Meu nome é Carla, tenho 34 anos, e escrevo isso com as mãos trêmulas, o coração pesado, tentando entender o que está acontecendo no abrigo onde trabalho, aqui em Vila Sombra, uma cidadezinha esquecida no interior de São Paulo, onde a rodovia corta o silêncio com o ronco dos caminhões. É 28 de abril de 2025, e o ar hoje cheira a terra molhada, diesel e mato queimado, um lembrete do calor que não dá trégua, mesmo à noite. Sou branca, alta, 1,75 metro, com cabelos negros longos que caem em ondas até os ombros, olhos castanhos claros que já foram gentis, mas agora carregam um cansaço que não explica. Meu corpo é firme, moldado por caminhadas diárias e malhação ocasional na academia da cidade — seios médios, quase grandes, cintura marcada, bunda perfeita, grande, que chama atenção mesmo nas calças jeans simples que uso no trabalho, pernas torneadas que tremem quando estou nervosa. Sou casada com Urias, um caminhoneiro de 40 anos, barba cheia, voz grave, que passa semanas na estrada, deixando-me sozinha na nossa casa pequena, de paredes brancas e telhas tortas. Nosso filho, Rafael, 19 anos, casado, mora numa cidade vizinha, e a solidão virou minha companheira, tão familiar quanto o ronco dos motores que ecoa na rodovia.
Trabalho no Abrigo Esperança, um prédio velho de dois andares, com paredes descascadas, azulejos rachados, e um quintal de terra onde as crianças brincam entre pneus velhos e uma trave de futebol improvisada. O abrigo cuida de 14 crianças, órfãs ou abandonadas, mandadas pelo conselho tutelar quando as famílias desistem delas. São 10 meninas e 4 meninos, separados à noite em alojamentos diferentes — um masculino, com beliches enferrujados e ventiladores barulhentos, e um feminino, com cortinas desbotadas e espelhos manchados. De dia, eles ficam juntos, na sala de convivência ou no refeitório, onde o cheiro de feijão e arroz nunca sai. O trabalho é dividido entre seis funcionários: três no turno do dia, dois à noite, e um folguista. Eu era do turno da manhã, das 7h às 15h, corrigindo lições, servindo comida, ouvindo histórias que partem o coração. Mas há duas semanas, o Zé, um dos noturnos, saiu por problemas de saúde, e me ofereceram o turno da noite, das 19h às 7h. Aceitei. Dormir sozinha em casa ou no abrigo não fazia diferença, e o extra no salário ajudava com as contas.
No turno da noite, fico com os quatro meninos no alojamento masculino, enquanto a Sueli, minha colega, cuida das meninas. Os meninos são quietos, cada um com sua dor. O Lucas, magrelo, óculos tortos, é o “nerdinha”, sempre com um livro de física, vítima de bullying na escola. O Pedro, baixo, cabelo cacheado, é tímido, com olhos que parecem pedir desculpas por existir. O João, gordinho, fala pouco, passa o dia desenhando dragões em cadernos velhos. O Miguel, moreno, franzino, é o mais calado, com cicatrizes nos braços que ele esconde com mangas compridas. Eles são frágeis, meninos que a vida machucou, e meu papel é protegê-los, guiá-los, mesmo quando mal sei guiar a mim mesma.
Os primeiros dias no turno da noite foram tranquilos. Chegava às 19h, servia o jantar — macarrão com molho ou pão com mortadela —, verificava os alojamentos, apagava as luzes às 22h. Ficava na sala dos funcionários, uma mesa de fórmica, uma cafeteira velha, e um sofá puído, corrigindo relatórios ou lendo no celular. Os meninos dormiam, o silêncio quebrado só pelo ronco do ventilador ou pelo latido dos cachorros na rua. Às vezes, ouvia o rádio da Sueli no alojamento feminino, tocando sertanejo baixo, ou o barulho de um caminhão na rodovia, me lembrando do Urias, tão longe. Era uma rotina simples, quase reconfortante, até a chegada do Leandro.
Leandro apareceu numa quinta-feira, dia 20 de abril, trazido pelo conselho tutelar. Negro, alto, quase 1,90 metro, corpo atlético, braços musculosos que marcavam a camiseta preta, cabelo curto, olhos escuros que pareciam ver tudo. Filho de um traficante preso há uma semana, ele foi mandado pro abrigo depois que a mãe, viciada, sumiu. O conselheiro, um homem careca com óculos grossos, entregou a papelada com um aviso: “Esse é marrento, Carla. Cuidado. Ele não obedece ninguém.” Quando Leandro entrou, a mochila jogada no ombro, o jeito desafiador, senti um frio na espinha. Ele me olhou, os olhos percorrendo meu corpo — a blusa cinza justa, a calça jeans marcando a bunda, as pernas longas —, e sorriu, um sorriso torto, confiante, que me fez desviar o olhar. “Então, tia, tu que manda aqui?”, perguntou, a voz grave, provocadora. “No turno da noite, sim”, respondi, firme, cruzando os braços, sentindo os seios apertarem a blusa. “E não me chama de tia. É Carla.” Ele riu, baixo, e foi pro alojamento, os tênis gastos batendo no chão.
Os primeiros dias com Leandro foram um caos. Ele não respeitava horários, ficava no celular até tarde, ignorava minhas ordens pra apagar a luz. No refeitório, sentava com os meninos, mas falava alto, contando histórias de brigas na rua, de como o pai dele “mandava no morro”. Lucas, Pedro, João e Miguel olhavam pra ele, fascinados, como se vissem um herói. Eu tentava manter a ordem, mas Leandro me desafiava, sutilmente. “Relaxa, Carla, ninguém tá morrendo se eu ficar acordado”, dizia, os olhos fixos nos meus, o sorriso sempre ali, como se soubesse algo que eu não sabia. Uma noite, no corredor, ele passou perto demais, o braço roçando o meu, o cheiro de sabonete barato misturado com suor me acertando. “Desculpa, Carla”, murmurou, mas o tom era debochado, e senti meu rosto queimar, o coração disparado, uma mistura de raiva e algo que não queria nomear.
Eu sabia que ele me olhava. Sentia os olhos dele na minha bunda quando me abaixava pra pegar algo, nos meus seios quando me inclinava pra servir comida. Era casada, mãe, profissional, mas aqueles olhares mexiam comigo, despertavam algo que eu enterrava há anos, desde que o Urias começou a viajar tanto, desde que o sexo com ele virou raro, mecânico. Tentei ignorar, focar no trabalho, mas Leandro era como uma tempestade, impossível de evitar. E então, ele mudou de tática.
Na segunda semana, percebi uma diferença nos meninos. Lucas, que vivia apanhando na escola, chegou com um sorriso tímido, dizendo que “uns caras pararam de zoar ele”. Pedro começou a falar mais, contar histórias do dia. João mostrou um desenho novo, um dragão com detalhes que ele nunca tentou antes. Miguel, o mais fechado, até riu numa noite, algo que nunca vi. Perguntei ao Lucas o que estava acontecendo, e ele, hesitante, disse: “É o Leandro, Carla. Ele… ele tá ajudando a gente. Na escola, ele enfrentou uns caras que batiam na gente. Agora, ninguém mexe com a gente.” Olhei pro Leandro, sentado no refeitório, comendo pão com margarina, o sorriso torto, os olhos me encontrando. Ele sabia que eu sabia.
Leandro virou o líder dos meninos, rápido, natural. Eles o seguiam como sombras, copiando o jeito de andar, de falar. No alojamento, ele contava histórias, ria alto, e os meninos ouviam, encantados. Eu deveria ter gostado — ele estava ajudando, protegendo os outros —, mas sentia um frio na espinha. Era esperto, manipulador, conquistando a confiança deles pra quê? E os olhares pra mim não paravam. Uma noite, enquanto verificava o alojamento, ele estava na beliche, sem camisa, o peito musculoso brilhando à luz fraca, os olhos fixos em mim. “Tá gostando do trabalho, Carla?”, perguntou, a voz grave, o tom carregado. “Tô fazendo meu trabalho, Leandro”, respondi, seca, mas minha voz tremia, e ele sorriu, como se soubesse o efeito que causava.
