Degradado: Notificações part. 9

Da série Degradado
Um conto erótico de Lucas
Categoria: Gay
Contém 724 palavras
Data: 09/05/2025 17:58:35

Eu não sabia ainda, naquela tarde silenciosa de sábado, que aquela noite ia marcar mais uma mudança sutil — e dolorosamente excitante — no nosso relacionamento. Daniel estava estranho desde o café da manhã. Mais calado do que o normal, com aquele olhar distante que ele sempre usava quando estava tramando algo. Não era um distanciamento frio como o de outras vezes… era mais como uma tensão contida, quase preguiçosa, de quem estava apenas esperando a hora certa pra agir.

Depois do almoço, ele saiu do banho com a toalha ainda enrolada na cintura, se apoiou no batente da porta e disse, casual, como quem pergunta o horário:

— O Caio vai sair hoje com os amigos. Eu vou ver o Leandro.

Meu estômago virou. Leandro. O ex da academia. Magro, tatuado, cara de safado — daqueles que Daniel finge que nem liga, mas transa com mais tesão do que comigo. Eu não respondi. Só balancei a cabeça e fingi normalidade. Era o papel que eu já sabia de cor.

Daniel saiu no início da noite. Usava uma camisa preta colada ao corpo e jeans justos. Passou por mim no sofá, me deu um tapinha na bochecha e sussurrou com um leve sorriso:

— Tenta não bater punheta antes de eu voltar.

Nem olhou pra trás. Eu fiquei ali, sozinho, com a TV ligada em algo que não assistia. O tempo passou arrastado. Eu fiquei fantasiando tudo: como ele ia olhar pro Leandro, como ia provocá-lo no carro, como o Leandro ia obedecer, com aquela cara de cachorro adestrado. Eu sabia que eles não iam sair pra “conversar”. Eu sabia que o hotel que Daniel gostava ficava a menos de vinte minutos dali.

Cerca de duas horas depois, recebo a primeira mensagem.

Era uma foto.

O Leandro de quatro, pelado, com a bunda arreganhada, no espelho. E Daniel, nu atrás, com a mão firme separando as nádegas dele com os dedos. A legenda, curta:

“Quase pronto.”

Meu pau endureceu na hora. Fui pro banheiro e me tranquei. Sentei na tampa do vaso, baixei a bermuda, comecei a me tocar devagar enquanto abria e ampliava a foto. Meu coração batia rápido, as mãos tremiam. Eu queria chorar. Eu queria gozar. Eu queria ser ele. Eu queria ser o outro.

Mais vinte minutos e chega outra mensagem. Um vídeo curto. Daniel gravando o Leandro por trás. Já o estava fodendo. Gemidos abafados, pele suada, o som dos estalos de pele contra pele. Eu ouvia tudo como se fosse uma punhalada no peito… e como se fosse uma punheta no cérebro.

Gozei sem nem tocar muito. Gozei rápido, forte, sujo. Gozei como um traído que ama a traição.

Daniel voltou só depois da meia-noite. O carro estacionou lento. Ele entrou e jogou a chave em cima da bancada da cozinha. Estava suado. O cabelo desgrenhado. O cheiro de outro homem impregnava na pele dele como um perfume doce e ácido. Eu fui até ele, sem falar nada, me ajoelhei no chão e beijei sua barriga.

Ele tirou o cinto com calma, encostou no sofá e me olhou de cima:

— Avisa quando quiser saber o que eu fiz hoje. Mas não reclama depois.

Demorei alguns segundos. Só consegui dizer:

— Eu quero saber. Por favor, me conta.

Ele sorriu. Um sorriso torto, quase cruel. Se sentou no sofá, abriu as pernas e começou a falar com uma frieza que me arrepiava:

— Ele me chupou no carro. Nem esperou eu dizer oi direito. Ficou de joelhos ali mesmo, no estacionamento. Depois me levou pro quarto. Me pediu pra não usar camisinha. Disse que queria minha porra dentro. Eu gozei nele sem nem avisar. Ele amou. Disse que queria que eu chamasse outro cara pra ver a gente. Talvez eu faça isso da próxima vez.

Ele olhava nos meus olhos enquanto contava. Eu sentia vergonha, mas não desviava o olhar. Eu queria ouvir cada detalhe, cada humilhação. Era como se eu só existisse de verdade quando estava sendo pisado por ele.

Quando fui me deitar, ele ficou na sala. Dormi com o cheiro do sêmen dele ainda fresco no meu rosto. E antes de apagar, ouvi a notificação no celular.

Uma mensagem de Caio no WhatsApp:

“De novo com esse cara? Tá demais, Daniel. A gente é namorado ou o quê?”

Eu sabia que algo estava mudando. Daniel estava perdendo o limite. E eu… estava adorando.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive BearRj a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários