Me leva para casa 1

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3831 palavras
Data: 27/10/2024 23:38:29
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay

Minha mãe parou de falar sobre meu pai, mas eu sei que ela anda falando com ele, não consigo entender como ele consegue, depois de tudo que aconteceu, já deixei claro minha posição e não vou mudar de ideia não importa o que ele ou ela faça, nada vai mudar minha opinião sobre ele, sobre o lixo que ele é.

Para piorar na faculdade as coisas estão meio difíceis, tipo eu entendo matemática, porém o que não é cálculo está uma verdadeira bagunça na minha cabeça e diferente do colégio aqui vou precisar de nota para passar, os professores não vão me ajudar ou coisa parecida, Ciço foi esperto e pediu ajuda para o Daniel, mas não vou fazer o mesmo, não quero dar o gostinho a ele de já pedir ajuda logo no começo.

Por sorte tenho outra opção, existe uma garota na nossa sala que é tão nerd quanto Daniel, Giovanna já trocou uma ideia comigo outro dia na aula, embora ela não se misture muito parece ser gente fina e acredito que pode me ajudar a estudar se eu pedir, o que vou fazer hoje na aula, afinal não quero me dar mau, já tem professor marcando trabalho, daqui a pouco começam as provas, não posso vacilar.

Já estou acostumado em caminhar uma hora para chegar na faculdade pela manhã, descobri o melhor caminho e já sei o horário que devo sair para não perder o primeiro horário, o único ponto negativo é chegar todo suado na faculdade e não tenho tempo para tomar um banho no vestiário do campus antes da aula.

Quando entro na sala vejo Giovanna no canto dela, ela está lendo um livro distraída em seu próprio mundo, me aproximo fazendo um sinal para que ela me note e funciona pois ganhei sua atenção, Giovanna é uma garota interessante, ela tem uma beleza cativante e é muito inteligente — gosto de mulheres inteligentes.

— Giovanna, bom dia, posso te pedir um favor? — Começo falando meio envergonhado e baixo para que apenas ela escute.

— Claro, o que foi? — Giovanna me respondeu de forma solícita.

— É que vou precisar de ajuda pra estudar, se importaria de me ajudar?

— Tudo bem, podemos formar um grupo de estudo — ergue a sobrancelha e ela percebe minha surpresa completa — Guilherme tem estudado comigo depois da aula desde a semana passada.

— Não quero atrapalhar — me apresso em dizer e ela sorri timidamente.

— Você não vai, estamos só estudando mesmo, pode ficar tranquilo, Guilherme é bem inteligente e meio que tem me ajudado também.

— Então tudo certo, vai ser bom, quanto mais gente melhor — digo me sentindo um idiota pelo que acabei de dizer e ainda completo fazendo sinal de legal com as duas mãos, mano eu me odio.

— Depois do almoço me encontra na porta do RU e aí vamos todos juntos — Diz Giovanna.

— Vocês não estudam na biblioteca? — Pergunto surpreso.

— Depois do segundo dia tivemos que mudar de lugar, a Tati não nos deixa estudar, então meio que estamos fazendo isso escondido dela, normalmente vamos para o shopping e ficamos no call work.

— Ela é meio louca mesmo — ainda bem que não sou o único a achar o jeito possessivo dela estranho.

— Ela estava ficando convencida de que eu estava dando em cima do namorado dela, sendo que eles nem namoram — essa parte não sabia, pensei que eles estivessem namorando.

— E não estão? — Meus pensamentos rápidos me traem e acabo perguntando.

— Bem, segundo ele não — ela responde.

Depois do almoço encontro com Giovanna assim como combinamos, seu condomínio fica de frente para a faculdade, só precisamos atravessar a avenida, fico pensando em como seria ótimo morar assim tão perto e não precisar caminhar por uma hora até chegar na aula, seria um sonho.

— Você mora com seus pais? — Pergunto enquanto estamos no caminho.

— Não, eu divido com uma prima que nunca está em casa, então moro quase só.

— Aqui tem cara de ser caro — digo.

— O apartamento é da minha tia, ela se mudou pro Rio e deixou a gente ficar, só pago pelas contas de casa, tipo água, luz e internet e ainda é dividido com minha prima, então é bem suave, faço minhas refeições no RU, assim economizo uma grana também.

— Parece uma boa — digo.

— Vamos só esperar um pouco que o Guilherme já deve está chegando — ela diz parando na portaria do prédio.

— Ele está dando um perdido na namorada dele primeiro?

— Tipo isso — ela responde.

Não entendo isso, o cara tem que se esconder para estudar, devia deixar essa mina maluca, Tatí quer controlar cada passo do cara e ele ainda está com ela, só pode é gostar muito dela, porque fora isso nada explicar aturar os surtos dela, ainda mais se o que ele disse for verdade e eles estiverem só ficando, isso piora tudo.

Mas a vida é dele e ele é quem sabe o que faz, não tenho que me meter, só achar estranho e ficar observando do meu canto, afinal não quero problemas com ninguém, Guilherme é um cara legal, vai ver é por isso que ele atura tanta coisa calado, o cara é muito passivo , tem que ter mais pulso e por limites nisso ai — olha eu querendo me meter de novo, não sei o que me deu hoje.

Não é preciso esperar muito para que ele chegue, ele não parece surpreso em me ver, Giovanna deve ter dado um jeito de avisá-lo logo que iria me juntar a eles, Guilherme está muito bonito, ele está usando uma calça jeans e uma camisa social de botões azul clara, seu cabelo tem um desses cortes degradê que combinou bastante com ele.

— Oi gente, estão esperando a muito tempo? — Ele pergunta todo preocupado de ter nos feito esperar.

— Não, acabamos de chegar — Giovanna é quem responde e logo completa — vamos, temos muito trabalho pela frente.

Seu apartamento é grande até, a sala de jantar é o primeiro cômodo junto a sala de estar, tem um corredor que leva paras quartos e banheiros e também uma porta que leva para a cozinha, a decoração é minimalista, porém bem organizado, acho que essa é a casa mais limpa que já entrei depois da minha — minha mãe me mata se eu fizer bagunça lá em casa.

Guilherme e eu nos sentamos a mesa redonda da sala de janta enquanto Giovanna pega água para gente, eles não parecem ser muito amigos, tipo esse é um grupo de estudo mesmo, não teve muito papinho até começarmos, mas não me arrependo de ter vindo, afinal eles dois são bem inteligentes, tive uma tarde de estudo muito proveitosa, sem distrações podendo focar ao máximo, até comecei a entender algumas coisas que estava tendo dificuldades.

— Por hoje é só — Giovanna anuncia o fim do nosso estudo.

— Vocês estão se juntando todo dia? — Pergunto.

— Não, na verdade estamos fazendo esses encontros duas vezes por semana — diz Giovanna.

— Normalmente na segunda e na quinta — e Guilherme completa.

— Gostei, se não se incomodarem, gostaria de poder ficar vindo.

— Por mim tudo bem — diz Guilherme e Giovanna faz que sim com a cabeça.

Depois de guardarmos tudo Giovanna nos acompanha até a porta do seu apartamento, nos despedimos e seguimos os dois pelas escadas — não tem elevador — conversando sobre a matéria que acabamos de estudar, estava sentindo falta de conversar com ele, desde que começou a sair com a Tati acho que nunca mais tivemos uma conversa longa ou até mesmo uma que só estivesse a gente.

— Você está com fome? — Guilherme me pergunta quando chegamos à portaria do prédio.

— Um pouco, estou torcendo para ter algo bom em casa — digo.

— A gente podia comer alguma coisa, tem um lugar famoso pelas esfihas aqui perto — até gosto das esfirras de onde ele está se referindo, porém estou vindo a pé para faculdade para fazer meu dinheiro render, não estou podendo gastar.

— Macho, eu não tô podendo gastar dinheiro, sabe, mas numa outra vez dá certo — digo um pouco envergonhado.

— Tô convidando, desde a semana passada que estou afim de comer esfiha, mas não estava tendo a oportunidade — ele tenta me convencer.

— Não quero te dar despesa.

— Deixa disso Raylan, estou falando que estou te convidando, vamos deixar de fazer charme — por falta de ter o que dizer, acabou aceitando seu convite.

Como estamos perto vamos caminhando até o local, Guilherme é uma pessoa muito divertida, não consigo parar de rir perto dele, somos diferentes nesse sentido, não sou o cara que cativa as pessoas como ele ou o nosso amigo Ciço, me viro bem, sou sociável até, porém sempre acabo tendo que me esforçar um pouco ou até mesmo fazer alguns ajustes para me enturmar melhor nos grupos, enquanto que nem consigo imaginar Guilherme tendo que fazer o mesmo para socializar com a turma.

— Você mora onde? — Ele me pergunta mudando o assunto.

— No Jardim Iracema, é um pouco longe daqui, vai seguindo no caminho da Barra se liga — respondo.

— Sei sim, já namorei uma menina na época de escola que morava lá.

— Legal — essa informação me pegou e nem sei explicar porque exatamente, só acho que ele não tem que está falando de suas ex comigo.

Ele me faz algumas perguntas sobre o bairro e a redondeza em que moro, parece até que Guilherme não quer deixar que o assunto acabe, não entendo muito bem o porque disso, porém apenas deixo rolar e respondo a todas as suas perguntas, aproveitando para fazer algumas também, tipo onde ele mora, onde estudou, entre outros detalhes menos relevantes.

Guilherme fez nosso pedido e pegamos uma mesa no canto, continuamos conversando sobre a faculdade, quero perguntar sobre o namoro dele, mas não sei se devo me meter, ao mesmo tempo em que estou com a sensação de que ele quer falar sobre algo, mas não está com coragem de entrar no assunto, não sei explicar, parece que ambos estamos evitando algum assunto.

— A esfiha daqui é mesmo boa – o assunto raso morreu e estou ficando sem opção.

— Sim, mas a Tati não curti muito então não estou conseguindo vir muito aqui — ele coloca o nome dela na mesa, isso me dá abertura para falar sobre.

— Vocês estão mesmo juntos? — Vou direto no ponto.

— Não, quer dizer, estamos ficando, mas nada sério.

— Você precisa dizer isso para ela, a garota está agindo como se fosse sua namorada, ou melhor sua dona — depois que as palavras simplesmente saem da minha boca, sinto um profundo arrependimento pois acho que passei um pouco do ponto.

— Cê tem razão, mas tipo ela está em cima direto e eu meio que não ligo muito também Guilherme me parece um tanto indiferente em relação a ela.

— Você não está ficando com outras pessoas além dela?

— Não, no momento só com ela, mas tem outra pessoa que eu queria, porém não rolou — isso é o bastante para despertar minha curiosidade.

— É da faculdade também? — Não me contenho de curiosidade.

— Deixa quieto, não rolou, eu prefiro não ficar falando — ele parece um pouco desconfortável, então faço o que ele me pediu e esqueço o assunto, mesmo que no fundo ainda queira muito saber quem é.

— Tranquilo, mas olha ela deve ser cega ou doida, porque você é maior presença — Guilherme me encara surpreso pelo que falei, mas apenas sorriu sem dizer nada.

— Sou nada.

— Deixa disso, não vê a Tati, tá pirada na tua, se eu fosse bonitão assim que nem tu, pegaria geral também — digo para levantar um pouco a moral do cara, porém não chega a ser mentira, pois ele é mesmo bonito.

— Mas acontece que nem tive a chance, não rolou uma abertura — ele deixa escapar mais um detalhe sobre.

— Às vezes você tem que criar sua própria abertura, irmão — como disse por conta da minha aparência, aprendi a ser ligeiro de outras formas para pegar mulher.

— É um pouco complicado — ele diz com cuidado como se estivesse escolhendo suas palavras com cautela.

— Ela namora? – É a única coisa que vem na mente, mas ele não consegue me responder já que uns amigos nossos da faculdade acabaram de chegar, eles viram nossa mesa e se aproximaram.

Nosso assunto volta para as trivialidades, já que estamos na frente dos nossos amigos, Mário e André, eles estão indo encontrar um pessoal que tem numa praça aqui perto para beber, universitário é tudo doido mesmo os caras querem beber em plena segunda feira, não é que eu não beba, só que tem tempo que não tomo um porre pesado.

— Vocês deviam vir com a gente, vai ter umas gatas – Mario é o primeiro a lançar convite.

— Não sei, amanhã tem aula cedo — digo pois como tenho que vir a pé, acabo tendo que acordar ainda mais cedo do que o normal.

— Deixa de ser mole vamos, é só tu vazar cedo — André insiste — você vem né Guilherme?

— Pode ser, só que realmente não posso ficar até tarde, fiquei de ir na casa da Tati hoje — Guilherme diz que não namora, mas está fazendo tudo que um namorado faz.

— Se todo mundo vai, então vou também — minha mãe está na casa da patroa dela, posso chegar bêbado sem problema em casa hoje.

A praça em questão fica por trás do shopping e meio que tem uns lugares mais escuros nela, é um lugar conhecido para o pessoal que gosta de beber, jogar basquete e até fica de boas, dependendo da hora e do dia é até bem movimentada, embora antigamente desse mais movimento.

Depois de comer vamos no supermercado que tem dentro do shopping comprar umas biritas, digo logo que estou liso, mas como minha mãe mesmo fala quando se trata de cachaça o cão “bota” pra gente beber, para ela isso é ruim, mas para mim fico agradecido com tamanha generosidade.

