A certeza reverberava em Dimitry como o baixo profundo da orquestra, uma nota sombria sob o verniz dourado daquela ópera fodidamente entediante. Naquele teatro sufocado em veludo vermelho e ouro falso, ele não buscava arte; ele caçava. Seu terno italiano negro era armadura; o olhar frio, uma lâmina afiada fatiando a multidão hipócrita. Ele exalava poder bruto, um predador entediado em um cercado de ovelhas.
Então, ela. Morgana. Sentada perto do palco, uma mancha de escuridão elegante. O vestido negro, com aquele corte lateral obsceno revelando a extensão pálida e provocante da coxa farta, não era um convite. Era um desafio fodido. A pele clara um contraste quase violento contra o tecido, o cabelo negro como pecado caindo em ondas. Ela não exalava sensualidade; ela sangrava perigo e promessa, uma puta cara com olhos de anjo caído.
O olhar dela encontrou o dele. Verde-inferno contra azul-gelo. Nenhum recuo. Fagulhas? Não. Reconhecimento. Predador encontrando... algo que espelhava sua própria fome sombria. O tempo não parou; ele se condensou, ficou pesado, elétrico.
O jogo começou sem palavras, uma corrente subterrânea de pura intenção sob as cabeças da plateia alheia. Um inclinar de cabeça dele - venha. Um sorriso lento nos lábios dela, venenoso, consciente faça-me ir. Morgana se levantou, não com graça de dama, mas com a deliberação de quem pisa conscientemente na boca do lobo. Cada passo dela em direção a ele, afastando-se da luz, era um "sim" silencioso, fodido e irrevogável.
O corredor lateral engoliu a luz, o som, o fingimento. Aqui, o ar era mais frio, mais honesto. Privacidade? Não. Um palco diferente, mais íntimo, mais perigoso. Dimitry a encurralou contra a parede de veludo puído sem sequer tocá-la, sua presença uma jaula física e inescapável. A voz dele saiu baixa, um rosnado aveludado e cheio de dentes:
Ousada. Ou completamente estúpida. Seguir um estranho neste covil.
Morgana riu, um som baixo, gutural, que fez algo apertar no baixo ventre dele.
- E você, tão transparente em sua fome - respondeu ela, dando um passo mínimo, invadindo o espaço dele, o cheiro dela o atingindo - perfume caro misturado a algo mais cru, almíscar de antecipação, o cheiro de uma mulher que sabia que seria fodida.
Ele não respondeu. Apenas a devorou com os olhos, mapeando cada curva, cada sombra, cada promessa. Despindo-a ali mesmo, na mente, antes de reivindicar a carne.
Vire-se a ordem caiu como pedra no silêncio tenso.
Um arrepio visível percorreu Morgana - não hesitação, mas o choque delicioso da submissão sendo exigida tão cruamente. Virou-se devagar, oferecendo as costas como um sacrifício em um altar profano. As mãos grandes e quentes dele pousaram em seus ombros, pesadas, possessivas. Puxou-a contra o corpo duro dele, a ereção já evidente, uma promessa sólida pressionada contra a curva da bunda dela através do tecido fino. Calor. Poder fodido e absoluto.
- Você é minha agora o sussurro no ouvido dela, mais decreto que constatação, uma corrente invisível se fechando. Cada pedaço fodido. Corpo. Alma. Vontade.
O zíper desceu num rasgo rápido, brutal. A pele exposta arrepiou sob o hálito quente dele, sob o olhar que a queimava. Dedos ásperos traçaram a linha da sua coluna, reivindicando. A boca dele atacou a nuca, quente, os dentes roçando a pele sensível numa mordida contida que a fez ofegar. Um gemido rasgou a garganta dela, baixo, animal.
Ele a virou com força controlada, mãos firmes em seus braços. Olhos nos olhos. Fogo verde encontrando gelo azul faiscante. Uma mão subiu para o queixo dela, erguendo-o, forçando-a a encarar sua própria rendição iminente.
Olhe pra mim enquanto eu te reclamo, porra.
A outra mão desceu, mapeando sem gentileza, apertando a cintura, a curva generosa da bunda, aprendendo a textura dela para possuí-la melhor.
Abra as pernas pra mim a ordem era um trovão baixo, inquestionável.
Ela obedeceu, as coxas se afastando lentamente, revelando a renda preta sobre o monte púbico, uma provocação final, uma barreira insignificante que ele logo destruiria. Dimitry sorriu, um brilho predatório nos olhos. Ajoelhou-se. Não em súplica. Em posse absoluta. Mãos nas coxas dela, afastando-as mais, expondo-a completamente a ele. Pressionou a boca contra a seda molhada. Inspirou fundo o cheiro dela - cio e perfume caro, uma mistura inebriante que o deixou ainda mais duro. Tão fodidamente molhada pra mim a voz saiu abafada pelo tecido, um murmúrio de satisfação possessiva. - Já gritando meu nome por dentro, vadia?
