23- Ciclo de Feridas

Um conto erótico de Lauro Costa
Categoria: Gay
Contém 958 palavras
Data: 26/04/2025 12:12:25
Assuntos: Gay

O tiro partiu como um estilhaço de ódio, e Leônidas sentiu a dor explodir antes de cair de joelhos sobre o mármore frio do pátio. Aldo correu até ele num pulo, o rosto descarnado pela angústia.

— Léo! Fica comigo, cara! — gritou, pressionando a palma na ferida. Gritos de pânico rasgavam o ar enquanto Plínio empurrava curiosos longe, puxando Aldo pelo ombro.

— O que foi isso? Quem fez isso? — Plínio arfava, já sacando o celular para chamar a ambulância.

— Felipe! — Aldo respondeu, as mãos trêmulas. — O filha da puta fugiu.

Dentro dos minutos que pareceram horas, a sirene chegou. Aldo nunca estivera tão vulnerável. Despediu-se de Leônidas com um olhar que implorava por sobrevivência. Na UTI do Sírio-Libanês, médicos trabalharam para salvar o pulmão perfurado. Lá fora, Aldo e Plínio revezavam-se no corredor, as palmas suadas, o olhar vidrado na placa da sala de operação.

Quando a porta se abriu, o cirurgião-chefe, exausto, reuniu-os:

— Consegui estabilizá-lo. Mas ele vai precisar de repouso intenso e acompanhamento para evitar complicações pulmonares.

Aldo deixou escapar um soluço de alívio.

Pouco depois, o celular de Aldo tocou no corredor do hospital.

— Oi, Pia? — Ele ergueu as sobrancelhas, a voz tensa. — Pedro… você terminou? — ergueu o tom ao ouvir a ex ao telefone. — Ele te ameaçou? Agora? — Falou em sussurros, a angústia contagiando o ritmo da voz. — Fica onde estiver e não abra a porta pra ninguém. Eu vou até aí — garantiu, desligando num suspiro.

Enquanto isso, na mansão, Renata acusava Marcelo com lágrimas contidas:

— Você não pode deixar nossa menina na sarjeta Essa casa é dela e ela irá voltar para cá!!!!!

- Ela armou o escândalo na festa!- Prejudicou nossa família !!! Não merece nada!!!

Luiza ergueu o queixo, impetuosa:

— Se você me expulsar, vou entregar ao delegado provas de todo o desvio de bilhões da Fama. Vamos ver o que sobra do seu reinado.

Marcelo levantou a mão com raiva para batê-la, mas levou a mão ao peito e caiu e Renata gritou por socorro.

Marcelo foi socorrido e levado ao Sírio-Libanês.

O corredor do Sírio-Libanês virou arena quando Luiza escancarou a porta do quarto do pai. Plínio, encostado à parede oposta, a fitou com desprezo.

— Está me seguindo, Delegado mequetrefe ? - disse ela.

- Tenho mais o que fazer, se você não sabe, seu maridinho tentou matar seu irmão !!!!

- Leônidas tá morto ???- disse ela.

- Felizmente está bem vivo !!! E logo vamos prender o delinquente do seu marido.

— Seu fantoche de meia tigela!!!! Sempre seguindo as ordens do Leônidas, né? Vou te contar um segredo, Leônidas vai te levar para o fundo do posso.

Plínio avançou um passo, a voz grave como punho cerrado.

— Eu não sirvo a ninguém, Luiza. Só ao meu dever. E, a propósito, sei muito bem quem mandou o Felipe atirar no Leônidas.

As narinas de Luiza se dilataram; ela cerrou o punho e avançou como se fosse bater.

— Cala essa boca sua anta!

De repente, Márcia surgiu por trás de Plínio, cravando o olhar em Luiza.

— É um hospital! — bradou. — Respeite o lugar onde estamos!

Renata, saindo do quarto, ergueu a voz com autoridade desesperada:

— Luiza, pelo amor de Deus, para com isso! Seu pai está doente!

Plínio deu meia-volta, mas não baixou o tom:

— O Felipe está foragido. Atirou no seu 'cunhado' Leônidas. Você vai continuar fingindo inocência?

— Você que é incompetente! — Luiza retorquiu, a voz falhando. — Não faz ideia do que rola por trás das cortinas dessa família podre!

O médico-chefe surgiu então, atraindo olhares preocupados.

— Preciso atualizar vocês — anunciou, a expressão grave. — Marcelo Sampaio tem uma cardiopatia avançada, estamos tentando estabilizá-lo, mas só transplante de coração irá melhor a situação- disse o médico.

- Transplante ??? Meu Deus !!!! O que precisamos fazer para realizar esse transplante o mais rápido possível !!!- disse Renata.

- O Sr. Marcelo já vem se tratando a cardiopatia faz seis meses e nome dele está na fila de espera!!! Disse o médico.

Renata prendeu a respiração:

— E… ele tem prioridade, né ? — perguntou tremendo.

— Não existe atalho — disse o médico, firme. — Não se compra urgência. Mas farei tudo o que puder para mantê-lo vivo.

Luiza fechou os olhos, a máscara de raiva cedendo a um sopro de vulnerabilidade. Plínio desviou o olhar para Márcia, que apertava o braço de Luiza em solidariedade. Renata encostou a testa na da filha:

— Vamos ficar juntas nisso.

No corredor, o rancor ainda pairava pesado, mas um fio de urgência unia, enfim, aquelas almas feridas.

No dia seguinte, assim que abriu os olhos, Leônidas encontrou Márcia sentada ao lado da cama, o rosto firme.

— Você sobreviveu a um tiro — disse ela. — Tá satisfeito com o resultado ? - disse Márcia.

- Não seja ridícula !!! - Como eu poderia saber que isso aconteceria ????- disse Leônidas.

- Claro que SABIAAAA- disse Márcia gritando. Você fingiu esse tempo todo que não lembrava de nada, levando as pessoas no limite com suas armações. - disse Márcia.

- Você é fã ou hater, amade? -debochou Leônidas.

Ela virou o rosto, chateada com a imprudência de Leônidas.

— Não esqueça que estou fazendo isso para descobrir que tentou me matar. - disse Leonidas.

- Deu muito certo, né. Você se acha o poderoso que mexe as peças certas.

Se caso você não saiba, Olga é obcecada por Felipe. É óbvio que ela contaria para ele que você a contratou para se fingir de Luiza e sabotar a festa. - disse Márcia.

- Ora, pensei que ela topasse qualquer coisa por dinheiro. Nunca imaginei que aquela Polaca dos Infernos, teria um coração.

— E deu errado tão errado a sua precipitação que Freitas continuou preso, porque a policia descobriu sobre o esquema de apostas ilegais. E a cereja do bolo é que Alexandre… está num abrigo, porque não tem parentes para cuidar dele !!!

Leônidas engoliu o nó na garganta.

- Porraaa!!!!!

- E agora vai fazer o que ? - disse Márcia.

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Comentários

Foto de perfil de Xandão Sá

A história chegou num nível tão alucinante que é necessário tomar remédio para labirintite, deixa o leitor atordoado...

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