O que eu fiz?
Essa pergunta martelava na minha cabeça enquanto eu corria, tentando alcançar Emmett, mas meus pés pareciam tão descoordenados quanto meu coração. Tropecei no chão de terra batida, o mundo girando por um segundo antes de sentir o impacto me puxar para baixo.
A dor foi pequena, quase insignificante comparada ao que eu sentia por dentro. Eu devia ter ficado calado. Ou ter dito outra coisa. Ou, talvez, não tivesse feito nada disso... Mas era tarde demais.
— Ei, você tá bem? — uma voz me alcançou primeiro, antes mesmo do toque.
Quando levantei os olhos, vi um homem estendendo a mão para mim. Alto, ombros largos, o sol batendo em sua farda do Corpo de Bombeiros, e por um instante me senti pequeno — não só fisicamente, mas emocionalmente.
Peguei na mão dele sem pensar, e ele me puxou com facilidade, como se eu não fosse nada mais do que uma folha ao vento.
— George? — Ele perguntou, o olhar atento, mas gentil.
— Desculpa, mas eu o conheço?
— Sim, sou do grupo de busca do Corpo de Bombeiros, Julian Scott. Te resgatei na Freedom High School.
As palavras dele abriram uma porta que eu tinha trancado dentro da minha mente. O frio, os gritos do Emmett, o cheiro da terra molhada. E o rosto dele... que encontrei ao buscar ajuda. Era ele.
— Ah, lembro de você. — afirmei, sentindo um estranho alívio por ver alguém daquele dia.
— Você tem um imã para furacões, hein? — Ele sorriu, de um jeito leve.
— Esse sou eu. — Respondi, tentando forçar um sorriso, mas o riso virou lágrima antes que eu pudesse impedir. E, por algum motivo idiota, comecei a chorar.
— Ei, carinha, calma. — Ele se aproximou, com um tom calmo, quase como quem fala com um filhote assustado. — Vem cá.
Deixei que ele me guiasse até uma das tendas montadas no acampamento de emergência. Ele me fez sentar em uma cama improvisada, e eu só balancei a cabeça, me sentindo um completo desastre.
— Desculpa pela brincadeira do furacão. — Disse ele. — Muitas horas de salvamento, eu perco um pouco da noção.
— Não é isso, Julian. — Suspirei, tentando limpar as lágrimas com as costas da mão. — É que eu meio que briguei com o meu namorado. Lembra do Emmett?
— O rapaz que perdeu o braço? — Julia questionou, então ficou sério. — Difícil esquecer aqueles gritos. Um resgate e tanto. — Ele fez uma pausa e completou com sinceridade. — Você foi corajoso naquele dia. Não sei se alguém além de você teria feito o que fez.
Ouvir aquilo fez meu peito doer de um jeito diferente. Mais suave. Como se alguém tivesse colocado uma mão quente sobre um machucado antigo.
— Sim. Depois do Furacão Fernandes a gente meio que se apoiou e começamos a namorar.
Falei isso com a voz baixa, como se confessasse um segredo para o universo, esperando que talvez, só talvez, dizer em voz alta fizesse tudo parecer menos bagunçado.
Julian assentiu, com aquele jeito calmo de quem já viu o mundo desmoronar muitas vezes, e mesmo assim acredita que dá pra reconstruir.
— E o que aconteceu? — Julian perguntou, cruzando os braços diante de mim, os olhos firmes, mas gentis.
Respirei fundo. Senti minha garganta fechar e o peito doer só de tentar organizar as palavras.
— Eu... Eu aconteci. — Minha voz saiu falha. — Desde que sobrevivemos ao Fernandes, algo dentro de mim mudou. Passei a viver com medo. Todos os dias, com medo. E hoje... o que eu mais temia aconteceu. Quase morremos de novo. — As lágrimas começaram a escorrer sem que eu pudesse evitar. De novo.
