Ela dizia que não. Quase sempre. Tinha um talento inato pra negar com os lábios o que o corpo dela gritava em cada gesto mínimo. Um cruzar de pernas, uma mexida desnecessária no decote, aquele jeito de não olhar nos meus olhos tempo demais. Patrícia, minha tia, era meu vício mais idiota, mais inegável. Não era só tesão. Era fascínio. Loucura refinada. Controle disfarçado de fraqueza.
Eu deitava, olhava pro teto e me perguntava se ela pensava em mim do mesmo jeito. Provavelmente não. Mas mesmo que não pensasse, ela não me bloqueava. E isso bastava.
Passei dez minutos encarando a tela. Escrevia, apagava. Reescrevia, odiava. Algo direto seria burrice. Algo doce? Pior ainda. Me rendi ao impulso mais honesto que consegui disfarçar.
— Eu preciso te ver. Pessoalmente.
Ela respondeu quase na hora. E foi seca. A seco. Do jeito que ela fica quando sabe que está a um passo de fazer besteira:
— Não dá. Meu marido tá em casa.
Claro. O marido. O eterno espantalho moral. Eu respirei fundo e mandei outra, dessa vez com a sem-vergonhice bem disfarçada de praticidade:
— Então vamos pro motel. Só pra conversar. Privacidade, sabe?
Dessa vez ela demorou. O suficiente pra me fazer repensar a própria existência. Quando a resposta chegou, era uma bofetada travestida de pergunta:
— Só pra conversar? É mesmo isso que você quer?
Me fiz de santo. O tipo de santo que lambe o chão da sacristia antes de meter o pé na missa:
— Quero te ver. Só isso. Sem pressão. Só nós dois. Sem risco.
Ela não respondeu. Mas também não me bloqueou. Silêncio: o tipo que grita “sim” com um sussurro envergonhado.
Esperei. Não queria forçar. Mas também não queria fingir que não estava no limite. Digitei com a honestidade suja de quem sabe exatamente o que quer:
— Eu não aguento mais só foto, tia. Preciso te tocar de verdade. Só uma vez.
Mentira deslavada. Eu não queria uma vez. Queria todas.
Ela demorou mais do que devia, como quem briga com o próprio corpo antes de ceder:
— Você tá maluco. Isso não pode acontecer.
— Então me bloqueia. Apaga tudo. Se você não quiser, eu paro.
Silêncio de novo. Mas dessa vez não era o mesmo. Era mais... pesado. Mais molhado. Mais cheio de vontade.
Dois minutos depois:
— Cinema. Terça. 14h30. Nem pense em me encostar.
"Nem pense", ela disse. Mas já tinha escolhido o horário mais vazio da semana. E, claro, um lugar escuro, público e anônimo. Porque quem quer resistir de verdade, marca encontro no meio da praça.
Terça chegou devagar, como se o universo estivesse tentando me dar tempo pra desistir. Eu cheguei antes. Óbvio. Coração escompassado, e esperei. Esperar por ela era como esperar um trem que podia nunca chegar. E se ela desistisse?
Mas aí ela apareceu.
E o ar saiu do meu peito como se alguém tivesse desligado a gravidade. A luz do corredor desenhou a silhueta dela como num teatro involuntário de sacanagem — e o espetáculo era só pra mim. Vestido de verão, curto demais pra ser inocente. Alças finas sustentando um tecido branco quase transparente, colado à pele como se tivesse sido pintado diretamente sobre cada curva. Cada passo dela fazia os quadris oscilarem com uma lentidão ensaiada, e os seios balançavam livres sob o tecido fino. Sem sutiã. Claro que sem sutiã.
Minha mente foi direto ao ponto: será que ela estava usando calcinha?
Ela me viu antes de chegar à bilheteria. E veio na minha direção com aquele vestido criminoso que mais revelava do que escondia, com um andar de quem não devia estar ali — e adorava isso. O tecido colava onde deveria flutuar e flutuava onde deveria cobrir. Os peitos dela se moviam como se respondessem ao meu olhar, desafiando qualquer traço de moral que ainda restasse em mim.
O vestido balançava livre, insolente, como se soubesse que estava cometendo um crime. E eu assistia como quem encara um milagre profano. Nada marcava sob o tecido: nem linha, nem dobra, nem sombra de calcinha. Meus olhos escaneavam cada centímetro daquilo, famintos, tentando decifrar se era só provocação... ou uma confissão muda.
Ela sabia. Sabia desde o momento em que escolheu aquele vestido. Aquilo não era distração. Era premeditação. Era desejo costurado em algodão.
