Entre Ecos e Encontros - Part. I

Um conto erótico de Sávio Belmonte
Categoria: Gay
Contém 2717 palavras
Data: 24/04/2025 23:29:14

Olá, sou Sávio Belmonte, vocês podem me chamar de “Bel”. É a primeira vez que escrevo, então me desculpem se me empolgar... Mas, gostaria de compartilhar com vocês minha história. Uma daquelas que começa num dia comum, no lugar mais inesperado — e que, de alguma forma, muda tudo.

Entrei na faculdade achando que o mais difícil seria entender as matérias de Odonto. Mas, logo descobri que era me entender naquele mundo novo o verdadeiro desafio. Era como se eu estivesse tentando me encontrar no meio de tantos rostos, tantos ruídos, e ao mesmo tempo... tentando não ser encontrado.

Sou loiro, tenho 19 anos, de olhos claros, 1,73 de altura — e, como minha mãe diz, “cheio de sentimentos no rosto”. Tímido, quieto. Eu era aquele que sentava no fundo da sala, com fones de ouvido mesmo sem música, só pra evitar conversa. Me sentia mais confortável nos meus silêncios do que nas rodas de gente que falava alto demais.

Tinha um lugar que virava meu refúgio: o banheiro do segundo andar. Era sempre mais vazio, com uma luz bonita que entrava pelas janelas altas e um silêncio quase sagrado. Eu ia pra lá nos intervalos, me escondia um pouco, respirava.

Foi ali que vi Arthur pela primeira vez.

A porta rangeu e lá estava ele, de costas, lavando as mãos. Alto — imenso, na verdade — com 1,92 de presença. Negro, lindo, pele reluzente, e vestindo uma regata do curso de Educação Física que moldava seu corpo como se tivesse sido desenhada pra ele. Cada músculo parecia ter sido talhado à mão. E mesmo de costas... ele exalava algo. Calma, força, calor.

Ele me notou pelo espelho. Seus olhos escuros me prenderam por um segundo. E, pela primeira vez em muito tempo, eu senti meu coração acelerar sem ser por medo.

— E aí, mano... só um toque: evita usar o último box ali do canto — disse, enquanto enxugava as mãos numa toalha de papel. — O pessoal da Ed. Física que passou antes de mim fez umas bagunças. Tipo, coisa feia. Ficou com cheiro estranho e tudo mais.

Eu congelei. Primeiro, porque ele falou comigo. Segundo, porque a voz dele tinha aquele grave que parecia vibrar no peito. E terceiro… porque eu tinha acabado de pensar em ir praquele box. Dei um sorrisinho envergonhado, abaixando o olhar.

— Valeu… não sabia. — murmurei, ainda tentando parecer casual, embora meu rosto queimasse.

Ele se virou por completo, e ali estava ele: sorriso de canto, ombros largos, postura serena. Um homem que ocupava espaço sem pedir licença, mas com uma gentileza que desarmava.

— Você é novo por aqui, né? — ele perguntou.

Assenti com um aceno.

— Odonto? — ele apontou pra minha pasta.

— Uhum… — respondi, quase num sussurro.

— Arthur — disse, estendendo a mão. Seu toque foi firme, quente, envolvente. Eu tremi por dentro.

— Sávio… mas pode me chamar de Bel — falei, quase sem pensar.

Ele sorriu, e naquele sorriso, senti que alguma coisa nova tinha começado.

A conversa durou poucos minutos. Mas quando ele saiu, deixou um rastro no ar — um cheiro leve de sabonete e algo mais… pele quente, talvez? O banheiro, antes meu esconderijo, agora parecia sagrado por outro motivo.

A partir daquele dia, comecei a ajustar meus horários pra “acidentalmente” esbarrar com ele. Às vezes dava certo. Outras, eu só ficava imaginando seu perfume no ar. Até que, numa quinta-feira, voltamos a nos encontrar ali. Sozinhos de novo. Eu já não era o mesmo. Era como se eu dependesse dele.

Conversamos mais. Ele me contou que gostava de correr de manhã cedo, que treinava quase todo dia, e que tinha entrado na faculdade mais velho por causa de algumas voltas que a vida deu. Falava olhando nos meus olhos — coisa que pouca gente fazia. E quando eu olhava de volta, sentia meu corpo inteiro responder.

Não sei como aconteceu. Juro que não foi premeditado. Acho que foi numa daquelas conversas rápidas no banheiro, tinha comentado, quase sem pensar, que meus pais viajariam no próximo fim de semana. Que eu ficaria sozinho em casa. Aquelas coisas que a gente fala achando que não tem importância.

