Entre Linhas e Silêncios Parte 3

Um conto erótico de MalevoloMagnus
Categoria: Heterossexual
Contém 875 palavras
Data: 16/04/2025 19:15:06

Entre Linhas e Silêncios

Parte 3

Acordei antes do sol. O quarto ainda estava escuro, mas o corpo lembrava tudo.

O cheiro dela ainda estava no meu peito. O gosto ainda vivo na minha boca. O toque nos meus dedos, como se a pele dela ainda os envolvesse. Era como acordar de um sonho bom — e perceber que não era sonho. Era real. Era nosso.

O problema de se viver um segredo é que, depois que o corpo conhece, ele não esquece. E tudo que não pode ser repetido em voz alta vira desejo dobrado na pele. Ainda mais quando ela mora sob o mesmo teto. Quando desce as escadas com o cabelo preso e uma camiseta solta. Quando passa por mim de toalha molhada. Quando sorri sabendo que me teve inteiro — e que ainda pode ter mais.

Levantei e fui para a cozinha. Café, pão, tentativa de rotina. Mas minha mente ainda rodava no que tínhamos feito na noite anterior. Ela sobre a mesa. Os quadris dela dançando em mim. A forma como cravou as unhas nos meus ombros no exato momento em que gozei dentro dela — com o rosto colado no dela, o suor escorrendo entre nossos corpos, o ar denso como se estivéssemos sozinhos no mundo.

Escutei os passos dela vindo pelo corredor.

Respirei fundo.

Larissa entrou na cozinha como se o mundo não tivesse virado do avesso entre nós. Usava uma calça de moletom e um top branco que deixava os mamilos discretamente visíveis. O cabelo ainda molhado do banho e aquele olhar — aquele maldito olhar que me atravessa.

“Bom dia,” disse, pegando uma xícara.

“Bom dia,” respondi, sem conseguir encarar por mais de três segundos.

“Dormiu bem?”

“Difícil depois de tudo o que aconteceu.”

Ela mordeu o lábio. Sorriu como quem brinca com o perigo. Encostou-se à bancada e passou o dedo ao redor da borda da xícara, sem dizer nada. Aquilo já era um jogo. Sempre era.

“E Amanda?”, perguntou com desdém velado.

“Trancada no quarto, como sempre.”

Larissa aproximou-se. Ficou ao meu lado. Quase encostando. Eu sentia o calor do corpo dela. O perfume. E aquela energia elétrica que só ela sabia carregar.

“Precisa de alguma coisa no escritório hoje?”, perguntou, inocente. Mas o tom de voz...

Era convite. Era armadilha.

“Preciso, sim.”

Ela me olhou.

“Me encontra lá em vinte minutos?”

Assenti, engolindo seco.

Vinte minutos depois, trancamos a porta do escritório com a naturalidade de quem já sabe o que fazer. Ela me empurrou contra a parede, tirando o top com um gesto único. Estava sem sutiã. Os seios estavam firmes, inchados, com os mamilos duros. Me ajoelhei. Quis beijá-los como se fossem oração. Lambi devagar. Suguei. Ela jogou a cabeça pra trás, as mãos segurando minha nuca, gemendo baixo.

“Você me faz perder a noção do tempo”, disse entre suspiros.

Subi as mãos até sua cintura. Abaixei o moletom junto com a calcinha. Estava completamente nua, ali mesmo, no meio do escritório — o mesmo onde eu assinava contratos, fazia reuniões por vídeo, conversava com minha esposa sobre contas e filhos.

E agora... agora era o santuário do meu pecado favorito.

Encostei-a na escrivaninha. Beijei sua barriga, desci com a boca até seu sexo. Ela estava úmida. Cheirosa. Pronta. Lambi com calma, depois com fome. Suguei seu clitóris até ela tremer. Ela segurava minha cabeça com força, rebolava no meu rosto como se quisesse se fundir em mim.

“Não para, Rodrigo… Não para…”

E eu não parei.

Ela goxou com um grito abafado na própria mão. O corpo todo tremia. A respiração, descompassada.

Antes que ela recuperasse o fôlego, virei-a de costas, levantei sua perna sobre a mesa, e a penetrei com tudo. Ela gemeu alto. Meu nome escapou da boca dela como confissão.

Me movi com força, com ritmo. Uma mão em sua cintura, outra em seu cabelo. O som dos nossos corpos, do sexo molhado, dos gemidos abafados. Eu estava cego. Possuído.

“Você é minha, Larissa…”

“Sou tua. Só tua.”

Gozei dentro dela, sentindo tudo apertar. O mundo sumiu por alguns segundos. Ficamos ali. Despedaçados. Suados. Colados.

Depois, ela se vestiu devagar. Me olhou como quem esconde um sorriso proibido. Me deu um beijo rápido.

“Te vejo no jantar.”

E saiu.

Como se tudo tivesse sido apenas mais uma hora do dia.

O pior de tudo?

É que isso se repete.

Na garagem. No banheiro. No quarto de hóspedes. No carro parado à noite, num bairro qualquer.

E eu deixo.

Porque Larissa virou mais que desejo. Virou uma extensão da minha carne. Um eco dentro da minha mente.

Não há mais como fingir.

E também não sei mais se quero.

Na noite passada, depois que todos dormiram, ela entrou no meu quarto descalça. Deitou-se ao meu lado sem dizer nada. Beijou meu pescoço. Subiu em mim, nua, quente, úmida. Encaixou-se sozinha, rebolando devagar.

Transamos no escuro, sem pressa. Como se cada movimento fosse uma despedida.

Quando ela adormeceu no meu peito, respirei fundo.

Eu sabia.

Alguma hora isso vai estourar.

Amanda vai perceber.

O mundo vai cair.

Mas até lá…

Eu vou seguir me afogando nessa mulher.

Porque o que ela me dá, ninguém mais dá.

E se isso for o inferno…

Deus me perdoe, mas eu nunca fui tão feliz.

malevolomagnus@gmail.com

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive O Padrasto a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários