A Liga-Santa, uma coalizão militar liderada pela Espanha, havia recentemente posto fim à expansão otomana no Mediterrâneo, numa das guerras mais sangrentas da história quando corria o ano de 1571. Embora a coalizão de estados católicos organizada pelo Papa Pio V tivesse estancado o progresso otomano no Golfo de Patras naquele ano, não impediu que alguns exércitos otomanos menores continuassem avançando sobre regiões que haviam enviado tropas e galés para a batalha de Lepanto, destruindo o que encontravam pela frente numa carnificina sem igual. O avanço se dava pelas pequenas aldeias menos militarizadas, onde a derrota podia ser imposta com mais facilidade. Desprotegidas e dependendo do deslocamento longínquo de tropas para defendê-las, essas aldeias viviam atemorizadas pelos soldados turcos que eram vistos como inimigos ferrenhos a serem mortos sem dó nem piedade.
Apesar de distante de onde morávamos a batalha refletiu sobre a minha família ao me deixar órfão, aos nove anos, do pai que fora enviado numa das galés cedidas pelo Grão-Ducado da Toscana para a batalha de Lepanto. Um ano depois, minha mãe também me deixava, consumida pela dor e pelo luto não superado do esposo. E, desde então, eu vivia com meus avós paternos nas terras onde a subsistência vinha das colinas cobertas de oliveiras, dos vales onde videiras cresciam enfileiradas e de algumas parcas criações de animais. Eu era um garoto feliz apesar da tragédia que se abateu sobre nós, enquanto vagas lembranças dos meus pais iam se desvanecendo na minha memória à medida que crescia.
Morávamos numa ampla casa assobradada com grossas paredes de pedra a uns cem metros da estrada e menos de meia légua de distância da aldeia, com o restante se estendendo por cerca de 130 acres a uns 12 quilômetros da costa do Tirreno na província de Lucca. A propriedade estava na família há gerações. Meus avós gozavam de certo prestígio entre os aldeões da região por serem considerados alquimistas que dominavam as técnicas de preparar infusões, unguentos, elixires a partir de um conhecimento profundo de ervas com poderes medicinais. Nenhum deles jamais teve a pretensão de produzir a Pedra Filosofal a partir de matérias-primas primitivas, tinham um propósito mais científico estudando e dominando técnicas e procedimentos que misturavam algo de místico com ciência pura. Enfermos vinham de longe à procura de curas para seus males e recebiam o que de melhor eles podiam oferecer sem jamais cobrar por essa ajuda. Faziam-no por altruísmo, por julgarem que cada ser vivo desse mundo devia contribuir com seu quinhão para a melhoria de todos. Era isso que meu avô me incutia quando me ensinava tudo o que sabia, e que eu devorava cheio de entusiasmo. Sempre tive a sensação de que os professores da escola me ensinavam muito menos que meus avós, e esse era um dos motivos pelos quais eu detestava frequentar a escola da aldeia.
Com o advento da puberdade, meus avós tiveram a certeza de que tinham um neto especial e que tinham que ensiná-lo a viver com essa peculiaridade que me diferenciava dos demais rapazes. Fazia um tempo que eu vivia intrigado com o fato do meu pinto enrijecer sozinho durante a noite, ou até mesmo repentinamente, me colocando em situações vexatórias. Procurava por uma oportunidade para perguntar ao meu avô o que estava se passando comigo, se aquilo não podia ser uma doença se manifestando. Certa manhã, quando ele veio me chamar para ir para a escola e meu pau estava novamente duro feito a haste de um cipreste, ele mesmo se adiantou e me explicou o significado daquilo; o que, diga-se de passagem, foi um alívio por saber que não estava doente e que não ia morrer. O mais intrigante foi que juntamente com esses rompantes espontâneos do meu pau, surgiu um interesse crescente pelos corpos dos rapazes, enquanto todos eles se interessavam pelos das meninas. Daí eu passar a ser considerado um garoto especial. De início isso não me trouxe maiores consequências, mas à medida que os anos passavam, algumas pessoas deixaram de me considerar um garoto normal e passaram a me dizer coisas ofensivas que foram me tornando cada vez mais retraído.
Meus avós nunca foram adeptos da religião, não frequentavam a igreja e tinham profundo desprezo pelo padre da aldeia que, juntamente com o prefeito e mais alguns comerciantes, dominavam a população muitas das vezes na base da tirania e coerção. Foi minha mãe quem me levou para ser batizado e, enquanto viva, tentou me manter fiel à igreja. Quando o padre começou a notar que eu não evoluía dentro da normalidade dos demais rapazes, adquirindo uma fisionomia andrógina ao invés da masculinidade, veio ter com meus avós, exigindo que tomassem providências para que eu não fosse banido de sua paróquia. Meu avô praticamente o enxotou a pontapés e, a partir de então fui proibido de adentrar à igreja e, o próprio padre se encarregou de me atribuir a alcunha de sodomita, embora eu nem soubesse o que a palavra significava e, muito menos, havia praticado qualquer ato tido como imoral segundo a interpretação da bíblia que a igreja fazia. Decorreram-se mais alguns anos até eu compreender o significado daquilo tudo, e o porquê de algumas pessoas me molestarem. No entanto, apesar do empenho do padre em me difamar, muitos aldeões ignoravam a crueldade de suas palavras pois sabiam que no dia em que algum deles ou um familiar caísse doente, não seria o sacerdote a livrá-los da morte, mas os meus avós.
Apesar de tímido, eu fazia amigos com certa facilidade. Obviamente o prestígio do meu sobrenome ajudava nesse quesito, mas a maioria dos meus amigos não se importava com isso. Eu gostava particularmente de dois, o Cneu e o Túlio, com os quais brincava desde a infância e continuaram a ser meus amigos mesmo após a puberdade quando novos interesses consolidaram nossa amizade e as brincadeiras passaram a ter um forte apelo erótico.
Já havia escurecido, estávamos no outono e os dias ficavam mais curtos, quando vi o cavalo frísio selado parado do lado de fora do piquete onde pernoitavam os nossos. Era um animal imponente e com uma pelagem negra muito diferente da dos cavalos de nossa região. Procurei ao redor e não vi ninguém. A prudência e o medo me fizeram voltar para dentro de casa e avisar meus avós – tínhamos um estranho na propriedade, uma vez que o cavalo tinha uma sela e arreios muito diferentes daqueles que se usava na região – desembestei a falar, enquanto meus avós me ajudavam a passar os ferrolhos nas portas e janelas. Visitantes que não se anunciavam, não eram visitantes, eram assaltantes ou assassinos que vagavam por aquelas montanhas procurando sua maneira de se darem bem.
- Tem certeza que não é algum conhecido de um dos empregados que veio buscá-lo, Nuno? Na semana passada um sobrinho do Marco vindo de Livorno veio buscá-lo. – perguntou meu avô
- Não vovô! Tenho certeza, é um garanhão frísio todo preto e o suadouro abaixo da sela é muito diferente dos que usam por aqui, é bem mais comprido e é adornado com arabescos. – respondi. – É como aqueles que os otomanos usam! - esclareci. – É um soldado otomano que está aqui! Deve haver mais, escondidos! Vão nos matar! – as últimas frases saíam num tom de voz crescente, cada vez mais apavorado.
- Leve sua avó para o porão e se tranquem lá! Vou verificar quem é o intruso! – retrucou ele.
- Não vou deixar que vá lá fora sozinho, vovô! É perigoso, o senhor já tem muita idade, não vai conseguir enfrentar um soldado otomano! Ouvi dizer que são homens fortes e sanguinários! Vou deixar a vovó no porão e volto para lhe ajudar na busca! – asseverei.