Quando ela chegou perto, dei um passo à frente. Um beijo na bochecha. Outro. E um abraço que durou mais do que qualquer cumprimento inocente. Ela cheirava a perfume fresco e problema. Meu rosto encostou de leve no dela, e eu falei baixo, onde minha respiração podia provocar:
— Achei que não viria.
— Não deveria mesmo — respondeu, ríspida. Mas não se afastou.
O corpo dela colado no meu, por segundos que não se justificavam. As coxas roçaram minhas pernas. O quadril quase tocou o meu, mas desviou no último instante, como se ela ainda resistisse — ou só quisesse me torturar. Os seios encostaram no meu peito, firmes sob o tecido fino, e ela não se desculpou. Não recuou.
Quando finalmente se afastou, deixou a bolsa pendurada entre nós, como se aquilo fosse alguma espécie de barreira simbólica, uma desculpa frágil pra fingir moralidade.
— Se comporta, hein? Aqui é lugar público.
— Eu sempre me comporto, tia.
Ela bufou e se virou. O vestido subiu com o movimento, revelando mais coxa do que devia — ou exatamente o que ela queria mostrar. Meu olhar foi engolido por aquela imagem. E meu pensamento voltou à pergunta obsessiva, roendo meu juízo: será que ela tava mesmo sem calcinha?
Entramos na sala. Minha tia caminhou na frente, calada, e escolheu dois assentos afastados, quase encostados na parede lateral, longe das poucas almas que ocupavam as fileiras centrais. Um canto escuro, discreto, onde a luz da tela mal alcançava. Aquilo gritava má intenção com a sutileza de um grito no vazio.
Ela sentou primeiro. E ajeitou o vestido com uma calma teatral, como se não tivesse acabado de expor metade da coxa ao se acomodar. Os dedos deslizaram pelo tecido como se tentassem conter o inevitável — mas cada movimento parecia calculado pra deixar mais à mostra. O branco do vestido subiu, colando nas curvas das coxas nuas, que brilharam sob a luz morna da tela. O som do tecido roçando contra a cadeira de couro era mais pornográfico do que qualquer trilha sonora de filme.
Sentei ao lado. Encostei o joelho no dela. Acidental, claro. Mas firme. Ela mudou de posição — um ajuste sutil, mas não se afastou. As pernas cruzaram, mas o movimento foi lento demais pra parecer defensivo. Os créditos ainda passavam. O filme era um genérico qualquer, com diálogos rasos e uma estética de comercial de perfume. Mas ali, no escuro, com o perfume dela entrando pelas minhas narinas e corroendo meu autocontrole, tudo virou ruído.
A perna dela tremia. De leve. Um espasmo involuntário. Olhava a tela como se estivesse hipnotizada, com uma atenção religiosa, como quem quer estar em qualquer outro lugar — menos ali. Eu virei o rosto.
— Tá nervosa?
Ela não respondeu. Mas respirou fundo. Os olhos permaneceram fixos na tela, mas a boca se entreabriu. Um quase-não. Um quase-sim. Um micro movimento de negação que não negava nada. Ela queria. Mas ainda precisava que eu fizesse o erro por ela.
Inclinei o corpo, devagar. O braço dela estava no apoio. Coloquei o meu por cima, os dedos quase roçando nos dela. Ela não se mexeu. Mas fechou os olhos — por um segundo só. Um suspiro escapou, um som frágil, abafado, cheio de tensão mal resolvida. Quando ela cobriu minha mão com a dela, o mundo estalou dentro de mim. Um gesto mínimo. Um pacto mudo.
Inclinei mais. O rosto dela ficou na sombra da tela. A luz não alcançava. Fiquei ali, nariz quase tocando o dela. Ela podia recuar. Bastava virar o rosto. Um centímetro. Um gesto. Mas ela não recuou. E quando meus lábios pairaram sobre os dela, ela fechou os olhos. Rendeu-se.
O primeiro beijo foi fechado. Quase infantil. Lábios pressionados, secos, como se estivéssemos fingindo que ainda havia moralidade entre nós. Um teatro de inocência com figurino de indecência.
Mas eu não estava ali pra teatro.
Abri os lábios, puxei o inferior dela entre os meus, devagar. A língua roçou de leve, provocando. Ela gemeu. Baixinho. Um som que saiu da garganta como um pedido involuntário. E então se entregou de verdade.
Os lábios dela ainda estavam úmidos do beijo anterior quando eu voltei. Mas dessa vez não fui com pressa. Encostei a testa na dela, senti a respiração quente dela encontrar a minha. Os olhos fechados, a pele trêmula, o corpo num estado de prontidão absurda.
