Adorável Valentão: Parte Quatro

Um conto erótico de Posh
Categoria: Homossexual
Contém 1637 palavras
Data: 01/05/2025 22:53:52

Joaquim estava com o celular nas mãos e a mente tumultuada, sem conseguir prestar atenção na televisão. Outra lágrima escorreu silenciosamente por seu rosto, sua visão turvada pela mistura de medo e angústia. Ele olhou para a tela do celular, onde a mensagem ameaçadora brilhava diante de seus olhos. O peso daquilo tudo parecia esmagá-lo. Ele pensou nas complicações que surgiriam se as pessoas descobrissem sobre ele e Hugo. Os amigos poderiam se afastar, ele poderia ser ridicularizado, e a reação dos pais... A ideia de ser rejeitado por aqueles que ele mais amava era o que mais o assustava. O medo de perder a aprovação deles, o orgulho que sempre buscou deles, fez seu peito apertar ainda mais.Sentindo-se completamente perdido, Joaquim passou a mão no rosto, tentando enxugar a lágrima que teimava em cair. Ele não sabia o que fazer, mas uma coisa estava clara para ele: precisava contar a Hugo. Não importava o que acontecesse, ele não poderia enfrentar isso sozinho.

JOAQUIM: Eu preciso te contar uma coisa – disse quebrando o silêncio — Alguém descobriu a gente. Estou com medo!

HUGO: Isso não tem graça, Jota!

JOAQUIM: Eu não brincaria com esse tipo de coisa, Hugo — Joaquim pegou o celular e mostrou a mensagem a Hugo.

HUGO: Quem te mandou isso? — respondeu de maneira direta e seca.

JOAQUIM: Eu não sei, é um número desconhecido e não tem foto.

HUGO: Não precisa ficar com medo, Jota. Vamos resolver isso juntos, ok?

JOAQUIM: Eu estou tentando, Hugo, mas é difícil. E se essa pessoa contar pra todo mundo? E se...?

HUGO: Eu sei, eu sei. Mas precisamos manter a calma. Não se resolve nada coma cabeça cheia — Hugo abraça Joaquim em uma tentativa de tranquilizá-lo. Ele nunca tinha visto o namorado vulnerável antes, e aquilo o deixava angustiado.

No dia seguinte, na hora do intervalo, os dois encontraram um local mais reservado na escola, longe dos olhares curiosos. Era um canto atrás do ginásio, onde raramente alguém passava. Joaquim parecia inquieto, andando de um lado para o outro, enquanto Hugo tentava organizar os pensamentos.

HUGO: Desse jeito você vai abrir um buraco no chão, Jota...

JOAQUIM: Como você acha que eu deveria me sentir? — respondeu, irritado.

HUGO: Pode ser alguém do time de vôlei? Ou alguém que te viu naquele dia no banheiro comigo?

JOAQUIM: Talvez... — Joaquim hesitou. Mas, honestamente, eu não acho que seria alguém do meu time. Eles nunca prestam atenção em nada além dos treinos.

Hugo suspirou, pressionando os dedos nas têmporas. Tudo parecia tão confuso.

JOAQUIM: E o Felipe - perguntou de repente, sem encarar Hugo.

Hugo piscou, surpreso.

HUGO: Felipe? O que tem ele?

JOAQUIM: Ele é a única pessoa que sabe sobre a gente, então por lógica só pode ser ele.

Hugo balançou a cabeça, negando imediatamente.

HUGO: Não, Joaquim. Felipe nunca faria isso. Ele é meu melhor amigo, eu confio nele.

JOAQUIM: Você acha que conhece as pessoas, Hugo - Joaquim rebateu - Mas, às vezes, elas surpreendem você.?

HUGO: Eu vou falar com ele - disse, tentando reconfortar Joaquim. Mas eu sei que ele não faria algo assim. Ele não tem motivos.

Joaquim bufou, ainda desconfiado.

JOAQUIM: Eu espero que você esteja certo...