Ontem, 27 de abril, a tensão subiu. No refeitório, durante o jantar, Lucas derrubou um copo de suco, o líquido se espalhando no chão. Antes que eu pudesse falar, Leandro se levantou, pegou um pano, e limpou, rápido, sem alarde. “Relaxa, Carla, eu resolvo”, disse, os olhos nos meus, o sorriso torto. Os meninos olharam, admirados, e eu, confusa, murmurei um “obrigada”. Mais tarde, no alojamento, ele me chamou no corredor, dizendo que precisava falar. Fui, o coração disparado, o cheiro de sabonete dele me envolvendo. “Tô tentando ser bom, Carla. Tô cuidando dos meninos. Tu vê, né?”, disse, o corpo perto, alto, imponente. “Vejo, Leandro. Mas não testa meus limites”, respondi, firme, mas meus olhos traíram, descendo pelo peito dele, e ele percebeu, o sorriso crescendo. “Eu não testo. Só… admiro”, murmurou, e voltou pro alojamento, me deixando ali, tremendo, a bunda marcada na calça, o calor subindo pelo corpo.
Hoje, enquanto escrevo isso na sala dos funcionários, o ventilador zumbindo, o rádio da Sueli tocando sertanejo baixo, sinto ele no alojamento, a poucos metros, dormindo ou fingindo. Os meninos o seguem, ele manda, e eu, que deveria estar no controle, sinto o chão escorregar. Leandro é um perigo, não só pela marra, mas pelo que desperta em mim — uma mulher casada, de 34 anos, que não deveria sentir o coração disparar por um menino. Mas os olhos dele, o jeito dele, estão cavando um buraco na minha alma, e sei que isso não acaba aqui. A noite está mais pesada hoje, 29 de abril de 2025, o ar quente e úmido invadindo a sala dos funcionários, onde escrevo isso no caderno velho que guardo na gaveta. O ventilador zumbi baixo, jogando um vento morno no meu rosto, e o rádio da Sueli, lá no alojamento feminino, toca um sertanejo abafado, quase engolido pelo silêncio de Vila Sombra. O cheiro de diesel da rodovia mistura-se com o mofo das paredes descascadas do abrigo, e, mesmo com as janelas fechadas, ouço o latido distante de um cachorro, o ronco de um caminhão que me lembra o Urias, tão longe, talvez dormindo na boleia em alguma estrada perdida. Estou sozinha, mas não de verdade. A poucos metros, no alojamento masculino, Leandro está lá, dormindo ou fingindo, e a presença dele pesa como uma sombra que não explica. Ele é um perigo, não só pela marra, pelo jeito de quem não obedece, mas por como faz meu coração disparar, meu corpo trair, mesmo sendo uma mulher casada, de 34 anos, que deveria saber manter o controle.
Depois daquela noite no corredor, quando ele me chamou pra falar, dizendo que “só admirava”, algo mudou. Leandro não é mais só o menino marrento que ignora ordens. Ele é uma força, um imã que puxa os meninos — Lucas, Pedro, João, Miguel — e, pior, que puxa algo em mim. Eles o seguem como se ele fosse a resposta pras dores que carregam, e eu, que deveria ser a autoridade, sinto o chão escorregar a cada olhar, a cada sorriso torto que ele me lança. Hoje, a tensão subiu, e o que aconteceu no alojamento, há poucas horas, ainda faz meu corpo tremer, minha mão hesitar enquanto escrevo.
