A porta rangeu levemente quando Olivia entrou. A casa estava silenciosa, apenas o som distante da televisão na sala indicava que Charlie estava acordado. Ela respirou fundo, ajustando a bolsa no ombro como se pudesse esconder o peso da traição que carregava.
— Você chegou! — A voz de Charlie veio da cozinha, seguida pelo barulho de talheres sendo arrumados. Ele apareceu na porta, com um sorriso cansado e o cabelo levemente despenteado.
— Tá tudo bem? Você disse que ia chegar mais cedo...
Olivia forçou um sorriso, evitando seu olhar.
— O evento atrasou. Depois ainda tive que resolver umas coisas no buffet.
A mentira saiu fácil demais.
Charlie não desconfiou. Apertou-a num abraço rápido, seu cheiro de sabão em pó e caneta marcador era tão familiar que, por um segundo, Olivia sentiu um nó na garganta.
— Deixei lasanha pronta. Quer que eu esquente?
— Não precisa. Já comi lá mesmo.
Outra mentira. Seu estômago estava vazio, mas a culpa ocupava todo o espaço.
Naquela noite, deitada ao lado do marido, Olivia fingiu dormir enquanto ele lia um livro na cama. Seu celular, escondido sob o travesseiro, vibrou discretamente.
Ricardo: "Tô aqui no escritório sozinho, pensando em como você ficou com tesão naquela cama..."
Ela mordeu o lábio, sentindo o calor subir pelo corpo, sua buceta ainda tinha resquícios do gozo de seu chefe, saindo na sua calcinha.
Depois de muito pensar no que fez, acabou caindo no sono ao lado de seu marido.
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O dia seguinte no buffet foi uma tortura de olhares roubados e toques furtivos. Durante o almoço, quando todos saíram, Ricardo puxou Olivia para o estoque, trancando a porta com um clique suave que ecoou como um trovão em seus ouvidos.
— Você tá me deixando louco hoje, me provocando desse jeito — ele rosnou, empinando-a contra as prateleiras de vinhos. As garrafas tilintaram levemente com o impacto.
A madeira gelada das prateleiras grudou na pele nua das costas de Olivia quando Ricardo a empinou contra elas. Seu vestido de trabalho - aquele mesmo que usara na reunião matinal - estava agora amarrado na cintura, revelando a lingerie de renda branca que escolhera com cuidado naquela manhã. Ricardo examinou a peça íntima com um sorriso lascivo antes de envolver os dedos no tecido fino e rasgá-lo com um puxão brutal que fez Olivia soltar um gemido abafado.
"Você planejou isso", ele acusou, voz rouca, enquanto os dedos exploravam sua umidade já escorrendo entre as coxas. "Escolheu essa calcinha sabendo que eu ia arrancar ela de você, não foi, sua putinha casada?"
Olivia tentou responder, mas as palavras se perderam num arquejo quando seus dedos encontraram o clitóris inchado, desenhando círculos lentos e cruéis que a faziam se contorcer contra as prateleiras. As garrafas de vinho tilintavam perigosamente a cada movimento, ameaçando delatá-los.
"Cada vez que penso em você servindo café pra ele", Ricardo sussurrou, os dentes cravando no pescoço dela enquanto os dedos continuavam seu trabalho, "eu imagino como deve ser você de quatro na cama conjugal, gemendo pro seu maridinho enquanto pensa em mim."
Quando tentou abafar os gemidos com a mão, Ricardo agarrou seu pulso com força, prendendo-o contra a prateleira.
"Quero ouvir cada gemido", ordenou, antes de virá-la brutalmente de frente para as prateleiras. "Quero que toda a empresa saiba que a esposa do professor é uma vadia que gosta de ser comida no trabalho."
O primeiro impacto quando ele entrou foi tão intenso que Olivia viu estrelas. Ricardo era mais grosso que Charlie, mais agressivo, e cada centímetro que invadia seu corpo úmido fazia-a sentir-se dividida entre o prazer e a culpa. Suas mãos grandes envolveram seus quadris, marcando a pele com futuros hematomas enquanto a fodia com uma cadência que deixava claro - isso não era fazer amor, era posse pura.
