Acordei com um peso no peito, o coração disparado, como se tivesse corrido uma maratona. A culpa tava me comendo vivo. Caralho, o que foi que eu fiz? A imagem da noite passada tava grudada na minha cabeça – Mari cavalgando meu pau, a porra jorrando na boca dela, e a Grazi, minha irmã, olhando tudo, se tocando, gemendo. Porra, isso era errado em tantos níveis que eu nem sabia por onde começar. Olhei pro lado. Mari tava apagada, a calcinha ainda na coxa, o lençol manchado de porra. Grazi tava na cama dela, virada pra parede, dormindo ou fingindo. Eram quase 10h da manhã, e eu precisava sair daquele quarto antes que enlouquecesse.
Levantei devagar, tentando não fazer barulho, e saí pro banheiro do corredor, aquele fora dos quartos. Enquanto mijava, tentava organizar a cabeça, mas era um caos. Como eu deixei isso acontecer? O beck, a cachaça, o tesão… tudo me levou a um lugar que eu sabia que era pecado. Voltei pra cozinha, querendo um café pra curar a ressaca – não só a física, mas a moral, que tava me matando. Não tinha café pronto, então resolvi fazer. Joguei pó no coador, mas tava com a mão tremendo, e o resultado foi uma merda aguada que nem cheiro de café tinha.
Fui pra varanda, me joguei numa rede, e fiquei olhando pro quintal. O carro dos meus pais tava lá, o que significava que eles tinham voltado do tal forró. Forró até amanhecer, num fim de mundo desses? Sei não, tava estranho. Mas minha cabeça não tava nos meus pais. Tava na Grazi, nos olhos dela fixos enquanto eu gozava na boca da Mari. E na Mari, que parecia gostar de atiçar esse fogo. Caralho, eu tava ferrado. O tesão tinha sido mais forte que eu, e agora eu não sabia como olhar pra minha irmã sem sentir… algo que não devia.
Léo apareceu na varanda, com cara de quem também tava de ressaca, mas rindo como sempre.
— Mano, tu tá vivo? — ele perguntou, se jogando numa cadeira. — Ontem foi foda, hein?
— Tô na merda, Léo — murmurei, tentando disfarçar.
— Ressaca do beck? — ele riu. — Hoje tem Corinthians x Palmeiras, vai salvar o dia. Teu time tá uma bosta, vai tomar um sacode.
— Fala o que, palmeirense de merda? — retruquei, no automático. — O Romero vai acabar com esse jogo, tu vai ver.
Mas eu nem sabia o que tava falando. Minha cabeça tava na Grazi, na Mari, na porra toda. Léo continuou zoando, falando que o Palmeiras tava voando, mas eu só respondia com monossílabos, olhando pro nada. Ele não percebeu, ou fingiu que não, e logo mudou de assunto, falando de uma mina que ele tava pegando. Eu só balançava a cabeça, perdido nos meus pensamentos. A gente sempre foi próximo, já fomos muito confidentes um do outro, adoravamos falar sobre as garotas que comiamos um pro outro como se fosse contando vantagem. Mas minha cabeça, ela tava em SaturnoLogo todo mundo acordou e foi pra cozinha. Minha mãe, Nadia, tentou tomar o café que eu fiz e fez careta.
— Gabriel, que merda é essa? — ela disse, rindo. — Tá mais pra água suja.
— Pois é, filho, tu assassinou o café — meu pai, Jorge, completou, enquanto meus tios riam.
— Da próxima vez, acordem cedo e façam vocês — retruquei, meio puto, mas rindo pra disfarçar.
Mari entrou, toda sorridente, com um shortinho que marcava a bunda. Ela me deu um beijo rápido e zoou o café junto com os outros. Grazi veio logo depois, de fone, como sempre, e sentou na ponta da mesa, sem olhar pra mim. Meu estômago embrulhou. Será que ela lembrava de tudo? A Mari tinha dito que ela tava chapada, que não ia lembrar, mas eu não acreditava. O jeito que ela tava quieta, evitando meu olhar, dizia que ela sabia exatamente o que rolou.
