A casa ainda estava envolta em um silêncio sereno, mas meu corpo vibrava com o calor residual da noite intensa com Helena. Decidi surpreendê-la com um café da manhã especial, o aroma de café fresco, pão quentinho tostado e um toque de mel sobre frutas frescas começou a preencher a cozinha. Arrumei a mesa com cuidado, colocando xícaras delicadas e um pequeno vaso com flores do jardim, um detalhe que carregava meu desejo ardente por ela.
O som leve de passos nas escadas fez meu coração disparar. Helena entrou na cozinha, e o ar pareceu crepitar com sua presença. Seus cabelos castanhos caíam em ondas sensuais sobre os ombros, ainda brilhando com a paixão da noite anterior, e a camisola de seda branca que vestia era quase transparente, revelando as curvas de seus seios fartos e as coxas bronzeadas que mal cobria. Seus olhos, carregados de um desejo mal contido, encontraram os meus, e um sorriso provocador curvou seus lábios vermelhos. Ela caminhou lentamente, o tecido da camisola roçando sua pele como uma carícia, e parou a poucos centímetros de mim, o calor de seu corpo me envolvendo como uma promessa.
“Cauã…” sussurrou, a voz rouca e carregada de luxúria, seus dedos deslizando pelo meu peito, as unhas roçando a camiseta com uma provocação deliberada. “Você acordou cedo só pra me seduzir com esse café?” perguntou, os olhos percorrendo a mesa antes de voltarem a mim, brilhando com uma mistura de tesão e amor. Antes que eu pudesse responder, ela se pressionou contra mim, os seios roçando meu torso, e seus lábios capturaram os meus em um beijo faminto, a língua invadindo minha boca com uma urgência que reacendeu o fogo da noite. “Você me deixa louca… ainda sinto você em mim,” murmurou contra meus lábios, a mão descendo perigosamente até a borda da minha calça, os dedos brincando com o cós.
“Mãe…” gemi baixo, minha voz rouca de desejo, enquanto agarrava sua cintura, puxando-a contra mim, sentindo a ereção pulsar contra seu corpo. “Quero te devorar agora mesmo, te fazer gemer como ontem… cada toque seu tá queimando na minha pele.” Meus lábios desceram por seu pescoço, chupando a pele sensível, e ela arqueou o corpo, um gemido baixo escapando enquanto se esfregava contra mim. “Então faz, meu amor… me pega aqui, na bancada, me fode até eu gritar seu nome,” sussurrou, a voz tremendo de excitação, suas mãos agora dentro da minha camiseta, arranhando meu peito enquanto me puxava para mais perto.
Levantei-a com facilidade, sentando-a na borda da bancada, e minhas mãos deslizaram por suas coxas, abrindo-as enquanto o tecido da camisola subia, revelando a calcinha de renda preta por baixo. “Você é tão gostosa… vou te chupar até você implorar,” provoquei, meus dedos roçando a renda úmida, sentindo o calor de sua buceta pulsar contra mim. Ela agarrou meus cabelos, puxando-me para um beijo feroz, as pernas envolvendo minha cintura. “Quero seu pau dentro de mim, Cauã… agora… me faz gozar como só você sabe,” gemeu, a mão descendo para abrir minha calça, os dedos envolvendo meu pau com firmeza, arrancando um grunhido profundo.
Eu estava prestes a arrancar sua calcinha, meus lábios já descendo para sua clavícula, quando o som de passos rápidos nos fez congelar. Safira apareceu na entrada da cozinha, esfregando os olhos, vestindo uma camiseta larga. “Bom dia…” murmurou, alheia ao calor que ainda pairava entre nós. Helena deslizou da bancada com um sorriso travesso, ajeitando a camisola, e eu me virei, tentando disfarçar a ereção evidente, o coração ainda disparado. Bom dia Safira.
Sentamo-nos para o café, o aroma das frutas e do café tentando acalmar a tensão, quando o telefone de Safira tocou. Era Júlia, e após uma breve conversa, Safira assentiu, um brilho de esperança nos olhos. “Ela me convidou pra sair hoje. Acho que vai ser bom pra gente conversar e tentar consertar as coisas,” disse, o tom otimista.