Julian apenas assentiu com a cabeça. Não me interrompeu, não me apressou. Apenas estendeu uma garrafinha de água mineral.
— Entendo. — disse com calma.
— Sabe, relacionamentos não são fáceis, George. — Ele falou, sentando ao meu lado. — Sabia que eu casei com meu namorado do ensino médio?
— Sério? — Ergui os olhos, surpreso. — Que legal.
— Sim. — Ele sorriu. — O Lian e eu nos conhecemos na Freedom High School. Por isso sempre voltávamos para palestras e eventos.
Claro. Lian Scott. Agora fazia sentido. Um dos maiores arquitetos da atualidade. Lembrava de vê-los juntos numa matéria de revista, sorridentes. Mas nunca imaginei que tudo tivesse começado tão cedo.
— E como vocês superaram as adversidades? — perguntei, tomando um gole da água.
Julian riu, como se estivesse revivendo tudo. — Cara, o meu relacionamento com o Lian nem sempre foi fácil. Eu era o garoto revoltado por ser órfão. Ele era o nerd descolado que fazia da minha vida um inferno. Mas acontece que o Lian me amava. Só não sabia como demonstrar esse amor. E sabe o que uniu a gente? Um furacão.
— Você tá zoando com a minha cara? — soltei, surpreso.
— Pois é. — Ele gargalhou. — A chuva alagou várias áreas da cidade, inclusive o terreno da escola. Ficamos presos nas arquibancadas por quase dois dias. Ele teve febre, eu cuidei dele... E ali, no meio do caos, a nossa relação começou. — Ele puxou um colar de dentro da camisa. Dentro, uma pequena foto envelhecida: os dois, ainda adolescentes, abraçados.
— Essa foto foi tirada dois dias depois do nosso resgate — explicou, com os olhos brilhando de nostalgia.
— Que história incrível, Julian...
— Sabe, George. — Ele suspirou, firme. — A vida bate forte. Mas ela também ensina. E sabe por que eu amo o meu trabalho? Porque gosto de ver as pessoas se reconstruindo. Quando tudo parece destruído, é quando percebemos o quanto podemos nos levantar, não importa a altura da queda. Eu sei que você está com medo. Mas fugir... não vai fazer as coisas mais fáceis.
Fiquei em silêncio, absorvendo tudo. Cada palavra era como um tijolo sendo colocado de volta em mim, peça por peça, reconstruindo o que o medo havia derrubado.
De repente, uma voz saiu do rádio preso à cintura dele.
— Atenção, Scott. Precisamos de reforços.
— Entendido. — respondeu ele, se levantando rápido. — Estou a caminho.
— Cara, foi um prazer te reencontrar. — Ele me deu um abraço firme. — Fala com o Emmett. Se resolvam.
— Pode deixar. Obrigado. — respondi, sentindo um peso sair dos meus ombros.
Ele sorriu uma última vez antes de correr para seu próximo chamado, como um herói que deixa paz por onde passa.
E ali, sozinho outra vez, mas estranhamente mais leve, percebi que talvez ainda houvesse algo a ser salvo. De mim mesmo. Do Emmett. De tudo.
Eu precisava vê-lo.
A urgência queimava dentro de mim como um incêndio prestes a sair de controle. Tudo que eu conseguia pensar era que precisava encontrar Emmett. Precisava olhar nos olhos dele, precisava que ele soubesse que eu... que eu sentia muito. Que eu tinha errado. Feio. E talvez fosse tarde demais, mas não conseguiria viver comigo mesmo se não tentasse.
Corri pelos corredores da escola como um louco até encontrar o Nathan. Ele estava com a Britney, provavelmente curtindo algum momento a dois que eu atrapalhei completamente. Mas naquele instante, não dava pra me importar com mais nada.
— Nathan, eu preciso encontrar o Emmett. Ele saiu daqui muito triste comigo, por favor, eu te imploro. — disse, com a voz embargada e lágrimas já escorrendo pelo rosto.
Nathan olhou para fora, pelas janelas embaçadas da escola, e suspirou.
— As ruas estão intransitáveis. — murmurou, e eu senti meu peito se apertar ainda mais.
Foi quando Britney, que até então só ouvia, se aproximou.
— Serve uma bicicleta?
A esperança brotou como um raio de sol em meio à tempestade.
— Sim! — respondi, quase sem acreditar.
Sem perder tempo, Nathan e eu nos jogamos na rua. Pegamos duas bicicletas que estavam presas nos fundos da escola e seguimos em direção à casa do Emmett. O caminho que normalmente levaria menos de dez minutos se transformou em uma verdadeira batalha. As ruas estavam cobertas de lama, árvores caídas e partes alagadas que nos forçaram a desviar inúmeras vezes. Em alguns trechos, tínhamos que carregar as bicicletas nas costas, pisando com cuidado para não afundar os pés em poças fundas ou escorregar em galhos quebrados.
Se não fosse o Nathan ali comigo, eu teria desistido no terceiro quarteirão.
— Cuidado aí! — ele gritou quando quase me desequilibrei ao passar por um pedaço de calçada destruída.
A cada novo obstáculo, minha ansiedade aumentava. Tentei ligar para o Emmett algumas vezes, mas sem sucesso. A chamada nem completava. Meu coração apertava ainda mais com a ideia de que talvez ele estivesse me ignorando... ou pior, que estivesse magoado demais pra querer ouvir minha voz.
Depois de quase quinze minutos de esforço, finalmente chegamos. A casa dos Montgomery-Kerr ficava numa área mais alta da cidade e, por sorte, estava intacta. Era uma casa charmosa, com a fachada branca, janelas amplas e luzes amareladas que escapavam pelas cortinas fechadas. Nenhum sinal de destruição. Um alívio no meio do caos.
Toquei a campainha com mãos trêmulas. A porta se abriu pouco depois, revelando a Sra. Montgomery-Kerr. Ela era uma mulher de postura imponente, pele negra reluzente e olhos atentos. Usava um casaco azul elegante, e ao fundo, vi o Sr. Montgomery-Kerr colocando as chaves do carro no bolso.
— George? — ela disse, surpresa, mas gentil. — Entrem, meninos. Estávamos prestes a sair, mas posso chamar o Emmett.
— Eu... — comecei, mas Nathan me cortou.
— Eu vou voltar pra escola. — disse, se virando para mim.
— Eu vou com você. — falei, ainda meio indeciso, mas ele me segurou pelo ombro e sorriu.
— Fica, cara. Faz o que você tem que fazer. Promete que me conta tudo depois?
Seu abraço foi rápido, mas cheio de apoio.
— Eu prometo. — respondi, sentindo o nó na garganta crescer.
— Tchau, Sr. e Sra. Montgomery-Kerr — ele disse, educadamente, antes de desaparecer na noite, pedalando de volta.
Eu respirei fundo, encarando a senhora à minha frente. Meus olhos estavam vermelhos e meu corpo tremia de frio e nervoso. Mas nada mais importava.
Eu estava ali. E agora, finalmente, teria a chance de consertar as coisas.
— E o que lhe traz aqui, querido? — A voz da Sra. Montgomery-Kerr me cortou como um bisturi bem afiado.
Ela segurava a bolsa com uma mão fina e elegante, e me olhava como se fosse uma joaninha tentando entrar em um baile da realeza. Eu quis enfiar a cara no chão. Não era um bom dia para reencontros — especialmente com a minha sogra.
— Eu preciso conversar com o Emmett. Ele está em casa?
— Acabou de chegar, mas, por favor, entre. — Ela indicou o caminho da sala com um gesto breve, e eu obedeci como quem entra em território inimigo.