Meu avô não contestou minha decisão, conhecia suas limitações físicas e também não disse nada quanto às minhas que, apesar de jovem não se comparavam a outros garotos da minha idade em estrutura e força. A escuridão do anoitecer tornava a busca ainda mais perigosa, qualquer uma daquelas sombras podia subitamente se revelar um soldado otomano com a espada em punho. Nossos dois cães, um pastor maremano e um cane corso, estavam sempre ao meu lado, 24 horas por dia. Foi o cane corso que o encontrou entre as mudas baixas do sorgo forrageiro em crescimento, e começou a latir ferozmente. O homem era grande e forte, suas vestimentas eram as de um soldado otomano e estavam ensanguentadas, ele estava desacordado, no flanco esquerdo, pouco abaixo da axila, havia uma flecha profundamente encravada, apesar do medo de me aproximar e aquilo não ser mais do que apenas um truque, fui levando lenta e cuidadosamente a mão até seu rosto, tirando os cabelos que o cobriam. A respiração era tão débil que demorei a constatá-la. Estava vivo! Talvez ainda houvesse uma chance de salvar sua vida. E foi com esse pensamento em mente que comecei a chamar pelo meu avô que logo se juntou a nós.
- Podemos salvar a vida dele, vovô? – perguntei, após meu avô o examinar
- Ele está muito mal, perdeu muito sangue, podemos tentar, mas não tenho muitas esperanças. Veja, boa parte do sangue em suas vestes já está coagulado, ele deve ter cavalgado por horas antes de vir cair aqui. – prognosticou meu avô, baseado em sua vasta experiência com doentes, feridos e moribundos.
- Ele é tão bonito! – afirmei, descobrindo todo seu rosto e deslizando os dedos por seu contorno viril.
Meu avô imediatamente soube que eu havia me interessado não só pelo estado crítico dele, mas por aquele homem como um todo. Há tempos não tínhamos segredos entre nós, falávamos aberta e sinceramente sobre a minha sexualidade e, desde então, quando me sentia atraído por um homem eu fazia esse comentário – ele é bonito – o que bastava para meus avós saberem que eu estava interessado e que meus hormônios desencadeavam excitações por todo meu corpo.
- Será que vamos conseguir levá-lo para dentro? Ele é enorme, deve ter quase uns dois metros de altura e outro tanto de envergadura. – observei, ao deter meu olhar encantado naquele corpão inerte.
- Vá chamar sua avó, em três talvez consigamos carregá-lo. – eu saí em disparada rumo ao porão, e no caminho de volta fui revelando os detalhes para ela.
Numa maca de lona o levamos até o cômodo isolado que ficava logo atrás do laboratório dos meus avós. Era ali que ficavam os doentes ou feridos que precisavam de cuidados constantes enquanto não estivessem em condições de voltar para suas casas.
- É uma flecha otomana! – disse meu avô, quando examinava o ferimento após havermos tirado as roupas dele. – Esse homem pode ser muito perigoso! Deve ter feito algo muito errado para que seus compatriotas o queiram morto. – dizia meu avô, enquanto eu preparava todo o instrumental dele para que pudesse remover a flecha e cuidar do ferimento.
- Ele não me parece perigoso! Tem uma expressão tão serena! – exclamei, embevecido por aquele soldado gigantesco.
- Desacordado como está não é perigoso, certamente; mas espere ele recuperar a consciência e a força para ver do que um homem desses é capaz! – retrucou meu avô, que não só já tratara de inúmeras pessoas atacadas pelos soldados otomanos, como também pode constatar a barbárie com a qual torturavam seus inimigos antes de matá-los. – ele disse isso para me alertar, pois notava a maneira com a qual eu o observava. – Quer fazer isso? – perguntou por fim.
- Eu? Tirar essa flecha do corpo dele? E se eu o matar? – perguntei receoso.
- Sim, para cuidar dele terá que primeiramente remover essa flecha! Vou te ajudar, não se preocupe. Já te mostrei muitas vezes como se cuida de um ferimento. – incitou ele
- Não sei se conseguirei! Nunca tratei de um ferimento tão profundo e grande! Ele pode sangrar até a morte, não pode? – devolvi aflito.
- Se não fizermos nada o desfecho será o mesmo! Confie em si, você já se mostrou muito hábil e vai conseguir ajudar esse homem; depois, o futuro dele estará nas mãos de Deus. – foi a tranquilidade e o jeito confiante com o qual meu avô falava que me convenceu a perder o receio.
O soldado sangrou muito quando a flecha foi removida do meio de suas costelas, eu nunca havia visto tanto sangue de uma só vez, mas não fiquei impressionado como da primeira vez em que vi meu avô cuidando de um aldeão que havia acertado o machado no pé chegando a desmaiar quando vi uma artéria jorrando sangue. Era tarde da noite quando terminei de cauterizar a ferida com um tição em brasa, o que impregnou o ar com o cheiro de carne queimada, mas estancou o sangramento. O suor pingava da minha testa, embora de tão compenetrado eu nem percebi.
- Muito bom, Nuno! Você aprendeu rápido! Agora aplique esse azeite fervente nas bordas, elas também vão parar de sangrar e permitir que você enxergue bem o campo para poder começar a costurar a pele. – disse meu avô
- Está bom assim, vovô? – perguntei quando o fio de linho urdido que passei pelas bordas da ferida as aproximou, quase se juntando.
- Não tracione tanto, deixe um espaço aberto para que o pus que vai se formar possa drenar. – explicou.
Fiquei feliz com o resultado, o ferimento estava limpo e eu sabia que enquanto se mantivesse assim, a cicatrização evoluiria bem. Terminei por aplicar compressas embebidas em vinagre e enfeixei o tronco do soldado com ataduras limpas.
- Estou orgulhoso de você, Nuno! Continue se empenhando e estudando, pode vir a se tornar um cirurgião no futuro. – sentenciou alegre meu avô.
- Será que um dia vou saber tanto quanto você e a vovó sabem?
- Você pode saber muito mais do que nós dois juntos, Nuno! A cada dia são descobertos novos compostos químicos, novas técnicas, você será muito melhor do que nós, meu filho! – meu avô tinha um amor incondicional por mim.
Ele viu na minha curiosidade nata, o mesmo brilho no olhar que ele tinha quando comecei a ficar ao lado dele no laboratório improvisado que mantinha em nossa casa. Eram tantos os meus porquês que ele às vezes parava o que estava fazendo, me abraçava e, com um beijo na testa, me mandava caçar o que fazer longe de suas vistas. Eu o obedecia, mas pouco depois estava novamente ao lado dele e da minha avó, de olhos arregalados observando como aqueles líquidos se misturavam, como vapores emergiam dos vidros, como punhados de pó pegavam fogo quase por magia.
- O que vai ser do soldado agora? – perguntei – Posso ficar aqui cuidando dele?
- Só Deus sabe, ou melhor, Alá! Ele é otomano, não é? É esse o deus dele, e que o ajude, por que vai precisar! – afirmou – Por via das dúvidas, vamos amarrá-lo à cama. Ele pode acordar desesperado e com dores e começar a se agitar, o que não é nada bom, pode reabrir a ferida. - concluiu meu avô ajudando-me a amarrar as pernas, braços e tronco do soldado ao leito antes de se recolher. – Se ele acordar, tente fazer com que beba um pouco disso, vai entorpecê-lo e acalmá-lo. Se não for possível, assopre um pouco desse pó perto das narinas dele, fará o mesmo efeito. Mas não demais, pode fazer com que durma para sempre! – orientou.
Eu estava tão excitado com tudo aquilo que não consegui relaxar e conciliar o sono. A todo momento ia checar como meu doente estava e ficava cada vez mais deslumbrado com a beleza máscula dele. Quando o galo cantou, eu estava segurando a mão dele, sentado rente ao leito com as pálpebras mais pesadas do que chumbo. Ele continuava inconsciente e, subitamente, um medo enorme de que pudesse morrer começou a me atazanar.
- Não se atreva a morrer, bonitão! Ainda nem sei o seu nome, você precisa me explicar como levou essa flechada, quero saber porque veio parar justamente em nossa casa. Enfim, trate de se curar, eu fiz o melhor que pude e você não pode morrer! – murmurava eu, afagando o rosto quente e suado dele. Estava febril, o que era extremamente perigoso.