De fato tem umas gatas assim como nossos amigos prometeram, existe uma praça mais movimentada de frente para essa que estamos, só que bem maior e com muitas opções de comida que é chamada de praça Raquel de Queiroz — eu acho que é esse o nome — então essa que o pessoal escolheu para beber está bem de boas. Mario sai nos apresentando pro pessoal e não demora até a bebedeira começar.

A galera é gente boa e o papo é super tranquilo, quase todos ali são da Federal, só tem uns dois que fazem faculdade na Estadual, Guilherme é o primeiro a se dar bem, uma das gatas se jogou — literalmente — pra cima dele e eles se beijaram, essa cena me incomodou um pouco, tipo o cara quer pagar de que não fica com ninguém e tá aí o que eu falei acontecendo, tem uma gata com a lingua na boca dele e ele nem precisou pedir para ficar com ela.

Como não quero ficar para trás comecei a passar uns papos numa das amigas dela, só que no momento em que íamos ficar ele meio que deu um fora na mina e ela arrastou a amiga dela de lá embaçado meu rolê, eu pensei que ele iria ficar com ela, mas vai ver só não quer encontrar a mina dele depois daqui com o perfume dessa que ficou com ele agora.

Agora que meu esquema esfriou só posso fazer duas coisas, beber mais ou ir para casa, olho no celular a hora — sete e meia da noite — ainda é cedo então vamos de primeira opção, enchi meu copo mais uma vez, Guilherme me pede para encher o dele também.

— Você tem que ir encontrar sua não namorada, que horas? — Pergunto para ele.

— Umas oito e meia, por aí.

— Então você tem uma hora ainda para isso — digo.

Estamos tomando vodka com refri de laranja, umas das minhas combinações favoritas e tenho até uma certa resistência por ser a bebida que mais consumo, porém a coisa começa a desandar quando uma das garotas sugere jogarmos eu nunca, todos aceitam, dependendo do teor das situações citadas eu posso ou não está fodido.

— Eu nunca fiquei com mais de uma pessoa numa mesma noite — André começa com uma leve, só que eu já tive essa dádiva então bebo, de canto de olho percebo Guilherme tomando sua dose também.

— Eu nunca transei com uma prima — Mário começa a ir pelo caminho que me pega, tipo prima não peguei, pelo menos não minha, por curiosidade olho para meu amigo e vejo ele tomando mais uma dose.

Guilherme está se mostrando mais vivido do que imaginei, passamos por mais três todas, só que mais tranquilas, das três tomei minha bebida em duas, assim como ele, interessante penso, através desse jogo vou poder entender um pouco melhor qual é a dele, quando chega minha vez resolvi falar algo olhando diretamente para ele.

— Eu nunca traí — já fiz isso com minha primeira namorada, é algo que me arrependo, porém já rolou, mas enfim minha provocação não tem o resultado que queria já que ele não bebeu nessa e agora é sua vez, ele me encara de volta.

— Eu nunca fiquei com amigo — o pessoal bebe, incluindo eu, mas teve algo na sua fala que me deixou cabreiro.

O jogo vai esquentando e vou percebendo que ele é uma pessoa que já experimentou algumas coisas na vida, quando falaram de suruba ele foi um dos único a beber, a média em que vamos ficando mais “alegres” as inibições vão diminuindo, fico me perguntando como ele consegue ser fiel se já fez tanta putaria na vida, imagino que a menina que consiga lançar esse cara em um namoro firme deve se garantir muito, pra fazer um cara assim sossegar não é qualquer uma não.

Quando o jogo acaba chega mais um pessoal trazendo cachaça e vejo que já passou das nove, Guilherme ainda está aqui e não está parecendo que quer ir embora agora, imagino que sua não namorada já deve está mandando mensagens loucamente, porém não lembro de ter visto ele sacar o telefone do bolso em nenhum momento, ou seja possivelmente ele está ignorando ela.

— Pega, você tem que experimentar essa aqui pura Raylan — Mário diz me entregando uma dose generosa de Ypióca Prata pura.

— Porra mano, não é bom misturar não — digo em meu único e solitario momento de lucidez.

— Deixa de ser viado e bebe essa porra macho — André que já está muito louco diz isso me fazendo ferver o sangue, pego o copo e viro de uma vez só.

Agora que estou começando a ficar bêbado de verdade, a mina lá do começo brotou de novo na praça e veio para perto de mim, não sei como, mas ela apareceu uma garrafa de Ypióca Guaraná e como nunca provei fico na curiosidade de experimentar, aproveitou que está rolando um clima entre a gente e faço ela virar a garrafa direto na minha boca, depois damos um beijo.