— A gente não devia… — ela sussurrou, voz baixa, mais arfada que convicta.
— Mas você quer — murmurei de volta. — Dá pra sentir.
E então beijei de novo. Devagar. Profundo. A língua acariciando a dela com a lentidão de quem não tem medo do tempo. Ela gemeu, baixo, quase sem som, e apertou meu braço com força.
Minha mão subiu pela lateral do corpo dela. Começou na cintura, deslizou pela curva da costela, até encontrar a lateral do seio. Ela deu um salto mínimo, como se o toque a queimasse, mas não recuou.
— Miguel… não…
— Tá bom — menti. E beijei mais fundo, mais quente.
Voltei à boca dela. Agora ela já me beijava com fome. A língua dela invadiu minha boca como quem se rende de vez. Beijos molhados, ritmados, obscenos.
Dessa vez, ela puxou meu cabelo. A mão agarrada na nuca me fez colar mais o corpo ao dela. A perna dela se abriu mais, involuntariamente. O vestido subiu.
Minha mão desceu outra vez, com calma cruel. Beijei o canto da boca, a mandíbula, o pescoço exposto. O cheiro dela me enlouqueceu. Mistura de perfume fresco, pele quente e tesão represado.
— Você me enlouquece, tia. Porra… olha o que você faz comigo.
Ela arfou. Respiração descompassada. As mãos se fecharam na minha nuca. O beijo virou incêndio. Línguas emboladas. Dentes raspando. Saliva quente. Um frenesi abafado pela escuridão.
Beijávamos como quem tem fome e vergonha ao mesmo tempo. Como se já tivéssemos cruzado o limite — e soubéssemos que não havia mais volta.
Ela virou o rosto, mas não se afastou. E quando eu beijei atrás da orelha, ela gemeu alto demais. Parou. Olhou ao redor. Riu, nervosa.
— Você é um erro — sussurrou no intervalo de um beijo.
Minha mão deslizou pela coxa dela. Ela abriu as pernas. Não muito. O suficiente. Pele quente. Lisa. Meus dedos subiram devagar, traçando o contorno interno com precisão criminosa. A carne dela pulsava sob meu toque.
— Isso é loucura… — sussurrou entre beijos, sem se afastar.
— Você veio sem calcinha… — murmurei contra o ouvido dela. — Sabia que tava pedindo pra eu te tocar, né?
Ela mordeu meu lábio. Forte.
— A gente vai ser pego…
— Então não faz barulho — sussurrei no ouvido dela, e senti o arrepio imediato correr por dentro do vestido.
Ela mordeu o próprio lábio. Os olhos piscando rápido, pupilas dilatadas.
— Eu sou uma idiota… — disse. — Eu devia ter te bloqueado.
Ela me agarrou pela camisa e puxou de volta. Nossos dentes se tocaram. O beijo ficou mais brutal, mais desesperado. Língua, saliva, suspiros. Meus dedos encontraram a a vulva dela — úmida, quente. Ela abriu mais as pernas. Totalmente entregue.
— Mas você quer. Tá quente. Molhada. Tá quase gozando só com o beijo.
Ela me olhou como se eu tivesse dito uma verdade que ela odiava admitir sozinha.
— Eu não devia… mas eu quero. Merda, eu quero muito.
Minha mão subiu pelo meio das coxas dela. Lenta. Assertiva. Sentia a carne dela tremer, contrair. O vestido não escondia mais nada.
— Se alguém olhar… — ela disse, sem muita firmeza.
— Eles vão ver uma mulher sendo tocada como merece — sussurrei, com os lábios encostando no canto da boca dela.
Meus dedos seguiram seu caminho lento, impiedoso. O calor entre as pernas dela era sufocante. As dobras úmidas se abriram sob meu toque como se me recebessem com alívio, como se já estivessem esperando por mim há muito tempo. A pontinha do meu dedo médio deslizou pela fenda inteira — de cima a baixo — até tocar o ponto mais sensível. Ela estremeceu. As coxas contraíram involuntariamente.
— Merda… — ela arfou. — Você não pode…
— Já tô fazendo. E você tá deixando. Tá escorrendo. Quer que eu pare? — murmurei, pressionando levemente o clitóris com a ponta do dedo, girando em círculos lentos, quase preguiçosos.
Ela soltou um som preso entre a garganta e os dentes, como se estivesse sendo torturada — mas da maneira mais deliciosa possível. Seus quadris se moveram, buscando mais contato. O corpo dela traiu todas as palavras que tentavam parecer sensatas.
— Eu… eu não consigo pensar.
— Ótimo. Pensar é superestimado. Abre mais. Isso… assim.