Com a ajuda do meu avô, fomos dando banhos frios nele para baixar a temperatura, o que se mostrava uma logística complicada dado o tamanho daquele colosso. Entre um banho e outro, eu ficava aplicando compressas frias na testa, nuca, axilas e virilha onde não conseguia parar de admirar seu sexo enorme e viril. Essa luta durou cinco dias, o estado febril ia e vinha e meu avô começou a me prevenir de que ele provavelmente não sobreviveria. Uma lágrima descia pelo meu rosto cada vez que meu avô me alertava, mas eu a escondia dele esfregando a mão pela face.
- Sei que está se empenhando muito para salvar a vida dele, e está se afeiçoando a ele a cada dia que passa, Nuno; mas a flecha penetrou fundo no corpo dele e deve ter chegado até o pulmão, é por isso que está respirando com tanta dificuldade. – àquela altura, meu avô já tinha certeza que eu não apenas tinha me afeiçoado ao soldado, como imaginado que ele, ao se recuperar, fosse sentir o mesmo por mim, e viveríamos uma história com final feliz.
Como andei sumido, o Túlio e o Cneu vieram me procurar para saber o que estava acontecendo. Por orientação do meu avô, nada mencionei sobre o nosso hóspede ferido. Ambos eram amigos confiáveis, mas diante de um soldado otomano, talvez não se mostrassem tão compreensivos e coniventes. Se alguém na aldeia viesse a saber que abrigávamos um inimigo em nossa casa, quem sabe o que poderia acontecer. Os mais radicais o executariam de imediato, e era esse o receio do meu avô.
- Hoje não posso, estou muito ocupado! – disse ao Túlio e ao Cneu, procurando despachá-los o mais rápido possível.
- Ocupado com o quê? Você passa a maior parte do tempo observando seus avós no laboratório, e nós já estamos com saudades. – afirmou o Cneu. Ao citar a palavra saudades levou a mão ao cacete e o amassou, e eu soube de imediato o que aquilo significava, o tesão que estava sentindo e a vontade de meter a estrovenga no meu cuzinho.
Eu bem sabia a que saudades ele se referia, seus ímpetos sexuais fugindo ao controle, uma vez que os hormônios da idade faziam seu corpo clamar por sexo e, quem melhor do que o Nuno, amoroso e generoso, para satisfazer sua tara.
- Vocês precisam ir embora, os empregados estão terminando a colheita das oliveiras e meu avô me incumbiu de acompanhar a moagem das azeitonas e a extração do azeite, uma vez que ele está supervisionando a colheita no campo. Não posso, voltem outro dia! – esclareci
- Podemos ajudar! É só dizer o que fazer! Quanto mais cedo você se livrar da tarefa, mais cedo podemos ficar juntos! – sugeriu o Túlio, que devia estar nas mesmas condições aflitivas do Cneu, colhões abarrotados necessitando de drenagem urgente.
- Não, não podem! Tenho que fazer isso sozinho! – devolvi, quando um som gutural veio do cômodo onde se encontrava o soldado. Ele deve ter acordado, pensei.
- Então por que não está no moinho acompanhando os empregados? – O Túlio tinha essa mania enxerida, era cheio dos porquês. – Que barulho foi esse? Tem algum doente que seu avô esteja tratando? – perguntou ao ouvir o grunhido.
- Não, não tem! Agora vão embora! Outra hora nos falamos! – eu estava com pressa, muita pressa, para ver como meu soldado estava.
- Tem sim, eu ouvi um gemido de homem! Você também não ouviu, Cneu?
- Ouvi sim! O que está nos escondendo, Nuno? – perguntou o Cneu.
- Nuno! Nuno! Hoje não é dia de ficar de conversa mole! Você tem muito o que fazer! Diga ao Túlio e ao Cneu que voltem outra hora! – berrou de onde estava o meu avô, ao perceber que eu não estava tendo êxito em despachar meus amigos.
- Viram! Estão me empatando! Vão embora! – eu nunca os havia tratado com tanta rispidez e eles estranharam, mas concordaram em voltar para a aldeia sem terem saciado os cacetões excitados.
Corri para o meu soldado assim que eles se afastaram. Ele havia recuperado a consciência e estava se agitando, embora ainda estivesse muito atordoado e sem forças. Foi providencial termos amarrado ele ao leito, pois da forma como se agitava teria caído dele. Apesar disso, não estava conseguindo segurar e fazê-lo se deitar novamente, e chamei pelos meus avós.
- Segure uma daquelas compressas diante do nariz dele, vai acalmá-lo! – disse meu avô.
- O que há nelas vovô, que faz com que os doentes adormeçam ao cheirá-las? – perguntei, pois já o tinha visto se valer do líquido no qual as embebia com a finalidade entorpecer os doentes.
- Para ser bem sincero, Nuno, sua avó e eu ainda estamos tentando descobrir como chegamos a esse líquido volátil, o que constatamos, é que ficávamos com uma espécie de sono quando escapava dos recipientes nos quais fazíamos experimentos. – Era diante dessas coisas estranhas que eu muitas vezes cheguei a pensar que os dois talvez fossem bruxos, ou que tivessem algum dom especial por fazerem coisas que as demais pessoas não faziam. – Viu, ele se acalmou! – exclamou, quando o soldado voltou a perder a consciência.
- Parece magia! – exclamei com um sorriso de conivência.
- Temos que conseguir que ele permaneça algumas horas acordado, pois temos que alimentá-lo para que recupere as forças. Mas, ele não pode ficar tão agitado como agora, pois isso vai fazer com que a ferida se abra novamente. Será que consegue cuidar disso, Nuno?
- Vou tentar vovô! Mas você viu como ele é forte, nem um touro o segura! – respondi. Meu avô riu, ele não precisava de mais nada para saber que eu estava me apaixonando pelo otomano.
- Você não tem jeito, Nuno! Desde aquela vez em que me trouxe um passarinho ferido para ser tratado, se apaixona por todos seus doentes. Só não sonhe alto demais com esse aqui! – aconselhou, antes de me deixar cuidando do soldado.
Ele voltou a despertar horas depois, novamente bastante agitado, até mais do que antes.
- Procure ficar calmo, você está seguro! Não se mexa tanto! Pare, moço! Pare, você está amarrado, não vai conseguir sair daqui! Fique calmo, me ouça! – era tudo inútil, ele bufava feito um touro bravio. – Se não se deitar novamente vou fazer você cheirar isso aqui e vai dormir na marra! Está me ouvindo soldado?
- Onde estou? Quem é você? Ordeno que me desamarre! Por que me amarrou? Vou acabar com você quando me livrar disso aqui! – foi a primeira vez que ouvi a voz dele. Eu esperava palavras mais gentis, mas me contentei com essas.
- Você veio cavalgando até nossa casa, foi flechado e caiu no campo de sorgo, desacordado. Meu avô e eu o trouxemos para cá e cuidamos de você. Precisa ficar quieto senão a ferida vai abrir e você vai sangrar de novo! – respondi. – Você está me ouvindo? – ele parecia não compreender absolutamente nada do que eu dizia.
- Eu vou acabar com você! Me desamarre! – persistiu ele.
- Agora é que não te solto mesmo! Não quero morrer! E só para você saber, eu estou no comando, é você quem tem que me obedecer! Olhe para o que tenho aqui, quer cheirar mais um pouco disso?
- Seu moleque desaforado! Por que não me matou quando teve chance? Vai se arrepender de não o ter feito, isso eu te asseguro! Nem pense em chegar perto de mim com essa coisa! – vociferou. – E onde estão as minhas roupas, por que estou pelado?
- Porque eu não mato pessoas, cuido delas! E porque você é bonito demais para deixar essa vida tão cedo! – exclamei, ele parou de se agitar no mesmo instante e voltou seu olhar para mim. – Quanto às suas roupas, a vovó as lavou, estavam cheias de sangue. E por hora é bom que fique sem elas, é mais fácil banhá-lo sem elas!
- Você também me banhou? Que tipo de moleque é você?
- Não se pode chamar o que fiz de banho, mas sim fui eu quem lavou o sangue e a sujeita que tinha pelo corpo, mas isso não vem ao caso agora. Prefiro que nos conheçamos! Olá, sou o Nuno! Qual seu nome? De onde você veio? – ele estava meio grogue, mas ao menos prestava atenção em mim.
- O que vai fazer comigo, me entregar para os soldados ou para os aldeões? Quando vão me queimar?
- Pare de falar besteiras, sei que não está no seu juízo perfeito, mas não precisa delirar! Ninguém vai te queimar, que ideia maluca! Ninguém aqui é assassino! – devolvi. – Já que está acordado, está com fome, acha que consegue comer alguma coisa? Você precisa se alimentar para recuperar as forças e essa ferida cicatrizar direito. – acrescentei. Só então ele percebeu que o tronco de onde vinha uma dor lancinante estava enfaixado.
- O que fizeram comigo? Estou sentindo muita dor! – afirmou, tentando alcançar a ferida.
- Eu não acabei de dizer que você foi atingido por uma flecha e que chegou quase morto aqui? Não mexa nisso, não pode tirar o curativo! – exclamei, dando um tapa na mãozona dele, como se faz com uma criança quando ela mexe onde não deve. Ele me encarou indignado.
- Foi você quem cuidou de mim? – perguntou, duvidando que um garotão como eu o tivesse deixado naquela situação. – Estou com sede e, acho que com fome também! – emendou, me fazendo abrir um sorriso de orelha a orelha.
- Aqui está a água, tome devagar!
- Precisa soltar as minhas mãos!
- Quando me provar que posso confiar em você eu desamarro, por hora vou ser eu a te dar de beber. – afirmei, levando a caneca aos lábios dele. Em segundos a caneca estava vazia.
- É em você que não se pode confiar! Me amarrou como se eu fosse um cão! – exclamou carrancudo
- Latir e rosnar como um você sabe! A febre pode voltar e você convulsionou diversas vezes durante esses dias, se não estivesse amarrado podia ter se machucado ou coisa pior. É para sua segurança, pode acreditar! – devolvi
- Para minha segurança! – exclamou zombando. – Sei muito bem o que fazem com soldados otomanos.
- Vocês fazem o mesmo ou pior com os povos que dominam! Mas, eu já disse que aqui você está seguro, ninguém vai te machucar! Eu garanto! – asseverei, tomando a mão dele entre as minhas. – Vou buscar um pouco de comida! Fique aí e comporte-se!
- Onde acha que eu podia ir, amarrado a essa cama?
- Vai saber! Não conheço todos os seus truques! – ele balançou a cabeça desolado, ainda não estava certo se eu era algum maluco ou se, de fato, o estava ajudando.
Ele devorou o guisado que a vovó tinha feito e aceitou outra tigela ao esvaziar a primeira. Eu não tirava os olhos dele, a cada colherada que colocava em sua boca, porque não cabia em mim de tão feliz por ver que ele começava a se recuperar.
- Me chamo Uçul! – revelou finalmente. Pelo olhar que me lançou percebi que começava a confiar em mim.
- Uçul. Uçul. Nunca ouvi esse nome antes! É bonito, faz jus a você! – ele balançou a cabeça novamente e sorriu.
- Sai por aí dizendo a todo homem que ele é bonito? Não acha isso meio estranho? Podem achar que você não é muito homem e que gosta de homens. No meu país te chamariam de Ibne. – arguiu.
- E o que ibne significa?
- Um sujeito que sente atração por outros homens! - esclareceu
- Então sou ibne! Satisfeito agora? Só digo isso aos que realmente são bonitos, como você! E gosto de homens sim, de um jeito como outros gostam das garotas. – ele não esperava tanta sinceridade, e ficou uns segundos me observando calado; o que se passava em seus pensamentos só ele seria capaz de dizer.
No final da tarde daquele dia a febre voltou fazendo-o convulsionar novamente. No delírio ele citava nomes, alguns carregados de raiva, praguejava frases sem sentindo e tornou-se necessário fazer com que cheirasse as compressas com a substância que meu avô preparou e que o dopava por algumas horas, além das imersões em água fria.
Eu geralmente aproveitava os momentos em que ele estava desperto, quando se alimentava dos caldos que minha avó preparava, para fazer a troca do curativo. Só então ele teve a dimensão do que havia sofrido e compreendeu o porquê de estar naquele estado deplorável. Ele ficava me observando cuidar do ferimento quase sempre calado, ou soltando uns – uis e ais – quando eu precisava debridar as bordas da ferida. Também reclamava de continuar amarrado, mas acabava aceitando minhas justificativas, embora me devolvesse grunhidos e rosnados de braveza.
- O bom é que está melhorando a cada dia! Eu fiquei com muito medo de você morrer! – confessei
- É o que vai acontecer quando a aldeia souber que estou aqui! Seus avós e você também correm perigo se os soldados do exército otomano que me flecharam descobrirem meu paradeiro.
- Não vou permitir que ninguém te faça mal! – exclamei de pronto, o que o fez rir e sentir uma pontada de dor. Ele deve ter pensado que isso não passava de uma bravata de minha parte, uma vez que tinha uma constituição física longe de poder fazer frente à de um soldado.
- E como pretende fazer isso, dopando todos que tentarem, como está fazendo comigo?
- Nem vou responder a uma pergunta boba como essa! – ele voltou a rir.
- Acho que estou começando a gostar de você, moleque! Não, não do jeito que você está pensando, nem pense numa coisa dessas! Não sou ibne! – exclamou, me enchendo de esperanças uma fração de segundos antes que acabar com elas, enquanto eu pousava um beijo suave no canto de sua boca.
O desamarramos no décimo primeiro dia, os picos febris e as convulsões haviam cessado há dois dias e ele já passava mais horas do dia desperto. Conversávamos bastante nesses momentos, eu falando mais do que ele e lhe contando praticamente toda a minha vida, que parecia não ter o mesmo glamour da dele, uma vez que a passei quase toda na propriedade e nunca tinha saído da região. Ele me narrava suas peripécias, falava de seu país, citava as diferenças que observava em nossa cultura e me deixava tão extasiado que os olhos chegavam a brilhar.
- Deve me achar um bobinho, não é? Você já fez tantas coisas, já viajou, até num navio já esteve, enquanto eu só conheço isso que você está vendo e a aldeia. – devolvi numa dessas ocasiões.
- Te acho um garotão bonitinho, mas não bobinho! Alguém que sabe cuidar tão bem de um ferido não pode ser uma pessoa bobinha! – exclamou. – Não vem, não! Que mania de querer beijar quando recebe um elogio! Sai para lá! – protestou, impedindo de me aproximar com a boca de seu rosto, porém sem muito empenho, o que me permitiu colocar mais um beijo no canto daquela boca pela qual estava fascinado. Eu tinha para mim que ele gostava dessa ousadia, não pelo cunho sexual, mas pela amizade pueril.
Havia noites em que ele não conseguia dormir de tanta dor e precisava dos elixires do meu avô para ficar sedado. Eu sabia dos riscos de lhe dar uma dose muito alta, que podia ser fatal, então contava atentamente as gotas que lhe administrava, mas nem sempre elas produziam o grau de sedação necessária para que não despertasse.
O Túlio e o Cneu já estavam impacientes com as minhas repetidas escusas ao despachá-los e, certa noite, recusaram-se a voltar para casa sem terem copulado comigo. Meus avós estavam diante da lareira como de costume nas noites mais frias, enquanto eu estava no cômodo onde cuidávamos dos enfermos com o Uçul sedado pela droga que lhe administrei. Não houve jeito do Cneu e do Túlio não descobrirem a presença do soldado. Fiz com que jurassem não contar nada a ninguém sob riso de perderem minha amizade para sempre. E, me surpreendi quando se mostraram mais temerosos pela minha segurança e dos meus avós do que pela presença dele em nossa casa.
- Sabe que pode confiar em nós, sempre tivemos todo cuidado com você, somos seus amigos e só queremos a sua felicidade. Não devia duvidar da nossa! – sentenciou o Cneu.
- Eu sei, mas vocês bem sabem o que podem fazer com ele se souberem que está aqui.
- É você quem está cuidando dele? Ele está peladão debaixo das cobertas! Não estou gostando nem um pouco disso! – afirmou o Túlio.
- É mais fácil para dar banho nele e trocar o curativo, por isso está nu!
