Havia algo de perigoso no silêncio daquela tarde. Amanda tinha saído mais cedo, Linara estava viajando, e o som da chuva no telhado fazia o mundo parecer suspenso — como se tudo o que acontecesse ali dentro estivesse fora do tempo. Fora das regras.
Larissa cruzou o corredor usando um vestido leve, de alça fina, colado ao corpo. Cabelos soltos, pele quente de banho, e os pés descalços. O tecido marcava seus seios sem sutiã, e os mamilos despontavam como uma provocação involuntária — ou totalmente intencional.
Ela parou na porta do meu quarto.
"Está ocupado?", perguntou com a voz suave, mas carregada de tensão.
Olhei por cima do ombro, sentado na beira da cama, o notebook no colo.
"Estava."
Ela entrou sem pedir permissão. Fechou a porta devagar e encostou as costas nela, me olhando com um sorriso sutil nos lábios.
"Sonhei com você essa noite", disse. "Queria te contar, mas... acho que prefiro te mostrar."
Meu corpo já sabia o que ia acontecer antes da mente aceitar.
Deixei o notebook de lado.
Ela caminhou em minha direção com passos firmes e lentos. O vestido balançava sutilmente com o movimento dos quadris. Aquela bunda — redonda, cheia, esculpida com perfeição — parecia dançar a cada passo. Os cabelos negros colados na pele ainda úmida do pescoço. Os olhos castanhos ardiam com algo que ia além de desejo: era certeza.
Ficou de pé entre minhas pernas. Meu rosto à altura da sua barriga. E eu não resisti.
Segurei-a pela cintura e beijei sua barriga. A pele era macia, quente, com o cheiro doce que me enlouquecia. Minhas mãos deslizaram até a parte de trás da coxa, subindo devagar, até sentir que não havia calcinha.
"Veio pronta pra mim", sussurrei.
"Eu sou tua."
Levantei os olhos e ela segurava o vestido por baixo, erguendo-o lentamente. Primeiro as coxas, depois a virilha… e então, toda nua. A pélvis lisinha, rosada, levemente úmida, pulsando com o calor do momento.
"Deita pra mim", pedi.
Ela subiu na cama e deitou-se de costas, abrindo as pernas devagar, como quem oferece o corpo com orgulho. A visão dela assim, entregue, com os seios se movendo com a respiração acelerada, foi o suficiente pra eu ficar duro de imediato.
Tirei a camisa, a calça, a cueca. Meu membro já ereto, cerca de 18cm, pulsava contra o ar frio do quarto. A pele branca contrastava com o rubor rosado na glande. Poucos pelos no peito, corpo firme, ombros tensos. Eu estava pronto pra devorá-la.
Ajoelhei entre suas pernas e a segurei pelas coxas, puxando-a até a beira da cama. Desci com a boca e passei a língua lentamente sobre sua (pélvis molhada), pressionando com o peso da língua em movimentos circulares. Ela se arqueou, gemeu, agarrou o lençol.
"Assim... não para..."
Suavemente, levei dois dedos até sua entrada e deslizei para dentro. Estava apertada, quente, escorregadia. Comecei um ritmo lento, enquanto sugava o (clitóris) com precisão.
Ela gemia mais alto agora, rebolando contra meu rosto.
"Rodrigo... Rodrigo... por favor..."
"Quer que eu te foda?", perguntei, com a boca ainda molhada da língua dela.
"Sim. Agora."
Subi por cima dela. Posicionei-me entre suas coxas. Ela as abriu mais, puxando-me com as pernas. Meus olhos nos dela. Sem palavras. Só verdade.
Enfiei-me devagar.
O calor, o aperto, o encaixe… tudo era demais.
(Senti meu membro deslizar por completo dentro dela, a glande pressionando fundo. Ela ofegava, os olhos semicerrados, o corpo em espasmos.)
Comecei a me mover com lentidão. Estocadas suaves, profundas. Os seios dela balançavam sob meus olhos. Peguei um deles com a mão e levei à boca. O mamilo cabia perfeitamente entre meus lábios. Ela segurava minha nuca, gemia meu nome com uma voz rouca que eu nunca tinha ouvido de ninguém.
"Acelera...", ela pedia.
E eu obedeci.
Me movia com mais força agora, o som dos corpos se chocando, da pele molhada, dos gemidos descompassados. Ela rebolava contra mim, cravava as unhas nas minhas costas.
"Me vira", sussurrou.