Aproveitei e me virei para Helena, segurando sua mão. “Mãe… que tal a gente sair também? Quero te levar pra um jantar romântico hoje à noite. Um restaurante chique, daqueles a rigor. Só nós dois,” propus, minha voz ainda carregada do desejo interrompido. Seus olhos faiscaram, e ela assentiu com um sorriso sedutor. “Adoraria, Cauã,” respondeu, apertando minha mão com uma promessa silenciosa.
Deixei-a com um beijo rápido e segui para o trabalho, a mente girando com os planos para a noite. Após o expediente, cheguei em casa e fui tomar banho, a água quente relaxando meus músculos. Escolhi um terno preto impecável, que se moldava ao meu porte atlético, destacando os ombros largos e a cintura definida. A camisa branca contrastava com a gravata azul-escura, e os sapatos polidos completavam o visual. Sentei-me na sala, mexendo no celular, a excitação crescendo enquanto aguardava Helena.
Quando ela desceu as escadas, o fôlego me escapou. Vestia um vestido longo de veludo vermelho, o tecido abraçando suas curvas, com um decote profundo que revelava o colo e uma fenda lateral que expunha sua coxa a cada passo. O vestido capturava a luz, e seus cabelos castanhos caíam em ondas perfeitas, como seda. Brincos de diamante pendentes dançavam, e um colar delicado guiava o olhar até o vale entre seus seios. Seus lábios, pintados de vermelho intenso, formaram um sorriso sedutor, e o perfume floral era inebriante. “Gostou, meu amor?” perguntou, estendendo a mão, e eu assenti, cativado. Levantei-me, aproximando-me dela, e deixei meus olhos percorrerem cada centímetro de seu corpo antes de falar, a voz baixa e carregada de segundas intenções: “Helena, você tá tão gostosa nesse vestido… parece feito pra eu arrancar com os dentes mais tarde, te deixar nua e te fazer gemer até perder a voz.” Ela riu, um som sensual, e seus olhos brilharam com desejo enquanto apertava minha mão. “Cuidado, Cauã… ou não chegamos ao restaurante,” retrucou, a voz provocadora.
No restaurante, a atmosfera era elegante, com luzes suaves refletindo nos talheres e copos de cristal. Sentamo-nos em uma mesa reservada, cercada por cortinas, e a conversa fluiu com profundidade. Ergui minha taça. “A você, mãe… por ser o farol que ilumina meus dias escuros, por me ensinar o que é amar com todo o coração,” disse, a voz embargada. Ela sorriu, uma lágrima caindo enquanto erguia sua taça. “E a você, filho… por transformar minhas cicatrizes em estrelas, por me mostrar que o amor é maior que qualquer medo,” respondeu, a voz trêmula de emoção. Nossos copos tilintaram, selando um juramento.
Apertei sua mão. “Mãe… vejo você em cada momento da minha vida. Você me segurou quando caí, me ensinou a sonhar… e agora, sinto que tudo foi pra te encontrar assim. Acredita que o destino nos escolheu?” perguntei, lágrimas nos olhos. Ela apertou minha mão, os olhos brilhando. “Acredito, meu amor. Cada dor, cada sorriso, cada noite que te abracei… tudo nos trouxe aqui. Você é mais que meu filho, Cauã… é a parte de mim que sempre faltou.”
O silêncio nos envolveu, a música um eco distante. Enxuguei sua lágrima, e ela riu docemente. “Você é minha fortaleza, Cauã. Quando o mundo desabava, seu olhar me dava coragem. Agora, sinto que posso sonhar contigo,” confessou. Beijei seus dedos.
Então, segurei suas mãos sobre a mesa, olhando fundo em seus olhos. “Mãe… achei uma casa à venda. É num condomínio perto da empresa onde trabalho, com piscina, jardim… tudo o que a gente poderia querer. Que tal a gente ir lá ver? Quem sabe começar uma vida juntos, como marido e mulher?” Minha voz tremia de emoção, e o brilho nos olhos dela era como uma constelação se acendendo. “Cauã… isso seria um sonho,” respondeu, as lágrimas se formando enquanto apertava minhas mãos. “Quero muito ver essa casa com você.”