O dia tava lindo, sol forte, perfeito pra piscina. Meu pai acendeu a churrasqueira, e a galera se espalhou pelo quintal. Mari e Larissa tavam cada vez mais grudadas, rindo alto, dançando um funk que tocava no celular da Larissa. Meu pai até olhou torto, como se fosse reclamar, mas minha mãe deu um cutucão nele, e ele deixou pra lá, rindo. Eu tava na piscina, jogando vôlei com Léo, tentando me distrair, mas meu olho ia pra Grazi sem querer. Ela tava na espreguiçadeira, de biquíni preto, hora lendo no Kindle, hora mexendo no celular dela. Como ela conseguia ficar tanto tempo na frente de uma tela. Mas caralho, ela tava gostosa, e a culpa batia forte toda vez que eu pensava nisso.
No fim da tarde, meu pai começou a fazer caipirinhas, e as cervejas tavam trincando de geladas. Eu tava com uma lata na mão, jogando bola na piscina, quando a bola caiu perto da churrasqueira. Fui pegar e ouvi meus pais e tios conversando baixo.
— As crianças aqui é bom, mas só a gente tem mais liberdade — minha mãe disse, com um tom estranho. — Aí temos que ficar inventando desculpas, é complicado…
— Verdade — tio Ricardo concordou. — Mas a gente dá um jeito.
Eu cheguei do nada, e eles tomaram um susto, mudando de assunto na hora.
— Oi, filho, pegou a bola? — meu pai perguntou, forçando um sorriso.
— Tô pegando — respondi, franzindo a testa. — Tavam falando do quê?
— Nada, só bobagem — tia Sônia desconversou, rindo. — Novela, política, BBB, só coisas úteis...
Voltei pra piscina, mas fiquei encucado. Desculpas? Liberdade? Que porra era essa? O tal forró tava parecendo cada vez mais suspeito, mas eu não tinha como cavar mais sem parecer paranoico.
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Quase no início da noite, a gente tava na mesa da varanda, comendo o churrasco que virou janta. Meu pai e tio Ricardo tavam falando alto sobre um escândalo político qualquer, enquanto minha mãe e tia Sônia discutiam a novela nova. Eu tava tentando comer, mas meu olho ia pra Grazi, que, pra minha surpresa, tava conversando com Mari e Larissa. Elas tavam rindo baixo, e eu não conseguia ouvir por causa do barulho dos meus pais. Caralho, o que elas tavam falando? Será que a Grazi contou algo? Meu peito apertou, mas tentei disfarçar, focando no prato.
Minha mãe interrompeu a mesa, batendo na taça com uma colher.
— Pessoal, comam tudo, que isso já é janta. Eu e o Jorge vamos pro forró de novo hoje, com o Ricardo e a Sônia.
— De novo? — Larissa perguntou, franzindo a testa. — Forró de domingo, num lugar desses?
— Pois é, é animado — meu pai disse, rindo, mas com um tom que parecia forçado. — Vocês são adultos, se virem sozinhos.
Mari me olhou, com aquela cara de quem tava desconfiada, mas não falou nada. Eu também achei estranho. Forró dois dias seguidos, até amanhecer, num interior onde tudo fecha cedo? Sei não. Mas meus pais e tios já tavam levantando, pegando as chaves, e saíram por volta das 21h, deixando a gente na mesa.
A gente continuou na varanda, jogando Uno, mas a noite começou a esfriar, e o Léo sugeriu ir pra sala. Lá, a Larissa teve uma ideia que me deu um frio na espinha.
— E se a gente brincar de Verdade ou Desafio? — ela disse, com um sorriso malicioso.
— Mano, isso é brincadeira de adolescente — reclamei, já sabendo onde isso podia dar. Eu tinha jogado antes, e sempre acabava em sacanagem. Com primos, achei que ia ser chato, mas com a Grazi e a Mari na jogada, depois do que rolou… caralho, isso era perigoso.
— Para de ser chato, Gabriel — Mari disse, rindo, me cutucando. — Vai ser zoação, relaxa.
— É, vai ser legal — Grazi falou, meio tímida, corando enquanto olhava pra mim.
Eu estranhei pra caralho. Grazi me incentivando? Depois de ontem? Meu estômago embrulhou, mas os outros tavam empolgados, e eu não queria ser o estraga-prazeres.
— Foda-se, então, vamos jogar — cedi, sentando no sofá com os outros.
Larissa pegou uma garrafa de cachaça vazia e girou no chão, rindo.
— Quem a garrafa apontar, escolhe: verdade ou desafio — ela anunciou, enquanto a garrafa começava a rodar.
Eu olhei pra Grazi, que tava com os olhos fixos na garrafa, e pra Mari, que me deu um sorrisinho sacana. Caralho, isso não ia acabar bem.
Larissa pegou uma garrafa de cachaça vazia e girou no chão, rindo, enquanto a gente se espalhava no sofá e nas almofadas da sala. Meu coração tava apertado. Eu sabia que esse jogo era uma péssima ideia, especialmente depois da merda de ontem. Mari tava com aquele sorrisinho sacana, Grazi tava corada, olhando pra garrafa como se fosse uma bomba, e o Léo e a Larissa tavam empolgados demais pro meu gosto. Caralho, isso ia dar ruim.
— Quem a garrafa apontar, escolhe: verdade ou desafio — Larissa anunciou, e a garrafa parou apontando pro Léo.
— Verdade — ele disse, rindo, já com cara de quem tava planejando bagunça.
Larissa não perdeu tempo.
— Qual foi a coisa mais idiota que tu já fez bêbado? — perguntou, com um sorriso malicioso.
Léo riu alto, coçando a cabeça.
— Mano, uma vez eu tava pegando uma coroa que era casada, o marido chegou em casa, tentei pular uma cerca, caí de cara na lama, fiquei com a calça toda rasgada, a roupa toda suja. Minha mãe quase me matou.
A gente riu, e a tensão no meu peito aliviou um pouco. Talvez fosse ficar só na zoeira. A garrafa girou de novo, apontando pra mim. Engoli em seco.
— Verdade — falei, querendo evitar qualquer desafio idiota.
Léo me olhou, com um brilho nos olhos.
— Qual foi a maior merda que tu já fez pra impressionar uma mina?
Olhei pra Mari, que tava rindo, e pra Grazi, que tava olhando pro chão. Caralho, eu não queria responder isso na frente delas.
— Sei lá, mano, acho que… escrevi um poema pra uma mina no colégio, mas era tão ruim que ela me zoou por semanas — falei, inventando qualquer coisa pra sair pela tangente.
— Fraco, Gabriel! — Larissa zoou, enquanto Mari ria alto.
— Ele é tímido, deixa ele — Mari disse, piscando pra mim, mas com aquele tom que me deixava nervoso.
A garrafa girou de novo, apontando pra Mari. Ela escolheu verdade sem nem piscar.
— Qual foi o lugar mais doido que tu já transou? — Larissa perguntou, direto, com um sorriso de quem sabia que ia causar.
Eu congelei, pensando na noite passada, no quarto com a Grazi olhando. Mari, por outro lado, riu como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Num banheiro de cursinho, com um certo alguém — ela disse, olhando pra mim e mordendo o lábio.
A galera gritou, zoando, e eu senti meu rosto queimar. Grazi levantou o olhar por um segundo, mas logo baixou de novo, mexendo no celular. Caralho, isso tava ficando perigoso. A próxima rodada caiu na Grazi, e ela escolheu verdade, com a voz meio tremida.
— Qual foi o maior mico que tu já pagou na frente de um crush? — Léo perguntou, mais leve, mas ainda com um tom provocador.
Grazi corou pra caralho, gaguejando.
— Eu… derrubei um suco na blusa de um cara que eu gostava no colégio. Fiquei morrendo de vergonha — ela murmurou, sem olhar pra ninguém.
Eu sabia que ela tava inventando, ou pelo menos escondendo algo. O jeito que ela evitava meu olhar dizia mais do que as palavras. A garrafa girou de novo, apontando pra Larissa, que escolheu verdade.
— Quem aqui tu acha mais gato? — Mari perguntou, com um tom sacana.
Larissa riu, olhando pra cada um de nós.
— Desculpa, Mari, mas o Gabriel tá com um tan de piscina que tá difícil competir — ela disse, piscando.
A galera riu, mas eu senti um aperto. Mari riu junto, mas o olhar da Grazi, rápido e disfarçado, me pegou desprevenido.
As verdades começaram a esquentar. Léo perguntou pra mim se eu já tinha fantasiado com alguém “proibido”. Eu tentei desconversar, dizendo que “todo mundo pensa besteira às vezes”, mas meu rosto tava entregando tudo. Mari respondeu uma pergunta da Larissa sobre a melhor transa da vida dela, falando de “uma noite com muito vinho e um cara que sabia o que fazia”, olhando pra mim sem disfarçar. Grazi ficou quieta, respondendo só o básico, mas dava pra ver que ela tava nervosa.
Léo, que tava claramente achando a gente muito “travado”, levantou do sofá e foi até a cozinha.
— Mano, vocês tão muito na defensiva — ele disse, voltando com uma garrafa de vodka ruim, daquelas de plástico que queimam a garganta só de olhar. — Vamos apimentar essa porra.
Ele serviu doses em copos de plástico, e a gente tomou, fazendo careta. A vodka era horrível, mas o calor dela na garganta soltou ainda mais a galera. Larissa girou a garrafa, e ela apontou pra mim de novo. Dessa vez, escolhi desafio, porque tava cansado de perguntas quentes.
— Faz aquela dança idiota do TikTok, aquela do “Renegade” — Larissa mandou, rindo.
— Sério? — resmunguei, mas levantei, meio bêbado, e tentei imitar os passos que eu tinha visto nos vídeos. Saí uma merda, claro, e todo mundo riu pra caralho, até a Grazi, que deu um sorriso tímido.
A garrafa caiu no Léo, que escolheu desafio. Mari, com aquele olhar de quem queria zoar, mandou ele fazer 20 polichinelos na sala. Ele fez, ofegante, xingando a gente enquanto pulava. Depois, a Larissa teve que ir do lado de fora e gritar “Eu sou o rei do sítio!” no meio do quintal. Ela voltou rindo, com a cara vermelha, dizendo que quase acordou os vizinhos.
A cada rodada, a vodka descia mais, e o clima tava ficando mais solto. Eu olhava pra Mari, que tava adorando a bagunça, e pra Grazi, que tava rindo, mas ainda com aquele nervosismo. Meu peito apertava toda vez que a garrafa girava, porque eu sabia que, com o Léo e a Larissa no comando, isso não ia ficar só em dancinha e pergunta idiota por muito tempo.
Larissa pegou a garrafa e girou no chão, que parou no Léo.
— Verdade — ele disse, rindo.
Larissa foi na jugular.
— Qual foi a fantasia sexual mais doida que tu já teve? — perguntou, com um sorriso malicioso.
Léo riu, coçando a nuca, meio sem graça.
— Mano, sonhei que tava num ménage com duas minas do cursinho. Não vou dar nomes, mas… foi foda — ele disse, e a galera riu.
Eu senti meu rosto queimar. Caralho, isso tava começando a ficar quente demais. A garrafa girou, apontando pra Mari.
— Verdade — ela disse, sem hesitar.
Larissa sorriu, como se já tivesse a pergunta na ponta da língua.
— Tu já beijou alguma mina? Conta aí.
Mari riu alto, sem nenhuma vergonha.
— Já, claro. Na adolescência, com uma amiga, a gente se pegava “de brincadeira” no quarto. Teve língua e tudo — ela disse, piscando pra Larissa.
A galera gritou, zoando, e eu engoli em seco. A imagem da Mari beijando outra mina passou pela minha cabeça, e, porra, isso me deixou duro, mesmo com a culpa me matando. Olhei pra Grazi, que tava rindo, mas com as bochechas vermelhas, mexendo no celular pra disfarçar. A garrafa caiu nela.
— Verdade — ela murmurou, a voz meio tímida.
Léo se inclinou, com um sorriso sacana.
— Quem é o cara mais gostoso que tu conhece? Não vale famoso.
Grazi congelou, o rosto ficando vermelho pra caralho. Ela olhou pra mim por meio segundo, depois desviou o olhar.
— Desafio — disse, rápido, quase engasgando.
— Covarde! — Mari zoou, rindo, mas os olhos dela tavam brilhando, como se soubesse algo.
Eu senti um frio na espinha. Por que ela não respondeu? Será que… não, porra, não podia ser. Larissa, sem deixar passar, mandou o desafio.
— Faz aquela dança do TikTok. Capricha — ela disse, rindo. Enquanto colocova a música no celular.