Arthur arqueou uma sobrancelha e sorriu de leve, como se tivesse entendido algo nas entrelinhas. Ou como se estivesse esperando a deixa certa.

— Ficar sozinho, hein? Isso pode ser bom… ou perigoso — ele disse, brincando, com aquele tom que misturava provocação e cuidado. — Mas se quiser conversar, bater papo, sei lá… eu topo. Com você, o assunto rende.

Foi aí que ele me passou o número dele. Tirou o celular do bolso da bermuda, me entregou, e disse:

— Salva aí. Me chama quando quiser. Sério mesmo. Cê é o único com quem eu troco ideia de verdade aqui.

A frase ficou reverberando dentro de mim. “O único com quem eu troco ideia de verdade.” Aquilo me aqueceu por dentro. Na quinta-feira a noite, da semana da viagem dos meus pais, encarei o número salvo no meu celular como se fosse uma senha mágica. "Arthur 🖤", foi como salvei, mesmo que tivesse vergonha de admitir. E foi mais forte que eu. Mandei um “oi” tímido, quase me arrependendo no segundo seguinte.

Ele respondeu rápido. Aquelas horas passaram voando. Eu sabia que tinha prova na sexta-feira, mas não conseguia me desligar. Me perdi ali. Na sexta-feira, depois da prova, fui direto pro banheiro do segundo andar. Tinha ido mal, eu sabia. Não conseguia focar, lembrar, escrever… e tudo porque na véspera, ao invés de revisar conteúdo, eu estava rindo com Arthur por mensagens, ouvindo sua voz em áudios longos e suaves.

Estava encostado na pia, mexendo no celular, quando ouvi a porta ranger.

Era ele.

Arthur entrou com aquele jeito de quem carrega o mundo nos ombros. Bermuda preta, camiseta colada no peito largo e os fones pendurados no pescoço. Assim que me viu, abriu aquele sorriso que desmontava qualquer tristeza… mas eu desviei o olhar. Baixei a cabeça, tentando disfarçar.

Ele veio até mim devagar, olhando de lado, como quem já sabia que tinha algo estranho no ar.

— Ei, por que tá com essa cara? — ele perguntou, parando na minha frente.

Fiquei quieto.

— É que… — comecei, sem conseguir esconder. — Eu acho que fui mal na prova. Não consegui focar. Me atrapalhei todo.

— Mas você estudou, né?

Eu hesitei. Respirei fundo. E soltei, num sopro:

— Esqueci. Na real… não estudei ontem.

Ele franziu a testa. Se aproximou um passo. Encostou o braço na parede, bem perto do meu rosto, me cercando de leve.

— "Esqueceu", é? — ele repetiu, com um meio sorriso — E deixa eu adivinhar… a culpa é minha?

Levantei os olhos devagar. E encontrei os dele, brilhando de provocação.

— Talvez… — murmurei, num fio de voz.

Arthur soltou uma risada baixa e foi lavar as mãos. Fiquei parado ali, sem saber onde enfiar o rosto, e me vi no espelho — meu reflexo com as bochechas coradas, olhos baixos, o silêncio preso na garganta. Tive vontade de desaparecer.

Ele ainda falava algo sobre o jogo daquela manhã — alguma piada envolvendo um gol perdido e uma aposta entre os meninos do curso — mas eu só consegui sair. Rápido. Sem olhar pra trás. E, por dentro, só um pensamento ecoando: ele tava só brincando comigo… ou isso tudo é coisa da minha cabeça?

Quando cheguei, a casa estava vazia. Meus pais já tinham partido pra viagem que vinham planejando há semanas. Ficaria o fim de semana todo sozinho. Ou pelo menos era o que eu achava.

No meio da tarde, o clima da cidade mudou. Não sei se foi o céu que escureceu ou se foi só a sensação de estar sozinho, mas tudo parecia mais denso, mais tenso. As redes sociais pipocaram com mensagens alarmadas. Notícias rápidas de grupos de bairro diziam que um homem tinha invadido duas casas e estava foragido. “Um ladrão?”, pensei. Não sei. Talvez fosse mais que isso. Um susto coletivo. Mas eu senti medo de verdade.

Fechei todas as janelas. Tranquei as portas. Foi quando, recebi a mensagem dele.

— E aí, tá tudo bem? Achei que você tinha ficado chateado comigo hoje. Falei alguma besteira?

Fiquei encarando aquelas palavras por alguns segundos. Era ele. Se importando. De verdade. Respirei fundo e respondi.

— Não, não foi nada. É só que a prova me derrubou. Me senti meio... frustrado.

Minutos depois, ele mandou o link da notícia. Aquela mesma que eu já tinha lido e relido. Um ladrão foragido, casas invadidas, gente preocupada.

— Cê viu isso? Tá tudo certo aí?

— Vi sim… Tô em casa. Tranquei tudo. Mas, pra ser sincero… tô com medo.

A resposta dele veio quase instantânea.

— Quer que eu passe aí? Eu dou uma olhada na casa. Se quiser, claro.

Meu coração deu um salto. Li e reli aquela frase umas dez vezes. Eu sabia que dizer “sim” mudava tudo. Mas era o que eu mais queria.

— Se quiser vir… vou ficar mais tranquilo.

— Já tô indo.

Em menos de quinze minutos, ele chegou. De boné, camiseta larga, mochila nas costas e short de futebol.

Entrou com cuidado, olhando ao redor, como se realmente quisesse garantir que eu estivesse seguro.

— Tudo trancado? — perguntou, já fechando a porta atrás de si.

Assenti com a cabeça.

Ele caminhou pela casa com uma naturalidade surpreendente. Checou as janelas, os fundos, a porta dos fundos. Voltou pra sala e me encarou.

— Tá tudo certo. Precisa de mais alguma coisa?

Minha vontade era responder que sim. Que precisava dele mais perto. Que queria que ele ficasse. Mas só balancei a cabeça.

— Não… tá tranquilo.

Só que não estava. Por dentro, eu fervia — de nervoso, de desejo, de tudo junto. Então, tomando coragem de algum lugar que nem sei de onde tirei, soltei:

— Mas… se quiser ficar mais um pouco… A gente podia pedir alguma coisa pra comer, assistir alguma série. Só pra aproveitar o tempo.

Ele sorriu de canto, aquele sorriso que parecia carregar segredos e promessas.

— Achei que você nunca ia convidar — disse, jogando a mochila no canto e se jogando no sofá com um suspiro gostoso, como quem diz: aqui tô bem.

Fui até a televisão e comecei a mexer nos cabos, no controle, tentando achar o aplicativo certo. Me sentei no chão, mais perto da TV do que dele, mas sentindo sua presença atrás de mim, forte e constante. Estava tentando escolher alguma coisa, passando pelas opções, quando senti os dedos dele tocarem minha nuca — de leve, explorando a pele com a ponta dos dedos.

— Você fica vermelho fácil? — ele perguntou, num tom baixo, meio rindo. — Certeza que se eu te apertar agora você vai ficar igual um moranguinho.

Dei um riso envergonhado, abaixando ainda mais a cabeça. E era verdade. Só aquele toque já fazia meu rosto pegar fogo.

— Talvez… — respondi, tentando não parecer tão entregue, mas era inútil.

Arthur passou os dedos devagar pela minha nuca até o início das costas. Era como se cada gesto dele dissesse tô aqui, te vejo, te sinto. Me virei devagar pra olhar pra ele. E ele estava ali, com o corpo largado no sofá, mas os olhos fixos em mim — intensos, quentes, como se atravessassem qualquer defesa que eu ainda tivesse.

— Vem cá — ele disse, batendo com a mão na coxa, como um convite.

Me levantei devagar, coração disparado, e me sentei ao lado dele.

O silêncio que se formou entre nós era carregado de tensão e expectativa, como se algo estivesse prestes a acontecer.

Naquela tarde, que já avançava para o início da noite, Arthur se abriu comigo. Disse que estava confuso, que sentia algo por mim, mas não conseguia entender exatamente o que era. Revelou que estava saindo com uma garota, mas que, mesmo assim, não conseguia parar de pensar em mim — principalmente em me mandar mensagem.

Enquanto falava, apertou levemente minha coxa e me olhou nos olhos, com uma expressão aflita.

— O que foi que você fez comigo? — perguntou, num tom mais baixo, como se estivesse perguntando a si mesmo.

Ele suspirou fundo, como um touro antes de disparar, e eu consegui sentir o calor da sua respiração encostando na minha pele. Sorri, envergonhado, e fechei os olhos por um instante, tentando entender tudo aquilo que também me atravessava.

Arthur segurou meu rosto com as duas mãos, com uma firmeza suave, e disse, quase num sussurro:

— Isso não tá certo...

Arthur, num gesto firme e sem hesitação, me puxou de vez para o seu colo. Com uma das mãos, segurava minha cintura com força — como se quisesse ter certeza de que eu estava ali, real. A outra deslizou pela minha nuca, guiando meu rosto até o dele com uma urgência contida.

Não resisti. Só me entreguei.

Era como se eu fosse uma presa, rendida diante do olhar decidido do caçador. Arthur era violento — havia desejo, havia verdade, havia algo que nem ele parecia entender totalmente, mas que não podia mais evitar.

