Antônio
Rubens mudar pro meu quarto tornou o que temos um pouco mais real, pensei um pouco antes de pedir para ele vir, mas em todas as situações em que imagino está com ele mais perto é sempre a melhor escolha. Ele dorme bastante comigo, acredito que tornar oficial seja a coisa certa.
Me preocupo um pouco só em como vou ficar quando ele se for. Sua presença na minha cama já virou algo tão natural e certo para mim, que chega a ser um pouco estranho imaginar que daqui a um tempo ele não vai mais ocupar um dos lados dela. Mas o melhor é não pensar nisso agora, quero aproveitar cada segundo que vou ter ao seu lado. Em duas semanas minha vida mudou de cabeça para baixo, — mas nem estou reclamando — o fato é que em dois meses tudo que pensei que achava sobre mim vai ter caído por terra, só que estou menos aterrorizado por isso do que imaginei que estaria. Rubens me acalma e me faz querer dar os próximos passos, não sei até onde isso vai me levar, porém estou disposto a descobrir.
Na ong as coisas se resolveram porém outra coisa estranha aconteceu, no meu dia de trabalho na ong Alex marcou uma dedetização, isso nunca aconteceu e também é estranho pois existem outros dias onde a ong não abre e que poderia ser feito isso. Devido aos estresses recentes resolvi não questionar e também assim pude aproveitar para ir por sítio com o Rubens para vermos o pôr do sol.
Mesmo não indo para a ong trabalhei bastante essa semana e por isso hoje resolvi só atender pela manhã, só tinha uma castração pra fazer hoje a tarde e o cliente é amigo meu, marquei ontem pessoalmente e ele entendeu, amanhã é sábado, mas não vai ser dia de ação com o petshop parceiro, em compensação todos os procedimentos reagendado do dia em que não abrimos vai acontecer amanhã. Por isso também preferi pegar a manhã de folga.
Levantei com um pouco de preguiça hoje, porém animado para tomar café com meu namoro que levanta cedo todos os dias pra preparar nosso café da manhã. Esse é nosso acordo velado, ele prepara nosso café, o almoço é na tia, mas a janta é por minha conta. Iniciamos essa rotina sem planejar nada e só meio que foi se formando até virar uma rotina mesmo pra gente.
— Tá bem Mariano se cuida, mas olha se você precisar de algo me avisa tá bom — Escuto Rubens falando com seu ex quando me aproximo da cozinha — já falei com ela, em algum momento ela vai se desculpa, só não teve a oportunidade ainda, mas de antemão peço desculpas de novo, ela não deveria ter feito isso, agora você sabe até foi um mal entendido.
— Bom dia, meu amor dormiu bem? — Normalmente não sou um cara ciumento, não sou mesmo, só que esse Mariano sempre dá um jeito de aparecer e isso me deixa meio puto sabe, eu confio cem por cento no Rubens, mesmo assim é mais forte do que, então vou até meu namorado, abraço ele por trás como costumo fazer toda manhã e lhe dou um beijo no pescoço, só que acrescento uma provocação para até o Mariano escute e caia na real que a fila do seu ex andou e que ele tem um novo homem na vida dele.
— Bom dia — Rubens afasta o telefone do rosto por um instante e me dá um selinho depois volta a falar com o babaca que quebrou seu coração — tenho que desligar agora Mariano, sério se cuida e se você precisar liga.
— O que ele queria dessa vez, queria reclamar da Júlia de novo? — Pergunto tento não transparecer o ciúme gritante que tenho por causa desse cara.
— Não, mas espera você me chamou de amor agora a pouco? — Não pensei muito só saiu.
— Sim, chamei, você não gostou? — Um arrependimento me bateu com força agora, não posso e nem devo ser ciumento com ele, Rubens é o cara mais honesto e sincero que eu conheci, não quero que ele pense que sou um babaca controlador.
— Gostei, na verdade já estava querendo te chamar assim tem um tempinho, mas tava me policiando, mas sofre o Mariano — ergo a mão o interrompendo e também lhe beijo só por garantia, não quero que isso se torne comum na nossa relação, vacilei sendo ciumento sem motivos, então como voto de confiança vou só esquecer esse assunto.
