O FEMINICÍDO 6 – Agora é homicídio em ação
Fui trabalhar, normalmente e, na parte da tarde, apareceu o Max, com outra mulher dependurada. Apresentou a Margot e mandou a Gladys trazer um uísque para ele. Posso me convidar para esse uísque maravilhoso? Perguntei, na cara de pau.
- Claro, pode, Gladys traz mais um copo para o Carlos.
E ficamos bebendo e conversando papo furado. Ele bebendo o triplo do que eu bebia, ou mais. O nível do litro de uísque baixava rapidamente e a Gladys falou baixinho pra ele não beber tanto e ele mandou ela pra cozinha; já estava quase bêbado. Servi mais uma dose prá mim e ele reclamou que não servi pra ele.
- Teu copo ainda tá cheio, Max, como posso servir?
De um gole só, esvaziou o copo que estava pela metade.
- Agora está vazio!
Servi novamente, enchi o copo dele e continuei bebericando o meu, gole a gole. E ele sorvendo como se estivesse matando a sede. Não demorou muito e a garrafa secou. Eu bebi umas três doses, talvez quatro, ele derramou o resto em seu estômago. E queria mais ... Chamei a Gladys e pedi ajuda para levar o bodeado para a cama. Repetiu a dose: caiu na cama e dormiu como um porco, sem se mexer. Esse era o script da noite decisiva. Fui embora.
No dia seguinte, dentro da minha mochila de ferramentas, tinha um litro de uísque Blue que comprei no Zaffari com o dinheiro que ele me pagou a mais, batizado com o vidrinho da Clara e um pequeno arranhado no rótulo, ao lado da idade da bebida, invisível para quem não soubesse o que e onde procurar. Deslacrado, mas com os lacres devolvidos aos lugares originais e uma gota de cola transparente, era imperceptível se quem olhasse não apurasse o olhar. Cheguei cedo e iniciei o trabalho numa sala próxima ao bar. Mandei a Gladys buscar uma caixa de ferramentas no carro e, na sua ausência, troquei uma garrafa fechada da caixa dos Blues pela garrafa batizada. Guardei o Blue bom na mochila, fechei o zíper e fui fazer um Nespresso. Quando a Gladys voltou, a armadilha estava montada. Na hora do almoço, fui para casa e levei a mochila comigo para guardar o whisky bom em lugar seguro.
Voltei à tarde e o Max já estava lá, bebendo. Me convidou mas eu disse que era muito cedo, precisava trabalhar pois o trabalho estava atrasado. Mas olhei bem a garrafa em cima da mesinha, procurei a marca no rótulo e não encontrei. A garrafa já estava a 2/3 o que significava que ele ia abrir outra, ainda naquele dia.
Trabalhei um pouco e fui confirmar se a garrafa ainda era a mesma; estava no fim. Disse: vou te acompanhar num Blue, posso? Resposta: Deve. Sentei, olhei bem o rótulo de perto, sem a marca que fiz, comentei um elogio rasgado à bebido, servi uma dose e fiquei bebericando. Quando terminei a segunda dose, a garrafa secou e o Max mandou vir outra. Levantei-me e disse que precisava ver a se a tinta secara para dar a segunda demão. Esperei a garrafa chegar e quando o Max abriu a porta imantada da caixa, vi a marca no rótulo: era o whisky envenenado! Ele abriu e encheu seu copo, sem perceber que os lacres que caíram já estavam rompidos – a bebida faz isso, perda de percepção, lentidão nos movimentos e falha nos sentidos. Antes que ele servisse para mim, levantei meu copo da mesa, agradeci e sai da sala. Não voltei mais para a sala. Max já estava tonto, mais um pouco cairia. Não deu outra; alguns minutos depois, Gladys foi me pedir ajuda para levar o Max para cama. Assim fizemos, fechamos a porta e comentei com a Gladys: “O Max bebe demais; tomei duas doses com ele e já tô quase pronto pra cama, também. Acho até que vou pra casa mais cedo”.
