DIÁRIO SEXUAL DA MôNIQUE _ Episódio 18
Este conto foi tirado do diário de Mônique, e sua narrativa faz parte das confissões mais íntimas:
CURTEM E COMENTEM MUITO!!!
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🌼 O Preço do Prazer: Uma Dívida, Um Filho e Uma Traição!
CONTINUAÇÃO DO CONTO: POR VINTE REAIS, DEI A BUCETINHA E O CUZINHO PRO PRIMO DO MEU MARIDO!
Semanas se passaram desde que fui enganada e me entreguei ao Juliano, primo do Marcelo Augusto, até então meu marido. Seduzida por uma quantia em dinheiro que eu precisava para salvar nossa casa da dívida que nos sufocava, acabei cruzando uma linha sem volta acreditando, por um instante, que um erro justificaria outro. Achei que estava protegendo o nosso lar, mas acabei destruindo tudo em silêncio, sufocada pela culpa e pelo peso de um segredo.
Voltei para a casa da minha mãe. Achei que ali encontraria algum abrigo, um pouco de paz… Mas a pressão era sufocante. Os olhares, os silêncios, os julgamentos velados, tudo me esmagava. E os enjoos constantes só tornavam tudo ainda mais insuportável. Não consegui ficar. Era como se aquele lugar, que um dia foi meu porto seguro, agora me expulsasse a cada novo amanhecer. Acabei voltando a morar no apê da minha melhor amiga, Patrícia, na zona sul do Rio. Ela também havia saído da casa dos pais e me acolheu sem fazer perguntas, como só uma verdadeira amiga faria. Com Patrícia, dividi mais do que um teto. Dividi minhas angústias, minhas lágrimas silenciosas e, principalmente, o peso do meu segredo. Ela foi a única pessoa a quem tive coragem de contar toda a verdade: eu estava grávida.
Marcelo continuou a morar na casa dos fundos do terreno do primo dele. Mesmo com tantas mudanças, seguimos juntos, cada um a sua casa, tentando segurar as pontas no meio desse turbilhão.
O dia amanheceu lindo. Um céu limpo, azul, daqueles que enganam a alma, como se o universo quisesse me oferecer um alívio que, no fundo, sabia que não viria. Já estava com nove semanas de gestação quando fui com a Patrícia buscar o resultado do exame de DNA fetal. Estávamos em silêncio dentro do carro, como se as palavras também tivessem medo daquilo que estava por vir. O envelope estava ali, pesado nas minhas mãos, embora não passasse de algumas folhas.
Abri. Li. Gelei.
O pai… não era o Marcelo Gouveia. Meu coração se recusava a aceitar, mas a verdade gritava diante de mim: só podia ser o Julinho.
Meu coração afundou como pedra no oceano. Uma vertigem me atingiu, e tive que me sentar no meio-fio, ali mesmo, sem me importar com quem passava. Patrícia ajoelhou ao meu lado, me segurando pelos ombros, mas sua voz parecia distante. Tudo em volta perdeu o som. Era como se o mundo tivesse parado, só para me deixar sentir, sozinha, o peso daquela verdade.
Julinho. Uma, somente uma trepada e engravidei desse desgraçado!
O erro de uma transa. O reflexo de uma traição. Eu tinha enterrado isso como um pecado que jamais sairia do meu peito. Marcelo Goveia não sabia. E agora... agora tudo mudava. Tudo.
O que eu ia fazer?
Senti um nó apertando na garganta. As mãos começaram a suar, os olhos arderam. Tentei manter a respiração sob controle, mas foi inútil. As lágrimas vieram, quentes, salgadas, silenciosas. Não chorei alto. Só deixei que tudo escorresse, como se o corpo precisasse aliviar um pouco do peso daquela culpa.
— Amiga… — Patrícia sussurrou, sentando ao meu lado. Ela pegou o exame que tremia nos meus dedos. — Tem certeza de que quer contar pra ele?
Olhei pra ela, e naquele instante percebi que nem mesmo eu sabia a resposta. Queria proteger o Marcelo Goveia. Queria protegê-lo da dor, do constrangimento, da verdade. Mas... também queria proteger meu filho. E a mim. Da mentira.
