18 (Murilo)
Eu estava completamente perdido. Ainda acho que continuo perdido, mas antes era como ser jogado em um planeta estranho, agora é como se minha casa tivesse sido revirada, conheço tudo, é uma questão de colocar as coisas no lugar.
Quando meu irmão Marcos e eu entramos no ensino médio ele levou uma surra enorme na rua, ficou uns dias sem sair de casa, estava deprimido e eu desesperado com isso, nasci dois minutos antes dele, eu sou loiro escuro de olho castanho, ele tem cabelo castanho e olhos verdes, a gente tinha meu pai, Paulo Uchôa, como nosso ídolo e mentor, ele era mais que nosso pai, ninguém tinha um cara como ele em casa.
Mas no caso do meu irmão, ele acabou dizendo o que aconteceu. Só pra mim. Três meninos se juntavam a ele, faziam troca-troca, tentei absorver sem criticar, mas aí um dia ele roubou um beijo de um deles, entraram numa de chamar ele de veado, ele não gostou, disse que ele era tão veado quanto os outros, afinal a cada vez um deles aguentava os outros três no cu, e eles lhe cobriram de porrada. Eu disse que tudo bem. Peguei o mais forte primeiro, uma pedrada na orelha, depois pensei que havia matado ele, mas não deu em nada, graças a Deus, o segundo eu peguei como o primeiro por trás, na covardia como pegaram meu irmão, quebrei um pedaço de madeira nas costelas dele, esse eu fiz questão que soubesse que fui eu, o terceiro foi diferente, usei um celular para gravar ele pedindo clemência e desculpas, eu disse que se eu fosse pego, todo mundo ia saber que era por vingança e o filho do pastor ia aparecer como boiola na congregação, o menino surtou quando me viu na igreja do pai dele.
Exagerei, o garoto tentou acabar consigo, acabei me envolvendo com a família dele para me reaproximar e fazer amizade com ele. Bem... foi um ano complicado, inda tinha os estudos e a gente era obrigado a tirar excelentes notas, minha mãe acabou se envolvendo num problema com meu pai e a gente tomou partido dela (correto, faria novamente), mas ficamos contra ele (errado, que arrependimento, não precisava ser assim).
Marcos e eu passamos a ficar de boa com os moleques, os dois em quem bati passaram a ter medo da minha presença, e eu da deles, o tempo passa. O negócio é que agora eles são policiais, e porra, quem tem cu, tem medo. Fiz as malas de Marcos e as minhas e vim parar no hospital de titio, ele está puto conosco, a gente tá bem puto em saber que ele e papai tão fodendo um ao outro, não por serem gays, mas meu tio tá trepando com o ex de sua irmã.
Disse o que fiz, eles estavam irados, se aquela conversa tivesse sido na casa deles, eu sei que eu teria levado uma senhora surra, eu quase matei dois, meu irmão e eu não namoramos ninguém nesse tempo, eu tive umas meninas, claro, eu fazia meu lance por uns meses, trepava uns dois ou três meses e depois era chutado, Marcos namorou uma evangélica só de fachada, ela dava para o pastor, ele fingia não saber, ele trepava com o filho do pastor, nós éramos péssimos como evangélicos, mas ok, era um bom disfarce para as putarias que aconteciam em retiros, Marcos comeu duas meninas na minha frente, e eu comi o cu do namorado dele como ele mandou, meti minha pica junto com a dele no carinha, o putinho chorando de dor e pedindo para parar, pedindo para meter mais fundo, sendo beijado, eu sentindo a pica de meu irmão junto da minha, nossas coxas peludas ralando uma na outra, o cheiro, o tapa que Marcos deu na putinha dele, “finge que é homem, porra”, o cara ficou ainda mais boiola, foi insano, de repente meu irmão o chama pra um beijo e sinto o pau dele pulsando e parecia um animal que vomitava uma seiva, era muito excitante e eu senti minha pica como uma serpente viva, um dragão que despeja fogo líquido. Insano, insano, insano.
Marcos pegou minha mão por baixo da mesa de reuniões e a segurou firme, depois a colocou em sua coxa e a acariciou enquanto nós dois ouvíamos titio e papai me chamarem de bandidinho sem talento e coisas piores, ele ia falar algo quando papai chegou perto de mim e disse que fiz a coisa certa do jeito mais errado do mundo, que estava puto e preocupado com meu futuro, mas orgulhoso por eu ter protegido meu irmão, me deu um beijo na bochecha e disse que estava tentando não morrer de orgulho de mim. Mas não conseguia.
Eu o abracei de volta, a gente se levantando, cadeira caindo, eu chorando, ele também, meu irmão e titio nos abraçando também, de repente a porta abre, eu ainda não conhecia tio Jarbas, mas ele nos conhecia, “Marcos e Murilo, péssimas notas em história e biologia, vocês são muito bons em matemática e química, mas eu não esperava por essa cena tão piegas de reconciliação.”, eu não sabia como era a relação entre eles, mas o toque nos ombros, o tom de voz, sei lá, algo insuspeito levantava suspeitas.
Fomos para a mansão, fomos apresentados formalmente aos caras, porra, bando de tiozinhos legais do caralho, era quase uma festa, chamaram um chefe de um restaurante japonês, os caras tinham a maior intimidade com o cara, meu pai pergunta se ele tinha saudade de chupar pau grande, o cara diz que sim, mas estava namorando um cara legal, foi um “ahhh” decepcionado e longo de todo mundo, o chefe ria, disse que o viking estava de folga aquela noite, talvez ele pudesse nos aliviar, meu pai disse que eu era hétero, eu não sei de onde eu tirei aquilo, eu disse que eu era como meu pai e meu irmão, e como meu tio, se fosse redondo eu comia, Israel olhou pra mim depois da risadaria e disse que comia muito o redondo de papai e titio, eu disse que não tive ninguém assim, não ia prometer nada e levantei às mãos e fiz uma cara como quem não promete mas deixa a porta aberta à possibilidade.
A noite chega ao fim, dizem que vão pensar em algo no dia seguinte, por hora estávamos seguros. Fomos levados à suíte master, usada para hóspedes ou como curinga (?), Marcos estava cansado diz que minha brincadeira fez eles ficarem apaixonados por mim, diz que continuo um bom político, eu abro um sorriso, ele diz que vai tomar um banho estava cansado demais, aproveito para ligar para vovó, digo que estamos bem, que chegamos ao albergue e iríamos ligar para titio no dia seguinte, depois liguei para minha mãe, ela soube o que fiz quando mandei as mensagens temporárias para ela, era o que precisava ser feito, não provocar desafetos armados.
Fui aí banheiro já nu, meu irmão estava escovando os dentes, esqueci minha escova, ele me emprestou a dele, estava de cueca, eu o vi observando me caralho, escovei os dentes enquanto ele passava o fio dental, a gente calado, perguntei se ele ia sentir falta do boyzinho dele, ele disse que não gostava dessa forma, era uma espécie de suporte enquanto não pintava o cara certo, eu disse que fazia um ano que estava só na punheta, queria ficar só para pensar, ele pergunta se cheguei a algum lugar pensando, não era meu forte, estávamos de frente ao espelho, eu disse que sim.
Desde aquela vez que fodemos juntos o ex dele, desde que a gente passou a foder as meninas juntos, eu estava interessado demais em só foder se ele estivesse envolvido, desde que ele me disse que era gay e eu me senti na obrigação de o proteger... Marcos disse que eu devia estar misturando os sentimentos, eu disse que estava com certeza estava, mas sabia que ele sentia que o cara certo para ele era eu, Marcos me olha diretamente e chorava, pedia desculpas e dizia que era tudo culpa sua, eu segurei seu rosto e eram lindos aqueles olhos, e eu o beijei e meu pau ficou duro no primeiro segundo, o beijo dele era certo, era meu, era errado dizer que era errado, ele foi se afastando e eu não corri atrás, eu estava com medo, e pensei nesse momento das mais diversas formas, ensaiei diálogos dentro de minha cabeça, usei o fio dental enquanto ele tentava não passear o olhar pelo meu corpo, eu fingia indiferença enquanto ele falava sobre crime, deus, decepcionarmos todo mundo, e ele tem razão, depois quando ele acabou eu segurei a mão dele e disse que queria que ele fosse meu homem, queria sentir ele dentro de mim, beijando meu pescoço, depois ele podia nunca mais m ver, e tudo bem, eu ia entender, mas eu queria ter o melhor dia de minha vida.
Caralho, era isso um beijo de verdade, eu sentia a urgência dele, a vontade dele, o desejo de se entregar todo e de me roubar tudo, não senti borboletas no estômago, eram porta aviões fazendo piruetas arriscadas em tudo dentro de mim, meu corpo revirado, minha boca estava buscando a língua dele, ele beijando meu corpo, me chamava de bandidinho talentoso, mordeu meu mamilo, ele segurou meu pau, eu estava quase gozando, o melhor boquete de minha vida e eu o amava, amei desde o primeiro momento de minha vida, antes de nascer eu já dividia tudo com ele, ele engoliu meu pau até quase chegar na pele depilada, ele me olhava com olhos que ficavam vermelhos e se enchiam de lágrimas, porra que homem gostoso, ele me beija e me manda fazer o mesmo, eu nem sabia de nada mas estava ali para fazer amor, e amor eu tinha pra cacete.
Meu nariz se encheu de seu cheiro, alguém bate na porta, eu digo que já vou. Me enrolo na toalha e vou até a porta, era titio, ele disse que papai estava nervoso, preocupado, mas estava feliz, diz que a gente descansasse mas não descêssemos até papai ter saído para trabalhar, na manhã seguinte alguém ficaria para conversar conosco. Ele me abraça e abraça Marcos.
A gente fica se olhando por algum tempo depois que fechamos a porta, por precaução Marcos gira a chave e isso me enche de excitação novamente. Agora é ele quem estava mais convicto, me leva ao box duplo, diz que me ama, que não queria ter me desviado, o lado dele é a estrada principal, dessa vez eu queria muito fazer o cacete dele ficar duro dentro de minha boca, queria que ele fodesse minha garganta, queria que ele me comesse do jeito que quisesse, lento, rápido, forte ou suave, o importante é que a gente iniciasse uma nova fase, eu duvidava que a coisa fosse adiante, eu só queria que ele soubesse que éramos... Que eu sou dele, que pode confiar em mim, contar comigo, porque o amo.
Acho que fiz um bom serviço: o deixei de pau duro rapidão, não só isso, senti suas mais em meus cabelos, fodendo, ele fica meio constrangido quando eu o afasto para respirar, mas eu queria aquilo e mais apoiei meu rosto na parede e abri as pernas, separei a bunda com as mãos, ele caiu de boca, porra, eu me senti noutra estação, noutra vibe, ele me fez um cunete... sensacional, indescritível, eu estava mais que amando, estava apaixonado.
Marcos disse que a gente devia parar e tomar uma ducha, se a gente ia mesmo fazer isso, a gente ia fazer na cama, sorrindo, olhando um para o outro e fazendo algo que ele nunca fez, falar de amor. A gente se pegou e se beijou gosto de cu na boca dele, gosto de pirica na minha, feitos um para o outro, minha mão naquela pica como a minha igual, a dele na minha, a gente se beijando e se agarrando e procurando segurar o saco um do outro, esfregando um pau no outro, dedilhando o cuzinho um do outro, acaba com os dois gozando, claro, ok, normal.
Tomamos banho. Fomos para a cama, a gente deita um de frente para o outro, o cansaço bate, o medo do que passou bate, o medo do futuro bate, o sono bate. Marcos me empurra e coloca o ouvido sobre meu peito, pergunta se eu serei seu namorado, eu digo que já somos. Acordo de conchinha, ele me abraçando por trás. Papai estava sentado numa poltrona nos observando, fico com medo, ele abre um sorriso, desfaz a cara de gelo, faz um coração com as mãos, pergunta se tínhamos medo de sermos atacados, fechamos a porta por dentro, Marcos acorda assustado por estar com o pau duro em direção ao nosso pai, papai manda a gente mijar, não gostava de ver homem bonito de pau duro e não fazer nada, Marcos riu, na hora eu pensei que eu comeria papai ou daria pra ele quantas vezes ele quisesse, mas era só um pensamento intrusivo que eu não ia dar força pra ele.
Voltamos e sentamos de cueca na cama, os três num círculo, ele disse que ia custar um pouco de grana e uns subornos, umas condições e uma sugestão de perigo caso algo nos acontecesse, mas meu tio biológico e, (agora todos tem de ser chamados de tio), tio Túlio iam resolver tudo, eu estava muito envergonhado, arrependido, eu sabia que enfrentar o valentão ia dar ruim, mas o que fiz. Papai me consolou, Marcos também, então do nada o velho Uchôa pergunta a quanto tempo está rolando putaria entre meu irmão e eu, a gente vacila feio e mente mal, papai havia pego algo estranho mas estava blefando, sendo como for ele levou a aposta.
Ele só pediu um tempo, respirou fundo, perguntou se era sexo apenas, eu disse que a gente só tinha se pegado, não havíamos transado ainda, ele então perguntou se havia sentimento, Marcos começou a chorar disse que não tinha como controlar, queria ser normal, não queria ter me arrastado pra isso, sempre tentou se afastar de mim, desde sempre, desde que soube que não era normal. Papai e eu o abraçamos, papai diz que sempre soube que não éramos normais, que éramos diferentes, nós fomos feitos com muito amor, com liberdade, com entrega, não era justo pedir para sermos normais, nós nascemos para sermos únicos e maravilhosos, e tirando alguns momentos ruins, era o que nós dois éramos, e a gente podia se amar a vontade, a gente não ia procriar mesmo. Começamos a rir, ele garantiu que manteria segredo, que não iria nos expor, se a gente não se sentisse seguro e com vontade de abrir o bico, tudo bem então, ninguém precisava saber.
Senti um carinho imenso por papai ser nosso pai, a parte de afeto vem dele eu suspeito, a parte da putaria deve ser coisa de mamãe, senti um orgulho muito grande de minha família, beijei Marquinhos com calma na frente de papai, ele brincou pra não fazermos mais isso na sua frente, “muito tentador, muito tentador”, a gente começa a levantar havia uma porrada de coisas a fazer.
Tínhamos que nos preparar para alguns vestibulares e para o Enem, pedir desculpas sinceras e formais a titio, dar conta de gastar o sol e a piscina, porra, que mansão incrível, que comida maravilhosa, tio Daniel pediu para a gente se comportar ou não daria autorização para conhecermos o barquinho, era um iate top dos tops, tio Conrado disse que éramos garotos muito simpáticos uma bela dupla, tio Israel disse que loirinho como ele eu parecia filho de tio Conrado, “ou neto”, disse tio Otto, foi uma confusão, eu morria de rir, eles brigavam muito, de repente papai dá um beijo de língua em tio Conrado e isso choca Marcos e eu, papai diz que somos quadrados. Diz para descansarmos aquela manhã e sermos bem puritanos nos modos e palavras diante dos funcionários, diz que eles eram como vampiros diante da sociedade, puros e imaculados, e uns putos quando não existia testemunhas.