- Não vai agora, dorme aqui, fica comigo, tenho estado tão sozinha ... disse a Gladys. Beijei-a e prometi: amanhã, quando o Max bodear, de novo, nós vamos transar gostoso como transamos dias atrás. Hoje, preciso ir assim que terminar de misturar aquela tinta. E a Gladys foi guardar a louça na máquina e a garrafa de Blue “batizado”, pouco acima da metade, no bar. E eu saí. Liguei para a Fernanda e disse apenas:
- Feito! e desliguei.
Cheguei cedo no dia seguinte com a garrafa de Blue que havia retirado do bar do Max com a metade de bebida, apenas, aproximadamente a mesma quantidade de whisky que havia sobrado na garrafa envenenada. Gladys abriu a porta e disse que estava na cozinha preparando o café. Passei pelo bar e destroquei as garrafas, pondo na mochila o uísque envenenado e fui tomar um cafezinho Ristreto na copa, como todos os dias.
- Carlos, me ajuda aqui, o Max não se mexe, chorou a Gladys.
Levantei-me rapidamente e fui até o quarto dele. Estava deitado como o deixamos na noite anterior. Não achei pulsação nem respiração, nem temperatura. Estava frio como uma pedra de mármore da morgue. Morto!
- Meus Deus! Está morto! Ele não tem um médico particular? Chama ele e chama o SAMU, também.
O médico chegou 15 minutos depois, assustado. Examinou o Max, procurou sinais vitais, sentiu o cheiro forte de uísque e decretou:
- Está morto, desgraçado, infarto agudo do miocárdio. Esse teimoso não tomava os remédios e bebia como louco, só podia acabar assim.
Chegou o SAMU e conversou com o médico. Fez seu relatório como infarto agudo do miocárdio, doença cardíaca que o cardiologista dr. Raul Ximenes de Albuquerque tentava tratar há anos, mas o teimoso do Max não lhe dava importância e não se cuidava nem se medicava corretamente. O médico abriu seu laptop e digitou um atestado de óbito causado por infarto agudo do miocárdio fulminante. O resto é burocracia.
O advogado da empresa dele e uma secretária apareceram meia hora depois para assumir as atividades póstumas e avisar a família. Eu e a Gladys ficamos chocados com a morte do Max; lógico que o meu choque era falso, mas choramos um no ombro do outro para manter as aparências. De repente, Gladys se levanta e vai até o bar e pega a garrafa de uísque aberta e corre até o lavabo e derrama todo o líquido na pia.
- Porque tu fez isso, Gladys, um uísque maravilhoso!
- Bebida do inferno, matou meu patrão ... vou jogar tudo fora, e se dirigiu para o bar.
- Ah, não vai não! Essas garrafas eu roubo, então, mas não vais botar fora 3 litros de Johnnie Walker Blue 21 anos, não vais não!
- Então leva tudo que tem aí.
Levei o uísque para o carro e voltei para falar com a Gladys.
- E dizer que programamos transar hoje, lembra? Ela me abraçou, chorando e me apertou, dizendo:
- Eu quero, eu quero, tu é bom, eu quero ...
- Mas agora não dá, Gladys, primeiro temos que dar encaminhamento para o Max. Tu vais ficar aqui na casa dele?
- Até a mulher dele e a filha chegarem; o advogado disse que chegam depois de amanhã.
- Então eu volto amanhã, tá bom? A funerária já levou o Max, sugiro prá ti ir dormir na tua casa essa noite. Amanhã de manhã nos reencontramos aqui, tá bem?
- Tá bem. E foi cada um para seu lado.
Do carro mesmo liguei para a Fernanda e a Clara, elas já sabiam da notícia da viagem do Max, sem retorno, e estavam preparando retorno imediato. Chegariam amanhã à noite de Trinidad e Tobago, onde estavam. Boa viagem, desejei.
No dia seguinte, peguei a Gladys na casa da Fernanda e a levei para um motel. Não queria deixar que a lembrança do Max estragasse nossa última trepada. Ela gostou...