Ela afastou as pernas, rendida. Os olhos fechados, a boca entreaberta, o pescoço exposto. Parecia um quadro de prazer contido. Minhas carícias ficaram mais ousadas. Enfiei um dedo com calma, sentindo a carne quente e apertada se moldar ao meu toque. Ela gemeu baixinho, os olhos se arregalando com um susto bom.
— Ah… porra… — A cabeça caiu pra trás.
Comecei a trabalhar com dois dedos, lentos, firmes, curvados para dentro. Sentia tudo. O modo como ela pulsava ao redor de mim, como escorria cada vez mais. Meus movimentos alternavam entre estocadas suaves e fricções no clitóris com o polegar. Patrícia estava derretendo. Literalmente escorrendo.
— Olha como tá me engolindo. Você devia sentir isso. Tá implorando por mais.
Ela me agarrou pela nuca, puxando meu rosto pra perto. O beijo dela veio desajeitado, ofegante, quase agressivo. Um gemido escapou contra minha boca.
— Eu devia te odiar.
— Então goza com ódio. Vem. Goza na minha mão.
— Você é um filho da puta… — gemeu, e cravou as unhas no meu braço quando aumentei o ritmo.
Meus dedos mergulhavam fundo, molhados, encharcados. O barulho que faziam era indecente. A pressão dela por dentro aumentava. O corpo tenso. O abdômen tremia. A boca aberta sem som. Os olhos vidrados, como se não estivessem mais ali.
— Isso. Assim mesmo. Tá quase, né? Sente? Tá vindo, tá vindo, tá vindo.
— Miguel… eu tô… porra…
O corpo dela congelou por um segundo. Depois, se despedaçou. A respiração falhou. As pernas se fecharam com força ao redor da minha mão, tentando contê-la, impedir que ela se abrisse inteira. Mas era tarde. O orgasmo veio em ondas, rasgando qualquer autocontrole que ela fingia ter. Ela estremeceu inteira, os joelhos falharam, e se agarrou em mim como se estivesse se afogando.
Esperei ela respirar de novo. Tirei a mão devagar, os dedos cobertos do desejo dela.
Sem desviar o olhar, levei-os à boca. Lambi um por um, como se limpasse um pecado doce.
Ela me encarou, chocada. Os olhos arregalados. O peito subindo e descendo, ainda tentando se recuperar.
— Você é doente — disse ela, olhando pra mim com um misto de choque, fascínio e alguma coisa muito mais perigosa.
— E você gozou calada, no meio do cinema, com minha mão entre suas pernas.
Ela ficou em silêncio. O peito ainda subia e descia. Me encarava como se não soubesse se devia me beijar ou me bater.
— Fica tranquila — sorri. — Ninguém viu. Só eu.
O silêncio entre nós era pesado, mas não desconfortável. O tipo de silêncio que vem depois de um terremoto — quando tudo ainda treme por dentro, mesmo que por fora pareça calmo. Ela piscava devagar, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. O rosto ainda corado, os lábios úmidos e entreabertos.
Levei minha mão até a dela, ainda trêmula no meu ombro. Segurei com firmeza e a guiei devagar para baixo, sem dizer nada. Os olhos dela me seguiram, atentos, como se não quisessem acreditar. A palma da mão passou pela minha barriga, tensa, pelo cinto, até chegar à protuberância visível na minha calça — dura, pulsante, latejando contra o tecido.
— Sente o que você fez comigo — murmurei, a voz baixa, quente no ouvido dela. — Agora cuida disso pra mim.
Ela respirou fundo. Um soluço abafado de riso escapou dos lábios. Quase nervoso. Quase animado.
— Isso é loucura.
— Já é tarde demais pra voltar atrás, tia.
Com movimentos lentos, como quem saboreia o próprio atrevimento, ela abriu o botão da minha calça. Os dedos deslizaram pelo zíper, baixando-o centímetro por centímetro. A ponta do meu pau pressionava o tecido da cueca, marcada, úmida com o pré-gozo.
Ela mordeu o lábio. Os olhos escurecidos.
— Você tá duro desde quando?
— Desde a primeira vez que você me disse “não”.
Ela soltou uma risada sem humor, mas os dedos tremiam de desejo enquanto puxava o elástico da cueca pra baixo. Meu pau saltou livre, pesado, ereto, com a glande brilhando. O ar entre nós ficou denso, elétrico.
— Isso é… tão grande. — murmurou, quase surpresa.
Ela envolveu com a mão, firme, quente, devagar. A primeira passada foi quase experimental. Deslizou os dedos da base até a ponta, depois voltou, com o polegar acariciando a cabeça sensível. Um suspiro escapou de mim.