— Tudo bem, não é da minha conta e eu confio em você, vou indo trabalhar, como não vou ficar pra tarde, vou atrasar um pouco pro almoço, se você não puder esperar coma logo com a tia que quando eu chegar eu como qualquer besteira em casa mesmo tá bom?
— Vou ter muitas reuniões hoje, mas você me avisa quando tiver vindo tá legal?
— Pode deixar — nós abraçamos de novo e trocamos mais beijos.
Como pensei, acabei atrasando com um procedimento simples de última hora, mas que no fim deu tudo certo. Em casa Rubens está em uma reunião então não consegui falar com ele, porém quando avisei até estava indo pra casa fui avisado que a tia separou meu prato e que estaria no microondas me esperando.
— Melhor namorado e melhor tia , sem dúvida alguma — digo para mim mesmo.
Quero ir pro Sítio hoje, mas Rubens não parece que vai ter hora pra acabar o que está fazendo, estou doido por um beijo, mas preciso esperar até que ele se desocupe. Para passar o tempo vou pro fundo do quintal com meu violão, minha carreira como músico na cidade chegou ao fim, não tenho como continuar tocando com a Luana. Ela nem comigo está falando, da última vez pensei que ela não iria querer falar comigo tão cedo, porém as coisas mudaram e foi proposto que fossemos amigos, só que depois da primeira oportunidade Luana confundiu as coisas e isso quase me custou minha relação com Rubens.
Já é quase fim de tarde — agora não dá mais tempo de subir pro Sítio — Rubens finalmente sai do escritório, ele parece cansado mentalmente. Meu namorado é ainda mais viciado em trabalho do que eu, essa sua forma de se dedicar sempre está buscando se aperfeiçoar e se desafiar é algo que me atrai muito nele.
— Desculpa, só consegui sair agora, isso porque falei que tinha outro compromisso, meu chefe quando começa a falar não para mais e tô cansado de tanto ouvir alemão hoje — seu abraço é tão confortável, adoro seus abraços.
— Você fala mesmo alemão ou tá de sacanagem comigo? — Alemão é uma língua incomum de se ouvir por aí.
— Falo, não sou muito fluente, eu prefiro o inglês, só que alguns chefes insistem em só falar alemão, por isso fui atrás aprender.
— Fala alguma coisa em alemão pra mim — eu amo o fato do Rubens ser tão inteligente e ainda sim não ser um babaca, digo isso porque na carreira acadêmica quando mais o cara sabe mais rude e bosal o cara parece, sou uma exceção entre os doutores que conheço, e o Rubens que é bem mais inteligente do que eu ainda é um cara super simples e agradável de se ter por perto, esse cara não tem defeitos velho.
— Você quer que eu fale o que? — Mesmo cansado ele sorri para mim, ainda estamos abraçados e não consigo pensar em outro lugar melhor pra está agora.
— Sei lá, pode ser qualquer coisa.
— Ich bin unsterblich in meinen Cousin verliebt.
— Você fica lindo falando outro idioma — não consigo beijá-lo.
— Não quer saber o que eu disse? — Seus olhos brilhantes me encarando conseguem ser melhores que qualquer pôr do sol.
— Eu sei o que você falou, a linguagem do amor é universal — beijo sua boca de forma doce e apaixonada — e eu também estou.
— Está o que?
— Apaixonado por você — mesmo não sabendo alemão só de olhar para ele, sei o que ele disse, pois é exatamente o que eu diria a ele agora.
Rubens me aperta em seus braços e retribuiu meu beijo com a mesma paixão e desejo, ele me dá tanto tesão que meu pau já está duro feito uma rocha e clamando pra está dentro dele, sem demorar muito levo ele até nosso quarto e faço amor com ele até que nós dois não tenhamos mais forças pra continuar, a chama entre a gente na cama é como um incêndio que não pode ser apagado. Tenho tanto prazer em transar com Rubens que toda vez que começamos não conseguimos mais parar. Ele mesmo avança para cima de mim quando não sou eu a tomar a iniciativa.