— Eu estraguei tudo, Patrícia. Tudo...
Ela passou o braço pelos meus ombros e me puxou num abraço apertado.
— Você não estragou nada. Você está vivendo. Errou, mas isso não faz de você uma pessoa ruim. Só faz de você... humana.
Fechei os olhos. Como seria olhar nos olhos do Marcelo Goveia e dizer: "o filho que estou esperando não é seu"? Como explicar que aquele erro, que parecia tão distante, agora crescia dentro de mim, ganhando forma, nome, vida?
E o Julinho? Ele sequer sabia. Será que eu tinha forças pra encarar aquele passado que tentei esquecer? Pior: será que ele queria saber?
O celular vibrou no meu bolso. Era uma mensagem do Marcelo:
“Boa sorte no exame, amor. Tô aqui se precisar de mim. Te amo.”
A garganta apertou de novo.
E agora… o que eu fazia com esse amor?
No final de semana, fui para a casa dos fundos para ficar com Marcelo Gôveia. Estava certa do que faria — ou do que não faria. O segredo do bebê morreria comigo. Marcelo não precisava saber. Pelo menos, não ainda.
Mas bastou ele abrir a porta para algo dentro de mim estremecer.
Seu rosto carregava um brilho incomum, como se ele tivesse acabado de ganhar na loteria da vida. Me puxou pela mão, me encheu de beijos, empolgado, e jogou a notícia no ar como quem entrega flores: — Julinho voltou. Está na casa ao lado. Disse que ele está louco pra te ver... grávida.
Foi como levar um soco no estômago com um sorriso nos lábios.
Meu corpo falhou, como se os músculos não obedecessem mais. O coração disparou, e uma onda quente subiu pelas minhas entranhas, não era só surpresa, nem só raiva. Era vontade. Uma vontade crua, incontrolável, que não pedi pra sentir. A indignação de ter sido enganada perdeu o peso de repente, engolida por um desejo que me deixou exposta por dentro.
Era como se meu corpo gritasse por algo que a mente ainda tentava negar.
E ali estava eu: entre dois homens, com um segredo palpitando na barriga... e um fogo impossível de apagar.
Marcelo Goveia havia saído para comprar cerveja, e eu fiquei sozinha, tentando encontrar coragem para enfrentar tudo aquilo.
Julinho apareceu com aquele sorriso cínico que um dia me enganou, o mesmo que hoje só me provoca raiva e tesão ao mesmo tempo. Fingiu carinho, tentou bancar o arrependido, mas o olhar dele dizia tudo: desconfiança, desejo, egoísmo puro. Parou diante de mim, encarou minha barriga e cuspiu as palavras como veneno:
— Tem certeza que esse bebê é do Marcelo?
Ele não estava ali por preocupação, muito menos por responsabilidade. Não queria ser pai. Nunca quis. O que ele queria mesmo era reviver o que tivemos: o sexo, o controle, o poder de me ter.
E foi aí que veio a ameaça disfarçada de proposta.
— Vou ser direto… eu não tô pronto pra ser pai. Nunca estive. Mas isso que a gente teve… aquilo ainda tá aqui — disse, passando a língua pelos lábios. — Você lembra, né? Do seu corpo arrepiando todo quando eu te tocava? Aquilo foi real. Eu ainda sinto sua falta.
As palavras dele me enojavam. Era como se ele cuspisse memórias só pra me ferir. E antes que eu conseguisse reagir, ele sussurrou mais, envenenando o pouco que restava de calma em mim.
— Mas olha… se quiser, eu posso aceitar que o bebe é dele. Acabo com essa história. Só que tem um preço — ele roçou os lábios perto da minha orelha, com a audácia de um canalha sem limites. — Você continua me vendo. Minha amante. Do jeito que foi.
Meu corpo congelou, mas por dentro eu queimava. A raiva subiu como um grito preso. Ele não queria ser pai. Ele não queria assumir nada. Julinho só queria me ter de novo, não como mulher, mas como objeto. Como passatempo. Como amante secreta enquanto outro criava um filho dele.
