1 - "Eu Sabia Quem Ele Era" - Narrado por Larissa

Um conto erótico de MalevoloMagnus
Categoria: Heterossexual
Contém 852 palavras
Data: 16/04/2025 18:55:30

"Eu Sabia Quem Ele Era"

Narrado por Larissa

Eu sabia onde estava me metendo.

Sabia antes mesmo de saber que sabia. Porque tem homens que não escondem quem são. Eles não precisam dizer. A presença deles carrega uma energia... selvagem, densa, quase pecaminosa.

Rodrigo era assim.

Camisa sempre impecável, postura firme, olhar que não recua. Ele era o tipo de homem que não precisava tocar para dominar. Bastava estar ali. Observando. Medindo. Silencioso.

Mas o que o mundo via era o consultor de negócios. O marido da Amanda. O padrasto dedicado. O homem que fazia panquecas no domingo. O cara do controle.

Mas eu… eu descobri o que havia por trás.

Ele não era só Rodrigo.

Ele era Dom Malévolo.

Tudo começou com uma frase solta.

Durante um jantar de família, uma amiga da minha mãe comentou com um riso atravessado:

— Esse aí já aprontou muito antes de casar, hein? Se essas paredes falassem…

Ninguém deu bola. Eu dei.

Fiquei com aquilo na cabeça. E, de repente, comecei a ver tudo sob outra perspectiva. As mãos grandes, firmes. A forma como ele cumprimentava as pessoas, como olhava — de cima abaixo, com sutileza, mas com posse. A maneira como controlava o tom da conversa sem elevar a voz.

Rodrigo não era passivo.

Rodrigo era um homem que já tinha feito muita coisa. E tentava esconder isso sob o paletó. Mas o instinto — ah, o instinto — nunca se apaga. Só espera a hora certa pra sair.

E foi isso que eu fiz: criei a hora certa.

Um dia, ele esqueceu o notebook aberto. Passei por trás, e vi uma aba que deveria ter sido fechada. Um fórum privado. Termos como “shibari”, “spanking”, “bondage” — ali, escritos friamente, como se fossem parte de um relatório qualquer.

Mas eu sabia o que eram. E quis saber mais.

Alguns dias depois, encontrei uma caixa trancada no armário do escritório. Pequena, de madeira escura. Peguei a chave certa — e dentro dela, cordas. Perfeitamente enroladas, vermelhas, de algodão macio. Com um nó diferente nas pontas. Não eram para prender pacotes. Eram para corpos.

E então eu encontrei o nome.

Dom Malévolo.

Um apelido. Um perfil antigo. Um blog discreto.

Mas o conteúdo...

Frases escritas por ele, que li como quem abre um portal proibido:

“O controle verdadeiro acontece quando ela implora sem dizer uma palavra.”

“Não há poder mais profundo do que ver alguém se desfazer de prazer porque confia em você para levá-la até o limite.”

“Amarrar não é prender. É libertar.”

Naquela noite, dormi molhada.

Comecei a observá-lo com outra intenção.

Não como o homem da casa.

Mas como o homem que havia guardado o chicote para não escandalizar o bairro.

E eu queria ver esse lado de novo.

Aliás, eu queria fazer ele sair da jaula — por minha causa.

Passei a me vestir diferente. A me movimentar diferente. A me aproximar em momentos específicos. Trazia o corpo mais pra perto. O olhar mais demorado. O perfume mais adocicado.

E ele, Rodrigo, o homem contido… vacilava. Nos olhos. No respiro.

Eu comecei a brincar com os limites.

— Pode me ajudar com o zíper do vestido?

— Essa saia tá muito curta pra sair?

— O que você acha desse perfume?

Ele tentava se conter.

Mas eu via.

Via o fogo aceso atrás do controle. Via as mãos se fechando discretamente. Via o maxilar trincado. O olhar pesado demais pra ser só “cuidadoso”.

Ele sabia que eu sabia.

E isso só deixava tudo mais... inevitável.

A primeira vez que testei de verdade foi quando me ofereci pra fazer massagem nele.

Ele estava sentado, tenso. Disse que o dia tinha sido puxado. Fui por trás, coloquei as mãos nos ombros e comecei a apertar.

Mas não era uma massagem qualquer.

Eu toquei com intenção. Meus dedos foram lentos. Deslizantes. O meu corpo se aproximava mais do que precisava. Meus seios roçaram, como sem querer, nas costas dele.

E ele… endureceu. Em silêncio.

O membro dele cresceu sob a calça.

E eu sorri. Disfarçadamente.

Porque ali eu tive a confirmação: Dom Malévolo não estava morto. Estava apenas faminto.

E eu estava disposta a dar de comer à fera.

Naquela mesma noite, me tranquei no quarto. Fiquei de camisola, deitei de bruços e passei a mão pela coxa lentamente, imaginando o que ele faria comigo se eu dissesse: “quebra as regras, Rodrigo. Toma o que é seu.”

Passei noites assim. Dias assim.

Deixando pistas. Testando limites.

E o mais excitante de tudo?

Era saber que ele entendia o jogo.

Que ele estava se contendo.

Mas não por falta de desejo.

E sim porque ele sabia o que aconteceria se se deixasse levar.

O Dom dentro dele era controlado. Mas não era fraco.

E eu sabia: a hora que ele decidisse me possuir de verdade, não haveria volta.

Eu queria isso.

Queria ser o motivo do retorno dele ao que ele é de verdade.

Não o Rodrigo socialmente aceitável.

Mas o homem que já fez mulheres implorarem com os olhos vendados.

O homem que já amarrou almas — e não apenas corpos.

O homem que não pede.

Que toma.

E eu estava pronta pra ser tomada.

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