O final é sempre uma das melhores partes, fico deitado no meu peito escutando seu coração acelerado voltar ao ritmo normal, os dois trocando carinhos e beijos. Está com Rubens é diferente de tudo que já vive, meu corpo pede pelo dele, sua companhia é a melhor de todas e tipo posso ficar horas do lado dele mesmo sem fazer nada e vou gostar assim mesmo.
— Quero te mostrar uma coisa — ele interromper meus pensamentos apaixonados.
— Olha até topo, mas acho que ainda vou precisar de um minuto — Rubens me dá um tapinha leve.
— Seu pervertido, não é isso que você está pensando, quero te mostrar o porque de ter ligado pro Mariano mais cedo.
— Não Rubens, sério não precisa mesmo me contar nada, eu fui um idiota tendo ciúmes, desculpa, vamos só esquecer essa história.
— Antônio olha aqui pra mim, você acha que eu gosto quando você fala com a Luana? Claro que não, eu entendo de verdade o que você sentiu hoje de manhã e é por isso que eu quero te mostrar — ele então pega seu celular, depois de procurar algo nele, Rubens me entrega para que eu veja um PDF que ele recebeu em seu email.
— O que é isso? — Pergunto confuso.
— É um documento do plano de saúde atualizado, bem aqui em dependentes só consta agora o nome da minha mãe e da Júlia.
— Espera você?
— Sim, tirei o Mariano do meu plano de saúde, e também dos streamings e tudo mais, agora oficialmente Mariano e eu não temos mais nada que nos ligue de nenhuma natureza — não pensei que essa notícia fosse me deixar tão feliz, mas deixou.
— Você fez isso por mim — nem posso acreditar.
— Fiz por nós, mesmo que a gente tenha nosso acordo, mesmo assim Antônio eu quero que dê certo, quero que você saiba que sou seu de corpo e alma e que estou vivendo isso intensamente com você, só com você.
— Rubens eu acho que eu te amo — as palavras saem de forma espontânea.
— Que bom, porque eu tô achando a mesma coisa Antônio.
Nós nos beijamos de novo, agora com urgência um do outro, mesmo estando os dois exaustos de tanto transar essa declaração deu um gás a mais para mais uma rodada. Fiquei tão cansado que só dormi depois que terminamos, quando acordo já é no meio da madrugada, nem jantamos, só transamos e dormimos, agora tô morto de fome.
— Amor, acorda — começo a beija-lo.
— Oi, o que foi? — Rubens fica muito lindo quando está acordando.
— A gente não jantou, acabou dormindo, agora tô morto de fome.
— Vamos comer então — ele coça os olhos e até sinto mau por ter acordado, mas o tanto de energia que gastamos mais cedo, se eu deixar ele dormir sem comer nada vai acordar passando mal.
São duas da madrugada e estamos na mesa jantando juntos. Rubens está com tanta fome quanto eu, no fim fiz certo em acordá-lo.
— Amor você vai trabalhar hoje na ong? — Eu não estou preparado para ouvir ele me chamar de amor, fico todo derretido só de ouvir.
— Sim amor, tem uns procedimentos que foram remarcados, porque?
— Eu pesquisei e tem uma cachoeira do Pinga que fiquei curioso pra conhecer.
— Sabe que nunca fui lá, Gessika já foi e falou muito bem do lugar, mas eu não tive a oportunidade, bem você sabe porque — Luana era totalmente contra intervenções humanos em áreas ambientais, enfim agora tenho o Rubens que ama a natureza também e que curte me acompanhar.
— Pois é, vi umas fotos e parece que tem umas barracas e tals, achei interessante.
— Como tive que remarcar alguns procedimentos não tenho certeza se vou conseguir chegar cedo, mas a gente pode ir no próximo fim de semana, eu posso ver com algum amigo pra me cobrir na ong no próximo sábado e a gente passa o fim de semana lá pode ser?
— Perfeito pra mim, então quando você voltar a gente pode ir pro sítio e dormir lá o que você acha?
— Achei uma ótima ideia, você gostou mesmo de lá né?
— Transar com você naquela piscina foi muito bom, quero de novo — ele me deixa maluco também, já tô duro só de lembrar das coisas até fizemos naquele chalé.
— Amor se você continuar falando essas coisas eu não vou conseguir dormir antes de trabalhar.
