De olhos muito abertos

Um conto erótico de Lacombe (Por Leon Medrado)
Categoria: Heterossexual
Contém 1000 palavras
Data: 31/05/2025 17:58:11
Última revisão: 01/06/2025 13:24:55

Finalmente fomos para o Caribe, semana de férias merecida em um Resort em Punta Cana. Com meus 40 anos, ainda em forma, como a Miriam, 32, sempre zelosa de sua beleza. Hotel excelente, praia de sonho. Sempre desejei férias hedonistas com liberdade num paraíso. Logo no primeiro dia conhecemos algumas pessoas. Entre elas, o Garrido, 40 anos, moreno escuro, alto, forte, elegante, empresário rico do Nordeste. Puxou conversa, simpático, não escondeu sua admiração pela Miriam, sem dúvida a mais bela naquele Resort. Durante a semana, cruzamos muitas vezes, na piscina, no restaurante, na praia. Sempre alegre, procurando ser amistoso. Não era grosseiro, apenas insinuante. Eu disse:

— Esse Garrido não perde a chance. Azarando você.

Ela sorriu, fez que sim:

— Quem mandou se casar com mulher bonita?

Senti que ela gostava daquela paquera dissimulada. Devolvi:

— Você bem que alimenta, dá atenção, sorri.

Ela respondeu:

— Ué… Não é você que fala que se der vontade, prefere que eu vá do que ficar no desejo?

— Mas deu vontade? - Questionei.

— Ainda não, mas não é de se dispensar. - Disse sorrindo.

Sorri de volta, não queria discutir. Senti que ali estava um concorrente.

Ele sempre procurava assunto. No penúltimo dia, falou de uma festa na casa de um casal amigo.

— É uma Pool Party, numa casa linda. DJ famoso, comida e bebida à vontade, só gente bonita. A do ano passado foi demais. Serão meus convidados.

A Miriam animada disse:

— Uma festa é ideal para fechar a semana.

Ela estava a fim, acabei concordando. Garrido disse:

— Às 20h, passo aqui.

Miriam caprichou. Calcinha de renda nude super sexy, vestido de seda cor de champanhe, amarrado na nuca, curto e sem costas, sem sutiã, um decote bem generoso. E sandálias pretas de salto alto. Um colar de contas de âmbar, pulseira dourada e brincos também dourados. Ficou deslumbrante.

Eu de calça social de microfibra bege, camisa de seda cinzenta e mocassins pretos. Ela se maquiando, beleza realçada por batom vermelho nos lábios, lápis preto nos olhos, cílios longos, e um perfume sexy. Só no cheiro fiquei de pau duro. Arrasou.

Esperamos o Garrido no bar do hotel. As pessoas paravam para admirar a Miriam. Eu cheio de orgulho. A mulher mais bela, presente.

Garrido chegou de camiseta preta e bermuda bege, numa SUV Lamborghini Urus SE nova, cor de vinho escuro e brilhante. Exclamou:

— Nossa! Que espetáculo. Miriam, decidiu humilhar as mulheres na festa? E o Lacombe, elegantíssimo, vai atrair muitas mulheres.

Admirados com a beleza daquele carro, nem demos importância ao comentário. Achando que ele estava apenas elogiando, agradecemos.

Ele pediu:

— Lacombe, por favor, deixa a Miriam ir na frente. Está chique demais para ir sozinha atrás.

Concordei, e a Miriam entrou ao lado dele. Fui atrás do Garrido. Ele ficou observando a Miriam por alguns segundos, e ela sorrindo. Senti que havia ali um clima forte. Deu ciúme. Partimos para a festa. Havia manobristas para estacionar o carro. Garrido desceu e rapidamente deu a volta e deu o braço para a Miriam sair, e eu cheguei pelo outro lado. Entramos os três sob olhares admirados e curiosos.

