De ninfeto sexy a espião, uma jornada libertina 1

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Gay
Contém 6235 palavras
Data: 28/09/2024 08:36:36

De ninfeto sexy a espião, uma jornada libertina 1

Tanger, Marrocos, setembro de 1937, 16:25h, os motores do Valência, um transatlântico modesto, silenciam repentinamente na entrada do porto. O apito longo ecoa como um grito de socorro e anuncia o final da viagem. Ele está a meu lado no convés, passa a mão pela minha cintura daquela maneira que me incomoda, quando os dois rebocadores encarregados de guiar o navio para junto do cais se aproximam do costado.

Eu nunca tinha visto algo tão lindo, a cidade acoalhada de construções brancas e terracota escalando as colinas sobre o cimo de uma das quais sobressaía o minarete de uma mesquita, banhada por um sol dourado que parecia penetrar no céu azul desbotado. Era como se fosse uma enorme pepita de ouro reluzindo.

- Já viu algo tão belo? – perguntou ele, apertando libertinamente a minha cintura, ao notar meu deslumbramento.

- Não, nunca! – respondi

- É uma cidade como você nunca viu, cheia de vida e possibilidades, seremos felizes aqui! – continuou, muito provavelmente para afugentar aquele medo pelo desconhecido do qual eu estava tomado.

- Sim, acho que sim! – devolvi inseguro, me questionando de como as coisas chegaram a esse ponto no último ano, e o que seria do meu futuro dali em diante num país estrangeiro tão diverso da Espanha.

Fazia quatro anos que havia perdido meu pai devido a um ataque cardíaco fulminante em seu escritório como ministro republicano de assuntos internacionais da Segunda República Espanhola, antes de ele conseguir ver o fim da Sublevácion, como seu partido denominava a Guerra Civil Espanhola; quando o conheci numa tarde nublada e fria de novembro num café da Calle Alcalá. Havia então terminando meus estudos no liceu e ingressado na Escola Belas Artes de Madrid, onde morávamos. Foi uma perda irreparável para minha mãe e minha irmã caçula, bem como para mim, que me vi subitamente na posição de único homem da família e responsável por seu futuro e de seus membros, uma responsabilidade para a qual a minha imaturidade não estava preparada, especialmente naquele momento conturbado que o país vivia.

Ele me observava há algum tempo de uma mesa próxima, mas só me abordou depois que um casal de amigos da Escola de Belas Artes se despediu de mim. Trajava um terno caro e um sobretudo, possivelmente adquiridos numa das exclusivas lojas de luxo do bairro de Salamanca. Devia ter por volta de cinquenta anos, o que as têmporas grisalhas denunciavam ao mesmo tempo em que lhe davam uma aparência distinta. Era um homem corpulento, embora isso não afetasse seu porte elegante. Devia ser um homem bastante peludo, pois sobre suas falanges cresciam grossos pelos negros e sua fisionomia ainda guardava traços fenotípicos dos povos mouros que ocuparam a Península Ibérica a partir do século VIII.

- Posso tomar um pouco do seu tempo? – perguntou gentil, não esperando pela minha resposta para ocupar uma das cadeiras.

- Em que posso ajudá-lo? – devolvi, achando tratar-se de alguma informação que ele precisava.

- Para começar, tomar mais uma xícara de café comigo! – respondeu, retendo o garçom que passava por nós e fazendo o pedido. – Depois, quem sabe, aceitar uma proposta de emprego. – emendou.

- Emprego? Que tipo de emprego? O que o leva a pensar que estou procurando por um emprego? – indaguei, desconfiado daquela abordagem.

- Não sei se está procurando emprego, foi apenas um palpite! No entanto, estive a observá-lo e creio que o que tenho a lhe propor deixaria a ambos contentes. – respondeu, tomando um longo gole da xicara de café que o garçom havia acabado de colocar a sua frente. – Pago um bom salário pela função! – exclamou, ao recolocar a xícara no pires, e esperar pela minha resposta.

- Ainda não me disse de que tipo de função se trata!

- Nada de ilegal ou abominável, eu garanto! Tenho um clube noturno destinado a entreter a alta sociedade madrilenha e ricos turistas estrangeiros em passagem pela cidade ... – interrompi-o antes de ele concluir, pois achei que se tratava de algum tipo de bordel ou algo parecido.

- Não estou interessado! E, se me der licença, preciso ir. – afirmei, cortando-o.

- Espere! Acredito que me interpretou mal, sente-se, por favor! – insistiu

- Seja breve, por favor!

