Na noite após a confraternização eu quase não dormi, fiquei pensando no que poderia fazer para que eu e Sofia pudéssemos nos apresentar como um casal para o mundo. Eu não queria mais viver esse amor escondido e foi aí que tomei uma decisão.
Após alguns dias da confraternização, numa noite, Sofia estava na sala, o vestido leve de algodão subindo pela coxa enquanto lia, os cabelos negros soltos caindo pelos ombros, os olhos âmbar erguendo-se quando eu entrei. “Davi, chegou cedo”, disse, a voz suave, um sorriso tímido, mas o calor entre nós ainda vivo, mesmo na calma do cotidiano.
“Sofia, preciso falar com você”, falei sentando ao lado dela, minha camisa cinza colada ao peito, o calor do dia fazendo-me suar. Peguei a mão dela, os dedos quentes, o toque reacendendo a química entre nós “Recebi meu primeiro salário hoje. Quero te agradecer, de verdade, pela vaga, por me trazer pra cá, por… tudo.” Fiz uma pausa, os olhos presos nos dela, sentindo o peso do que vinha. “Mas não quero mais. O trabalho na empresa não é pra mim. Quero seguir carreira na luta, no muay thai. Já me inscrevi numa academia de luta aqui em Lisboa.”
Ela ficou em silêncio, os olhos arregalados, a mão apertando a minha, o rubor subindo pelo pescoço. “Luta?”, repetiu, a voz falhando, uma mistura de surpresa e medo. “Davi, é… perigoso. E a empresa, o salário, é seguro. Você tem certeza?” Os olhos âmbar buscavam os meus, cheios de preocupação, mas também de vulnerabilidade.
“Tenho”, respondi com a voz firme, minha mão subindo pro braço dela, os dedos roçando a pele macia, o desejo sutil, mas presente. “A luta é quem eu sou, Sofia. Me fez forte, me deu propósito. Não quero passar a vida preso num armazém, mesmo que seja estável. Quero o ringue, o suor, a chance de ser mais.” Inclinou-me, o rosto perto do dela, o hálito misturando-se ao dela. “Mas não tô indo embora. Fico aqui, com você, se você quiser.”
Sofia respirou fundo, o peito subindo sob o vestido, os olhos brilhando com lágrimas que não caíam. “Davi…”, murmurou, a mão subindo pro meu rosto, o polegar roçando minha barba rala, o toque quente, íntimo. “Eu quero você aqui, sempre quis. Mas a luta… me assusta. Não quero te perder, não pra um soco, uma lesão.” A voz tremia, e eu vi a culpa de novo, misturada ao amor, ao ciúme que confessamos, à conexão que crescia a cada toque.
“Você não vai me perder”, sussurrei, minha mão deslizando pra nuca dela, os dedos enredando-se nos cabelos negros, o vestido subindo um pouco mais quando eu me inclinei pra ela. “Eu sei me cuidar. E quero você ao meu lado, torcendo, acreditando em mim.” Meus lábios roçaram a testa dela, o calor da pele dela o envolvendo, o desejo contido, mas vibrando, como sempre.
O momento se aprofundou, nossos corpos mais próximos, o sofá pequeno nos puxando um pro outro. Sofia me olhou, os olhos âmbar cheios de uma entrega que vencia o medo, e os lábios dela encontraram os meus, um beijo lento, suave, mas carregado de tudo que eram — amor, culpa, desejo, incerteza. “Eu senti ciúmes de Clara porque você é meu”, confessou, a voz rouca, as mãos no meu peito, os dedos traçando minha camisa, o toque reacendendo a chama. “E agora, te imaginar lutando… me dá orgulho, mas também pavor.”
Eu sorri, minha mão na cintura dela, meus dedos roçando a curva do quadril, o vestido leve quase uma provocação. “E eu senti ciúmes de Miguel porque te quero só pra mim”, admiti com a voz grave, os olhos presos nos dela. “E vou lutar, Sofia, mas volto pra você, sempre.” Minhas mãos subiram pros ombros dela, os polegares roçando a clavícula, o vestido escorregando um pouco, revelando a pele que brilhava na luz suave da sala. Ela suspirou, as mãos no meu pescoço, os dedos enredando-se nos cabelos, e nos beijamos novamente, lento, profundo, o sofá nos segurando como um refúgio.
“Promete que vai tomar cuidado?”, pediu Sofia, a voz um sussurro, os olhos brilhando, e eu assentiu, beijando a bochecha dela, o canto da boca, o pescoço, cada toque uma promessa.
“Prometo”, disse, a voz rouca, puxando-a pro colo, o vestido subindo pelas coxas, os corpos colados, mas sem ir além, a intimidade mais sobre amor que desejo, pelo menos naquela noite. Ficamos ali, abraçados, o silêncio de um futuro incerto, mas nosso.
Três meses voaram em Lisboa, o Tejo brilhando sob o sol, o calor do outono ainda grudando na pele. Minha vida girava entre o apartamento de Sofia, impregnado de jasmim, e a academia de muay thai, onde o suor e os golpes moldavam meu futuro. Meu desempenho na luta impressionara os treinadores, e a primeira oportunidade chegou: uma luta em Porto, a três horas de distância, contra um adversário temido, um veterano com vitórias esmagadoras. O prêmio, se eu vencesse, seria quase um ano de salário da empresa onde trabalhei, mas o risco era alto — as apostas estavam contra mim. Sofia, com os olhos âmbar cheios de orgulho e medo, prometeu estar lá, e pela primeira vez, decidimos viver como namorados, sem esconder, sem cautela.
Nos últimos meses, saíamos juntos — restaurantes escondidos, barzinhos discretos —, mas sempre com cuidado, o medo de sermos vistos nos segurando. No apartamento, éramos fogo: beijos profundos no sofá, toques que incendiavam, noites onde o desejo falava mais que palavras. Mas fora, éramos sombras, a culpa dela e a minha vontade de protegê-la nos mantendo na penumbra. Agora, em Porto, seria diferente. Reservei um hotel com piscina, imaginando Sofia, a pele dourada brilhando ao sol, o vestido leve colado ao corpo, e eu a apresentaria ao mundo como minha namorada, a mulher que me fazia querer tudo.
Partimos numa sexta-feira, o carro dela cortando estradas ladeadas por vinhedos, Sofia ao volante, o vestido azul soltinho subindo pelas coxas, os cabelos negros soltos dançando com o vento da janela aberta. “Você tá nervoso?”, perguntou, a voz suave, os olhos âmbar desviando da estrada pra mim, um sorriso que misturava apoio e algo mais quente.
“Um pouco”, admiti, a mão no joelho dela, os dedos roçando a pele macia, o toque sutil reacendendo o desejo que nunca apagava. “Mas saber que você vai estar lá, torcendo… isso me faz sentir que posso tudo.” Inclinei-me, o hálito roçando o pescoço dela, o perfume de jasmim me puxando, e ela riu, um som que aquecia o peito.
“Davi…”, murmurou, a voz rouca, a mão cobrindo a minha, apertando, o rubor subindo pelo rosto. “Se comporta, senão não chego em Porto.” O tom era brincalhão, mas os olhos, quando encontraram os meus, brilhavam com desejo, e eu sorri, a mão subindo um pouco, traçando a curva da coxa, sabendo que a noite nos esperava.
Chegamos ao hotel, um prédio elegante com vista pro Douro, a piscina cintilando sob o sol. No quarto, joguei a bolsa no chão, a camisa colada ao peito suado, e puxei Sofia pra mim, as mãos na cintura, o vestido azul fino quase uma provocação. “Minha namorada”, sussurrei, os lábios roçando os dela, o beijo lento, profundo, cheio de uma alegria que explodia por finalmente sermos nós, sem medo. Ela gemeu baixo, as mãos no meu pescoço, os dedos enredando-se nos cabelos, e eu senti o mundo se alinhar, a luta, o futuro, tudo fazendo sentido com ela ali.
O sábado amanheceu dourado, a piscina do hotel refletindo o céu, e Sofia estava lá, deitada numa espreguiçadeira, o biquíni preto abraçando as curvas, a pele pálida ganhando um bronze que parecia feito de luz. Eu saí da água, o corpo molhado, a sunga marcando o que a academia esculpira, e me deitei ao lado, os olhos traçando o contorno do corpo dela, o suor brilhando na clavícula, o decote do biquíni subindo com a respiração. “Você tá me matando”, murmurei, a voz grave, a mão roçando o braço dela, os dedos sentindo o calor da pele aquecida pelo sol.
Ela riu, os olhos âmbar escondidos por óculos escuros, mas o rubor subiu pelo pescoço. “Eu? Olha quem tá falando, todo molhado, parecendo um deus grego.” A voz era provocadora, e ela tirou os óculos, os olhos brilhando com desejo e uma alegria que transborda. “Minha namorada”, repeti, inclinando-me, o beijo salgado pelo suor e cloro, a mão na cintura dela, os dedos traçando a curva do quadril, o biquíni quase uma barreira frágil. Outros hóspedes estavam por ali, mas não importava — éramos só nós, pela primeira vez livres, o mundo vendo o que sentíamos.
“Davi, se comporta”, sussurrou, mas a mão dela deslizou pro meu peito, as unhas roçando a pele, o toque sutil que sempre acendia o fogo. “Quero você focado pra luta.” O tom era sério, mas os olhos, cheios de orgulho, me diziam que ela acreditava em mim, e isso era tudo.