— Vai com calma — pedi, os olhos fechando. — Senão eu vou gozar só com a tua mão.
— Ah, é? — Ela riu, maliciosa. — Depois de me fazer gozar sem ninguém perceber? Acho justo.
Os movimentos ficaram mais ritmados. A mão dela subia e descia com controle, alternando pressão, brincando com a textura, explorando como se estivesse aprendendo a me ler pelo toque. A outra mão veio por baixo, acariciando meus testículos com uma leveza quase cruel.
— Você tá latejando — sussurrou, com um sorriso torto.
— Tô à beira. E é culpa sua.
Eu gemi baixo. A cabeça tombou para trás por um segundo. Os quadris se moveram involuntariamente, buscando mais da fricção que a mão dela sabia oferecer. Ela acelerou, apertando um pouco mais, como se quisesse me punir com prazer.
— Tia… — rosnei. — Assim eu vou…
Ela se aproximou, roçando os lábios na minha orelha.
— Então goza. Na minha mão. Quero sentir.
Meu corpo inteiro enrijeceu. A tensão subiu pela espinha, queimando os nervos, até que tudo virou um borrão quente de prazer à beira do insuportável.
Fechei os olhos. Mordi o lábio. Forte o bastante pra lembrar que ainda tava ali, ainda respirando, mesmo com metade do meu cérebro desligando a cada vez que a mão dela descia.
Sim, eu devia ter parado.
Sim, ela devia ter tirado a mão.
Sim, somos dois adultos completamente capazes de tomar decisões.
Mas a verdade é que ela não queria. E eu não conseguia.
O som do filme seguia como um ruído distante — tiros, gritos, algum drama barato sendo resolvido na tela. Mas o som que me ocupava era outro. O som abafado da respiração dela perto do meu pescoço. E o som do meu pau sendo masturbado com aquela maldita precisão de quem finge que tá fazendo sem pensar.
A mão dela apertava, subia, descia, girava levemente o punho como se já tivesse feito aquilo antes. Não comigo, claro. Mas com alguém. E fez bem.
Apoiei a mão no apoio de braço e apertei com força. Os músculos do antebraço tensos. O quadril se moveu sozinho, instintivo, buscando mais do toque. Mais pressão. Mais tudo.
— Me olha quando faz isso — sussurrei, rouco, com a boca encostando na orelha dela. — Me mostra que é você, tia.
Ela parou. Um segundo. Dois. A mão ainda ali, quente, fechada em volta de mim.
— Miguel… — disse, mas a voz saiu falhada.
— Olha pra mim. — Virei o rosto, senti o cabelo dela encostar no meu queixo. — Me mostra que é você quem tá me fazendo gozar no meio dessa porra de cinema.
E então ela me olhou.
Na penumbra da sala, os olhos dela brilharam. Pupilas dilatadas, respiração presa. Aquela merda de olhar que atravessa. Que marca. Que suja.
O movimento voltou. A mão subia e descia num ritmo mais confiante. Ela sabia que tava perto. Sentia a pele latejando, quente, escorregadia de pré-gozo. Sentia o tremor das minhas pernas, o jeito como eu mordia o lábio pra não gemer alto.
E ela queria ver.
Curvou o corpo levemente. Quase imperceptível. Mas eu senti. O cabelo encostou no meu ombro. O perfume dela me bateu em cheio. Aquela mistura de sabonete e perigo. E quando ela fechou os olhos — só por um segundo — eu soube.
Puxei o ar. Meu corpo inteiro tensionou. O gozo veio forte, grosso, pulsando nos dedos dela com um calor quase violentoespasmos que me fizeram soltar um gemido abafado, quase contido no peito, como se estivesse morrendo devagar.
Ela não recuou. Não gritou. Não me empurrou.
Segurou a respiração. Sentiu cada jato quente na mão.
Acho que foi aí que eu soube que ela tava tão fodida quanto eu.
Patrícia puxou um lenço da bolsa — rápido, eficiente, sem drama — e limpou os dedos com uma calma quase clínica. Não me olhou. Nem disse nada. Só voltou a sentar ereta como se fosse só mais uma sessão de filme qualquer.
Eu recostei, sentindo meu corpo inteiro vibrar. Rindo baixo. Sem conseguir segurar.
— Sabia que você ia me tocar como ninguém.
Ela continuou olhando pra frente. Mas o rubor subindo no pescoço, o jeito como ela apertava a coxa, os dedos ainda trêmulos…
Aquela mulher tinha gostado.
E isso, no fim, era a parte mais perigosa.
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