A noite começou como sempre. Cheguei às 19h, vestindo uma calça jeans justa, que marca a bunda grande e as pernas torneadas, uma blusa preta simples, mas que aperta os seios médios, quase grandes, o cabelo negro solto, caindo nos ombros. O abrigo estava quieto, o refeitório cheirando a arroz com frango, sobras do jantar que servi pros meninos. Sueli, no alojamento feminino, cantarolava com o rádio, cuidando das dez meninas, enquanto eu fiquei com os quatro meninos, agora cinco com Leandro. Verifiquei o alojamento masculino às 21h, os beliches enferrujados alinhados contra a parede, os ventiladores girando lento, jogando sombras tortas no teto. Lucas estava na beliche de baixo, lendo um livro com a lanterna do celular, os óculos tortos brilhando. Pedro dormia, o cabelo cacheado espalhado no travesseiro. João rabiscava num caderno, o lápis dançando rápido. Miguel, na beliche de cima, olhava o teto, as mangas compridas cobrindo as cicatrizes. Leandro, na beliche do canto, estava deitado, sem camisa, o peito musculoso brilhando à luz fraca, os olhos escuros me seguindo enquanto eu passava.
“Apagam as luzes às 22h, já sabem”, disse, a voz firme, tentando ignorar o olhar dele. “Tô de olho.” Leandro riu, baixo, o som grave ecoando no quarto. “Relaxa, Carla. A gente obedece direitinho”, respondeu, o tom debochado, e os meninos riram, até Lucas, que nunca ria. Senti o rosto queimar, a autoridade escorrendo, e saí, os tênis batendo no chão de cimento, o coração disparado. Voltei pra sala dos funcionários, tentando me concentrar nos relatórios, mas a imagem dele — alto, negro, atlético, o sorriso torto — não saía da cabeça. O jeito como ele me olhava, como se visse além da blusa, da calça, da mulher que sou, me deixava nervosa, exposta.
Por volta das 23h, ouvi um barulho no corredor, um rangido de madeira, passos leves. Peguei a lanterna, o caderno de registros, e fui checar, o coração batendo forte. O alojamento masculino estava escuro, as luzes apagadas, mas a porta entreaberta, o que não era normal. Entrei, a lanterna iluminando os beliches, os meninos dormindo, ou fingindo, o ronco leve do Pedro cortando o silêncio. Leandro não estava na beliche dele, o colchão vazio, o lençol amassado. “Leandro?”, chamei, baixo, a voz tremendo, o feixe da lanterna dançando nas paredes. Nenhuma resposta, só o zumbido do ventilador e o latido de um cachorro lá fora. Caminhei até o corredor, o cheiro de mofo mais forte, o ar quente grudando na pele, e então o vi, encostado na parede, sem camisa, a calça de moletom baixa nos quadris, os músculos do abdômen brilhando à luz fraca do poste que entrava pela janela.
“Que tá fazendo aqui, Leandro?”, perguntei, a voz firme, mas o corpo traindo, as pernas moles, o calor subindo pelo pescoço. Ele não respondeu de imediato, só me olhou, os olhos escuros percorrendo meu corpo — a blusa marcando os seios, a calça apertada na bunda, as pernas longas —, e deu um passo à frente, o sorriso torto aparecendo. “Não conseguia dormir, Carla. Tava pensando… em umas coisas”, disse, a voz grave, lenta, cada palavra carregada. “Volta pro alojamento. Agora”, ordenei, apontando a lanterna pro peito dele, a luz iluminando a pele negra, os músculos definidos, e senti minha mão tremer, o feixe dançando. Ele riu, baixo, e deu outro passo, agora tão perto que o cheiro de sabonete barato e suor me acertou, quente, masculino.
“Tu é braba, né, Carla? Mas não precisa disso. Tô só… conversando”, murmurou, o corpo a centímetros do meu, o calor dele me envolvendo. “Não tem conversa a essa hora. Vai dormir”, respondi, mas minha voz falhou, os olhos castanhos claros presos nos dele, o coração disparado. Ele levantou a mão, devagar, e tocou meu braço, os dedos quentes roçando a pele, descendo até o pulso, onde a lanterna tremia. “Tu é diferente, sabia? Não é como as outras. É… especial”, disse, o tom baixo, quase um sussurro, e o toque, firme, mas gentil, fez meu corpo inteiro reagir, um calor subindo pela barriga, os seios endurecendo sob a blusa, a bunda apertada na calça parecendo mais exposta.