"Olha pra você", ele rosnou, puxando seus cabelos para forçá-la a ver seu reflexo no vidro escuro de uma garrafa de vinho. "Sua boca aberta, seus peitos balançando, tomando rola como se não tivesse marido em casa. É isso que você é, não é? Uma puta com aliança?"
As palavras sujas, combinadas com o risco iminente de serem descobertos, levaram Olivia a um orgasmo violento que fez suas pernas tremerem. Mas Ricardo não parou - continuou martelando dentro dela, seu suor escorrendo pela testa, até que com um último empurrão brutal, ele a preencheu completamente com seu gozo branco e espesso, seus dedos deixando marcas roxas nos quadris dela.
Quando finalmente se separaram, Olivia escorregou contra as prateleiras, suas pernas incapazes de sustentá-la. O ar no pequeno estoque estava pesado com o cheiro de sexo e vinho caro, e seu reflexo no vidro mostrava uma mulher irreconhecível - cabelos despenteados, batom manchado, e os olhos ainda escuros de desejo, apesar da culpa que começava a surgir.
Pegou um papel no estoque para se limpar um pouco enquanto Ricardo vestia suas calças.
— Amanhã. Meu carro. Depois do expediente — ele ordenou, ajustando as roupas como se nada tivesse acontecido.
Olivia só conseguiu acenar, ainda tentando recuperar o fôlego.
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Na noite anterior, enquanto Olivia se encontrava com Ricardo, Charlie terminava o último capítulo de "A Executiva Infiel". Seus dedos martelaram o teclado com uma intensidade incomum.
Enquanto Olivia se entregava aos braços de Ricardo no Motel Vinhedo Dourado, a quilômetros dali, Charlie digitava freneticamente em seu laptop na sala vazia. A luz azulada da tela iluminava seu rosto cansado enquanto os dedos dançavam sobre o teclado com uma urgência quase febril.
"Camila observou o marido adormecido - tão ingênuo, tão confiante - enquanto as marcas do amante ainda ardiam em lugares que ele nunca veria. Cada beijo roubado, cada carícia proibida, era um segredo que ela carregava na pele. Sabia que era errado. Mas o perigo... ah, o perigo dava um sabor novo ao seu sangue, reacendia fogo onde só havia cinzas."
Charlie pausou, os dedos pairando sobre as teclas. Algo naquela cena parecia estranhamente vívido, como se as palavras fluíssem de algum lugar profundo de seu inconsciente. Sacudiu a cabeça e continuou:
"O amante a possuía de maneiras que o marido nunca ousara. Dominava seu corpo com uma fome que a deixava sem fôlego, transformando-a numa versão de si mesma que ela mal reconhecia - mais selvagem, mais viva, mais... pecadora."
Ao publicar o capítulo final, Charlie rolou a página para ler os primeiros comentários que surgiam em tempo real:
"Caralho! Essa cena foi tão real que até meu coração acelerou!"
"Quando o marido vai descobrir? Estou morrendo de ansiedade!"
"Mais um capítulo assim e vou precisar trocar de calcinha!"
Um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios, mesmo enquanto uma pontada inexplicável de inquietação o atingia. Seus olhos pousaram na foto de Olivia em sua mesa - aquela mesma que ela deixara ali anos atrás, quando tudo ainda era simples.
Se ao menos soubesse que, naquele exato momento, sua esposa estava gemendo sob outro homem, vivendo cada palavra que ele acabara de escrever. Que a personagem Camila não era apenas fruto de sua imaginação, mas um reflexo perturbadoramente preciso da mulher com quem dividia a cama todas as noites.
O pior? Que, de alguma forma obscura, sua escrita estava moldando a traição. Cada capítulo, cada cena erótica, cada diálogo ardente - tudo estava se tornando realidade nas mãos de outro homem.
E ele, o autor, era o último a saber.
Continua...
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