— Eu coloco você para dormir primo, pode deixar — o safada levanta e vem sentar no meu colo — você quer que eu te coloque na cama?
— Pra caralho.
Ainda ganhei uma mamada deliciosa antes de dormir, Rubens é muito safado e eu amo isso, posso ser safado o quanto eu quiser que ele só embarca nas minhas fantasias, com ele não tem tempo ruim e ele nem reclama por meu pau ser muito grande, pelo contrário ele adora. Depois de ver que ele tirou o Mariano da vida dele foi como se um peso tivesse saído das minhas costas. Sei que ele ainda deve sentir algo afinal foram sete anos, mas só em ver que está disposto a esquecer e seguir comigo pra mim já basta e é hora de fazer o mesmo por ele, não vou mais ter nenhuma tipo de contato com Luana, até apaguei seu número do meu telefone, agora somos só Rubens e eu.
— Você dormiu? — Gessika me pergunta assim que entro na recepção.
— Muito pouco — mas nem tô reclamando.
— Algum problema? — Ela pergunta dando sinais de preocupação.
— Pelo contrário Gessika, nunca estive tão bem — ela arqueia uma sobrancelha e então começa a rir.
— Você está mesmo dormindo com Rubens?
— Sim, estamos mais do que só dormindo, estamos namorando, mas olha Gessika ele não quer espalhar, a família dele não sabe e essas paradas que você já sabe, então por favor.
— Nem se preocupa comigo Doutor, mas olha eu tô bege, pensei que você fosse mil por cento hétero.
— E eu era até provar do Rubens, meu primo tem o molho Gessika.
— Isso ele tem mesmo, você está muito bem servido, Rubens sabe se vestir e é um partidão, gato que nem você amigo, estou feliz por vocês de verdade.
— Obrigado, e cadê o Alex já chegou?
— Não, mas já tem um pessoal confirmado pelos procedimentos remarcados, logo logo esse lugar vai está cheio de trabalho.
— E a Cíntia?
— Já está preparando a sua sala de cirurgia, mas amigo tem algo que não me desceu naquela história ainda.
— Estou assim também Gessika, tem algo a mais aí.
— Olha eu não quero me meter, mas teve uma coisa estranha e só não quero confusão para o meu lado, ok?
— Pode falar o que foi? — Sabia que tinha algo rolando a mais do que só o estresse do Alex pela fofoca.
— O doutor Alex sacou dois mil reais da conta da ong, só que ele não registrou no livro e nem justificou nada — Gessika não tem acesso as economias da ong, porém faz parte do seu trabalho monitorar as transações também, já que é ela quem faz nosso imposto de renda e também cuida das burocracias.
— Pra que ele pegaria esse dinheiro? Ele nunca mexeu no dinheiro da ong que não fosse pras coisas do trabalho — não consigo pensar em um motivo para isso, não posso nem confrontá-lo, pois isso envolveria o nome da Gessika, então o melhor a fazer é esperar que ele mesmo venha até mim para se explicar.
— Não sei não doutor, mas isso está estranho.
— Vou tentar investigar, mas estou começando a achar que sei o que está acontecendo — o ex da Karla é metido com coisas erradas e Alex está saindo com ela, essa conta não tá fechando, mas se for o que estou pensando, meu amigo está com problemas graves e pior é que nem sei como ajudá-lo, ele nem falou comigo ainda sobre isso.
A ong abre e começamos os atendimentos. Alex não apareceu e novamente me vejo naquela situação onde eu tenho que resolver tudo sozinho, para piorar já sei que não vou sair daqui tão cedo então achei melhor avisar ao Rubens.
— Melhor ficarmos em casa então, você já vai chegar tão cansado para ainda ter que dirigir.
— Desculpa, Rubens.
— Ei não foi culpa sua, trabalho é trabalho eu mais do que qualquer um entendo, faz o você tem que fazer e eu vou esta te esperando para fazer uma massagem quando você chegar em casa.
— Você é o melhor namorado do mundo.
— Que bom que você sabe, te vejo mais tarde.
— Até mais tarde, te amo.
— Também te amo — ele responde melhorando meu dia em cem por cento.