Sabe quando o beijo não encaixa muito bem? Pois é, foi nosso caso, tanto ela quando eu percebeu que não ia rolar então depois do primeiro beijo ela avançou para outro amigo da roda, porém a garrafa ficou comigo, é docinha e muito gostosa — a bebida não a mina — Guilherme se aproxima querendo provar e faço o mesmo com ele, viro a garrafa em sua boca, só que sem a parte do beijo é claro.

Minha intenção quando aceitei o convite era de não beber muito e embora cedo, mas não sei exatamente quando os planos mudaram, só que que bebi muito mais do que o planejado, a bebida está muito boa e a companhia também, Guilherme está relaxado e estamos bem próximos, rindo e conversando mais abertamente, ele até me contou que está pensando em parar de ficar com a Tati, segundo ele ela é legal, só que pega muito no pé dele.

Tudo está indo bem até que levanto para ir no “banheiro” e pronto a partir da ai estou deitado na minha cama com meu despertador tocando lá no fundo da minha mente, me forçou a levantar para desligá-lo, minha tática é deixar ele longe de mim, assim preciso levantar para fazê-lo parar.

Minha cabeça doi um pouco, não devia ter misturado tanta coisa, ainda estou mau e bêbado para ser sincero, minha mãe não está em casa, graças a deus, tudo que menos preciso agora é de um sermão e mais de saber como foi que cheguei em casa, confiro meus pertences e vejo que não perdi nada, só a memória mesmo.

A noite passada começa a vim em flash na minha mente, aos poucos vou lembrando que peguei um carro de aplicativo, minha cabeça doi no mesmo instante, abro meu aplicativo do banco e sim gastei todo o resto do dinheiro que tinha separado para almoçar no RU e também das passagens da próxima semana, sabia que tinha que ter feito a recarga na minha carteirinha de estudante logo.

Guilherme me disse que pagaria o carro para mim, ele se ofereceu para acrescentar uma parada, mas eu não aceitei, por que não aceitei, não faço ideia, tudo está muito vago na minha cabeça, vou pro banheiro, um banho gelado e um bom café vai ajudar, porém meu mundo começa a girar quando vejo meu reflexo no espelho do banheiro, nem é pela minha aparência que está cansada e sim por um chupão no pescoço, como assim quem fez isso?

Porra, a mina que eu beijei não fez, depois daquele beijo nosso não acredito que ela tenha voltado ainda, estou ficando preocupado essa é a primeira vez que isso me acontece, agora mais do que nunca preciso de um banho gelado, a água fria me faz lembrar que estava frio ontem, era madrugada, todos já tinham ido embora, mas eu não, eu estava numa parada de onibus — que ainda era a errada.

— O que você fez Raylan? — Pergunto para mim mesmo em busca de resposta.

Derrepente me sinto meio tonto, não estava sozinho, Guilherme estava comigo, ele também estava bem bebado, nos estavamos de novo no assunto da pessoa que ele queria, ele estava tomando um vinho e numa das vezes que ele se aproximou para me dar a garrafa eu puxei ele e o beijei, não foi ele, fui eu, puta que pariu o que eu fiz, eu beijei o Guilherme e foi quente, a média em que me corpo vai ficando molhado, me lembro do toque dele no meu corpo.

Quero morrer, eu não só beijei ele, nós ficamos na praça, voltamos pra lá, todos já tinham ido, ele fez o chupão no meu pescoço e eu fiz no dele — puta que pariu — porque eu fiz isso? Ele já devia estar tão bêbado que só foi na onda, não acredito que fiz isso, eu não podia ter feito isso, não de novo.

Confiro meu celular de novo depois de sair do banho e vejo que ele me mandou uma mensagem quatro da manhã me perguntando se cheguei bem, respondi que sim, mas não me lembro disso, desejei boa noite para ele e ele me desejou o mesmo, porra e se ele ficar puto comigo quando acordar e lembrar de tudo, o que eu vou fazer, estou muito ferrado agora.

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Comentários

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Kkkkk como sempre a bebida expondo a natureza de muitos, a bebida não derruba, apenas trás a tona o que a pessoa de toda maneira tenta esconder: realmente, cú de bêbado não tem dono.

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Delícia, Rafa!! Hahaha

Já shippando esse casal aí kkk

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será que a curiosidade matou o gato ou o viado.kkkkkk adorando.

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Dar em cima de um amigo depois de beber? Quem nunca? 😂😂😂😂😂😂😂

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Hmmmm é mesmo?? Então bebe bastante antes de me responder as msgs que te mando 😈

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OPA, CU DE BÊBADO NÃO TEM DONO. ESPERO QUE VOCÊ SAIBA DISSO. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS ESPERO QUE GUILHERME MANDE A TATI PRA MERDA.

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