Minutos depois estavam na casa só tio Gabriel, tio Túlio, os funcionários da casa e nós, o piscineiro iria fazer a manutenção, mas disse que ia tentar adiar por dois dias para a gente aproveitar a novidade, ele deu uma ligação e disse que tudo certo, a gente pulou com chinelo e tudo, todo mundo riu bastante a tiazinha da cozinha disse que era sintomas de pobreza pular assim, a gente era menino chique, estávamos parecendo os moleques dela quando tinha festa deles naquela piscina, ela falou isso trazendo uns pães de queijo, tio Gabriel disse que ninguém come na piscina e ela estava nos mimando, ela bateu nele com o pano de prato, disse que não ia deixar de mimar a gente por conta da inveja dele, disse que ia fazer pudim de laranja se ele fosse bonzinho, ela disse que ia sentir saudade quando se aposentasse, tio Gabriel disse que não ia sentir falta da cozinheira que o engordava, ia sentir falta do atrevimento dela. Eles eram muito comuns.
Vimos a fisioterapia de tio Túlio, almoçamos na área externa, dormimos no gramado protegidos pela sombra das plantas e de um ombrelone. Depois a gente foi tomar banho de verdade, eu queria muito comer Marcos mas estava com medo de alguém perceber algo, ainda assim ele me chupou até eu gozar na boca dele, porra, eu estava tendo o melhor dia de minha vida.
Mamãe ligou, perguntou se eu sabia que Marcos era gay, como ela sabia? “Por que você não me disse, Murilo, eu sou a mãe dele?”, disse que eu não fui informado que papai e ela eram liberais que fizeram com dez por cento de todos os adultos da cidade, e que vovó e vovô ainda não sabem sobre isso, ela recuou, “Sempre protegendo seu irmão. Não tenho paciência pra isso agora. O filho do pastor que vocês conhecem chegou aqui em casa quase nu, muito machucado, o pai dele bateu nele com o cinto, com o lado da fivela, aparentemente a boiolagem dele, de seu irmão e de outros dois foi revelado pela namorada de um desses dois que desbloqueou o whatsapp dele pegou e saiu divulgando, o rapaz chegou aqui tem umas duas horas, dei um sossega leão que teu avô toma pra dormir, fez efeito, ele se acalmou, saiu na rua correndo e veio se abrigar aqui, teu avô apontou a espingarda na cara do pastor e disse que Deus tava acostumado a ressuscitar santo, pediu pra ele mostrar a fé e entrar aqui em casa, o pastou duvidou que tivesse carregada, levou um tiro de sal nos joelhos, teu avô colocou dois cartuchos e ficou na porta, eu já tinha terminado de arrumar as coisas de vocês, aí me surge mais esse pacote, esse pepino é pra teu pai descascar, eu não ponho meu dedo nisso. Você e seu irmão estão bem?”
Roger é um jogador de futebol grandão, louco por Marcos, meu irmão olhou pra ele e disse “vai abrir a bunda pra ser enrabado por dois e pronto”, Roger falou que não queria que Marcos só fazia trepar com ele, mas sentimento... Eu olhava a putaria excitado, cresci vendo Roger sendo um bobalhão alegre, ótimas notas, rodeado de menininhas, mas era um idiota na mão de Marcos, pois chupou nós dois e deu pra nós dois. Ficamos mais amigos depois daquilo, apenas amigos, uma vez ele disse que ia acabar casando, virando pastor e dono de uma quitanda, que não ia sobrar tempo para o futebol, imagina para ser feliz clandestinamente com Marcos. Falei com tio Gabriel e depois liguei para meu pai, ele disse que ia ver o que podia fazer. Estamos de favor, não sei como funciona a casa onde papai está, mas não é dele.
Papai ligou e disse que Roger estava vindo com nossa bagagem, eram duas horas de viagem, mais o trânsito da cidade, ele ia chegar na hora da janta. Marcos me colocou contra a parede e me perguntou o que havia acontecido, eu disse que agora nada, mas nosso padrasto havia caído e batido com o corpo no braço do sofá, estava machucado mas não era nada grave, mamãe ligou apavorada, mas estava tudo bem.
Ele engoliu, não sei de onde tirei essa história, mas tentei ficar o mais tranquilo possível, tio Gabriel mostrou o videogame, vamos nós jogar Mario, nunca joguei, mas...