“Para, Leandro”, murmurei, recuando, o costas batendo na parede fria, o mofo grudando na blusa. “Isso é errado. Eu sou casada. Sou tua responsável.” Ele não recuou, só se aproximou mais, o corpo alto, imponente, bloqueando a luz do poste, a sombra dele me engolindo. “Eu sei, Carla. Mas tu sente, né? Esse calor. Esse… fogo”, disse, a mão subindo, roçando a lateral do meu corpo, parando na cintura, os dedos apertando de leve, sentindo a curva da bunda. Gemi, baixo, sem querer, o som escapando, e ele sorriu, os dentes brilhando, os olhos faiscando. “Tá vendo? Tu quer, mesmo dizendo que não.”
Tentei empurrá-lo, as mãos no peito dele, os músculos duros sob meus dedos, mas ele não se moveu, só segurou meus pulsos, gentil, mas firme, os olhos nos meus. “Não faz isso, Leandro. Por favor”, sussurrei, a voz quebrada, as pernas tremendo, o calor entre as coxas traindo tudo que eu dizia. Ele inclinou o rosto, o hálito quente roçando minha bochecha, os lábios a milímetros dos meus, e murmurou: “Eu não forço, Carla. Mas tu vai querer. Só tô esperando.” Então me soltou, os pulsos livres, e recuou, o sorriso torto voltando, como se soubesse que tinha vencido. “Boa noite, Carla”, disse, e voltou pro alojamento, os passos ecoando, a porta rangendo ao fechar.
Fiquei no corredor, a lanterna caindo no chão, o coração batendo tão forte que doía, o corpo quente, a blusa grudada na pele suada, a bunda marcada na calça, os seios pesados, o desejo lutando com a culpa. Voltei pra sala dos funcionários, as pernas moles, e sentei no sofá puído, o caderno na mão, escrevendo isso pra tentar entender. Leandro é um perigo, não só porque manda nos meninos, não só porque desafia as regras, mas porque desperta algo em mim que não controlo. Ouço o ventilador, o sertanejo baixo da Sueli, o ronco de um caminhão na rodovia, e sei que ele está lá, no alojamento, esperando, como disse. E eu, que deveria ser a força, a razão, sinto o fogo que ele acendeu, e não sei quanto tempo vou resistir. A noite está mais escura hoje, 30 de abril de 2025, o céu lá fora sem estrelas, como se Vila Sombra tivesse engolido a luz. Escrevo isso na sala dos funcionários, o caderno tremendo nas minhas mãos, o ventilador zumbindo baixo, jogando um vento quente que não alivia o peso no meu peito. O rádio da Sueli, no alojamento feminino, toca um sertanejo quase inaudível, abafado pelo ronco de um caminhão que passa na rodovia, um som que me faz pensar no Urias, tão longe, enquanto eu, aqui, afundo num abismo que não sei explicar. O cheiro de mofo das paredes do abrigo mistura-se com o diesel que entra pela janela entreaberta, e meu corpo, suado, ainda treme, a blusa preta grudada nos seios, a calça jeans marcando a bunda, as pernas torneadas moles depois do que aconteceu há menos de uma hora. Leandro está no alojamento masculino, a poucos metros, e a presença dele é como um fogo que não apaga, um perigo que eu sabia que viria, mas não consegui parar.
Depois do que aconteceu no corredor ontem, quando ele me tocou, os dedos quentes na minha cintura, o hálito roçando meu rosto, dizendo que eu ia querer, não dormi. Passei o dia em casa, na cama vazia, o ventilador girando, o cheiro de café frio na cozinha, tentando apagar a imagem dele — negro, alto, atlético, o sorriso torto, os olhos escuros que me desmontam. Sou casada, mãe, responsável por crianças que já sofreram demais, mas o desejo, esse calor que ele acendeu, é mais forte que a culpa, que o anel no meu dedo. Cheguei ao abrigo às 19h, o coração disparado, vestindo uma calça jeans escura, justa, que abraça a bunda grande e as pernas, uma blusa cinza de manga longa, fina, que marca os seios médios, quase grandes, o cabelo negro solto, caindo nos ombros. Tentei me esconder na rotina, servir o jantar — sopa de macarrão com pedaços de frango —, verificar os alojamentos, manter a ordem, mas sabia que ele estava lá, esperando, como prometeu.