Então mãe, eu já combinei com a imobiliária para visitarmos amanhã à tarde essa casa. Vamos ver cada canto, imaginar nós dois rindo, vivendo juntos. Você topa, meu amor?” perguntei, segurando suas mãos com firmeza. “Tenho certeza, Cauã. Vamos ver essa casa, planejar cada detalhe nosso… viver como marido e mulher. Topo esse salto com você,” respondeu Helena com emoção “Então é um encontro, Cauã. Eu disse: Quero esse futuro com você, mais que tudo, selando com um beijo suave que parecia carregar a promessa de uma vida inteira.
O garçom trouxe o vinho, e a atmosfera mudou, carregando-se de eletricidade. Helena inclinou-se, o decote escorregando, e sussurrou: “Pensando nessa casa… me vejo na piscina à noite, o corpo molhado contra o seu, sem roupa, só a lua vendo.” Seus dedos roçaram minha mão, subindo pelo braço. “Te agarro na água quente, Helena… te beijo até você implorar,” retruquei, rouco. Ela mordeu o lábio. “Implorar? Te prendo na borda e desço com a boca, te provando até você gemer,” provocou, me deixando duro. “Te tiro da água, te jogo na grama e te fodo até gritar pro condomínio,” respondi. “Promete?” sussurrou, rindo sedutoramente.
Deixamos o restaurante, o desejo pulsando, e no carro, a estrada menos movimentada intensificou o clima. Minha mão deslizou para sua coxa, roçando a pele, e ela suspirou. “Cauã… não, para?” sussurrou, a mão no meu pau, apertando. Gemi. “Vou te chupar em casa,” disse, meus dedos na calcinha úmida, roçando o clitóris. “Quero te montar até implorar,” gemeu, esfregando-me. “Diz como quer,” provoquei, deslizando um dedo. “Por trás, com força, suas mãos na bunda,” sussurrou, acelerando. “Te chupo até tremer,” retruquei. “Quero sua língua agora,” pediu, gemendo. “Te pego contra a parede em casa,” prometi, o carro vibrando com nossa tensão.
O carro mal parou na garagem, e o desejo que havia crescido na estrada já era uma força incontrolável, pulsando em cada fibra de nossos corpos. Assim que desliguei o motor, nossos olhares se encontraram, os dela faiscando com uma mistura de urgência e luxúria que me fez perder qualquer resquício de autocontrole. Ela se inclinou sobre o console, seus lábios colidindo com os meus em um beijo feroz, a língua invadindo minha boca com uma fome que me incendiou. Minhas mãos agarraram sua cintura, puxando-a contra mim, e senti seus seios pressionando meu peito através do vestido de veludo vermelho, o tecido escorregando enquanto ela se esfregava em mim, seus quadris buscando fricção contra minha ereção já dolorida na calça do terno.
“Porra, Helena… não aguento mais,” rosnei contra seus lábios, minha mão subindo pela fenda do vestido, rasgando a renda da calcinha com um puxão rápido, expondo a pele quente e úmida de sua buceta. Ela gemeu alto, mordendo meu lábio inferior, as unhas cravando em meus ombros. “Então me fode agora, Cauã… não quero esperar,” sussurrou, a voz rouca de tesão, enquanto sua mão abria o zíper da minha calça, libertando meu pau duro e latejante, os dedos apertando com uma possessividade que me fez grunhir.
Tropeçamos para fora do carro, ainda agarrados, os beijos desesperados, as mãos explorando cada curva e linha. Empurrei-a contra a parede da garagem, levantando o vestido até a cintura, e minhas mãos agarraram sua bunda, apertando a carne firme enquanto ela gemia contra minha boca, as pernas envolvendo minha cintura. “Quero você agora… aqui,” implorou, e eu quase cedi, mas a ideia de espaço nos levou a cambalear até a porta que dava para a sala. Ao entrar, a casa estava silenciosa, a ausência de Safira nos dando a liberdade que precisávamos. O olhar de Helena era puro fogo, e ela me puxou para a sala, os saltos ecoando no chão enquanto o vestido escorregava, revelando mais de sua pele bronzeada.
Sem perder tempo, joguei-a no sofá da sala, o impacto fazendo-a rir, um som sensual que me deixou ainda mais louco. “Você é minha, Helena,” rosnei, ajoelhando-me entre suas pernas, rasgando o resto da calcinha e expondo sua buceta rosada, brilhando de umidade. O cheiro de sua excitação me envolveu, e mergulhei com a boca, minha língua lambendo o clitóris com firmeza, chupando levemente enquanto ela arqueava as costas, um grito abafado escapando. “Cauã… meu Deus, isso… não para!” gemeu, as mãos agarrando meus cabelos, puxando com força enquanto seus quadris se moviam contra minha boca. Alternei entre lambidas longas e chupadas rápidas, meus dedos abrindo os lábios de sua buceta para explorar cada centímetro, sentindo-a pulsar contra minha língua. Enfiei dois dedos dentro dela, movendo-os rápido, curvando-os para acertar o ponto que a fazia tremer, e ela gritou, o som ecoando pela sala vazia. “Tô tão perto… me faz gozar, por favor!” implorou, e aumentei o ritmo, chupando seu clitóris com mais força até que seu corpo convulsionou, as pernas tremendo ao redor da minha cabeça, a umidade escorrendo enquanto ela gozava, gritando meu nome em êxtase.
Levantei-me, os lábios ainda molhados do seu prazer, e ela me puxou para um beijo selvagem, provando a si mesma na minha boca. “Quero te chupar agora,” sussurrou, os olhos semicerrados de desejo, e me empurrou para trás, fazendo-me sentar no sofá. Ela se ajoelhou entre minhas pernas, o vestido agora amontoado na cintura, os seios quase escapando do decote. Seus dedos abriram minha calça completamente, puxando-a para baixo junto com a cueca, e meu pau saltou livre, duro e latejando. Helena lambeu os lábios, um sorriso predador surgindo, e passou a língua lentamente pela ponta, coletando o pré-gozo antes de envolver a cabeça com a boca quente, chupando com uma pressão que me fez jogar a cabeça para trás, um gemido gutural escapando. “Porra, Helena… você é perfeita,” grunhi, enquanto ela descia mais, engolindo meu pau até a base, a garganta apertando enquanto sua língua girava, os olhos fixos nos meus, cheios de prazer e poder. Suas mãos massageavam minhas bolas, os dedos brincando com a pele sensível, e ela alternava entre chupadas profundas e lambidas longas, me levando à beira do orgasmo antes de desacelerar, prolongando a tortura.
“Quero você dentro de mim… agora,” disse, levantando-se, a voz rouca de urgência. Ela subiu no meu colo, o vestido puxado para cima, e guiou meu pau para sua buceta, descendo lentamente, centímetro por centímetro, até me engolir completamente. Ambos gememos alto, o calor apertado dela me envolvendo como um vício. “Você é tão grande… me preenche tanto,” gemeu, começando a cavalgar, os quadris girando em um ritmo selvagem, os seios balançando sob o vestido. Agarrei sua bunda, ajudando-a a se mover, cada estocada arrancando gritos dela e grunhidos meus, o som da pele contra a pele enchendo a sala. Puxei o decote do vestido para baixo, libertando seus seios, e chupei um mamilo endurecido, mordiscando levemente enquanto ela cavalgava com mais força, as unhas cravando em meus ombros.
“Me fode de quatro, Cauã… quero sentir você fundo,” implorou, e a virei rapidamente, posicionando-a no sofá com a bunda empinada, a visão de sua pele bronzeada e a marquinha de biquíni me deixando louco. Agarrei seus quadris, penetrando-a com uma estocada profunda, e ela gritou, o corpo tremendo enquanto eu começava a foder com força, cada movimento mais bruto, o som dos nossos corpos colidindo misturando-se aos seus gemidos. “Isso… mais forte… me faz tua!” gritava, empurrando os quadris contra mim, e minha mão deslizou para frente, esfregando seu clitóris em círculos rápidos, sentindo-a apertar meu pau em espasmos. “Tô gozando, Cauã!” berrou, o corpo convulsionando, a buceta pulsando enquanto o orgasmo a tomava, a umidade escorrendo pelas coxas.
O prazer dela me levou ao limite, e com mais algumas estocadas profundas, gozei dentro dela, jatos quentes explodindo enquanto grunhia seu nome, o êxtase nos consumindo. Colapsamos no sofá, suados e ofegantes, os corpos entrelaçados, o vestido dela agora uma bagunça gloriosa. Ela se aninhou contra meu peito, rindo baixinho, a respiração ainda irregular. “Meu Deus, Cauã… isso foi… selvagem,” sussurrou, beijando meu pescoço.