- O ferimento é perto da axila, esse troço enorme dele podia estar coberto, aliás, muito bem escondido para você não se assanhar todo! – disse o Cneu
- Deixa de ser tonto! Eu nem reparei! – menti, para que não me aporrinhassem. Se viessem a saber que eu segurava aquele caralhão pesado com o mesmo cuidado de estar segurando um filhote de passarinho e que o acariciava cheio de cuidados e delicadeza, nunca mais permitiriam que eu me aproximasse dele.
- Mentiroso! Sei muito bem o quanto gosta disso, e deve ter enchido a cabeça de pensamentos libidinosos quando viu essa coisa. – retrucou o Túlio, o mais indignado.
Entreguei minha virgindade ao Túlio pouco depois de entrar na puberdade tardia, depois disso os dois não me deram mais trégua, perseguindo minha bunda avantajada como dois garanhões movidos pelos hormônios que os atiçavam. Lembro-me de ter sido o melhor dia da minha vida, apesar da dor inicial que senti quando o Túlio meteu o caralho grosso dele no meu cu me arregaçando todo e, depois, socando fundo e forte até eu começar a sentir o pauzão dele inchando no meu rabo e ele jorrar tanto do seu leite pegajoso que parte dele escorreu pelas minhas coxas. Foi um prazer como eu nunca havia sentido e isso me deu a certeza de que era o que eu queria par a minha vida. E, a partir daí, nossa amizade passou a contar com momentos de muita intimidade, troca de beijos, carícias e sexo. O Cneu era na época o mais experiente dos três nesse assunto por que vivia falando de garotas e sexo com a molecada vizinha de sua casa. Na época era o único que já havia feito sexo e tinha desvirginado duas garotas. Ele circulava pela aldeia com uma chamada Agnese por quem nutria uma paixão que sonhava terminar em casamento, o que não o impedia de transar comigo e exercer sua masculinidade em duas frentes distintas. Já o Túlio era instigado pelos irmãos mais velhos que lhe contavam suas aventuras sexuais deixando-o curioso e com o tesão a mil. Tudo que aprendia com os irmãos, vinha pôr em prática comigo, levando-nos a descobrir nossa sexualidade e a vivenciá-la num sentimento mútuo que crescia a cada coito consumado. Ele sentia um ciúme doentio por mim, e só aceitava que o Cneu me possuísse devido a imensa amizade que tinham um pelo outro, e porque sem a ajuda do Cneu não teria chegado a conseguir sexo comigo. Contudo, quando vinha me pegar, o que geralmente acontecia depois do Cneu ter fodido meu cu, pois como a pica do Túlio era maior e bem mais grossa, o Cneu alegava que ele tinha me alargado e que isso tirava muito do tesão quando estava me comendo; o Túlio estocava com tanta força que eu quase chegava a gritar de dor, como se estivesse me punindo de alguma coisa, especialmente se eu ficava de chamego com o Cneu ao final dos coitos.
Meu carinho e minha amizade pelos dois era igual, gostava muito deles, de cada particularidade que os distinguia e sentia um enorme prazer quando transávamos. Era por isso que estávamos sempre juntos, que corríamos pelos campos da propriedade, nos banhávamos nos riachos pedregosos e nas lagoas cercadas de vegetação onde nadávamos nus e eu me entregava à sofreguidão com a qual penetravam seus caralhões no meu cuzinho. Eles sentiam um prazer único por saberem que eu carregava seus espermas no meu ânus estreito após os coitos, e que os guardava como se fossem um tesouro. Eu gostava do cheiro dos corpos deles, aquele aroma penetrante que cada um tinha e que sinalizava a virilidade que havia neles. Deixava-os delirando enquanto engolia o sêmen farto que suas cacetas ejaculavam na minha boca, assim como eu ficava quando lambiam minhas preguinhas anais antes de meterem seus pauzões no buraquinho rosado para onde todas elas convergiam. As tardes abafadas dos verões eram as mais tórridas, ficávamos deitados sobre a relva em qualquer parte isolada da propriedade secando nossos corpos nus ao sol ameno depois dos mergulhos e, trocando afagos e carícias até o tesão nos impelir ao coito. Eu me entregava aos dois, me saciava sentindo como se satisfaziam no meu cuzinho apertado e generoso, e isso foi nos levando a uma cumplicidade que ninguém além de nós mesmos seria capaz de compreender.
Quando os privei por todos aqueles dias desses prazeres carnais, não à toa ficaram tão exigentes e inconformados por não receberem toda a minha atenção, que agora estava sendo dividida com aquele soldado otomano deitado a poucos metros de onde começavam a me desnudar para ter acesso aos prazeres do meu corpo. Eu também já estava sentindo falta de seus corpos, das taras incontroláveis deles, daquelas mãos ao mesmo tempo libidinosas e carinhosas, daqueles cacetões vertendo pré-gozo perfumado. Já havia passado do horário de eles irem para suas casas, mas como meu avô não os mandou embora quando veio conferir o estado do nosso paciente, eles ficaram, sabendo que uma noite inteira de luxúria e prazer os aguardava.
Meus gemidinhos começaram tão logo senti a quentura excitada das mãos deles deslizando pelo meu corpo, se apossando nas minhas nádegas e dos meus mamilos que já demonstravam toda minha excitação. Cada um deles abocanhou uma tetinha, lambia-a freneticamente, chupava-a com força, mastigava-a sensualmente até eu gemer mais alto externando o prazer que sentia. A mão do Cneu foi a primeira a adentrar entre as bandas volumosas e fechadas da minha bunda, rumando obstinadamente em direção ao orificiozinho que piscava no fundo delas. Gemi, ele grudou a boca na minha e foi enfiando lentamente a língua dentro dela até lamber a minha úvula. Eu me segurava nos troncos másculos dos dois, afagando e acariciando a solidez deles. O Túlio praticamente enxotou a mão do Cneu para alojar a dele entre a maciez quente daquela carne rija, e enfiou um dedo excitado no meu cuzinho úmido, devassando-o num tesão crescente. Virei-me na direção dele e cobri sua boca com meus lábios, sugando sua saliva enquanto ele prendia meus lábios entre os dele. Eu me esfregava nos corpos deles, tateava sobre seus músculos fortes, deslizava os dedos dentro dos pelos pubianos e, delicadamente, massageava os caralhões e as bolas globosas, fazendo-os ronronar e suspirar.
Foram me inclinando sobre o leito paralelo ao do soldado entorpecido. O Cneu permaneceu em pé e pincelou a cabeçorra do pauzão dele sobre os meus lábios, enquanto o Túlio abraçado a mim, bolinavam um dos meus mamilos, enquanto roçava seu falo grosso e cabeçudo no meu reguinho. Abri lentamente a boca para envolver a chapeleta estufada do Cneu e sorver o pré-sêmen que minava dela. O silêncio foi cortado pelo sibilo do ar escapando-lhe entre os dentes ao sentir as chupadas que eu dava ao longo do cacete dele, ora apenas lambendo as veias saltadas e ora mamando a verga latejante com empenho. Enquanto isso, o Túlio meteu o rosto hirsuto dele entre as minhas nádegas, pinicando a pele sensível, e enfiando a ponta da língua devassa na minúscula fenda anal. Meu ganido fez o soldado se mexer no leito ao lado quando senti o arregaço do pauzão do Túlio abrindo meu cuzinho.
- Ssshhhh! Vai acordar o sujeito! – exclamou o Cneu, voltando a enfiar a jeba babando na minha garganta para garantir meu silêncio.
Agarrei-me firmemente às coxas musculosas dele, enquanto o Túlio empurrava o pauzão cautelosamente até o fundo do meu cu, fazendo-o sumir na carne úmida e quente. Entre uma chupada e outra no cacetão do Cneu, eu pronunciava o nome do Túlio, gemendo num misto de dor e prazer. A verga impulsiva deslizava num vaivém cadenciado sobre a minha mucosa anal, excitando meu corpo a tal ponto que contrações incontroláveis começaram a agitar meu baixo ventre. O gozo ia se materializando aos poucos, num frenesi crescente. Quanto mais rápido a pica do Túlio se movia no meu rabo, mais próximo o orgasmo se afigurava. Gemi longamente quando comecei a ejacular, enquanto o Túlio socava fundo aquela tora voluntariosa no meu ânus. O clímax também se apoderou do Cneu, ele rapidamente firmou minha cabeça diante de sua virilha e se despejou na minha boca, liberando a porra leitosa que eu engolia às presas para não desperdiçar nenhuma gota.