Montei um esquema parecido com o último e pronto, agora é só cair para dentro. Tanto Cíntia quanto Gessika me ajudam do jeito que é possível, estamos com um estagiário a menos e pode acreditar que faz falta, mas temos que trabalhar com o que tem. Nem estou pensando muito, só entrei no modo profissional automático e vou fazendo os atendimentos e procedimentos um atrás do outro. O tempo de espera foi grande mas ao final do dia todos que tiveram a paciência de esperar foram atendidos.
— Doutor esse foi o último — Cíntia diz me entregando a prancheta.
— Nossa que horas são?
— Três da tarde.
— Caraca nem almocei, olha você já pode ir, deixa que eu finalizo o restante da limpeza aqui, vai almoçar e curtir seu sábado — não posso prender minha estagiária aqui sem almoço afinal.
— Eu posso te ajudar e assim a gente termina mais rápido.
— Eu dou conta, sério agradeço, mas você já fez demais hoje.
— Não é trabalho nenhum, e depois a gente podia ir almoçar juntos — ela diz timidamente, posso está enganado, mas acho que ela acabou de me chamar pra sair.
— Vou comer em casa hoje Cíntia, mas bom almoço pra você
— Olha Antônio, acho que você não entendeu, eu gosto de você, gosto mesmo e agora você que está solteiro poderia me dar uma chance, eu posso te fazer esquecer a Luana rapidinho — de tudo que eu estava esperando ouvir, essa era a última coisa que passaria pela minha cabeça.
— Cíntia, olha eu não estou solteiro então melhor esquecermos esse assunto sim.
— Você voltou com a Luana? — Ela pergunta meio chocada.
— Não, mas isso já é pessoal e não quero entrar em detalhes — digo tentando ser o mais paciente e educado possível.
— Por isso que a Luana terminou com você, porque você arrumou outra? — Sua frase já foi por si só problemática, mas seu tom debochado e irritado é o que mais odeio.
— Olha aqui Cinta não se esqueça de onde você esta, eu peço respeito pois sempre lhe respeitei aqui, estou aqui pra ensina-la e não para ser seu amigo, não lhe dou essas intimidades me ouviu bem! — Minha seriedade e rispidez é uma novidade para ela, Cíntia descia o olhar do meu e começa a se desculpar.
— Desculpa Antônio, não foi minha intenção.
— Certo, mas Cíntia é doutor Vilela para você entendeu, além do meu doutorado sou o médico veterinário aqui, não se esqueça disso, estudei muito para chegar onde cheguei — ela continuar olhando para a parede e então digo novamente para que ela vá para — sou grato por sua ajuda, mas já é hora de ir.
Absurdo sua audácia de me chamar de traidor na minha cara, quem essa garota acha que é pra falar de mim ou das minhas relações, sempre sou profissional, não deixo que minha vida pessoa se misture, a própria Gessika que é minha amiga para além da ong sabe muito bem dividir as coisas.
Cíntia se foi, parecendo até meio zangada, mas é bom que ela tenha aprendido a não falar o que não sabe. Depois de um dia estressante de trabalho, só quero ir pra casa. Antes de ir tenho que deixar tudo em ordem, começo arrumando minha sala, termino de preencher as fichas na prancheta e finalmente.
— O que aconteceu com a Cíntia, ela saiu daqui quase chorando? — Gessika me pergunta recebendo a prancheta.
— Ela me chamou pra sair, fui educado falando que não estou disponível e ela teve a coragem de insinuar que eu tive um caso, por isso Luana eu estou terminando.
— De onde ela tirou essa ideia maluca?
— Eu disse a ela que não sairia com ela pois já estou namorando.
— Você falou sobre o Rubens?
— Não, só disse até estou namorando e ela veio com esses papos tortos, aí dei a ela uma resposta atravessada — Gessika sorrir se divertindo.
— Bem feito, ultimamente tenho achada essa garota muito sonsa.
— Mas mudando de assunto você conseguiu falar com Alex? — Todas as vezes que tentei deram que seu celular estava desligado.
— Não, nem na casa dele, será que aconteceu alguma? — Ela não é a única preocupada.
— Vamos continuar tentando uma hora ele aparecer — estou tentando ser otimista de que haja uma explicação razoável.