O silêncio da casa era preenchido apenas pelo som de nossas respirações, até que o ruído inconfundível de um carro parando em frente à casa quebrou o momento. Meu coração disparou. “Deve ser a Safira,” sussurrei, trocando um olhar urgente com Helena. Rapidamente, nos recompusemos: ela ajeitou o vestido, alisando o tecido para disfarçar as marcas da nossa entrega, enquanto eu abotoei a camisa e puxei a calça, jogando a calcinha rasgada de Helena para trás do sofá. Sentamo-nos abraçados, tentando parecer o mais naturais possível, como se nada tivesse acontecido, embora o calor de nossos corpos ainda traísse a intensidade de minutos antes.
A porta da frente se abriu, e Safira entrou, sua presença imediatamente chamando atenção. Ela estava sensual, vestindo um vestido justo de couro preto que abraçava suas curvas suaves, moldadas pela terapia hormonal, com sandálias de salto alto que alongavam suas pernas. O cabelo loiro caía em ondas soltas, e a maquiagem destacava seus traços delicados, mas o semblante abatido em seu rosto era impossível de ignorar. Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam opacos, e seus ombros pareciam carregar um peso invisível. Helena e eu nos endireitamos, o instinto protetor falando mais alto.
“Safira, o que aconteceu?” perguntou Helena, a voz suave, mas carregada de preocupação, enquanto apertava minha mão, ainda sentindo o calor do nosso momento. Eu me inclinei para frente, franzindo a testa. “É, mana… tá tudo bem? Você parece chateada.”
Safira suspirou profundamente, jogando a bolsa no canto da sala antes de se sentar na poltrona à nossa frente, cruzando as pernas com um movimento lento. “Não tá tudo bem, não,” começou, a voz trêmula, os olhos marejando. “Eu fui encontrar a Júlia no shopping, achei que a gente podia conversar, resolver as coisas… mas ela me humilhou, Cauã, mãe. Me senti tão pequena.”
Helena se inclinou, o olhar cheio de empatia. “Como assim, querida? Conta tudo, por favor. O que ela fez?” Sua voz era um misto de ternura e indignação, e eu assenti, encorajando Safira. “É, mana, desembucha. O que a Júlia aprontou dessa vez?”
Safira respirou fundo, as mãos nervosas brincando com a barra do vestido. “A gente tava sentada na praça de alimentação, conversando, até que o Rafa apareceu. Lembra dele, Cauã? O cara que deu aquela festa à fantasia meses atrás, onde a gente foi?” Eu assenti, recordando a noite em que Safira, ainda explorando sua identidade, havia brilhado. “Sim, claro. O anfitrião. Ele apareceu do nada?”
“Exato,” continuou Safira, a voz ganhando um tom de frustração. “Ele veio, todo sorridente, nos cumprimentou. Disse que eu tava muito bonita, que o look tava incrível. Eu fiquei lisonjeada, sabe? Mas aí a Júlia… ela deu uma risada debochada, tipo, com um tom cruel. E falou pro Rafa, na frente de todo mundo ali por perto: ‘Sabe, Rafa, essa é a Safira, mas antes ela era o Ícaro. Ela te enganou naquela festa, quando você beijou ela pensando que era uma garota.’”
Helena soltou um suspiro chocado, a mão cobrindo a boca. “Meu Deus, Safira… que coisa horrível. Ela disse isso assim, na frente dele?” Eu senti a raiva subir, apertando o braço de Helena sem perceber. “Que filha da puta, Safira. Isso foi baixo até pra ela. E o Rafa, o que disse?”
Safira enxugou uma lágrima que escorreu, tentando manter a compostura. “Ele foi… surpreendente, na verdade. Ele olhou pra Júlia, meio confuso, e depois pra mim, com um sorriso tranquilo. Disse que já sabia, que alguém tinha comentado alguns meses depois da festa, mas que não se importava. Falou que achou que eu tava incrível naquela noite e que ainda acha agora. Fiquei sem reação, mas a Júlia… ela ficou furiosa, como se a resposta dele tivesse estragado o plano dela de me humilhar.”
“Que cara decente,” comentei, aliviado, mas ainda irritado com Júlia. “E o que mais rolou? Porque, pelo seu rosto, parece que tem mais.” Helena assentiu, estendendo a mão para tocar o joelho de Safira. “É, filha, conta tudo. Estamos aqui com você.”