- Ai! – gani ao mesmo tempo em que o Túlio soltava um urro grave, dando uma última socada profunda no meu cu e o encharcando com seu esperma denso e pegajoso.
Eu ficava extenuado ao servir os dois machos ao mesmo tempo, e eles precisavam apenas de um breve repouso enquanto os cacetões amoleciam e eram acariciados pelas minhas mãos macias. Um segundo round começaria em breve, tão logo o arfar de nossas respirações voltasse ao normal, enquanto seguidas contrações iam ocluindo minha fendinha anal arregaçada.
- Preciso ver se o soldado está febril! – anunciei, deixando os dois revoltados
- Está em nossos braços e pensando nesse sujeito, Nuno? É conosco que deve se preocupar, é de nós que precisa cuidar! – vociferou o Cneu, talvez por que seus colhões ainda estavam abarrotados de esperma, o que sempre o deixava de mau humor.
- Estou cuidando de vocês! Não sejam egoístas, ele está enfermo!
- Enfermo vai ficar você se não me der esse rabinho agora mesmo, seu putinho safado! – retrucou ele, me virando para o lado em que o Túlio se encontrava refestelado recebendo os afagos no sacão globoso e peludo, e me penetrando com um impulso obstinado que voltou a distender minhas preguinhas me obrigando a ganir.
Agarrado ao meu tronco, mordiscando meu pescoço, o Cneu bombava meu cuzinho com força, cada estocada reverberava nas minhas entranhas dando-lhe a sensação prazerosa da dominação plena, da posse irrefutável, da masculinidade sendo exercida em toda sua plenitude. Eu gemia seu nome chupando os dois dedos que ele enfiara na minha boca, e deixando que aquela onda aprazível mantivesse meu corpo estremecendo em suas mãos possessivas. Gozei com o caralhão dele latejando forte dentro do meu cuzinho, pouco antes de ele jorrar sua virilidade morna dentro dele. Ficaram os dois, cada um de um lado, pernas afastadas, cacetões satisfeitos livres, recebendo meus afagos carinhosos. Beijei-os muito antes do sono me dominar acalentado pelos corpões viris deles.
O alvorecer nem bem havia se iniciado quando percebi que estava sozinho na cama, deitado de bruços completamente nu como haviam me deixado. Tudo ainda estava imerso no silêncio, a casa, o dia com preguiça de começar, o vento que nem mesmo se estimulava a mover as folhas das árvores. Um sentimento saudosista me fez recordar dos momentos prazerosos que há pouco passei nos braços do Túlio e do Cneu, quando senti o cuzinho levemente ardido e inundado de esperma. Esbocei um sorriso ao confirmar mais uma vez quanto gostava daqueles dois e como eles se mostravam cumplices daquela amizade que nos unia.
Comecei a me espreguiçar para criar coragem de levantar quando me assustei com o vulto dele sentado na cama me observando.
- Está tudo bem como você? Está sentindo alguma dor? O que faz aí sentado tão cedo, devia estar dormindo para dar chance ao corpo de se recuperar. – argui quando o flagrei me espiando.
- Estou tão enfastiado de ficar nessa cama que perdi o sono! Quero me levantar, caminhar um pouco, sair desse quarto. – respondeu ele.
- É cedo para tantas estripulias! Quer se curar ou prefere sentir os efeitos das sequelas? – questionei, cobrindo minha nudez, sobre a qual seu olhar estava fixado. – Vou começar a preparar o desjejum, meus avós logo acordarão e volto para cuidar de você. – avisei.
- Vai cuidar de mim como cuidou dos seus amigos? – a pergunta me pegou de surpresa e fiquei sem ação. Pensei em mentir, mas pela fisionomia dele, tinha presenciado mais do que deveria.
- Quem sabe, quando tiver recuperado suas forças! – ele não esperava por uma resposta tão direta, e sorriu.
- Você é a perdição, moleque! – exclamou.
Decorridas quatro semanas da chegada dele à nossa casa, ele já não resmungava quando eu trocava o curativo. Estava mais vívido, mais falante, me enchia de perguntas, as mais indiscretas eu não respondia, o que o aborrecia. Apenas uma coisa continuava igual ao dia em que despertou pela primeira vez, a maneira como seu olhar me acompanhava cuidando da ferida até concluir o curativo e a faixa que prendia ao redor de seu tórax. Aquilo parecia lhe dar prazer, e ele não falava muito enquanto eu trabalhava, como se isso lhe roubasse um pouco daquela satisfação.
Numa tarde, depois que os empregados se foram, levei-o para um passeio curto ao redor da casa, apoiado no meu ombro os passos ainda eram cambaleantes e logo a falta de ar o fez querer voltar, indicando que o pulmão atingido pela flecha ainda não estava cem por cento. Mas ele se mostrou feliz quando se soltou sobre a cama, arfando pesado.
- Faremos isso todos os dias, um passinho a mais a cada dia! – afirmei quando ele se queixou da fraqueza que o acometeu. – Só vou sossegar quando você estiver completamente curado e puder .... – calei-me no mesmo instante, antes que deixasse escapar – quando ele pudesse receber meus favores sexuais – evitando assim que me tomasse por interesseiro só porque cuidei dele.
Com a visível melhora do estado de saúde do soldado, tanto o Cneu quanto o Túlio começaram a dar sinais de ciúme, queixando-se de que eu dava mais atenção a ele do que aos dois. Contra o Cneu eu até tinha argumentos para rebater. Desde quando se envolveu com a Agnese nossa amizade mudou, eu não era mais seu único objeto de atenção, tive que aceitar ser dividido com ela e, eu tinha cá para mim, que ele dava mais valor a ela do que ao nosso relacionamento. Não sei se os dois transavam, se o relacionamento deles já tinha evoluído até esse ponto, uma vez que o Cneu era fissurado em sexo, mas ela, aparentemente, procurava manter sua castidade. Eu era então, a válvula de escape para as taras dele, pois estava sempre ali para quando seus instintos primais de macho o impelissem a procurar onde os satisfazer, com um cuzinho dadivoso e receptivo, com um sem limite de mimos e carícias fazendo coisas que a maioria das garotas classificava como perversão e se recusavam a fazer durante as transas. Para o ciúme do Túlio eu não tinha argumentos, e ele foi o que mais se mostrou indignado e zangado. Nossa relação sempre teve algo de especial, era diferente da que o Cneu e eu tínhamos, era mais envolvente, mais emocional, daí nossas discussões e brigas serem mais belicosas.
- Sabia que seu amigo veio tirar satisfações comigo? Exigiu que eu fosse embora o quanto antes e te deixasse em paz. – contou-me o Uçul num dia em que o Cneu e o Túlio passaram a tarde comigo, encharcando meu cu de porra no lago atrás do olival.
- Qual deles? – perguntei, já imaginando tratar-se do Cneu que gostava de uma boa encrenca.
- O altão! Deu uma de valentão o garotão parrudo!
- O Túlio? – questionei surpreso. – Ele não é dado a bravatas, o que será que deu nele?
- Isso é fácil, ciúme! Está me parecendo que não é só o seu cuzinho que ele quer.
- Do que você está falando? Eu hein! Que absurdo! – retruquei, por ele afirmar tão descaradamente que eu trepava com meus amigos.
- Vai querer negar o que eu vi com meus próprios olhos naquela noite em que ambos se meteram na mesma cama que você e seus gemidos de prazer não me deixaram dormir? Aquilo que você me dava para beber para me dopar nem sempre funcionou, sabia? Me enchi de tesão ao ouvir seus gemidinhos enquanto eles se satisfaziam no seu cuzinho. – questionou
- Não sei do que você está falando! – devolvi, fazendo-o rir.
