O que vou descrever não irá começar como habitualmente clm teor sexual, será um de uma vivência pessoal amorosa que evoluiu e hoje esramos juntos — é uma história de uma paixão intensa que se transformou, com o tempo, num amor profundo. Entre mim, P., com 43 anos, e S., com 45.
Conhecemo-nos em 2019, quando ambos éramos professores na mesma escola no Centro de Portugal. Desde cedo, S. mexia comigo. Era (e é) uma mulher muito tímida, sorri pouco, discreta, envergonhada, de poucas palavras, sempre muito reservada. Veste-se com simplicidade. Mede cerca de 1,55 m, deve pesar uns 58 kg. Cabelos castanho-escuro, peito pequeno, e um rabo redondinho e firme — algo que me encantava. Tudo nela parecia feito à minha medida. Sempre preferi mulheres mais baixas. Eu tenho 1,80 m, 85 kg, e sou o que se poderia chamar de hipertímico. Talvez tivesse tido mais sorte no amor, se tivesse tido coragem... mas a vergonha e o medo de ser rejeitado sempre me travaram. Acabei por deixar passar muitas oportunidades de ser feliz.
Naquela altura, cruzávamo-nos ocasionalmente na escola. As conversas limitavam-se ao essencial: cumprimentos, temas relacionados com os alunos, avaliações. Mas algo nela me atraía profundamente. O corpo e a alma de S. funcionavam como um íman para mim. E, sem querer parecer convencido, sentia que havia uma certa reciprocidade. É difícil explicar... apenas sentia.
Com a chegada da pandemia, muita coisa mudou. Eu entrei para o quadro da escola, enquanto S. continuou como professora contratada. Vieram os confinamentos e, com eles, o inevitável distanciamento. Em 2022, fui convidado a assumir um cargo de chefia. Embora não fosse diretamente responsável por ela, passei a liderar quem a contratava. Isso fez com que o à-vontade dela comigo diminuísse, e eu próprio me senti mais limitado para qualquer aproximação.
No dia a dia, bastava ver o carro dela estacionado para o meu ganhar um novo brilho. Sentia esperança de que houvesse algo mútuo. Quando nos cruzávamos, havia sempre no olhar dela algo que me parecia um pedido de ajuda silencioso, como se quisesse partilhar algo que a atormentava. Da minha parte, o sentimento era o mesmo. Tenho quase a certeza de que quem nos observava suspeitava de alguma coisa entre nós. Os nossos olhares, os elogios subtis... tudo nos traía. Havia uma vontade imensa de a ter nos meus braços.
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