Safira fungou, os olhos baixos por um momento antes de continuar. “O Rafa foi super gentil. Ele nos chamou pra uma nova festa na casa dele, no próximo sábado. Inclusive te chamou, Cauã, e disse que, se você tiver companhia, pode levar.” Ela olhou para nós, um leve sorriso tentando surgir, mas logo desmoronou. “Mas o que me machucou foi a atitude da Júlia. Depois que o Rafa foi embora, ela continuou com comentários sarcásticos, tipo ‘nossa, Safira, parece que você é a rainha da festa agora, né?’. Cada palavra era como uma facada, como se ela quisesse me fazer sentir que não mereço ser quem sou. Tentei ignorar, mas… doeu muito.”
Helena se levantou, indo até Safira e envolvendo-a em um abraço apertado. “Minha querida, você não merece isso. Você é linda, forte, e ser quem você é não é uma fraqueza, é uma coragem que poucas pessoas têm. A Júlia tá errada, e o que ela fez foi cruel.” Sua voz tremia de emoção, e eu senti o mesmo aperto no peito, levantando-me para ficar ao lado delas.
“Safira, olha pra mim,” disse, a voz firme, mas cheia de carinho. “Você é incrível, mana. O que a Júlia fez foi tentar te diminuir porque ela não aguenta ver você brilhando. O Rafa te elogiou porque viu quem você é de verdade, e isso é o que importa. Ela não tem o direito de te fazer sentir menos por ser autêntica.”
Safira assentiu, as lágrimas caindo enquanto abraçava Helena de volta, depois olhando para mim com gratidão. “Obrigada, Cauã, mãe… eu só… eu queria que ela me aceitasse, sabe? Pensei que a gente podia consertar as coisas, mas agora não sei mais.”
Helena acariciou o cabelo de Safira, a voz suave mas determinada. “Você não precisa da aprovação dela, filha. Você tem a nós, e vamos estar sempre do seu lado. Se a Júlia não consegue respeitar quem você é, talvez seja hora de você pensar no que te faz bem. Você merece alguém que te valorize, não que te machuque.”
Eu assenti, sentando-me ao lado de Safira e colocando a mão em seu ombro. “Exato. E essa festa do Rafa… acho que pode ser uma chance de você se divertir, mostrar quem você é sem medo. Se quiser, eu vou com você, e a mãe também, né?” Olhei para Helena, que sorriu, concordando. “Claro, querida. Vamos juntos, e você vai arrasar, como sempre.”
Safira conseguiu dar um pequeno sorriso, enxugando as lágrimas. “Vocês são demais… tá bom, eu vou pensar na festa. E obrigada, de verdade. Só de contar pra vocês, já me sinto um pouco mais leve.”
Helena beijou a testa de Safira, e eu apertei sua mão. “Sempre que precisar, mana. Agora, que tal a gente fazer um chá ou algo assim? Relaxar um pouco?” sugeri, tentando trazer um pouco de leveza. Safira riu baixinho, assentindo. “Chá parece ótimo.”
Enquanto nos levantávamos para ir à cozinha, Helena e eu trocamos um olhar cúmplice, o calor do nosso momento anterior ainda latente, mas agora misturado com a determinação de apoiar Safira. A casa, que minutos antes havia sido palco de nossa entrega apaixonada, agora se tornava um refúgio de apoio familiar, mas a promessa silenciosa entre nós permanecia, esperando o próximo momento em que poderíamos nos perder um no outro.
O aroma suave do chá de camomila preenchia a cozinha, misturando-se ao calor reconfortante da nossa presença enquanto nos sentávamos ao redor da mesa. Safira segurava a xícara com as duas mãos, o vapor subindo em espirais delicadas, e embora o peso de sua conversa com Júlia ainda estivesse em seus olhos, a tensão parecia começar a se dissipar com o apoio que Helena e eu oferecíamos. Helena, ainda com o vestido de veludo vermelho um pouco amarrotado dos nossos momentos intensos na sala, mantinha uma expressão de ternura, mas com um brilho curioso nos olhos. Eu, com a camisa do terno parcialmente desabotoada, tomava meu chá em silêncio, observando a dinâmica entre elas, a memória da festa à fantasia meses atrás agora voltando com uma clareza vívida.