A noite chega papai nos leva para a biblioteca, eu conto a história, papai diz que nosso padrasto estava vindo, na verdade devia chegar em meia hora ou um pouco mais, manda a gente tomar banho e vestir alguma roupa de Israel ou Jarbas que são mais ou menos de nosso tamanho, tio Jarbas estava do lado de fora do escritório e diz que viu as fotos que nossa mãe mandou, se fosse necessário nada faltaria a Roger, nem privacidade. Tomamos banho sem encostar um no outro, uma tristeza, a gente se vestiu, tio Jarbas era bem tradicional mas ficamos bonitinhos, vai... Ele chegou.
Roger vestia uma camiseta de meu padrinho, um era fortão e o outro gordo, ele estava horrível, machucado, nada mais grave, tio Otto e tio Bryce pediram licença e o examinaram, estavam preparados e lhe demos um banho antes de fazerem curativos e deixarmos ele descansando, mas ele chama Marcos que a seu lado, eu desço para jantar e preparo algo para Roger comer, chá, suco, água, frutas e um frango desfiado com maionese dentro de um pão branco. Eu cheguei e encontrei meu irmão sentado na cama com a cabeça do negão em suas pernas, mando ele descer e comer e acalmar a galera, eu ia obrigar Roger a comer ou empurrar a comida pelo cu dele, Roger me dá os dois dedos de cada mão, Marcos desce com um sorriso.
Roger sentou na cama com dor claro, disse que minha mãe tentou matá-lo com um remédio de meu avô, eu disse que ela soube que ele andava transando com o filho dela, era do direito dela ser a sogra má, ele sorri, pergunta se ela ia se comportar se soubesse que Marcos acha meus beijos como presentes de Natal. Gelei. Ele garante que nunca vai deixar de ser meu amigo, nunca, come o sanduíche e toma chá, diz que vai retribui o que eu estava fazendo, no que ele puder, Marcos e eu teremos um destino longo, bom e juntos. Eu não resisti e o beijei, rapidinho, ficamos em silêncio e eu comecei a descascar uma mexerica, disse que ele tinha de se alimentar direito, ele tomava o suco, pediu para eu tirar a bandeira da cama, precisava dormir.
Fiz isso e meu padrasto veio se despedir de nós dois, me chamou num canto e disse para eu aproveitar e deixar a casa dos boiolas, eu disse que os homens da cidade dele fizeram aquilo com Roger, ele deu de ombros e desejou sucesso.
Meu pai ficou junto com nós três e o clima de merda no ar, pouco tempo depois chegaram tio Felipe, tio Noah, tio Túlio e um rapaz com eles.
Tio Túlio disse que aconteceu algo com aquele cara na noite anterior, a mãe dele havia morrido e a noite ele soube que o pai falecido meses antes passou a casa para um desconhecido dele com usufruto da esposa, quando ela morreu ele foi posto pra fora de casa, tudo no mesmo dia, chegou no trabalho com uma sacola de viagem com pouquíssimas coisas, documentos e algumas roupas, mas seu chefe conhece os caras e tio Israel foi logo pedir liminar, chegou coma polícia e deixou o lugar isolado até uma decisão judicial, tio Túlio falava sobre Celso com certa satisfação (foi depois que soubemos da história dos dois é de como Celso não queria mais nada com ele), tio Túlio disse que nós o chamamos de tio (óbvio) e que Celso deveria fazer o mesmo, Celso mandou ele chupar um parafuso até virar prego, depois agradeceu a “tio Felipe e tio Noah” mas ia ficar no quarto dos funcionários por um dia ou dois e ia se organizar.
Tio Noah disse que era evidente que no quarto dos funcionários ninguém mexe, exceto hoje para pegar colchões, só havia uma cama de casal, Marcos diz que cabem três, havia relatos que isso dava certo, todos seguraram o riso, papai muito sério se desculpou, disse que algumas regras eram muito claras, não havia um chefe da família, mas o prédio onde estávamos tinha uma escritura e os donos eram tio Noah e tio Jarbas, o barco era de tio Daniel, o hospital era uma sociedade de tio Felipe e em menor parcela tio Noah, então se tio Noah disse que ninguém mexe no quarto dos funcionários... Entendemos o recado e tudo o que havia nessas entrelinhas.