Naquele instante, olhando pra cara dele, percebi: não era amor, nem culpa. Era puro egoísmo, puro desejo de controle. E eu tive vontade de gritar. De jogar tudo na cara daquele cafajeste e manipulador. Mas me mantive firme.
O silêncio caiu entre nós como uma cortina pesada. Só o som distante do portão se abrindo quebrou aquele clima tenso, Marcelo Goveia estava voltando.
Antes que ele entrasse, Julinho se aproximou de mim e sussurrou ao meu ouvido, pedindo que eu não fosse à faculdade na segunda feira. Disse que esperaria Marcelo Goveia sair para me encontrar, que precisava conversar e tentar resolver tudo.
Na manhã seguinte, como havíamos combinado, o dia amanheceu cinzento e chuvoso. Marcelo Gouveia seguiu para a faculdade e depois ia direto para o estágio. Aproveitei para dizer que não estava me sentindo bem, que ficaria para descansar um pouco antes de ir embora.
Trinta minutos depois, ouvi batidas na porta. Era Julinho. Pensei em não abrir... mas o desejo falou mais alto.
Ele entrou e foi direto ao ponto. Disse que se sentia um covarde, mas que eu precisava saber a verdade sobre Marcelo Gouveia.
E então começou a contar tudo.
Segundo Julinho, nada do que aconteceu foi por acaso. Tudo não passou de uma farsa. Uma vingança. Eles haviam armado aquilo juntos, só que não esperavam que a consequência fosse uma gravidez.
Meu corpo ficou tenso, meu coração disparou.
— Que vingança? Que história é essa? — perguntei, quase sem voz.
Julinho continuou. Disse que nunca existiu dívida nenhuma, que Marcelo Goveia só inventou isso para justificar um pagamento.
— Pagamento? Que pagamento? — insisti, sentindo um calafrio subir pelas costas.
— Pelo seu corpo — ele respondeu.
Olhei nos olhos dele, sem acreditar.
— Você tá mentindo...
Mas então ele falou o nome que fez tudo mudar. Fernanda. (ELA ESTÁ NO CONTO:🌼 AZUL É A COR MAIS QUENTE!)
— Era por causa da Fernanda. O Marcelo pegou você e ela na cama... enquanto vocês ainda namoravam, vocês terminar e voltar novamente.
Naquele momento, tudo fez sentido. A forma como Marcelo Gouveia passou a agir depois daquele dia, o sumiço, os olhares desconfiados...
Julinho disse que Marcelo Goveia, ferido no orgulho, percebeu o desejo que eu despertava nos outros. E então usou a paixão que Juninho sentia por mim como instrumento de vingança.
— Ele me cobrou dois mil e quinhentos reais pra transar com você — confessou Julinho.
— Mas como ele sabia que eu ia aceitar? — perguntei, ainda em choque.
— Ele não sabia. Era um jogo. Você podia aceitar ou não. Mas você... você aceitou.
Juliano se aproximou e colou a boca na minha e me beijou como se quisesse me devorar viva. Língua, dentes, respiração quente.
Suas mãos deslizaram pela minha nuca, depois desceram pelas minhas costas com firmeza, como se quisesse tomar posse de cada pedaço de mim. Eu me entreguei sem hesitar, sentindo o calor crescer entre as pernas. Ele me pressionou contra a parede, seu corpo inteiro colado ao meu, duro, quente, faminto.
A língua dele brincava com a minha com um misto de fúria e precisão. Seus dedos se infiltraram sob minha blusa, tocando meus seios com a reverência de quem deseja e o desespero de quem não quer esperar. Respirou com dificuldade. A tensão era insuportável, e deliciosa.
A sala estava mergulhada em penumbra, iluminado apenas pela luz trêmula de uma luminária. O calor entre nossos corpos era denso, quase palpável, e cada suspiro parecia inflamar ainda mais o ar.
Juliano me prensou contra a parede, seu corpo colado ao meu, mãos firmes nas minhas coxas.