Helena inclinou-se ligeiramente, a voz suave e acolhedora, mas com um toque de interesse genuíno. “Safira, me conta… como foi ver o Rafa de novo hoje? Quer dizer, na festa à fantasia, meses atrás, eu vi vocês dois juntos, e… sei lá, parecia que tinha algo especial ali.”
Safira ergueu os olhos da xícara, surpresa, um leve rubor surgindo em suas bochechas. “Como assim, mãe?” perguntou, a voz hesitante, quase defensiva, enquanto mexia o chá com a colher, evitando nosso olhar. Seus dedos tamborilavam nervosamente na xícara, e percebi que ela estava tentando processar a pergunta.
Helena sorriu, um sorriso maternal, mas com uma pitada de cumplicidade. “Ora, filha, não se faz de desentendida. Naquela festa, eu vi vocês se beijando na pista de dança. Tinha uma química ali, uma energia… não sei, parecia que vocês estavam conectados. E hoje, pelo que você contou, ele te defendeu da Júlia. Quis saber como você se sentiu vendo ele de novo.”
Safira suspirou profundamente, o som carregado de uma mistura de nostalgia e vulnerabilidade. Ela colocou a xícara na mesa, os olhos fixos em um ponto distante, como se revisse memórias que guardava a sete chaves. “É… mexeu comigo, sim,” admitiu, a voz baixa, quase um sussurro. “Eu nunca contei isso pra ninguém, tá? Mãe… o Rafa… ele foi mais que um beijo naquela festa, ele foi meu primeiro e único homem.”
Eu me mexi na cadeira, a lembrança daquela noite agora mais nítida. Eu tinha ido procurar Safira na festa, preocupado com ela, e acabei vendo mais do que pretendia. A porta da sala estava entreaberta, e lá estavam eles, Safira e Rafa, perdidos um no outro, os corpos entrelaçados no sofá, os gemidos abafados dela ecoando no espaço. Na época, fiquei chocado, mas guardei o segredo, sabendo que era um momento íntimo dela. Agora, ouvindo-a falar, senti uma mistura de proteção e respeito. “Safira… eu… eu vi vocês naquela noite,” confessei, minha voz baixa, um pouco hesitante. “Não quis invadir, mas tava preocupado e… vi que tinha algo especial ali. Nunca falei nada, mas agora que você tá contando, acho que foi importante pra você.”
Safira arregalou os olhos, surpresa, o rosto ficando vermelho. “Você… viu? Meu Deus, Cauã, que vergonha!” exclamou, cobrindo o rosto com as mãos, mas logo riu, um som nervoso. Helena também riu, surpresa, mas com um toque de compreensão. “Nossa, Safira, e você guardou isso tudo? E você, Cauã, nunca disse nada?” perguntou Helena, olhando para mim com uma mistura de curiosidade e divertimento.
“Pois é, mãe, achei que não era minha história pra contar,” respondi, dando de ombros, mas com um sorriso de apoio para Safira. “Mas, mana, pelo que você tá dizendo, e pelo que eu vi, o Rafa mexeu mesmo com você. Como foi hoje, quando ele te defendeu?”
Safira respirou fundo, ainda um pouco envergonhada, mas continuou, a voz ganhando firmeza. “Hoje, quando ele apareceu no shopping, foi… inesperado. Ele me elogiou, disse que eu tava linda, e quando a Júlia tentou me humilhar, falando que eu era o Ícaro e que tinha enganado ele na festa, o Rafa foi incrível. Ele olhou pra ela, super tranquilo, e disse que já sabia, que alguém tinha contado pra ele, mas que não se importava. Falou que me achou incrível naquela noite e que ainda acha agora. Fiquei sem palavras, sabe? E ao mesmo tempo, senti aquele mesmo frio na barriga da festa, como se ele ainda visse a Safira que eu era naquele momento.”
Helena, agora com um brilho de curiosidade ainda mais evidente, inclinou-se mais, a voz carregada de interesse. “Safira… espera aí. Você disse que se entregou ao Rafa naquela noite. Como ele não descobriu? Quer dizer, vocês estavam tão íntimos assim, e ele não percebeu nada?”