— Se você conseguir falar com ele antes de mim, avisa beleza — Gessika está tentando não demonstrar muito, mas sei que ela está preocupada com Alex.
— Certo, agora vou indo, que já furei um compromisso hoje, não posso chegar muito tarde.
— Quem diria que o doutor Vilela estaria levando uma vida de casado tão novo — Gessika brinca.
— Pois é, você fecha tudo aqui?
— Fecho sim, pode ir doutor, vai aproveitar seu fim de semana, que eu também já tenho um rolezinho marcado para mais tarde, mando um cheiro pro Rubens.
Rubens ficou o sábado todo trabalhando, só parou quando cheguei, somos muito parecidos mesmo nesse sentido, não sabemos descansar, férias é algo que me lembro qual foi a última vez que eu tirei.
— Oi trabalhador — estou muito cansado, mas ser recebido com um abraço e um beijo do Rubens me enche de energia de novo.
— A gente ainda pode ir pro sítio Mozão — quero tanto deixá-lo feliz e bem que nem ligo de dirigir até o sítio ainda, mesmo depois de ter trabalhado feito um doido hoje.
— Eu só quero passar um tempo com você, vai tomar um banho que eu vou esquentar nosso almoço, depois vou te fazer uma massagem e se você não dormir a gente pode ver um filme.
— Adorei esse plano, mas sério você não precisava me esperar pra almoçar, deve está morto de fome — fico feliz por ele ter esse cuidado comigo.
— Ei se não fosse por você no meu pé nem almoçar eu almoçava, você sabe bem como eu sou quando estou trabalhando.
— Tá bom, vou só almoçar rapidinho a gente come — lhe dou mais um beijo antes de soltá-lo — Gessika disse até está gostando de ver eu levando uma vida de casado.
Rubens é pego de surpresa com esse comentário e fica uns segundos pensativos, me pergunto se ele está pensando no seu ex, pois eles iam casar, mas antes que mil coisas se passem pela minha cabeça ele me beija todo apaixonado e então sorrir.
— Parando para pensar, estamos mesmo vivendo uma vida de casados, pulamos a fase do namoro e já estamos morando juntos.
— Você está bem em dividirmos o quarto, não quero pressionar, eu nem pensei em falar com você antes de te puxar pro meu quarto — me preocupo que ele possa estar se sentindo pressionado de alguma forma.
— De forma alguma Antônio, pelo contrário está com você dessa forma é uma coisa que sempre quis e agora você está realizando isso pra mim.
— Fico mais aliviado, agora melhor eu tomar meu banho se não vou acabar te arrastando pro quarto e assim vamos demorar ainda mais para almoçar.
O fogo dentro de mim por esse homem é quase uma tocha olímpica, não se apaga nunca, Rubens é tão atraente e safado que nem tenho tempo de pensar sobre o que eu sou ou do que gosto. Se bem que eu sei bem do que gosto, gosto de essa dentro dele, gosto quando Rubens me beija e principalmente quando estou na mesma cama. Ver um filme agarrado com ele para mim é o melhor programa.
Depois de comer ajudei com a louça e assim fomos mais rápido para o quarto, Rubens me pede para ficar só de cueca e nem demorou para fazer o que ele diz, deito na cama de bruços e ele monta em cima de mim, suas mãos firmes fazem movimentos tão incríveis que meu corpo realmente começa a relaxar.
Chego a ficar meio duro só por suas mãos estarem passando pelo meu corpo, mas estou tão relaxado, que não consigo fazer nada além de curtir, ele estende a massagem até minhas pernas e quando chega nos meus pés entro em transar. Quase gozo só com uma massagem no pé. Rubens é muito talentoso, cada dia descubro uma nova habilidade sua.
Quero muito transar, mas a massagem está tão boa que acabei pegando no sono. Sinto o calor do seu corpo me abraçando deixando meu sono ainda mais gostoso — eu amo quem faz cafuné em mim, e Rubens já sabe disse — seus dedos coçando meus cabelos bem de leve, o peso do seu braço sobre meu corpo, ele me abraça de conchinha, não quero mais nada só dormir recebendo todo esse carinho.