A tensão pairava entre eles, mas Hugo não podia deixar que o medo de Joaquim tomasse conta. Ele sabia que precisava proteger o namorado.

***************************

Era aula de Educação Física, Hugo e Felipe estavam conversando no topo da arquibancada, enquanto os colegas jogavam vôlei.

FELIPE: Você está esquisito, não descansou bem ontem a noite — disse em um tom irônico.

HUGO: Fiz uma coisa ontem, as escondidas... da qual eu não me orgulho.

FELIPE: Digamos que eu também fiz, amigo. Inclusive eu sei bem o que foi essa coisinha que você fez na surdina.

HUGO: Sabe? Sabe como? — disse levemente culpado.

FELIPE: Mesmo você tendo furado comigo, eu fui comprar os churros mesmo assim e no caminho eu vejo uma certa bicha saindo de casa...

Hugo arregalou os olhos, ele não poderia imaginar que ele tinha sido flagrado pelo amigo. Ele tinha sido pego. Hugo nunca foi muito bom em sustentar uma mentira, portanto não restava outra alternativa a não ser se justificar com o amigo.

HUGO: É, não tem justificativa. Eu não deveria ter mentido para você. Eu fiquei com medo de te desapontar por ter escolhido ir ver o Jota ao invés de fazer o nosso rolezinho.

FELIPE: Eu não vou mentir, Hugo. Eu fiquei mega chateado com a mentira. Se você tivesse me dito a verdade eu não estaria como eu estou agora.

HUGO: Pisei na bola real, eu sou um péssimo amigo.

FELIPE: Com certeza é, mas eu também não sou santo.

Os dois se abraçaram como forma de selar a reconciliação. Joaquim observava a cena, enquanto isso Hugo sinalizou discretamente uma joia com a mão para tranquilizar Joaquim.

************************************

Alguns dias se passaram, Joaquim focava no treino e nas atividades curriculares como tentativa de não pensar na mensagem anônima. Conforme as semanas iam passando ele começou a relaxar e não pensar mais sobre o assunto.

Assim que terminou o treino, Joaquim foi direto para o vestiário. Pegou o celular no fundo da mochila e, ao ver a notificação, sentiu o mesmo frio na barriga da última vez. Uma nova mensagem. Ele a leu rapidamente, os músculos tensionaram no mesmo instante. O ar pareceu mais pesado, e por um momento ele sentiu como se estivesse preso ali, incapaz de reagir.

ANÔNIMO: Adivinha quem eu acabei de encontrar no mercado?

ANÔNIMO: A sua mamãe. Eu queria muito contar as novidades para a senhora Jordana, mas ela parecia estar com pressa. Quem sabe eu não convide ela, ou melhor, os seus pais, para um café, o que você acha? Eu vou adorar contar algumas novidades para eles.

A noite Hugo vai até a casa de Joaquim, os pais dele tinham saído então eles poderiam conversar com mais privacidade. A noite estava silenciosa quando Hugo chegou à casa de Joaquim. Tocou a campainha apenas por precaução, mas logo Joaquim apareceu na porta, puxando-o rapidamente para dentro.

JOAQUIM: Meus pais saíram — Joaquim disse, fechando a porta atrás de si. — Podemos conversar sem preocupação.

Hugo seguiu Joaquim até a sala, sentando-se ao lado dele no sofá. Joaquim parecia inquieto, mexendo as mãos sem parar.

JOAQUIM: Eu recebi outra ameaça — ele disse, soltando um suspiro pesado. — Tem que ser alguém próximo, alguém que sabe demais.

HUGO: E você acha que foi o Felipe — Hugo completou, cruzando os braços.

Joaquim assentiu.

JOAQUIM: Ele é a única pessoa que sabe. Quem mais poderia ser?

Hugo bufou, balançando a cabeça.

HUGO: Eu colocaria a mão no fogo pelo Felipe. Ele nunca faria isso comigo.