Safira corou intensamente, mas um sorriso travesso surgiu em seus lábios, como se a lembrança a divertisse. “Bom, mãe… digamos que eu fui bem esperta. Deixei tudo bem escondidinho na calcinha, sabe? Usei um truque que aprendi, e a roupa da festa ajudou. Ele tava tão… envolvido, que acho que ele não percebeu nada.” Ela riu, um som leve e contagiante, e olhou para nós, esperando nossa reação.
Eu não consegui segurar a risada, o som ecoando pela cozinha, e Helena caiu na gargalhada, cobrindo a boca como se tentasse manter a compostura. “Escondidinho na calcinha? Meu Deus, filha, isso é genial!” Ela riu novamente, balançando a cabeça, e eu me juntei, “Mana, tu é ninja! O Rafa não teve chance, coitado, tava perdido no teu charme!”
Safira riu alto, a vergonha inicial dando lugar a uma leveza que há minutos parecia impossível. “Pois é, né? Eu sabia o que tava fazendo! Mas, sério… ele foi tão respeitoso, tão carinhoso, que eu me senti segura. E hoje, quando ele me defendeu, foi como se aquele momento da festa voltasse, sabe? Como se ele ainda me visse como eu sou.”
Helena enxugou uma lágrima de tanto rir, mas logo voltou a um tom mais sério, cheio de carinho. “Filha, isso é tão especial… e tão corajoso da sua parte. O que você viveu com o Rafa naquela noite, e o jeito que ele te defendeu hoje, mostra que ele te vê de verdade, como você é. Mas me diz… o que tá passando na sua cabeça agora? Você tá pensando nele, não tá?”
Safira riu, um som nervoso, mas genuíno, e balançou a cabeça, como se tentasse organizar os pensamentos. “Tô, mãe, não vou mentir. Quando ele me defendeu, me olhou daquele jeito… foi como voltar naquela sala, para aquele momento em que me senti tão desejada, tão completa. Mas tem a Júlia, e toda essa confusão. Eu quero seguir em frente, mas fico com medo de me iludir. Será que ele tá mesmo interessado, ou foi só gentileza?”
Eu me inclinei para frente, sorrindo com um toque de provocação fraternal. “Mana, deixa eu te falar uma coisa. Pelo que você tá contando, e pelo que eu vi naquela festa, o Rafa tá na tua. Ele te defendeu na frente da Júlia, te elogiou, te convidou pra outra festa… isso não é só gentileza, não. E se ele te fez sentir tão especial naquela noite, talvez valha a pena pelo menos conversar com ele, ver o que rola.”
Helena assentiu, o olhar cheio de sabedoria maternal. “O Cauã tem razão, Safira. Você merece alguém que te veja como você é, que te faça sentir amada e respeitada. O Rafa parece ter feito isso, e hoje ele mostrou que não se importa com o que os outros pensam. Talvez essa festa seja uma chance de você explorar isso, sem pressão. E, filha, sobre a Júlia… o que ela fez foi cruel, mas não deixa isso apagar o brilho que você sempre teve.”
Safira respirou fundo, os olhos marejando, mas agora com um brilho de esperança. “Vocês acham mesmo? Quer dizer… eu fico com medo de me iludir, sabe? Mas… é verdade, ele foi tão incrível hoje. E aquela noite na festa, foi tão… única. Talvez eu deva ir à festa, conversar com ele, ver o que sinto.”
Eu sorri, dando um tapinha leve no ombro dela. “Isso, mana! Vai lá, arrasa, e se o Rafa for o cara certo, você vai saber. E se precisar de apoio, eu e a mãe estaremos lá, te dando aquela força.
“Com certeza, filha,” disse Helena, apertando a mão de Safira. “Vamos todos, e você vai brilhar, como sempre. E, Safira… nunca se esqueça: você é suficiente, exatamente como é. O Rafa viu isso, e qualquer um que não veja não merece seu coração.”
Safira enxugou uma lágrima, o sorriso agora mais firme. “Obrigada, mãe, Cauã… vocês não sabem o quanto isso significa. Acho que vou ao menos tentar, sabe? E… quem sabe? Talvez o Rafa seja uma nova página.”
Enquanto tomávamos o chá, a conversa fluiu para detalhes mais leves sobre a festa, Helena e eu trocávamos olhares, o calor do nosso momento na sala ainda latente, mas agora reforçado pela conexão familiar que nos unia em apoio à Safira, prontos para ajudá-la a encontrar sua felicidade, assim como nós encontrávamos a nossa.