Tio Noah explica as regras da casa, diz que iria nos dar uma semana para decidirmos entre ficar naquele quarto e modificá-lo ou irmos para algum apartamento no centro ou perto do hospital, disse a Marcos e eu que fomos “adotados” como sobrinhos por todos eles, o que era mais por mérito nosso que pela obrigação de fazer isso com os filhos de meu pai, Noah diz que Celso e Roger também seriam adotados dessa forma, que ele mesmo seria uma espécie de padrinho ou padrasto porque nenhum dos dois tem boa relação com o pai, padrasto seria uma boa opção, fala para Celso reconsiderar ficar sozinho, afinal foi de viver sozinho que resultou o temperamento suave de tio Túlio, e que todos se sentiam em dívida com Celso, e se ainda não fosse o bastante, sabia que nós três iríamos nos esforçar para fazer com ele uma amizade.
Roger disse que ia ser difícil ser amigo da palmitagem mas tem feito esse esforço a muito tempo, fui obrigado a dar um tapa acima do pescoço dele, Celso riu. Celso diz que ninguém lhe deve nada, que também estava cansado de tentar escapar dessa casa, então ele pergunta se com os tios ia ter... E faz um dedo passar por um círculo que ele fez com os dedos da outra mão. Tio Túlio diz não e meu pai diz sim ao mesmo tempo, tio Felipe diz que ainda não falaram sobre isso e que provavelmente ele não estava no clima.
Celso concordou, sacudiu as coisas num cantinho e perguntou se a gente queria jogar sinuca, Roger disse que a gente não ia deixar ele dormir, ao menos era melhor que ouvir Marcos tentar bancar o coach e ia escapar de mim empurrando comida em sua garganta, o pior é que eu estava com uma colher com mamão em direção a ele, mandei ele tomar no cu, ele disse que ia adiar por uns dias, titio disse que como médico iria indicar para Roger não beber, como tio iria pedir para ele não vomitar. Celso nos chamou e a gente o seguiu pelo elevador.
Finalmente demais nossos nomes, ele tinha vinte e quatro e nós dezoito, ele pergunta quem era o líder, os dois otários disseram que era eu, Celso me analisa de cima a baixo e diz que vou continuar sendo. Estufo meu peito, ele diz que é professor de educação física e gay, pergunta o que somos, vestibulandos e gays, o elevador para e descemos, Celso pede para colocarmos a câmera de segurança voltada para a porta da garagem, tinha certeza que foi tio Bryce quem virou a câmera para nos observar.
Algum tempo depois tio Bryce chega, conversa um pouco e sobe, doido pra ter um papo com a garotada, ele havia acabado de fazer trinta. Vimos o bar perto da mesa de sinuca, era uma maravilha, Celso diz que podemos beber tudo o que já estiver aberto, nunca mexer nos vinhos de tio Felipe e nunca beber durante o dia em dias de semana, meu irmão diz que eu sou hétero, eu o desminto, digo que somos todos bi talvez, mas eu já tinha transado com os outros dois, Celso pergunta entre os irmãos e Roger diz que não, “Os gêmeos se juntaram pra me foder uma vez, mas foi só uma vez”, “Devemos confiar em você, papai parece gostar de você e não deve ser só sexo, ele é bom em desprezar quem não gosta”, acabou contando que Marcos e eu transamos, sem penetração mas foi sexo, e foi bom e eu estava apaixonado, e eu sabia que Roger o amava tanto quanto eu, mas Marcos era meu, erro minha jogada na mesa, digo que agora que vi meu melhor amigo assim todo arrebentado, eu não queria separar os dois, me aproximo de Roger e o beijo, digo que não dispenso boceta se cair no meu colo mas... Tio Bryce pede para ajudá-lo a colocar dois colchões no elevador, ele diz que estava sendo punido por ter vindo xeretar. Deixa ‘escapar’ que tio Otto e tio Jarbas ficaram putos por tio Noah se responsabilizar por Celso e Roger sem falar com eles, mas que estavam super animados.
