Deu ruim, amor

Um conto erótico de Lika ( Por Leon Medrado)
Categoria: Heterossexual
Contém 1000 palavras
Data: 26/04/2025 01:54:21
Última revisão: 26/04/2025 01:55:36

Acordei, com meu marido falando bravo ao telefone, a voz chegava até nosso quarto. Moramos num sobrado e ele estava na sala. Eu não entendia mas percebi que estava irritado. Me levantei, sem me vestir, fui até a porta, ouvir.

— Não tem cabimento. Não procede. Não vou pagar!

Pronto, mais uma das confusões que o meu marido, um valentão de meia idade, se envolvia. Formado na Academia, foi alta patente militar no batalhão de engenharia, adora discutir e ter sempre razão. Eu nem quis saber o que era. Tentei continuar dormindo, era cedo. Uma manhã de domingo, eu exausta do dia anterior. O sexo tinha sido intenso e demorado, e acabara comigo. Meu marido, desde que o líder queridinho do partido dele perdera a eleição, andava insuportável, cáustico, perdeu o tesão, não me procurava, vivia vendo conspiração em tudo. Morria de medo da palavra auditoria e justiça.

Eu, quarentona toda conservada, malhada de academia, siliconada, dieta balanceada, barriga zerada, pernas modeladas, e cabelos loiros até perto da bunda, não ia ficar esperando que ele tivesse tesão. Tinha formas de procurar consolo, e boas horas de sexo escondida, enquanto ele vivia em reuniões conspiratórias, no clube dos caçadores, ou na hípica com seus cavalos de competição. Um esperdício, aquele corpo que foi musculoso perdera massa e ganhado uma barriga meio escandalosa, as pernas afinando e o badalo, já não funcionava normalmente. Ele não me desejava mais.

Sem alarde, sem provocar briga e perder a minha vida de madame, mantendo as aparências, tratei de cuidar dos meus interesses. Sempre tinha algum jovem disponível e interessado na coroa loira, enxuta e fogosa.

A discussão prosseguia e não consegui dormir. Me levantei, vesti uma camisola, e fui tomar meu café. Moramos em um condomínio de luxo, pois meu marido depois que deixou o exército, tem construtora e graças a influências e certas propinas pagas, ganha licitações em obras sobrefaturadas. Nos dá uma vida folgada com certo luxo. Vou ao salão toda semana, me depilo a laser, faço massagem, escova, mãos e pés e aplicações regulares de Botox. Meu corninho valentão, sempre enfezado e brigão ignora o fato de lhe colocar chifres, merecidos, adora exibir a linda esposa como um troféu. Vida boa, cartão de crédito com limite folgado. Não passo necessidade. Duas empregadas... opa... secretárias do lar, como se diz agora, cuidam da casa e da comida. Dou orientação e comando com rédeas curtas. Tenho boas amigas para troca de fofocas e de amantes, quando é o caso.

Meu corninho, para justificar seus negócios escusos, sempre diz que se não fizer, outros fazem, melhor ele fazer. Depois, reclamam do país cheio de corruptos e nas mãos dos comunistas. Pudera, eles da direita são tão bandidos quanto os adversários. Assim, de promessa em promessa, o povo acredita nos políticos, e vivem gastando o salário nas apostas eletrônicas. Eu quero que se lasquem.

Resolvi vestir um biquíni fio dental, daqueles bem pequeninos, cor de limão sulfurino, para bronzear meu corpo modelado por horas de Pilates, e fui para a piscina. De lá podia ver os jovens interessantes do condomínio na quadra de tênis. Inclusive, esperava ver um deles, que eu estava “pegando” quando tinha oportunidade.

Estava me bronzeando, e os rapazes podendo olhar o panorama. Eu estava adorando. Ouvi um dos funcionários do condomínio dizendo:

— Dona Lika, o capitão está numa confusão lá na administração. Vai sair briga. Bom a senhora ir acudir.

— Senhora, está no céu, pode me chamar de você.