Ali entendemos nosso engano. Nem lembrava, o Garrido falou em pool party. O som alto de um ritmo techno, num pátio enorme, na mansão moderna de três andares. A festa em torno da piscina de formato irregular, não muito funda. Mais de cinquenta pessoas, a maioria de calções, biquínis, muitos homens sem camisa. Já tinha gente dentro, água pela cintura. Algumas mulheres dançavam de topless. Ao entrarmos vestidos muitos admiraram. Garçons atléticos apenas de sunguinha preta e gravata borboleta serviam drinques e coquetéis. Eram go-go boys. Em meia hora a festa ficou cada vez mais animada. O Garrido pegou um saco ziplock e pediu:

— Coloquem telefones, carteira, documentos, para não molhar. Vou mandar guardar. Logo estaremos encharcados.

Continuamos bebendo e dançando, ao ritmo forte da música. Quando menos esperávamos, jatos de água foram esguichados sobre todos. Em segundos estávamos pingando. O sistema de luz ficou reduzido, apenas flashes rápidos e coloridos cortavam a noite. Quase todos já estavam nus e dançavam num agito frenético, uma euforia imensa. A Miriam tinha os olhos brilhantes, excitadíssima, e disse que ia despir a roupa molhada.

— Jura que vai arriscar? - Indaguei intrigado:

— A maioria já está nua, não quero ser diferente. Vou aproveitar. Nunca fiz algo desse tipo. – Respondeu.

Concordei. Ela já foi se livrando do vestido e da sandália. Só de calcinha mínima de renda se destacava, uma das mais lindas. Os bicos dos seios indicavam sua excitação. O Garrido surgiu com a dona da festa, uma loira muito bonita, nua, peitos grandes e xoxota saliente com uma tatuagem de beija-flor na virilha. Ele também nu exibia um pau de uns 22cm balançando entre as pernas, o saco escuro, completamente depilado. Fomos apresentados pra loira, ainda dançando.

A turma cada vez mais animada, alguns se beijando, se chupando, e se esfregando. Garrido deixou a loira se insinuando, falando ao meu ouvido, e foi cochichar com a Miriam. Eles dançavam ao meu lado, sem roupa. Parecíamos dois casais, as mulheres trocadas. Com as bebidas e pelados, todos estavam excitadíssimos. O rala e rola generalizado. Garrido chamou a Miriam para a piscina. Ela me olhou. Esperei para saber o que ela faria.

— Vou me divertir amor. É a última noite. Hoje está tudo liberado.

— Está perguntando ou afirmando? – Perguntei.

— Estou afirmando, vou passar a noite com ele, querendo saber se tem algo contra.

Na hora, fiquei sem saber o que dizer. Abanei a cabeça:

— Não sei, só peço que não faça besteira.

Ela sorriu, me deu um beijo na boca, e disse:

— Hoje só quero besteira. Você sempre disse que se tivesse vontade, deveria assumir. Estou assumindo. Louca de vontade.

Fiquei ali abestalhado. Inseguro. Olhos bem abertos. Também fiquei tremendamente excitado. A loira me abraçou:

— Deixe a esposa se divertir. Vamos também aproveitar a festa.

Garrido levou a Miriam pela mão e entraram na piscina, já cheia de gente, com muita espuma flutuando entre todos.

Não vi mais a Miriam naquela noite.

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Foto de perfil de Leon-MedradoLeon-MedradoContos: 342Seguidores: 843Seguindo: 197Mensagem Um escritor que escreve contos por prazer, para o prazer, e com prazer.

Comentários

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O final aberto funcionou bem pro limite de palavras. Ficou bom!

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Obrigado Turin. Essa parada estratégica, serve de gancho para uma outra história, caso eu precise.

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Foto de perfil de P.G.Wolff

Ah entendi, conto de 1000 palavras. Excelente! Criou um suspense interessante!

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Foto de perfil de Samas

Tem alguma continuação? Confesso que achei a história muito sem graça ,sem muitos acontecimentos.. simplesmente não entendi muito bem ela .

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Foto de perfil de Leon-Medrado

O objetivo foi esse. As coisas acontecem sem muita explicação. Cada um sente como sente. Em mil palavras valorizei apenas o instante do passo adiante e a emoção da surpresa. Bateu a vontade e ela foi. O depois poderá vir, em outra história. Todas as minhas histórias permitem continuações. Obrigado.

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