Ficamos a sós Roger pergunta quem eram cada um deles, resolvemos subir para ele ser apresentado agira que não estava gemendo de dor e morto de vergonha, ele é tímido pra caramba, quem apresentou todo mundo fui eu, e eu estava feliz porque era muita gente, na verdade era muito macho bonito, meu pai estava tomando vinho com tio Daniel lendo no tablet deitado no sofá com a cabeça no colo dele, meu pai passava a mão no peito e barriga de seu amante e de vez em quando no pau de tio Daniel, disse que nada na casa ia mudar porque chegamos, era bom a gente normalizar os olhos da gente pra tudo o que víamos.
Descemos, meu pai pergunta se eu queria provar e me oferece a taça, era intenso e doce, digo que odiei tomar uísque, achei que ia gostar, só tinha bebido cachaça, vodca e cerveja, não gostei de uísque, mas vinho, tomei da mão de Roger e tomei um gole maior, tio Daniel mandou eu ir devagar, ele é português, notei um pouco do sotaque, papai perguntou se eu queria tirar casquinha do portuga, Daniel mandou eu deitar sobre ele, pedi para Roger ir primeiro, papai mordeu o lábio me olhando, ele estava me cantando?
Foi um amasso rápido, tio Daniel pediu para eu ser o próximo, puta que pariu que pegada, corpo largo, parrudo, cheiroso, boca gulosa, suas mãos afastaram meu quadril e eu entendi que era para descer do cavalo que o carrossel havia parado, Celso se aproximou e pergunta se eu tinha potencial pra ser um macho arrombador como meu pai, tio Daniel diz que nem estava com vontade de foder antes desses beijos mas... Celso abre um sorriso e diz que quem sai aos seus não degenera, Celso beija papai, papai chama Roger para um beijo, eu não fiquei com ciúmes, eu fiquei foi com inveja.
Descemos, Celso contou particularidades deles, o tamanho do pau de tio Túlio, meu pai fodendo e enchendo o cu dele de mijo, eu surtei, todos nós, Celso disse que todos lá eram adeptos de golden shower. Falou dos tapas que tio Conrado gosta de dar, falou das putinhas que eles fodem, dupla penetração só as vezes, não gostam de cu arrombado, mas pagam putas e putos pra arrombar mesmo, titio gosta de meter a mão completa no cu de uns putos ou putas, Celso diz que não sente tesão em fazer isso mas adorava meter no bambolê que fica o rabo de alguém depois, eu estava excitado e beijei Celso.
Subimos, colocamos os colchões nos dois lados da cama, estávamos com sono e deitamos, mas estávamos excitados demais, eu gostei de Celso, gostei de ele perguntar se podia me chupar, eu fui fazer um meia nove com ele, porra, eu me surpreendi, meu pau é grosso, bem grosso, mas o dele não é fino, e é grande, “parece rola de preto, de negão”, todo mundo beijou todo mundo, todo mundo chupou todo mundo um pouquinho, mas dei espaço pra meu irmão foder o namorado dele, eles precisavam disso.
Celso me chupou e eu a ele, ele perguntou se eu queria foder, claro que sim, mas eu não queria dar ainda, e não encontrei camisinhas naquela casa, ele foi ao armário e trouxe, Roger gemia, Marcos metia lento, mandei Celso ficar ao lado de Roger, meti em Celso, eu tinha pouca experiência em comer cu, mas ele tinha experiência em dar, Marcos me beijou e disse que me amava, disse que tinha de arrumar outro namorado, porque o dele podia gemer falando de amor, perguntou se eu estava disponível, eu puxei meu magrelo alto, fiz ele sentar no meu colo e bati punheta pra ele. Queria muito dar o cu também, Marcos disse que eu devia dar pra Celso enquanto o comia, ia ser melhor não perder todas as pregas na primeira. Gozei.