O jantar foi tranquilo, os meninos no refeitório, o cheiro de sopa misturado com o mofo do abrigo. Lucas, Pedro, João e Miguel comiam em silêncio, os olhos baixos, mas sempre olhando pra Leandro, que contava uma história sobre uma briga na escola, o jeito confiante, a voz grave enchendo o espaço. Ele me olhava, de vez em quando, o sorriso torto aparecendo, e eu desviava, servindo mais sopa, o calor da panela subindo, misturado com o calor do corpo dele, mesmo estando tão longe. “Tá boa a comida, Carla?”, perguntou, o tom provocador, e os meninos riram, até o Miguel, que nunca ri. “Come e cala a boca, Leandro”, respondi, seca, mas minha voz tremia, e ele sorriu mais, como se soubesse que estava ganhando. Saí do refeitório, o coração batendo forte, a bunda marcada na calça, sentindo os olhos dele nas costas.
Às 22h, apaguei as luzes do alojamento masculino, os beliches enferrujados rangendo enquanto os meninos se ajeitavam. Leandro estava na beliche do canto, sem camisa, o peito musculoso brilhando à luz da minha lanterna, os olhos escuros me seguindo. “Boa noite, Carla”, disse, a voz grave, carregada, e eu não respondi, só saí, os tênis batendo no chão de cimento, o calor subindo pelo pescoço. Voltei pra sala dos funcionários, tentando me concentrar nos relatórios, mas o caderno ficava em branco, a caneta tremendo na mão. Por volta da meia-noite, ouvi passos no corredor, leves, mas firmes, e soube, antes mesmo de levantar, que era ele.
Levantei, a lanterna na mão, e fui até o corredor, o ar quente e úmido grudando na pele, o cheiro de mofo mais forte na escuridão. Ele estava lá, encostado na porta da sala de materiais, uma despensa pequena ao lado do alojamento, cheia de caixas velhas, produtos de limpeza e cadeiras quebradas. Sem camisa, a calça de moletom cinza baixa nos quadris, o abdômen definido brilhando à luz fraca do poste que entrava pela janela. “Leandro, já disse pra não sair do alojamento”, falei, a voz firme, mas o corpo traindo, as pernas moles, o feixe da lanterna dançando no peito dele. Ele não respondeu, só deu um passo à frente, o sorriso torto aparecendo, os olhos escuros me prendendo. “Tô cansado de dormir, Carla. Quero… conversar”, disse, a voz grave, lenta, cada palavra um convite que eu não queria aceitar.
“Não tem conversa. Volta agora”, ordenei, mas ele se aproximou, o corpo alto, imponente, bloqueando a luz, o cheiro de sabonete e suor me envolvendo. “Tu tá nervosa, né? Não precisa. Só quero te mostrar uma coisa”, murmurou, e, antes que eu pudesse recuar, segurou minha mão, os dedos quentes envolvendo meu pulso, puxando-me pra dentro da sala de materiais. A porta rangeu ao fechar, a escuridão engolindo tudo, só o feixe da lanterna iluminando caixas empilhadas, o chão de cimento rachado, o cheiro de mofo e produtos químicos. “Leandro, para”, sussurrei, o coração disparado, a mão tremendo, mas ele não soltou, só me encostou contra uma pilha de caixas, o corpo dele tão perto que sentia o calor, o peito musculoso a centímetros do meu.
“Tu sente, Carla. Eu sei que sente”, disse, a voz baixa, quase um ronco, e levantou minha mão, guiando-a até a calça dele, onde o pau, já duro, pulsava sob o tecido, grande, grosso, impossível de ignorar. Gemi, baixo, o som escapando, o calor subindo pela barriga, os seios endurecendo sob a blusa. “Isso é errado. Eu sou casada”, murmurei, mas minha mão não recuou, os dedos traçando o contorno, o tamanho me assustando, me fascinando. Ele riu, baixo, e abaixou a calça, o pau saltando, 22 centímetros, longo, grosso, veias marcadas, a cabeça brilhando à luz da lanterna. “Meu Deus, Leandro… é grande demais”, sussurrei, os olhos arregalados, a admiração misturada com medo, com desejo, com tudo que eu não deveria sentir.