Virei-a de bruços. Ela ficou de quatro, empinando a bunda como se tivesse nascido pra isso. A pele firme, o formato perfeito. Segurei suas ancas e entrei de novo, com mais força.
Cada estocada fazia seu corpo tremer. O som de nossos quadris era indecente. Coloquei o dedo na boca, depois no (clitóris), enquanto a penetrava com violência contida.
Ela explodiu em um orgasmo tão forte que caiu sobre os cotovelos, gritando meu nome contra o colchão.
Continuei. Sentindo cada contração ao redor do meu pau. Até que não aguentei mais. Gozei dentro dela, fundo, agarrado à sua cintura, com um gemido que saiu como um uivo contido.
Ficamos deitados lado a lado. O suor escorria entre nós. As respirações demoraram a voltar. Ela virou-se pra mim, a pele ainda trêmula.
"Isso é muito mais do que eu consigo controlar", disse.
"Eu também", respondi.
E ali, sem promessas, sabíamos.
A gente tinha se atravessado.
Nada mais seria como antes.
Às vezes eu a observo dormindo e me pergunto como deixei tudo chegar até aqui.
Ela, com o rosto sereno, deitada ao meu lado, nua entre os lençóis que ainda cheiram a sexo e a nós dois. O cabelo espalhado no travesseiro, o peito subindo e descendo devagar. O corpo ainda marcado pelas minhas mãos, pela minha boca, pela forma como a penetrei há poucos minutos como se o mundo fosse acabar.
E talvez esteja mesmo acabando — pelo menos o mundo como eu conhecia.
Porque depois dela, tudo o que veio antes parece sem cor. Sem cheiro. Sem gosto.
Amanda ainda vive sob o mesmo teto. Dividimos a mesma casa, as mesmas paredes. Mas não há mais lar entre nós. Só silêncio educado, jantares frios, telefonemas trocados ao invés de beijos. Faz tempo que o casamento se tornou um hábito. E no meio do hábito… nasceu Larissa.
Não como filha. Não como enteada.
Ela surgiu como mulher.
Como desejo.
Como abismo.
E eu pulei.
Sabendo.
Aceitando.
Querendo.
Ela me tirou da zona segura. Me despiu de tudo o que eu construí com ordem e cuidado. Me mostrou um lado meu que estava adormecido — o homem que sente, que treme, que morde, que geme. O homem que ama em silêncio e goza em segredo.
Eu me apaixonei.
Sim. Não é mais só desejo. Não é só o corpo, o sexo, a carne que pulsa e chama.
É o jeito como ela me olha quando ninguém vê.
É a forma como ri quando acha que não estou ouvindo.
É a leveza que ela traz até quando carrega o pecado no colo.
Larissa me tornou refém. Mas nunca me prendeu.
E é isso que me destrói.
Porque eu sei que não posso tê-la de verdade. Não enquanto tudo for escondido. Não enquanto ela tiver um namorado, e eu tiver uma aliança que não uso mais, mas que ainda pesa no dedo.
A qualquer momento, Amanda pode perceber.
Basta um olhar trocado. Uma camisola esquecida. Um perfume fora de hora.
O perigo é real. E isso só torna tudo mais... viciante.
Penso, às vezes, em largar tudo. Contar a verdade. Deixar Amanda. Recomeçar.
Mas aí lembro das consequências. Do escândalo. Da dor. Da perda de confiança. Do julgamento.
E então me calo.
Como sempre fiz.
Mas o que eu vivo com Larissa… ninguém nunca vai tirar de mim.
Mesmo que tudo acabe amanhã.
Mesmo que ela vá embora.
Mesmo que eu volte a uma vida onde sou apenas um consultor, um homem de hábitos, um marido por costume.
Ela sempre será a mulher que me tirou da rotina. Que me fez esquecer o relógio. Que me ensinou a amar com o corpo e com a alma. Que me despiu até da culpa — porque com ela, até o erro parece bênção.
Hoje, deitado ao lado dela, com os corpos ainda entrelaçados, penso que talvez o amor não precise ser eterno para ser verdadeiro. Talvez ele só precise ser vivido com intensidade. Como se cada toque fosse o último. Como se cada gozo fosse um batismo.
Larissa é minha loucura mais bonita.
Meu pecado mais íntimo.
Meu segredo mais doce.
E se isso for errado… então é nesse erro que eu escolho morrer.
Porque nunca, em toda minha vida, fui tão profundamente… verdade.
FIM