— Você me enlouquece — ele rosnou entre beijos, a voz rouca e embriagada de tesão.
Eu sorri, provocante, mordendo o lábio inferior como quem saboreia o controle da situação.
— Então me enlouquece de volta — sussurrei, passando a unha de leve pela nuca dele. — Mas antes quero os dois mil e quinhentos reais que você e o Marcelo Goveia me enganaram.
O corpo dele congelou por um segundo. O desejo ainda pulsava em seus olhos, mas agora havia também algo mais: culpa, talvez, ou surpresa por eu ter trazido o assunto justo agora. Melhor ainda. Esse era o meu jogo.
— Amor, não é hora pra isso...
— Não me chama de amor, meu nome é Mônique — cortei seco, empurrando-o levemente para ganhar espaço. — O acordo era claro. Eu aceitei entrar naquela festinha de vocês dois com uma condição. Vendi meu corpo e só recebi vinte reais.
Ele passou a mão pelo cabelo, visivelmente desconcertado. — O Marcelo disse que ia te dar o dinheiro...
— Disse. Mas não deu. E você, Juliano, meu bem… gozou como se o mundo fosse acabar e depois sumiu como se eu fosse parte do serviço.
Juliano tentou se reaproximar, deslizando as mãos pela minha cintura. — Eu resolvo isso. Amanhã.
— Hoje — interrompi firme. — Ou você sai por aquela porta com a cabeça cheia de tesão e o bolso vazio. A escolha é sua.
Ele me olhou como um animal encurralado. Desejo e frustração brigavam dentro dele. Tirou o celular do bolso, digitou rápido, calado. Em segundos, o som da notificação vibrou no meu próprio aparelho, jogado sobre o sofá.
Verifiquei o extrato. Exatamente dois mil e quinhentos reais. Olhei para ele e sorri de novo, desta vez com aprovação.
— Agora sim.
Me aproximei devagar, minha boca roçando a dele, os olhos fixos nos seus.
— Vamos terminar o que começamos, mas não aqui, vamos para o quarto, quero que seja na cama do Marcelo Goveia, ou você vai querer ligar pro Marcelo e contar que perdeu o melhor sexo da sua vida por causa de mixaria?
Juliano não respondeu com palavras. Seus lábios colaram nos meus com uma fome renovada, como se agora, finalmente, estivesse livre para me ter. Mas ele sabia, no fundo, ele sabia, que o prazer comigo tinha preço. E que cada centavo havia valido a pena.
— Tira essa porra toda — ele rosnou, arrancando minha blusa como se quisesse me rasgar junto. O tecido cedeu com um rasgo alto. Não liguei. O olhar dele queimava.
— Tu gosta quando eu sou bruto, né? — Júlio sussurrou entre os dentes, me prensando contra a parede do quarto com o corpo quente e pesado.
— Gosto... caralho, gosto pra porra... — gemi, o peito subindo e descendo rápido, o coração batendo descompassado, sentindo a mão dele fechar no meu pescoço. Forte. Dominante. Do jeito que me deixava molhada.
— De quatro em cima da cama. Agora. — A voz dele era uma ordem, e eu obedeci sem pensar, como se fosse dele.
Me ajoelhei e virei de costas, o corpo em choque, o cu contraído, a boceta pulsando, escorrendo desejo. Eu era dele. Inteira. Sem vergonha. Sem defesa. Sem alma.
— Olha essa bunda… feita pra ser comida. — A voz dele vinha baixa, grave, carregada de tesão. — Essa marquinha de biquíni… nessa bundinha suada… coisa mais gostosa.
O tapa veio seco, violento. O som cortou o ar antes mesmo da dor explodir na pele. Gritei.
— Aahh! Júlio…
Escapou. Sem controle. Sem filtro. Eu já era só reação.
— Cala a porra da boca. — Outro tapa, mais forte, mais cruel. — Eu te paguei. Você só geme quando eu deixar. Entendeu?
— S-sim, Júlio… — minha voz saiu trêmula, quase um sussurro, meio gemido, meio rendição.
Ele me segurou com força pela cintura e, enfiou sem aviso. Um soco de prazer me atravessou. Gemi alto, sufocada, com os olhos fechando no impacto.
— Isso, porra... que boceta apertada... — ele grunhiu, socando forte, ritmado, selvagem.
— Me fode! Fode mais! Me arrebenta! — implorei, sentindo cada investida me arrebentar e me acender mais.
— Sua vadia gostosa... minha putinha suja... — ele rosnava, segurando meu cabelo, socando fundo. — Vai gozar agora. Vai. Goza na minha pica, porra!
— AAAHHH! CARALHO, JÚLIO! — gritei, me desfazendo, o corpo inteiro tremendo, explodindo num gozo violento, sem freio, sem ar.
Ele gozou logo depois, com um gemido grave, socando até o fim, os corpos grudados, suados, fodidos de prazer.
Ainda tremia quando ele me puxou de volta pelos cabelos.
— Isso foi só o começo.
Ainda de quatro com as pontas do pé no cão e e o antebraço na cama, eu sentia meu corpo tremer a cada toque. Juliano enfiava a língua com fome, circulando a entrada apertada do meu cuzinho enquanto o dedo explorava, abrindo caminho com firmeza e desejo. A cada investida, eu arfava mais alto, completamente entregue. A porra que ele havia gozado escorria quente da minha buceta, escorrendo pelas minhas coxas como se meu prazer transbordasse por todos os lados.
Ele gemia baixo, excitado com a visão da minha entrega, uma mistura de dominação e adoração. Com movimentos lentos, ele me preparava, me deixando no limite entre a dor e o êxtase. E eu queria mais. Precisava mais.
— Tá pronta pra mim, safada? — ele sussurrou, com a voz rouca, o corpo colado nas minhas costas.
— Tô… me fode, Juliano. Mete no meu cuzinho, vai… — respondi ofegante, sentindo meu corpo inteiro vibrar de antecipação.
Ele segurou firme a minha cintura e pressionou a cabeça do pau ali, na entrada apertada.
— Tá tão fechadinha… porra… — ele gemeu, começando a empurrar devagar.
— Ah… vai, vai… enfia tudo… — eu implorei, mordendo os lábios, sentindo aquela invasão me abrir centímetro por centímetro.
— Isso, caralho… olha como engole meu pau… — ele rosnava, enfiando mais fundo, me preenchendo inteiro.
— Ai, Juliano… tá tão gostoso… continua… — gemi, jogando o quadril pra trás, querendo mais, querendo tudo.
— Teu cuzinho é perfeito… feito pra mim… — ele dizia, enquanto socava com mais força, a mão estalada na minha bunda, me deixando louca.
O som dos nossos corpos se chocando, meus gemidos misturados aos dele, tomavam o quarto. Cada estocada era mais intensa, mais suja, mais deliciosa. Eu só conseguia pensar em uma coisa:
— Não para… goza dentro… enche meu cuzinho pra mim…
— Mmmmm tô gozando... ele gemeu, jogando porra pra dentro de mim.
O silêncio pesava mais do que qualquer palavra não dita. As luzes da sala estavam apagadas, e apenas a luz da rua atravessava as frestas da persiana, desenhando faixas amarelas sobre o chão frio.
Exaustos, nos jogamos ali, como se a cama pudesse sustentar o peso das nossas verdades. Nenhum de nós ousava falar. O ar entre nós estava carregado de lembranças, mágoas e decisões que não podiam mais ser adiadas.
Quebrei o silêncio com a voz trêmula:
— Por que você resolveu contar a verdade?
Juliano respirou fundo. Por um momento, achei que ele fosse fugir da resposta. Mas então seus olhos encontraram os meus. Havia dor neles, mas também sinceridade.
— Eu te amo, Monique. Quero assumir você e o bebê... quero fazer parte disso, mesmo que tarde demais.
Meu coração bateu forte, não de emoção, mas de conflito. Parte de mim queria acreditar nele, na possibilidade de uma nova história. Mas outra parte, ferida demais, sabia que não podia.