- Sim, claro! – ele sabia que precisava não só ser ligeiro, como também colocar muito bem as palavras para não me afugentar. – Como eu ia dizendo, é um clube bastante exclusivo onde é possível reunir amigos ou fechar negócios, durante um almoço ou jantar com música ao vivo, ou simplesmente tomar uns drinques nos finais de tarde. Para isso, conto com uma equipe de rapazes e garotas jovens para darem uma atmosfera jovial ao ambiente, servindo as mesas dos clientes. Posso lhe assegurar, é tão somente isso. Sua aparência despertou minha atenção e, como estou desfalcado de pessoal, pensei em lhe propor uma vaga. – esclareceu.

Meu pai não nos deixou na miséria, na qual grande parte da população começava a mergulhar, mas também não deixou nenhuma fortuna. O que tínhamos, garantia o nosso sustento, a manutenção da casa e os estudos meus e da minha irmã. Apesar disso, quase toda a criadagem foi dispensada e antes que cada centavo fosse gasto, pensávamos muito se era mesmo necessário. Portanto, talvez um emprego não fosse tão má ideia, e eu poderia aliviar os meus custos em prol de uma maior segurança para minha mãe e irmã.

- Quais seriam as minhas atribuições e a remuneração que receberia por elas? – essa pergunta lhe deu a certeza de que eu não só vivia uma vida modesta, como tinha conjecturado a me submeter a um emprego em troca de algumas pesetas.

- Eis o meu cartão! Talvez possamos nos encontrar no clube amanhã a essa hora para que eu lhe mostre o trabalho e lhe apresente ao restante da equipe. Tenho plena convicção que vai gostar do serviço! – propôs com uma certeza eloquente, enquanto eu lia – CLUB ALIAGA cercado por um arabesco e Alejandro Quilme, proprietário, na linha central do cartão de visitas.

Após ter conversado com a minha mãe a respeito, no dia seguinte eu estava batendo à porta da mansão suntuosa precedida por um jardim bem cuidado que rodeava uma fonte com a escultura de um cavalheiro sobre seu cavalo. Ela foi da opinião que eu deveria terminar meus estudos antes de pensar num trabalho, reafirmando que continuaríamos bem se mantivéssemos o mesmo ritmo de economizar e cortar supérfluos onde fosse preciso. Também expressou sua preocupação quanto a natureza do emprego, particularmente depois que mencionei que ele tinha me achado bonito. Assegurei-lhe que pensaria com mais cuidado sobre a proposta para tranquilizá-la, mas concluí que minha responsabilidade em ajudar a manter o bem-estar da família estava acima de qualquer sacrifício que a função exigisse.

O discurso de apresentação do Sr. Alejandro de seu clube foi bem convincente, o trabalho tinha todas as características de ser honesto e não atrapalharia meus estudos na Academia de Belas Artes e ainda me deixava com um salário ao final de cada mês e que cobriria uma parte das despesas da casa. Ele ficou particularmente contente com o meu aceite e, na mesma hora, me apresentou ao restante da equipe. Todos, como ele havia dito, realmente jovens da mesma faixa etária e muito bonitos, tanto as garotas quanto os rapazes. Depois de uma semana, eu estava familiarizado com a função que não exigia nada de excepcional, e começava a angariar a simpatia de alguns clientes assíduos, com uma facilidade que minha ingenuidade e despreparo não conseguiam compreender plenamente.

Passados alguns meses, a questão foi ficando clara à medida que fatos relacionados ao atendimento aos clientes não se restringia apenas a entretê-los com música, almoços e jantares, drinques e reuniões de empresários endinheirados. Descobri que durante o expediente, alguns membros da equipe desapareciam misteriosamente por algum tempo e, depois de algumas horas, retornavam como se houvessem caído do céu. O sumiço coincidia com o de alguns clientes pelo mesmo período, para depois retornarem às suas mesas ou deixarem o clube. Entre os membros da equipe que costumavam desaparecer, estava o Ramiro e a Pilar com os quais eu tinha mais entrosamento. Quando lhes perguntava por onde tinham andado, recebia respostas evasivas e, depois de certo tempo, não os questionei mais.

Eu me dava bem com todos da equipe, e algumas amizades começaram a se formar a partir disso. Especialmente com o Ramiro, um sujeito muito atraente de 25 anos que logo se encarregou de me ensinar toda a rotina e que mostrava um entusiasmo pela minha pessoa maior do que os demais. Eu chegava a ficar constrangido e intimidado pela maneira como olhava para mim, com um brilho fogoso no olhar e um sorriso enigmático. Eu me sentia estranhamente desfalcado de alguma coisa, como se estivesse em trajes íntimos ou mesmo completamente nu. O olhar dele parecia me penetrar até os ossos me deixando avexado diante dele.

A Pilar era uma fofa, pendurava-se em mim, distribuía beijos pelo rosto como se eu fosse seu namorado, e sempre que me via em apuros durante alguma tarefa, ela se prontificava a me ajudar. Isso nos levou a sair algumas vezes fora do expediente, para um cinema ou simplesmente para um café quando falávamos descontraidamente sobre nossas vidas.