Grazi hesitou, mas levantou, a vodka claramente soltando ela. Colocou o celular pra tocar a música e começou a dançar. Caralho, eu não tava preparado. O shortinho dela subia enquanto ela rebolava, o top marcando os seios, e o jeito que ela mexia o quadril… todos tavam babando. Léo deu um assobio, Mari riu e bateu palmas, e até Larissa gritou “Arrasa, prima!”. Mas eu? Eu tava hipnotizado, e a culpa batia forte. Ela terminou, vermelha de vergonha, e voltou pro lugar, cobrindo o rosto com as mãos.
— Mano, tu é profissional! — Léo disse, rindo, enquanto Grazi murmurava um “calem a boca”.
A garrafa girou de novo, caindo em mim. Escolhi verdade, porque desafio tava me dando medo.
— Qual foi o lugar mais doido que tu transou? — Mari perguntou, com aquele tom provocador.
Eu congelei. Não queria falar da noite passada, não com Grazi ali. Mas todo mundo tava olhando, e Mari tinha aquele sorriso que dizia “vai, fala”.
— Num carro, no estacionamento do cursinho — murmurei, olhando pro chão.
— Fraco! — Larissa zoou, enquanto Mari ria, sabendo que era com ela.
O jogo seguiu, misturando verdades e desafios. As verdades tavam ficando cada vez mais sexuais. Larissa confessou que já transou na praia, com areia “entrando em lugares que não devia”. Léo perguntou pra Mari qual era a parte do corpo que ela mais curtia num cara, e ela disse “o pau, óbvio”, rindo enquanto eu queria cavar um buraco. Grazi, quando caiu nela de novo, escolheu verdade, mas respondeu meio vaga sobre a primeira vez que se masturbou, dizendo que foi “no banho, sei lá”, e todo mundo desconfiou que ela tava escondendo algo.
Os desafios eram mais leves. Léo teve que dançar uma coreografia esquisita do TikTok, parecendo um robô quebrado. Mari fez 15 polichinelos, rindo enquanto os seios balançavam no top. Eu tive que ir do lado de fora e gritar “Eu sou o dono do sítio!” no quintal, voltando com a cara vermelha enquanto a galera rachava de rir.
No meio do jogo, Léo puxou outro baseado da mochila.
— Mano, pra esquentar mais — ele disse, acendendo e passando pra Mari.
— Porra, Léo, isso fodeu a gente ontem — argumentei, pensando na merda que a maconha causou no quarto.
— Relaxa, Gabriel, é só um — Larissa disse, pegando o beck e tragando.
Todo mundo quis, até a Grazi, que tava mais solta, rindo mais, os olhos brilhando. Ela tragou sem tossir dessa vez, passando pra mim. Eu hesitei, mas fumei, sentindo a fumaça queimar e a cabeça ficar leve. Caralho, isso não ia acabar bem.
A garrafa girou de novo, e Larissa, depois de um desafio idiota onde teve que imitar um galo (e saiu hilário), parou de repente, enxugando o suor da testa.
— Mano, tá começando a ficar calor — ela disse, e, sem mais nem menos, tirou a camiseta, ficando só de sutiã branco de renda.
A pele branquinha dela, agora meio morena do sol, brilhava com o contraste do sutiã. Eu arregalei os olhos, em choque.
— Larissa, pelo amor de Deus, coloca a camiseta — falei, tentando não olhar.
— Qual é, Gabriel? Tu me viu de biquíni o dia inteiro — ela retrucou, rindo. — Relaxa, é só um sutiã.
Mari riu alto, dando de ombros, e Léo assobiou, zoando. Grazi tava quieta, mas rindo, ainda meio alta. Eu não insisti, mas meu peito tava apertado. O jogo continuou, mas tava esfriando. As verdades tavam ficando repetitivas, e os desafios, meio sem graça. Até que Larissa bateu as mãos na mesa, com um sorriso que me deu calafrios.
— Gente, isso tá muito parado, e ainda não é nem meia-noite. Vamos esquentar essa porra de verdade.
Eu comecei a suar frio. Larissa tava com aquele olhar de quem queria causar, e com a vodka, o beck, e a tensão entre mim, Mari e Grazi, eu sabia que coisa boa não vinha aí. Mas, caralho, eu nunca podia imaginar o que ia rolar nos próximos minutos.