A casa era grande. Daquelas casas que têm um eco até quando você respira. Tudo era muito branco, muito limpo, muito... vazio. Os móveis eram poucos, mas cada um parecia ter sido escolhido por algum curador de arte minimalista. Era tudo chique, mas frio. Frio de um jeito que eu não sabia se podia me sentar sem pedir licença.
A única coisa que destoava daquela perfeição estéril era uma foto de família emoldurada, bem no centro da sala de estar. Sorrisos ensaiados, roupas impecáveis, como se estivessem posando para um comercial de margarina gourmet.
Eu me senti mais sujo ainda. O tênis imundo, a calça amarrotada e a cara de quem chorou mais do que dormiu nas últimas vinte e quatro horas.
— Nem acredito que vocês passaram por essa situação de novo. Pelo menos não foi tão grave quanto o último. — Disse a Sra. Montgomery-Kerr, distraída com o celular na mão, como se falasse sobre a previsão do tempo.
Antes que eu conseguisse responder, uma voz masculina ecoou do corredor.
— Querida, o carro de aplicativo chegou. George, infelizmente, a gente vai ter que ir para a casa da minha mãe. Como ela está muito idosa, não pode ficar sozinha. — Ele me entregou uma pasta, como quem entrega um fardo. — Por favor, fale para o Emmett que tem dinheiro e as orientações nessa pasta.
E então... eles se foram. Voando. Literalmente. Nem dois minutos de interação e tchau. Fiquei ali, sozinho na casa do meu namorado, com uma pasta na mão e 185 mensagens não respondidas no celular.
Deixei a pasta no sofá com o mesmo cuidado que teria com uma bomba.
Respirei fundo.
A direção mais óbvia era o quarto. Mas... onde fica o quarto desse garoto? Comecei a subir as escadas devagar, cada degrau rangendo como se estivesse me julgando. A casa parecia mais escura no segundo andar. Como se cada cômodo estivesse guardando segredos.
Tudo ali parecia retirado de um filme onde a mocinha precisa descobrir quem é o assassino antes de ser morta. Móveis caros, sim. Mas sem alma. Parecia que ninguém morava ali de verdade.
Senti uma pontada de saudade da minha casa. Aquela bagunça quente, viva. Com cheiro de café e bolo velho, com gente gritando, com risadas ecoando nos corredores. Lá, pelo menos, havia cor, havia vida.
E então... ele apareceu.
Emmett saiu do banheiro com o cabelo molhado e a toalha pendurada no ombro, só de calça de moletom. Quando me viu, deu um salto.
— Meu Deus, George! — Ele levou a mão ao peito, assustado.
— Você. Tudo é culpa sua. — Minha voz saiu trêmula. Eu nem pensei. As palavras escaparam como uma enchente. — Eu queria te odiar. Eu queria que o meu amor por você não fosse tão forte. Mas sem você eu não consigo, Emmett. — Eu o abracei com força, e o cheiro de sabonete de lavanda me invadiu. — Eu prefiro enfrentar mil furacões ao teu lado do que me sentir sozinho. Eu já perdi tanto nessa vida e não quero te perder.
Falei tudo tão rápido que quase engasguei com minhas próprias emoções.
— Ei, calma. — Ele sussurrou, tocando meu rosto com a ponta dos dedos. E então, me beijou.
— Você está cheirando tão bem... — murmurei, ainda com lágrimas nos olhos.
Ele riu, limpando o rosto com a palma da mão.
— E você está podre. — Disse, e os dois começamos a rir, entre soluços. — Eu te amo tanto, garoto. Amo tanto que te deixaria ir embora, se isso te fizesse feliz.
— Promete que nunca mais vai me deixar ir? Mesmo que eu esteja fedendo?
— Prometo.
E assim... a gente se acertou. Como sempre. Eu e Emmett éramos essa bagunça ambulante que se encaixava perfeitamente.
Ele me deixou tomar banho — graças a todos os deuses possíveis — e usei uma roupa dele, que ficou larga, mas cheirosa. Liguei pra mamãe e avisei que ia passar a noite por ali. Só omiti a parte de que não havia supervisão de adulto, claro.