Não fui confrontar o Túlio, não saberia o que dizer e, a última coisa que eu queria era magoá-lo, uma vez que, entre os dois, sempre foi de quem mais gostei e quem me proporcionava mais prazer quando enfiava aquele cacetão no meu rabinho.
Em meados do inverno o Uçul estava totalmente recuperado. Passeava comigo pela propriedade, tinha longas e animadas conversas com meu avô, gostava de ajudar minha avó na cozinha e até havia lhe ensinado uns pratos de sua terra, ofereceu-se a ajudar na lida com os animais e até participava de outras tarefas com os empregados que nem desconfiavam tratar-se de um soldado otomano. Também o transferimos do cômodo onde eram alojados os doentes que precisavam ficar em observação para o meu quarto, uma vez que ele já podia subir as escadas sem esforço. Eu me ressentia de ele não necessitar mais de tantos cuidados, não havia curativo a ser trocado, não era mais preciso banhá-lo, não necessitava mais dos elixires do meu avô, tudo isso me privava de ficar muito próximo dele, de tocá-lo, de contemplar sua masculinidade exposta.
- Nunca pensei que diria uma coisa dessas, mas sabe que sinto falta das tuas mãos macias tocando meu corpo, garotão? Toda vez que seus amigos vêm te visitar e você fica com essa cara satisfeita, fico imaginando tudo que andaram aprontando nos lugares onde se escondem.
- Você vê coisas onde não existem! – minha necessidade de negar o óbvio era quase obsessiva. Não sei o que me levava a não admitir para ele que o Túlio e o Cneu me comiam.
- Sabe que sou tarado por uma bunda como a sua, carnuda e arrebitada? Estou há meses precisando de cuidados aqui. – disse, ao me mostrar seu caralhão iniciando uma ereção. – Vem cuidar de mim e dele! – instigou, me encarando cheio de luxúria.
Era a oportunidade pela qual esperei desde que o vi pela primeira vez. Minha compulsão por machos, especialmente por aqueles parecidos com ele, vinha desde a puberdade. Ele se instalou na minha cama, nu e excitado, com um olhar carente que atiçou todas as fibras do meu corpo. Eu o queria, o tesão me impeliu a tocá-lo e deixá-lo ainda mais excitado e pronto para meter o pauzão no meu cuzinho. Inclinei-me sobre o tórax largo dele, beijei suavemente a borda da mandíbula, o que o fez soltar o ar e começar a se agitar enquanto o cacetão endurecia. Ele me agarrou pelos cabelos, trouxe meu rosto para junto do dele e me beijou devassamente, enfiando a língua na minha garganta. Enquanto eu continuava beijando aquela boca, ele descia as mãos nas minhas costas até alcançar a bunda roliça e amassar as nádegas, senti meu cu piscando louco de vontade de engolir o pauzão dele.
Fui lambendo e beijando o peitoral dele, descendo lentamente pelo abdômen trincado até me aproximar da virilha pentelhuda. Embora tivesse se banhado naquela tarde, o cheiro másculo que adentrava minhas narinas me levou a afundar o rosto naqueles pelos. Mordisquei as laterais internas das coxas peludas dele, o que fazia o pauzão roçar meu rosto e ele arfar cada vez mais excitado. O caralhão reto e muito grosso pingava uma baba perfumada, caí de boca me esforçando para engolir a cabeçorra que mal cabia na minha boca. Notei quando o Uçul ficou todo arrepiado, antes de prender minha cabeça firmemente entre as mãos e socar fundo na minha garganta. Apesar do sufoco, mamei com devoção sorvendo o visgo salgado que escorria do pauzão. O Uçul se contorcia, arfava sem soltar minha cabeleira
- Mama moleque, mama minha caceta como você mamou a dos teus amigos! Mama, putinho safado, que eu sei que é de rola que tu gosta! – ronronava ele, enquanto eu chupava o cacetão.
Há tempos sem gozar, o Uçul não demorou a leitar despejando-se diretamente na minha garganta enquanto eu engolia avidamente sua porra saborosa.
- Delícia! Tomou todo o leitinho! – exclamou em êxtase, quando terminei de lamber o sêmen que melava o pauzão.
Ele deitou minha cabeça em seu ombro, me abraçou e ficou passando a mão na minha bunda sentindo a pele arrepiada e quente. Ficamos trocando confidências por um tempo, antes do cacetão dele voltar a dar discretos pinotes assinalando que estava pronto para sentir mais prazer. O Uçul levou minha mão que afagava os pelos de seu peitoral até a virilha, onde a fechei ao redor do caralhão e comecei a massagear as bolas. A mão dele, por sua vez, foi deslizando devagar para dentro do meu reguinho devassando as bandas carnudas até chegar ao buraquinho quente no qual enfiou cuidadosamente um dedo. Gemi com o intruso entalado nas preguinhas e deixei-o explorar o buraquinho apertado que piscava alucinado. Aos poucos ele foi me virando de lado, com lambidas foi descendo pelas minhas costas provocando arrepios na minha coluna. Apartou meus glúteos, enfiou novamente o dedo no meu cu num vaivém delirante e lambeu a rosquinha anal na qual havia chuchado o dedo libertino; encaixando na sequência a virilha na minha bunda volumosa que eu empinava para um acoplamento perfeito.
- Seu rabão é tão quente e acolhedor! – suspirou, quando a cabeçorra se encaixou no meu reguinho estreito.
- Me fode! – implorei com o tesão a me consumir. Eu havia chegado ao meu limite todo meu ser clamava por aquele macho.
Ele me puxou pela cintura e começou a forçar o pauzão no buraquinho plissado. Segurei a respiração esperando a penetração que sabia, desde que fui desvirginado, ser a etapa mais dolorosa dos coitos, uma vez que eu era extremamente apertado. Ele forçou mais duas vezes, mas a chapeleta imensa e estufada não entrava por mais que eu abrisse o cu. Bufando de tanto tesão, ele montou em cima de mim, me prendeu num abraço apertado e empurrou o caralhão com força para dentro do meu cuzinho. Eu tinha empinado a bunda, mas quando o pauzão entrou rasgando minhas preguinhas eu soltei um grito e a baixei tentando escapar dele. Ele me segurou com firmeza e socou a pica colossal para dentro do meu cuzinho. Com os esfíncteres se dilacerando eu gania alto e ele enfiou dois dedos na minha boca na tentativa de me calar para não acordar meus avós. Eu sentia a verga rija deslizando lentamente cu adentro, me empalando até ficar completamente atolada até o talo, e o sacão batendo no reguinho apartado. Agitado pela dor, ele procurava me dominar.
- Quer acordar seus avós? Então fica quietinho! – sussurrou no meu ouvido, enquanto eu rebolava na tentativa daquele mastro grosso se alojar numa posição menos dolorosa.
- Está doendo muito! – gemi. – Você é enorme, está me rasgando todo!
- Calma, já vai passar, empina o rabo e abre o cuzinho. Você já devia saber que no começo sempre dói um pouco. – grunhiu ele extasiado, sentindo o cacete sendo esmagado pelas minhas preguinhas apertadas e quentes e, me recompensando pela dor com beijinhos úmidos no cangote.
Eu até que tentei, mas o pauzão dele era bem maior e mais grosso que o do Cneu e do Túlio que já não tinham rolas modestas. O Uçul continuou metendo forte, eu me entregava empinando e abrindo o cu o mais que podia recebendo o pauzão no fundo do rabo. Ele entrava e saía num ritmo cuidadoso e lento me fazendo gemer até sobrevir o gozo. Um estremecimento o precedeu, meu cu mastigou o caralhão enquanto ele o socava fundo em mim, e a porra jorrou do meu pinto, uma sensação de prazer percorreu meu corpo trêmulo debaixo do dele.
Ele continuou socando forte, arfava roçando o ar quente na minha nuca, sentindo o caralhão sendo mastigado pelo meu cuzinho assanhado. Apertou-me mais forte, amassou um dos meus mamilos e grunhiu extasiado.
- Tesão da porra, moleque! Nunca fodi um buraquinho tão apertado!