Ignacio era o único da equipe que parecia não nutrir muita simpatia por mim, embora não tenha havido nenhuma desavença entre nós. Ele parecia ter inveja de mim, ou algo no gênero, pois evitava falar comigo sobre qualquer assunto que não fosse relacionado ao clube. E, quando na presença do Sr. Alejandro, seus olhos aguçados pareciam estar me fuzilando. Ele também era uma espécie de braço direito do Sr. Quilme inclusive em assuntos de sua vida privada. Essa implicância comigo também se exacerbava com os elogios que o Sr. Quilme me dirigia, ou quando simplesmente sorria e conversava comigo um pouco mais distante das pessoas. Certa feita, mencionei esse fato ao Sr. Alejandro e lhe pedi um conselho de como tornar nossa convivência mais amistosa.

- Não dê atenção ao Ignacio, ele às vezes consegue ser bastante irritante, mas é um bom funcionário. Não se deixe intimidar pela cara carrancuda dele, é como a de um cão que ladra, mas não morde. Se ele for inconveniente com você não hesite em me procurar. Estou muito satisfeito com o seu trabalho e sua presença no clube. – afirmou ele, sem se preocupar com a proximidade do Ignacio, que pode ouvir a conversa.

Depois disso, o Ignacio se tornou ainda mais arredio comigo; porém, eu já havia desistido de descobrir a causa. Quem me alertou para tomar um pouco de cuidado com ele foi a Pilar, sem mencionar detalhes para eu me acautelar.

- Digamos que ele se sente ameaçado por você! – afirmou ela

- Ameaçado? Como? Por quê? Nunca me intrometi no trabalho dele! – retruquei

- Mas o Sr. Quilme demonstra muito apreço por você e, mais que isso, uma admiração que o Ignacio não suporta. – continuou inescrutável.

- Não entendi!

- Deixa para lá! É melhor que não entenda mesmo. – asseverou. – Acho que você deveria desviar seu foco de atenção para o Ramiro. Algo me diz que vocês podem se tornar bons amigos. – emendou ela.

- Tenho para mim que já somos bons amigos! Gosto muito dele! – aleguei

- Eu sei que o Ramiro espera muito mais dessa amizade, mas não diga nada a ele que eu te disse isso.

- Você está tão estranha hoje, Pilar!

- É, eu sou bastante estranha, às vezes, quando estou me metendo naquilo que não me diz respeito. – por mais que me esforçasse não conseguia atinar onde ela queria chegar com aquela conversa.

Ainda levou um tempo para eu decifrar os sumiços repentinos dos membros da equipe, e da ligação estreita entre o Ignacio e o Sr. Quilme, antes de tudo se aclarar na minha mente. Os membros da equipe seguiam para um andar superior nos fundos da mansão, acessível por uma escadaria estreita e que dava para um corredor ladeado por pequenos quartos suntuosamente decorados, onde prestavam serviços sexuais aos clientes, tanto homens quanto mulheres insuspeitas. Já o Ignacio, era uma espécie de parceiro sexual do Sr. Quilme, que ele mantinha para saciar seus instintos bissexuais. Agora eu compreendia toda aquela implicância comigo, ciúme por ver sua posição de amante em risco.

- Decepcionado comigo? – perguntou-me o Ramiro no dia em que descobri o que ele foi fazer com um cliente italiano que se vestia um pouco espalhafatosamente, ria muito na mesa com os amigos e fumava ostentando uma piteira longa que enfiava entre os lábios estreitos abaixo de um bigode fino.

- Não tenho nada a ver com sua vida pessoal, por que estaria decepcionado? – retruquei melindrado, porque no mesmo instante também descobri que aquela atenção toda que ele me dedicava tinha um cunho sexual camuflado e porque soube que não era o único pelo qual ele se sentia atraído.

- Faz parte das minhas funções, não é nada pessoal! – acrescentou ele, para se justificar.

- Eu já disse, você não me deve explicação alguma, a vida é sua!

- Mas eu faço questão de deixar tudo esclarecido! Eu gosto muito de você Juan, não quero perder a sua amizade! – disse ele

- Se te tranquiliza, não será isso que a fará se perder. – devolvi. Contudo, senti como se algo houvesse se rompido entre nós, e ainda não tinha coragem de admitir nem a mim mesmo, que eu gostaria que ele fizesse comigo o mesmo que fazia para aqueles clientes.

- Tem certeza? Eu não suportaria saber que não gosta mais de mim! – afirmou, tocando de leve meu rosto pela primeira vez.