Me levantei, peguei a canga como saída de praia e fui correndo para a administração, na entrada do condomínio. Na pressa, nem me enrolei na canga. De longe já escutava a confusão.

— Está me acusando, sem provas! Não admito! – Dizia meu marido.

O Síndico:

— Pela centésima vez, vou repetir. Tenho o vídeo, das câmeras de vigilância.

— Se não mostrar eu não acredito. Não pago essa multa! – meu marido insistiu.

— Não posso mostrar. Não quero expor ninguém. – Disse o síndico.

— Eu já chamei a polícia, vamos resolver isso. Acusar sem provas é crime! – Falava todo valentão o meu corno brigão. Eu não imaginava o que seria.

Quando entrei na sala da administração, todos pararam e ficaram me olhando. Foi quando me lembrei que estava com um biquíni mínimo, provocador. Me enrolei na canga. Meu marido, mais bravo, disse:

— Lika, vai para casa. Deixa que eu resolvo.

Nesse instante, chegou a polícia com a sirene ligada e entrou no condomínio. Alguns moradores já chegavam curiosos. Meu marido voltou a dizer:

— Ou mostra as imagens ou vou processar, abro queixa, aqui está já a polícia.

O policial não sabia do que se tratava, e parecia perdido. Pediu calma e explicações. O Síndico disse:

— Flagramos uma cena de sexo explícito na área pública do condomínio. Tudo indica que é morador da casa 43. Nos obriga a aplicar uma multa, mas o capitão não quer acatar.

O policial perguntou ao meu marido:

— O senhor é capitão?

— Não, já fui, estou reformado. Não importa, fui acusado sem provas. - Ele disse

O síndico repetiu:

— Tenho a prova. O vídeo, mas não quero expor nenhum morador. Minha palavra basta.

O policial, parecia inteligente, e disse:

— Deixa-me ver se existe a prova, não conheço os moradores.

O Síndico concordou. Chamou o policial para dentro da sala e mostrou o vídeo. Enquanto meu marido, eu, e mais alguns moradores curiosos, esperávamos ali na sala de espera. Tentei argumentar:

— Marshal, por favor, vamos embora. Para que armar confusão?

— Não Lika, esse síndico corrupto, sem-vergonha, acusando sem provas. - Disse meu corno.

Nisso, saem da sala da administração o Síndico e o policial que diz:

— Sim, de fato, vi as imagens. Um casal praticando sexo em plena área de receio do condomínio. É evidente.

— Como assim? Praticando sexo? O que você viu? – Meu corno indignado

— Uma mulher loira, pagando, digamos, como vou dizer, … pagando um blow job para um rapaz novinho.

Nisso, meu marido olha para mim. Eu vermelha como um pimentão dizendo:

— Então, não é você amor. É um novinho. Deixa de confusão e vamos embora.

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Foto de perfil de Leon-MedradoLeon-MedradoContos: 333Seguidores: 829Seguindo: 190Mensagem Um escritor que escreve contos por prazer, para o prazer, e com prazer.

Comentários

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Este é o conto 333 publicado. Merece um brinde. Agradeço muito aos meus leitores e até aos que leem e não aparecem. Sei que tenho leitores ocultos. O importante é que seja lido com prazer. Ou não...

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Foto de perfil de Majases ♠️♥️♠️

Maravilhosa versão dos fatos néeee...kkkkkk

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Foto de perfil de Leon-Medrado

Não é?? Só quem viu sabe, imagine o marido traído, como ficou... Deu ruim! Hehehe

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Foto de perfil de P.G.Wolff

Excelente!!! E, o que é melhor, baseado em fatos reais ! 🤣🤣🤣🤣🤣

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Sensacional esse conto! Marido corrupto e revoltado, não respeita e cuida da mulher, mereceu!

Diferente das fantasias de corno cúmplice e companheiro, este aqui segue o clássico modelo de traição e desrespeito. Também usam o termo "corno", mas de forma pejorativa.

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Para os que dizem que o Leon nunca escreve traição este é clássico.

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