Balancei a cabeça, tentando conter as lágrimas.
— Juliano, isso nunca deveria ter acontecido assim. Eu não quero você ao meu lado por culpa ou obrigação. O que tínhamos se perdeu... e eu não vou me prender ao passado só porque tem um filho a caminho.
Ele tentou falar, mas eu levantei a mão, pedindo silêncio.
— Não vou impedir você de ser pai. Pelo contrário, vou exigir que seja. A pensão será conforme a lei, e quero que assuma sua parte como homem. Mas nós dois... acabou.
Juliano abaixou a cabeça. Pela primeira vez, pareceu verdadeiramente derrotado. Ficou alguns segundos parado, como se esperasse que eu mudasse de ideia. Mas não houve súplica, nem beijos de reconciliação. Só o fim — cru, nu, inevitável.
Ele se levantou devagar, sem olhar para trás, e caminhou até a porta.
Antes de sair, murmurou:
— Me desculpa... por tudo.
A porta se fechou com um clique seco.
Fiquei ali, sozinha na cama que um dia jurei amor eterno pelo Marcelo Goveia, com a mão pousada sobre meu ventre. O bebê ainda era uma promessa silenciosa. Mas naquele momento, eu sabia: dali em diante, a minha história seria escrita por mim, com ou sem Juliano.
Para meu desespero, uma dor aguda e repentina rasgou meu ventre como uma lâmina. Instintivamente levei a mão até a vagina, estava encharcada de sangue. O pânico tomou conta de mim. Corri até o chuveiro, liguei a água o mais quente que pude suportar e deixei cair sobre meu corpo trêmulo, tentando, em vão, aliviar a dor que só aumentava.
Com os olhos embaçados pelas lágrimas e a respiração descompassada, liguei para Patrícia. Contei o que estava acontecendo. Ela chegou em poucos minutos, aflita, pegou minha carteirinha do plano de saúde e me levou direto para o hospital.
Na emergência, fui atendida às pressas. Mas a notícia foi um golpe brutal: eu tinha sofrido um aborto espontâneo. Senti o mundo desmoronar. Fui medicada, fizeram a coleta... Tudo era dor, sangue e silêncio. No final do dia, tive alta, um vazio enorme me acompanhava ao sair daquele hospital.
Na recepção, vi Patrícia, minha melhor amiga. Ela veio correndo, me abraçou forte, sem dizer nada. Só ela sabia o quanto eu estava destruída. Do outro lado da sala, parado feito um covarde, estava Marcelo Gouveia. Quando olhei pra ele, senti um ódio subir como fogo no peito. Ele teve a audácia de aparecer.
Fui até ele com a raiva engasgada na garganta.
— Perdi o bebê, Marcelo. — minha voz saiu fria. — Talvez por sua culpa. Talvez por causa da sujeira que você e o Juliano armaram.
Ele tentou dizer algo, mas travou. Ficou pálido, imóvel, como se o mundo estivesse desmoronando embaixo dos pés dele.
— Você me usou. Me vendeu. Pro próprio primo. Por dois mil e quinhentos reais.
Olhei direto nos olhos dele. Não desviei, não tremi. Vi o medo escancarado no rosto dele.
— Agora você vai pagar. E não tô falando só de dinheiro.
Ele tirou o celular tremendo das mãos e fez o PIX sem discutir. Sabia que, se eu contasse tudo, seria o fim da reputação dele, do conforto dele, da vida boa que ele tanto protege.
Patrícia ficou ali do meu lado o tempo todo, firme, me segurando de pé.
— Você é mais forte do que tudo isso — ela sussurrou no meu ouvido.
E era. Mesmo com o coração em pedaços, eu sentia a força nascendo da dor.
Faltavam poucas semanas pra descobrir o sexo do meu bebê. Mas hoje isso já não importa. O que ficou foi o luto, as lágrimas escondidas no travesseiro e a certeza de que fui traída por quem deveria me proteger.
CURTEM E COMENTEM MUITO!!!
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FIM
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BEIJOS
M😈h Lyndinha ♥