Em seguida ele se estremeceu todo, urrou e gozou soltando jatos abundantes que foram inundando meu cu com sua porra forte e leitosa. No auge da virilidade e há tempos sem gozar, ele não parava de ejacular o que levou os últimos jatos a vazarem do meu rabinho encharcado. Arfando ruidosamente com o corpão pesado largado sobre o meu, ele demorou a sair de dentro de mim e, quando o fez, com o pauzão quase amolecido e pingando esperma, me encarou com um sorriso prazeroso. Eu o devolvi juntamente com beijos e afagos sobre aquele rosto barbudinho e viril.
A partir daquele dia passei a ter três machos que precisavam ser saciados, e o fazia feliz por ter esse privilégio. É certo que andava com o cuzinho ardido e sensível, pois mal dava tempo das preguinhas se recuperarem de um cacetão quando já eram exigidas por outro. O importante é que eu estava feliz, e eles estavam felizes, podendo satisfazer todas suas fantasias e desejos no meu cuzinho apertado e generoso.
Findo o inverno, eu me enchi daquela esperança que todo cidadão sente ao ver sumir a neve sobre os telhados, o despontar os primeiros brotos das plantas, o sol surgir mais cedo e lentamente mais quente. Minha cabeça se encheu de planos, eu queria mostrar toda a região ao Uçul sob a ótica da nova estação, queria confessar meus sentimentos por ele, pois achava que só as transas carregadas de erotismo que rolavam todas as noites no meu quarto não eram suficientes para ele saber tudo que eu sentia por ele, queria revelar aos meus avós aquela paixão da qual eles andavam desconfiados desde que o nome do Uçul estava em cada uma das terceiras frases que eu dizia. A empolgação era tamanha que, por vezes, parecia que meu peito ia explodir de tanta felicidade, especialmente quando esse sentimento vinha acompanhado da umidade viril que ele injetava no meu casulo anal e ficava ali por horas formigando.
- Parto amanhã, Nuno! Volto para o meu país, deixarei o exército em definitivo. – anunciou ele na tarde em que percorríamos as fileiras de videiras soltando seus brotos verdes. – Nunca vou ter palavras suficientes para agradecer tudo o que fez por mim, por ter salvo a minha vida!
- Como assim, partir? Você “não” pode partir! Você e eu, nós .... como vou viver sem você? – questionei, quando as palavras já começavam a se embotar na minha mente.
- Vim para cá com um propósito, engajado nas fileiras do exército que comandei, mas isso perdeu o sentido quando passaram a me ver como um traidor, um inimigo, quando me opus aos massacres desnecessários das regiões que conquistávamos. – revelou.
- Mas você não precisa ir embora só por causa disso! Pode mudar de vida, pode ficar aqui conosco, pode me ajudar com a propriedade, meus avós tem muita idade e, em breve, não poderão mais tocar tudo como antes. – argumentei, omitindo o mais importante, que estava apaixonado por ele, uma vez que nunca me disse o que sentia por mim.
- Tenho minha família lá, também temos terras precisando de cuidados! Meu lugar não é aqui, Nuno! – afirmou, sem conseguir olhar para meus olhos marejados.
- Eu te amo, Uçul! É claro que seu lugar é aqui, onde eu possa te dar todo carinho que sinto por você! – retruquei chorando ao confessar o que sentia.
- Você é um tesão de garoto, vai ser o melhor amante que um homem pode desejar, mas está confuso em relação a mim. Você se apegou por que eu estava ferido e frágil e você se sentiu compelido a me ajudar. Isso não é amor, Nuno! No dia em que descobrir o que é o amor, vai perceber o quanto estava enganado com seus sentimentos em relação a mim! Eu me sinto lisonjeado por merecer tanto afeto de sua parte, e por você ter me proporcionado o melhor sexo que já tive em toda a minha vida.
- Não é afeto, é amor! Eu sei que te amo! Eu quero você, Uçul! Por favor, não vá embora, não me abandone! – pus-me a suplicar ao constatar a determinação dele.
Meu mundo parecia estar desabando sem que eu pudesse fazer nada para impedir. Ainda tentei uma última solução desesperada, que foi me atirar em seus braços completamente nu quando ele foi se deitar. Provoquei-o até o tesão o deixar ensandecido, com o pauzão duro e babando, e me sentei sobre a tora grossa fazendo-o sumir no fundo do meu cuzinho. Não o larguei, nem parei de suplicar até sentir o rabo cheio de porra. Nem me atrevi a fechar os olhos quando ficamos abraçados nos acariciando, temendo que ele se escafedesse enquanto eu dormia. Nada adiantou.
Na manhã seguinte, ele se despediu dos meus avós, grato por tudo que fizeram e prometendo recompensá-los pela acolhida e generosidade. Quando veio me abraçar, saí correndo feito um louco pelas colinas, chorando e gritando o nome dele, enquanto a dor me dilacerava por dentro. Vi-o sumindo, montado no cavalo frísio, na estrada que levava a Livorno. Nunca mais o vi.
Andei despedaçado por meses, meus avós já se preocupavam com minha sanidade mental, pois não fazia outra coisa que não me isolar, chorar, chorar muito e mostrar uma apatia profunda diante de tudo que estava ao meu redor. Nem mesmo o Cneu e o Túlio deixei se aproximarem, negando-lhes desde uma conversa até o sexo que sempre nos manteve tão unidos.
O Cneu foi buscar na Agnesse os favores que eu lhe negava, e a relação deles se intensificou até anunciarem o casamento próximo. O Túlio não se mostrou tão passivo, me cobrava explicações, me recriminava por ter me envolvido com o Uçul, me chamava de traidor leviano. Durante uma de nossas discussões chegou mesmo a me dar umas bofetadas e tão furioso que ficou ao me ver sendo consumido pela saudade do soldado otomano. No entanto, ficar brigado com o Túlio parecia exacerbar aquela dor que não saía do meu peito. Eu o procurava após cada discussão e ia procurar abrigo e proteção no torso maciço e quente dele, pedindo para que não se zangasse comigo.
- Não me peça o impossível! Como não foi ficar zangado e puto com você quando continua com aquele sujeito em seus pensamentos. Nos pensamentos não, aí dentro do seu coração! – vociferava ele, apesar de me apertar contra o peito. – É comigo que você deve sonhar, é para mim que deve se entregar e esquecer de uma vez por todas que aquele homem um dia existiu. – dizia ele, inconformado, raivoso e, ao mesmo tempo derramando seu olhar apaixonado.
- Estou tentando, mas não consigo! Quando entro no meu quarto e sei que terei que dormir sem o corpão dele me aquecendo, eu sinto que vou morrer! – retrucava eu
- Pois então vou dormir com você, vou foder seu cuzinho até você esquecer dele e só querer ficar comigo. Você sempre me quis desde que te desvirginei, não fosse o soldado, hoje eu seria seu macho, o único com quem se preocuparia e cuidaria. – asseverava.
Meu avô também se mostrava impaciente com o marasmo no qual eu vivia e passou a me dar broncas, coisa que nunca tinha feito até então. Foi depois de uma delas que resolvi voltar com o Túlio e dedicar todo meu carinho a ele e ao seu caralhão insaciável.
Atualmente o Túlio mora conosco na propriedade, deixou a casa dos pais na aldeia para assumir a administração que meu avô está lhe delegando aos poucos, passando a ser meu braço direito nas questões práticas. Continuo ajudando meus avós no laboratório e no atendimento aos enfermos, executando todas tarefas e apenas procurando orientações deles ocasionalmente em situações mais complicadas. Estamos novamente no inverno, a estação está quase terminando, e só esporadicamente me lembro de termos dado abrigo a um soldado otomano ferido e de ter cuidado de seu restabelecimento. O Uçul estava certo, não era amor o que eu sentia por ele, mas uma mistura confusa de sentimentos. Amor, paixão é o que sinto pelo Túlio desde o momento em que acordo ao lado dele, até o instante em que ele me pega de jeito, soca o caralhão insuflado no fundo meu rabo e enche meu cuzinho com seu leite forte e pegajoso, me fazendo adormecer em seus braços com a sensação de estar no paraíso.