Ele fechou os olhos e me beijou.

Foi um beijo cheio. Intenso. A língua dele, grossa e quente, explorava a minha boca com fome. Eu mal conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Era como se eu estivesse flutuando num sonho — e, ainda assim, sentia cada toque com uma nitidez absurda.

Meus dedos agarraram instintivamente a camiseta dele, buscando algum apoio naquele mar de sensações. O coração batia tão alto que eu achava que ele podia ouvir. Ainda de olhos fechados, para tentar acalmar aquele homem, segurei firme seu rosto e o encarei por alguns minutos.

No colo de Arthur, comecei a sentir sua excitação crescendo — era impossível ignorar. Um calor novo se espalhava entre nós, e a cada segundo eu me sentia mais entregue, mais vulnerável, mais inteiro naquela troca.

Antes que eu pudesse reagir ou entender exatamente o que estava sentindo, ele passou a mão pela barra da minha camisa, puxando-a devagar, até deixá-la de lado. Me deitou levemente sobre o braço do sofá, com uma firmeza cuidadosa. Seu braço forte envolvia minha cintura como quem tomava posse.

Seus olhos se fixaram nos meus mamilos, agora sensíveis ao toque do ar frio da sala. Havia um brilho intenso no olhar dele — entre admiração e desejo — que me fez arrepiar.

Arthur se aproximou e começou a beijar meu peito, com a boca quente e os movimentos precisos. Uma de suas mãos afastava a pele com delicadeza, enquanto a outra me mantinha preso em seu abraço. Meu corpo reagia em ondas, e gemidos escapavam sem que eu pudesse controlar. Aquela parte de mim sempre foi sensível, mas com ele... era como se tudo ganhasse um novo significado.

Instintivamente, minhas mãos buscaram sua cabeça, os dedos entre os fios do cabelo dele, como se eu precisasse mantê-lo ali — mais perto, mais forte, mais meu ...

Quando senti que não podia mais conter o que estava por dentro, ele recuou um pouco, terminando de me despir com cuidado. Seus olhos percorreram meu corpo com intensidade, e com um meio sorriso, quase ofegante, disse:

— Você tem uma cintura linda.

E sem esperar resposta, me puxou de volta para seu colo.

Entre um toque e outro, aproximei meu rosto do dele, mordi de leve seus lábios e sussurrei:

— Agora é a sua vez... tira a sua também.

O corpo de Arthur era perfeito: negro, musculoso e forte. Eu não consegui reparar bem, pois estava muito atordoado com toda a situação — e com aquele homem. Assim que ele se despiu, voltou a me beijar e perguntou:

— Vai querer continuar no meu colo?

Eu apenas acenei com a cabeça. Ele me puxou e me encaixou sobre sua virilha. Seu pênis estava ereto, e ele o posicionou sutilmente entre as minhas nádegas, sem me penetrar. Como um bom garoto, sentado em seu colo, segurei seu pescoço e comecei a fazer leves movimentos com a cintura, só para que aquele enorme membro negro ficasse ainda mais duro. Eu sabia que não aguentaria todo aquele tamanho, mas ele segurava firme minha cintura.

Arthur, suspirando, perguntou onde era o meu quarto. Eu apenas segurei sua mão e o levei até lá. Durante o caminho, ele andou colado em mim, como se estivéssemos fundidos.

...

Amigos, este conto é verídico — como vocês já devem ter percebido pela riqueza de detalhes. Está ficando bem extenso, então vou fazer uma segunda parte para concluir essa noite com Arthur. Assim que eu terminar de escrever e mostrar para ele — afinal, ele precisa concordar —, vou postar aqui para vocês.

Saibam que estou animado e espero, de verdade, que vocês tenham gostado. Até Breve!

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Foto de perfil de Sávio Belmonte Sávio Belmonte Contos: 1Seguidores: 0Seguindo: 0Mensagem Caro leitor, Seja muito bem-vindo ao meu espaço! Sou um jovem que decidiu se lançar no universo da escrita de contos. Confesso que embarcar nesse mundo das palavras é algo novo para mim, e cada texto que publicarei aqui carrega um pedaço do meu aprendizado, das minhas inspirações e das minhas tentativas (às vezes desajeitadas, mas sempre sinceras) de tocar quem lê. Espero que meus relatos despertem algo em seu coração — curiosidade, emoção, reflexão… ou, quem sabe, aquele sorriso discreto de quem se reconhece em uma história. Obrigado por estar aqui. Sua leitura já faz tudo isso valer a pena. Gostaria muito de receber uma mensagem sua. Com carinho, Sávio.

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Tô aqui imaginando a pirocada que Bel vai levar de Arthur...

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