- Aqui não basta - ele rosnou, levantando-se num movimento fluido, a urgência vibrando nele. Agarrou a mão dela, a pegada firme, irrefutável. - Preciso te marcar. De verdade. Te foder até você esquecer quem era antes de ser minha.
Puxou-a para a escuridão funcional e esquecida do teatro. Corredores frios, cheiro de poeira, mofo e abandono. O contraste com o luxo hipócrita lá de cima era cru, excitante. Empurrou uma porta pesada. Uma sala de armazenamento: fria, úmida, paredes de concreto nuas, uma mesa empoeirada no centro. Perfeita. Primitiva.
A porta bateu, selando-os naquele ninho improvisado. Ele a prensou contra a parede fria, a boca esmagando a dela num beijo de conquista, de fome pura. Línguas lutando por domínio, dentes roçando lábios. Era brutal, exigente, e Morgana se entregou ao redemoinho, devolvendo a fúria, as mãos dela agarrando o cabelo dele.
Tira essa porra de vestido a ordem rasgou o ar quando ele quebrou o beijo, ambos ofegantes, os olhos dele chamas azuis.
O tecido negro deslizou pelo corpo dela, caindo como uma pele morta no chão sujo. Ficou ali, apenas com a lingerie preta inútil, pele pálida arrepiada contra o concreto frio, os mamilos duros, apontados para ele como uma acusação e um convite. Os olhos dele queimaram, percorrendo cada centímetro nu.
- Puta perfeita murmurou, a voz rouca.
Ajoelhou-se de novo. Dedos ágeis rasgaram a calcinha de renda para o lado sem cerimônia. E então a boca dele atacou. Língua quente, ávida, invadindo a fenda dela. Dedos afastando os lábios carnudos sem piedade, expondo o clitóris rosado e inchado. Ele o sugou, lambeu, mordiscou, bebendo os gemidos quebrados dela, saboreando a entrega dela. Morgana arqueou as costas, as mãos agarrando a própria carne das coxas, perdida no assalto sensorial.
Ele a virou bruscamente, forçando-a sobre a mesa empoeirada.
Quatro apoios. Bunda oferecida, vulnerável, convidativa. Coxas tremendo sob o olhar dele. Ouviu o som metálico do cinto dele sendo aberto, o zíper descendo. Sentiu o calor irradiando da pica dura dele roçando sua entrada já ensopada. Grosso. Pulsante. Exigente.
Aguenta, vadia - ele rosnou perto do ouvido dela, a voz pura dominação.
A invasão foi brutal e deliberada. A cabeça da pica dele forçando passagem, esticando-a, preenchendo-a até o limite, roubando-lhe o ar num grito abafado contra a madeira fria. Ele a possuiu por inteiro num único movimento avassalador. Começou a foder. Lento no inicio, cada estocada um reconhecimento possessivo do território recém conquistado. Depois rápido, selvagem, impiedoso. O som da carne batendo na carne ecoava na sala silenciosa, um ritmo primitivo e cru.
Quadris contra quadris. Gemidos dela misturados aos grunhidos guturais dele.
Olha pra mim enquanto eu te arrebento - ele comandou, puxando o cabelo dela para trás com força, forçando-a a virar o rosto, a encontrar o olhar predatório dele sobre o ombro.
Ela gemia, perdida na tempestade, o corpo respondendo por puro instinto.
Goza pra mim, porra! AGORA! a ordem foi um chicote, quebrando a última resistência dela.
O orgasmo explodiu, violento, elétrico, sacudindo-a dos pés à cabeça. Gritou o nome dele, um som rasgado, animal. Ele não parou. Fodeu-a através das convulsões, mais fundo, mais rápido, mais brutalmente, as estocadas punitivas arrancando outro grito, outro orgasmo que a deixou sem fôlego, que a despedaçou. Só parou quando sentiu o próprio prazer subir, incontrolável. Veio com um urro baixo, profundo, derramando-se quente e abundante dentro dela, marcando-a por dentro, selando a posse.
Corpo mole, tremendo violentamente, fodido e exausto sobre a mesa. Ele se retirou lentamente, a pica latejante e coberta pelo gozo dos dois. Puxou-a contra si, envolvendo-a com braços fortes, o cheiro dele - suor, sexo cru, poder fodido impregnando a pele dela como uma segunda pele.
Minha - ele repetiu, a voz rouca, final, um veredito gravado a fogo na alma dela.
Morgana aninhou-se contra o peito forte dele, não por conforto, mas por instinto de pertencimento. Um sorriso lento, quebrado, de pura e fodida satisfação se espalhou por seus lábios inchados.
Me leva pra casa - a voz dela era um sussurro gasto, rouco.
A casa dele. O verdadeiro começo.
Sabia, com uma clareza que doía e excitava, que estava irrevogavelmente marcada, reivindicada até a última célula. A liberdade nunca pareceu tão vazia, tão sem sentido, quanto a promessa daquela corrente dourada e invisível que ele acabara de prender em seu pescoço. Ela era dele. E, no fundo de sua alma fodida e rendida, era tudo que ela sempre quisera ser.