Por sorte, a Sra. Montgomery-Kerr havia deixado comida pronta. Uma iguaria digna da realeza: sopa de miojo. Jantamos assistindo um filme qualquer no quarto do Emmett, que, aliás, era bem diferente do resto da casa.
O quarto dele era organizado, limpo. Tinha uma mesa de estudo com um notebook, e todos os móveis eram bonitos, modernos e caros. Mas ali havia um pouco de quem ele era. Uma planta num canto, um moletom jogado na cadeira. Um lugar onde eu queria estar.
A ideia era eu dormir em um colchão de ar no chão. Mas o Emmett insistiu em dividir a cama. Até tentei mudar de ideia, só que beijar é muito bom. Mas beijar o Emmett... é outra coisa. É como se o mundo inteiro desaparecesse, e só restasse o calor dos nossos corpos se encontrando no meio do nada. Ele tem essa pegada forte, confiante, que me faz derreter. Meus pais tinham viajado naquele fim de semana, e a casa era só nossa. Não precisava de mais nada. Só ele, só nós.
A gente era uma bagunça. Uma mistura de desejo, testosterona, risadas e carinho. Joguei o Emmett na cama, rindo, e ele caiu com aquele sorriso safado no rosto que me fazia perder o rumo. A visão dele ali, deitado, peito subindo e descendo com a respiração acelerada, me deu um tesão quase difícil de controlar.
— Você é muito gostoso — falei, com a mão percorrendo o torso dele, sentindo cada músculo, cada curva que eu já conhecia de cor, mas nunca me cansava de explorar.
— Você também é. — ele respondeu, e aproximou a mão do meu rosto. Meu coração acelerou. Eu nunca sabia como agir nesses momentos, então segurei o dedo indicador dele e coloquei na boca. Chupei devagar, sentindo a pele quente, saboreando o gesto. Um arrepio correu pelo meu corpo ao ver a expressão dele mudar, se acender.
— Caramba, George! — ele exclamou, com aquele tom que misturava surpresa e desejo. Em seguida, me empurrou com força para a cama e abriu minhas pernas com urgência, mas com cuidado. — Você quer?
— Só se você quiser. — sussurrei, olhando nos olhos dele.
Eu sabia que ele entendia o que aquilo significava. Peguei o preservativo e o lubrificante que estavam na mesa de cabeceira. Minhas mãos tremiam, mas não era medo — era expectativa, era entrega. Era a primeira vez que eu me colocaria em um lugar tão vulnerável. E mesmo com o frio na barriga, havia uma certeza que me acalmava: o escolhido era o Emmett.
E foi... lindo.
Não tenho outra palavra pra descrever. A gente se tocou como se cada centímetro de pele fosse precioso. Cada gemido, cada beijo, cada olhar. O Emmett me olhava como se eu fosse o mundo dele — e talvez, ali, eu fosse mesmo. Ele foi gentil, paciente, e ao mesmo tempo intenso. Como só ele sabe ser.
Quando tudo terminou, ficamos deitados um tempo em silêncio. Só ouvindo a respiração um do outro. Ele passou os dedos pelos meus cabelos, e eu encostei o rosto no peito dele, sentindo o coração batendo firme, como uma canção só nossa.
Ali, naquele momento, percebi a jornada que a gente fez. De estranhos que se esbarraram por acaso, para amantes apaixonados que compartilhavam o mais íntimo de si. Nunca foi fácil pra mim abrir o coração. Demorei. Me escondi atrás de piadas, de silêncios, de dúvidas. Mas o Emmett... ele esperou. Com paciência, com carinho. Me mostrou que amor não era cobrança — era abrigo.
E agora, deitado ao lado dele, senti que fiz a melhor escolha da minha vida: amar ele.
Porque amar o Emmett é me amar também. E isso, eu nunca imaginei que seria possível.