- Isso é o que eu mais gosto em ti! Tu te preocupa com as pessoas, te liga nos detalhes e transmite carinho nas atitudes, diferente da maioria dos homens que só querem o calor da gente, te usar, te bater e, depois, a gente que se foda, sozinha. É fácil se apaixonar por ti!
- Não faz isso, Gladys. Depois de hoje, dificilmente nos encontraremos novamente e sofrerias muito uma paixão cortada abruptamente. Vamos pensar hoje, apenas, vamos foder como nunca, vamos gozar tudo o que for possível. Dizendo isso, abracei a querida, vagabunda para o Max, e a beijei longamente. Fui tirando sua roupa e beijando seu corpo, pedaço a pedaço descendo dos ombros para os seios, umbigo e ancas, chegando na xota depilada completamente. Lambi os beicinhos, lambi e chupei o clitóris e a mulher apertava minha cabeça contra sua buceta e já começava a gemer. Puxou-me para cima desceu e ajoelhou na minha frente, soltando minhas calças até as canelas e arrancando meu pau de dentro da cueca; ajoelhou, tem que rezar! Lambuzou com bastante saliva e, numa socada só, enterrou todo em sua garganta para a minha primeira gozada, lá dentro, direto.
Deitei-a na cama e voltei a chupar seu clitóris, intensamente, enquanto um dedo brincava de penetrar sua vagina. Ela escancarou as pernas para mim e pressionava seu púbis contra minha boca, gemendo e arfando fortemente dando claros sinais de gozo próximo. O clima de prazer erótico nos envolvia, intensamente. Aumentei para dois dedos na porta da xota, brincando, quando ela pegou minha mão e os enterrou na buceta melecada e deu um grito de prazer com o orgasmo chegando de uma só vez. Meu pau já estava refeito e resolveu aproveitar o estado de prazer da companheira e entrou sem pedir licença à dona da buceta; ela gostou e gritava que ainda estava gozando, enquanto eu acelerei o passo para atingir o segundo orgasmo do dia, e a Gladys ainda não tinha parado de gozar. Foi muito intenso!
Deitamos lado a lado e relaxamos. Cochilamos. Meu telefone vibrou, era a Fernanda, chegando em casa e não encontrando ninguém. Disse-lhe que esperasse na casa da Clara e eu iria para lá em seguida. Gladys e eu tomamos uma ducha, juntos, e prometemos novo encontro, afinal, ficou faltando sexo dessa vez.
Larguei a Gladys na casa da Fernanda e fui até a Clara, festejar com as duas o passamento do Max, e marido (e ex) das duas, e o novo patrimônio da Fernanda, metade do que o Max possuía - a outra metade iria para a filha. Fui esperado com Don Perignon 55, champagne de primeira qualidade, e música alegre. Abraços e beijos, congratulações pelo sucesso do plano e pela limpeza de sua execução. Discutimos como seria a atitude das duas frente os eventos do sepultamento e fomos para a casa da Fernanda onde as apresentei à Gladys, quem cuidava Max e a casa nos últimos dias. Para minha surpresa, Fernanda e Gladys simpatizaram uma com a outra e a Fernanda contratou a Gladys para ficar lá, pelo menos algum tempo, cuidando da casa. Fiquei preocupado pois seria uma terceira mulher que eu comia dividindo o mesmo ambiente; talvez me visse azul. Achei melhor contar para a Clara e ver o que ela pensava a respeito.
- Tu aguenta as três? Questionou a Clara.
- Não sei, podemos tentar, respondi.
- Então, vamos marcar um jantar e ver como as coisas se desenvolvem, para que lado o rio vai levar o barco. Que achas?
- Feito. Só tem um detalhe que ainda não consideramos: a filha do Max chega hoje à noite e vai querer tomar pé de tudo. Devemos falar com a Fernanda.
Fernanda Jussara conversava ao telefone com o advogado da empresa e acertava uma reunião geral dos gestores com as herdeiras para redefinir os rumos da empresa – sua ideia era a de vender tudo para investidores, já que ela não entendia nada daquele negócio, e pensava investir em suas lojas de arquitetura e decoração de ambientes.
Isso ainda vai dar muitas estórias ...