JOAQUIM: Como você pode ter tanta certeza? — Joaquim rebateu. — Talvez ele tenha mudado de ideia, achado que está te protegendo de mim ou alguma coisa assim.

Hugo suspirou fundo, tentando se manter calmo.

HUGO: Não, Joaquim. Felipe não faria isso. Mas e os seus amigos? Você já pensou nessa possibilidade?

Joaquim franziu a testa, como se nunca tivesse considerado essa hipótese.

JOAQUIM: O que você quer dizer?

HUGO: Você disse que ninguém do seu time liga pra nada além dos treinos, mas e se alguém prestou atenção? Se alguém desconfiou e resolveu testar você?

Joaquim ficou em silêncio por um momento. A ideia o incomodava mais do que queria admitir.

JOAQUIM: Eu… não sei. Nunca percebi nada estranho.

Hugo colocou a mão no ombro dele.

HUGO: Talvez esteja na hora de prestar atenção. Porque quem quer que esteja por trás dessas mensagens, não vai parar tão cedo.

Os dois permaneceram em silêncio por um instante. Até que Hugo cogitou um possível suspeito.

HUGO: E se aquele seu amiguinho Paulo descobriu e achou divertido brincar com isso? — Hugo insistiu. — Sempre tive a impressão de que ele não vai muito com a minha cara.

JOAQUIM: Eu acho melhor a gente mudar de assunto, antes que isso termine em discussão.

Hugo passou a mão no rosto de Joaquim, tentando aliviar a tensão.

HUGO: Você tem razão — disse após dar um rápido selinho em Joaquim — Ficar pensando nisso o tempo todo só vai nos deixar paranoicos. — Ele respirou fundo antes de continuar. — E daí que essa pessoa ameaçou contar tudo aos seus pais ? Se ela realmente fizer isso, eu vou estar com você, Joaquim. Não importa o que aconteça.

Joaquim permaneceu em silêncio, encarando o chão. Seu semblante estava sério, como se sua mente estivesse longe dali.

Hugo franziu a testa.

HUGO: O que foi, falei algum absurdo? — sorriu

Joaquim desviou o olhar, hesitante.

JOAQUIM: É que… — Ele suspirou, apertando as mãos sobre os joelhos. — É absurdo demais o que eu acabei de pensar.

Hugo abriu a boca para perguntar, mas Joaquim balançou a cabeça, encerrando o assunto ali.

HUGO: Olha se for sobre o Felipe, eu não vou ficar bravo. Você pode me contar qualquer coisa — Hugo deu um leve abraço em Joaquim

Joaquim não retribuiu o abraço, pelo contrário, ele se afastou ligeiramente, olhando Hugo nos olhos.

JOAQUIM: Como você sabia que a ameaça envolvia meus pais?

HUGO: O quê? — piscou, surpreso com a pergunta.

JOAQUIM: Você disse que, se essa pessoa contasse para os meus pais, você iria me apoiar… — Joaquim estreitou os olhos. — Eu só falei que eu tinha recebido uma nova ameaça, não mencionei o que estava na mensagem.

O silêncio entre os dois se estendeu por um instante sufocante. Hugo engoliu em seco, percebendo que tinha falado demais. O coração de Hugo disparou. Ele abriu a boca para responder, mas nenhuma desculpa convincente vinha à mente. Sua mente girava, procurando desesperadamente uma saída, mas não havia nenhuma, a não ser a verdade.

HUGO: Joaquim, eu… — Ele desviou o olhar, sentindo a garganta seca.

Joaquim continuava o encarando, esperando. Hugo suspirou pesadamente, passando as mãos pelo rosto.

HUGO: — Fui eu — ele finalmente admitiu, sua voz quase um sussurro. — Eu mandei as mensagens.

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AS TRAIÇÕES VÊM DE QUEM A GENTE REALMENTE AMA. HUGO PISOU FEIO NA BOLA DESSA VEZ. E AGORA CREIO QUE PERDEU JOAQUIM. VEREMOS.

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