritar.
Enquanto isso, a Mari… porra, a Mari. Olhei pro lado e vi ela ajoelhada na frente do Léo, a boca indo ao pau dele, chupando com vontade, a cabeça subindo e descendo, os gemidos abafados. O Léo tava com a cabeça jogada pra trás, gemendo baixo, as mãos na nuca dela, forçando ela ir mais para baixo. Aquilo me acertou em cheio, como uma facada no peito. Minha namorada chupando meu primo, caralho. O ciúme queimava, mas, meu pau ficou mais duro ainda, pulsando na boca da Larissa. Que merda tava acontecendo comigo?
A Grazi tava do meu lado, os olhos grandes alternava entre olhar Mari e Larissa, a respiração cortada como estivesse ficando sem ar. Eu deslizei a mão por suas coxas, entrando dentro do short dela, pelos lados, sentindo a calcinha molhada, e comecei a masturbar ela, os dedos esfregando o clitóris devagar por cima do tecido, depois mais rápido e tentando enfiar um dedo mesmo com a posição complicada. Ela gemeu, apertando meu braço com força, os quadris se mexendo contra minha mão.
— Biel… caralho — ela sussurrou, a voz tremendo, e mordeu o lábio, tentando abafar o gemido.
Eu estava louco. A Larissa chupando meu pau como uma profissional, a Grazi gemendo na minha mão, e a Mari… porra, a Mari chupando o Léo, o som molhado da boca dela ecoando na sala. O ciúme tava lá, mas o tesão falava mais alto, e eu tava a um passo de explodir. A Larissa lambeu meu pau todo, descendo pras bolas, colocando ambas na boca e chupando com uma fome que me fazia ver estrelas. A Grazi gozou na minha mão, o corpo tremendo, os gemidos abafados contra meu pescoço, e eu quase gozei ali, ia fazer uma bagunça tremenda, mas me segurei, porra, eu queria mais.
A Mari olhou para mim por um segundo, a boca ainda cheia de saliva que se misturava com o pau do Léo, e nossos olhos se cruzaram. Tinha um brilho ali, uma mistura de tesão e desafio, como se ela soubesse o que fazendo com minha cabeça. Eu queria gritar, puxar ela pra mim, mas a Larissa acelerou, a boca apertando meu pau, e eu perdi o foco, gemendo baixo, eu estava quase gozando. O Léo tava gemendo também, a mão na cabeça da Mari, e o ar tava pesado, o cheiro de sexo e maconha tomando conta.
As coisas estavam esquentando mais, o jogo de cartas esquecido no chão, íamos explodir a qualquer momento e gozar. E eu estava pronto pra puxar a Larissa pro sofá quando um barulho cortou tudo. Caralho, o som de pneus no cascalho, vozes do lado de fora. Os pais. Porra, nossos pais estavam voltando.
— Merda, eles tão aqui! — o Léo gritou, puxando a bermuda pra cima, a voz cheia de pânico.
A Mari levantou rápido, limpando a boca, os cabelos bagunçados e procurando seus shorts. A Larissa riu, como se achasse graça, mas também correu pra se ajeitar e limpar o excesso de saliva que tinha em volta da sua boca. A Grazi puxou o top que estava quase caindo, tremendo, e eu subi a bermuda, o pau ainda duro, o coração na boca.
O cheiro de maconha e sexo tava forte pra caralho, impossível disfarçar. Alguém abriu a janela, o ar fresco entrando, mas não adiantava muito. O Léo mudou o canal da TV num programa aleatório, um reality show idiota, e a gente se jogou nos sofás, tentando parecer normal, mas todo mundo tava com o cu na mão.
A porta abriu, e a tia Sônia entrou, o rosto fechado, reclamando alto com o tio Ricardo.
— Tô te falando, Ricardo, você sempre estraga tudo, sempre acaba insistindo na mesma merda! Fala que vai mudar e não muda... — ela disse, jogando a bolsa no canto do sofá quase acertando a Grazi.
— Calma, Sô, a gente pode conversar direito? — o Ricardo respondeu, coçando a barba, mas parecia tenso.
Minha mãe e meu pai entraram atrás, a mãe com cara estranha, os olhos meio avermelhados, o pai rindo de algo, mas parecia mais um riso de nervoso. Ninguém olhou diretamente para a gente, mas eu sentia o peso no ar. O cheiro de baseado estava lá, algumas cartas ainda estavam jogadas pelo chão e eu estava pronto para receber a maior bronca da minha vida. Porra, eles iam perceber. A Mari tava com o cabelo meio bagunçado, a Grazi olhando pro chão, a Larissa fingindo prestar atenção na TV, e o Léo, caralho, o Léo tava com um sorriso de quem não tá nem aí. Eu tava suando frio, o coração disparado, esperando o pior.
— Tão acordados ainda? — minha mãe perguntou, a voz meio desconfiada, olhando a sala.
— É, mãe, só vendo um negócio na TV, vendo a vida alheia... — menti, a voz falhando, apontando pro reality que ninguém na verdade assistia.
A Sônia parou, o nariz franzindo, como se sentisse o cheiro. Ela olhou para a gente, os olhos estreitos, e eu gelei, pensando que a merda estava feita.
— Hum… tá tarde, vão dormir — ela disse, o tom seco, e virou pra cozinha com o Ricardo.
Minha mãe e meu pai foram pro quarto deles, sem dizer mais nada, e a gente ficou em silêncio, o coração na boca. Caralho, será que eles sabiam? O cheiro, as roupas tortas, a tensão no ar… porra, me sentia no fio da navalha. A Mari riu baixo, quebrando o silêncio.
— Relaxa, Biel, é Vegas — ela sussurrou, piscando, mas eu não tava rindo.
A Mari pegou minha mão, a respiração ainda pesada, e a Grazi se encostou em mim, o corpo tremendo. O Léo apagou o baseado no cinzeiro, escondendo-o, olhando pra porta, como se esperasse a Sônia voltar. Mano, a gente escapou por pouco.