“Tu quer, Carla. Só precisa deixar acontecer”, disse, e segurou meu rosto, os polegares roçando minhas bochechas, os olhos escuros nos meus. “Não… eu não posso”, murmurei, mas ele inclinou meu rosto, o hálito quente na minha boca, e sussurrou: “Pode, sim. Só a boca, Carla. Ninguém vai saber.” A culpa me sufocava, o anel no dedo pesando, mas o desejo, o calor, era mais forte. Ajoelhei, devagar, o chão de cimento frio sob os joelhos, a lanterna caindo, a luz fraca iluminando o pau dele, tão grande, tão perto. Segurei com as mãos, as unhas vermelhas tremendo, o toque quente, pulsante, e ele gemeu, baixo, o som me acertando como um choque.
“Chupa, Carla”, murmurou, a voz grave, autoritária, e eu, tremendo, levei a boca à cabeça, os lábios esticando, o tamanho forçando a abertura, a língua roçando, o gosto salgado me invadindo. Gemi, abafado, a boca cheia, tentando engolir, mas era grande demais, 22 centímetros que não cabiam, a garganta travando. Ele segurou meu cabelo, gentil, mas firme, guiando, o pau entrando mais fundo, o engasgo me fazendo tossir, a saliva escorrendo pelo queixo, pingando na blusa. “Isso, Carla, assim”, disse, a voz rouca, e eu chupei, com força, a língua rodando, os lábios esticados, o desconforto misturado com um tesão que não explica. Ele gemia, os quadris movendo, o pau batendo na garganta, o som molhado ecoando na sala pequena, abafado pelo mofo, pelo zumbido do ventilador ao longe.
Olhei pra cima, os olhos castanhos claros cheios de lágrimas, a maquiagem borrando, e vi ele, os olhos escuros faiscando, o sorriso torto, o prazer estampado. “Tu é boa, Carla. Sabia que era”, murmurou, e a vergonha me queimou, mas continuei, chupando, a boca lutando contra o tamanho, a saliva melando o queixo, os seios pesados sob a blusa, a bunda apertada na calça. O ritmo aumentou, ele guiando, o pau grande entrando e saindo, o engasgo constante, o calor da sala me sufocando. “Vou gozar”, avisou, a voz tremendo, e tentou recuar, mas segurei os quadris dele, a boca cheia, o tesão me dominando, e ele gozou, o sêmen jorrando, quente, grosso, enchendo minha boca, escorrendo pelos lábios quando engasguei, pingando no chão, na blusa, no cimento rachado.
Ele recuou, ofegante, o pau amolecendo, a calça subindo, e eu fiquei ajoelhada, tossindo, a saliva e o sêmen melando o queixo, a blusa, o rosto vermelho, a culpa me esmagando. “Tu é incrível, Carla”, disse, a voz grave, o sorriso torto, e estendeu a mão, me ajudando a levantar, os dedos quentes no meu braço. “Isso… não pode acontecer de novo”, murmurei, a voz quebrada, as pernas tremendo, mas ele só riu, baixo, e saiu, a porta rangendo, os passos ecoando no corredor. Fiquei na sala de materiais, a lanterna no chão, a luz fraca iluminando as caixas, o cheiro de mofo e sexo no ar, o coração disparado, a culpa e o tesão brigando dentro de mim.
Voltei pra sala dos funcionários, o caderno na mão, escrevendo isso pra tentar entender, pra tentar apagar o que fiz. Ouço o ventilador, o sertanejo baixo da Sueli, o latido de um cachorro, e sei que Leandro está no alojamento, dormindo ou fingindo, sabendo que venceu. Ele é um fogo, um perigo, e eu, que deveria ser a força, a razão, estou queimando, e não sei como parar.