Essas descobertas me fizeram refletir sobre aquele emprego, eu trabalhava num bordel disfarçado de clube noturno. Será que um dia não chegaria a minha vez de ser requisitado para aqueles serviços extras no andar superior? Eu não me via passando horas satisfazendo as taras daqueles homens e nem os desejos inconfessáveis aquelas mulheres cujos maridos já não lhes satisfaziam no leito conjugal. Cheguei a pensar em pedir demissão, mas a Sublevásion estava arruinando dia após dia a economia da Espanha, os preços inflacionavam, os produtos escasseavam, as famílias iam mergulhando na miséria e no desespero. Em casa, até as últimas duas empregadas precisaram ser dispensadas e a prataria precisou ser vendida, pois já não tinha mais utilidade alguma. Meu salário assumia cada vez mais as despesas da casa, eu não podia abrir mão dele, precisava me sujeitar a esses novos tempos. Ao menos ainda nos restava a dignidade de estar sob um teto próprio e de não nos faltar nem a comida nem as roupas, o que para muitos cidadãos espanhóis já era um luxo. Não, eu não podia ter escrúpulos, só precisava torcer para não ter que desempenhar minhas funções no andar superior da mansão.

Em paralelo, o CLUB ALIAGA parecia estar vivendo uma realidade bastante distinta do povo espanhol, champanhes caros, vinhos de safras especiais e as mais finas e exclusivas iguarias eram consumidas aos montes por uma clientela não afetada pelos reveses da economia. Contudo, algo estava acontecendo, todos os funcionários já haviam notado, mas ninguém ousava tocar no assunto. O Sr. Quilme vinha recebendo visitas de uns homens estranhos que, embora viessem trajados em ternos não aparentavam a mesma condição social dos demais clientes. Aliás, eles nem pareciam ser clientes, pois costumavam ter conversas rápidas e privadas com o Sr. Quilme, que sempre ficava perturbado com aquelas visitas. Algumas vezes, ele os fazia ocupar uma mesa como qualquer outro cliente, deixando-os pedir tudo que quisessem e, ao chegar o momento de pagar a conta, ele dizia – É cortesia da casa – com um sorriso amarelo e as têmporas a lhe escorrer o suor. Quando deixavam o clube, ele estava psicologicamente extenuado e perdia a paciência com os funcionários por coisas banais. Era evidente que o estavam pressionando, mas a quê e porquê, continuava sendo um mistério.

Chovia muito naquela madrugada em que encerramos e expediente por volta das 03:00h da madrugada, eu estava sem um guarda-chuva e só dispunha do sobretudo para me proteger do aguaceiro. Em ocasiões semelhantes, o Sr. Quilme me ofereceu carona até em casa, mas naquele dia o convite não veio, e eu soube que o Ignacio estava por trás disso, pois os dois haviam tido uma discussão no escritório e, embora eu não soubesse, eu fui mais uma vez o pivô. A passos largos, quase correndo, já tinha percorrido quatro quarteirões quando o Ramiro me alcançou e me cobriu com seu guarda-chuva.

- Por que não me esperou, podíamos ter saído juntos? – indagou

- De qualquer maneira eu ia acabar pegando chuva, pois moro mais além de você. – respondi.

- Vai subir ao meu apartamento antes de prosseguir, está todo encharcado, quer pegar uma pneumonia? – retrucou ele

- Não vou pegar uma pneumonia por conta de uma chuvinha! Tenho que chegar logo em casa, devem estar a minha espera. – devolvi

- Às 03:30h da madrugada? Por acaso tem alguma coruja na sua casa? Chegamos, é aqui, entre! – forçou-me, diante de um edifício de cinco andares duas ruas paralelas à avenida que eu costumava percorrer. Assim acabei descobrindo onde morava exatamente, uma vez que já havia comentado por alto onde residia.

Não é mais fácil você me emprestar o guarda-chuva, amanhã te devolvo?

- Suba e não discuta comigo! Está ensopado até os ossos!

O lugar era acanhado, mas relativamente arrumado. Não se podia esperar muito mais com o salário que recebíamos. Antes mesmo de tirar suas próprias roupas molhadas, foi arrancando o sobretudo das minhas costas e, em minutos, eu tremia de frio apenas com a cueca.

- Aqui tem uma toalha, enxugue-se, vou ver se tenho alguma roupa seca que te sirva, e vamos tomar um conhaque para esquentar. – foi dizendo.

- Não precisa! Mais um quarto de hora e estarei em casa. – estar apenas de cueca diante dele me deixou encabulado.

Ele sumiu para o cômodo anexo, que deveria ser o quarto, demorou-se um pouco e, quando regressou, estava pelado e começou a secar meus cabelos de onde grossas gotas pingavam sobre os ombros e escorriam pelas costas até a bunda, cujo rego estava bem visível dentro da cueca branca molhada. A princípio, o movimento de suas mãos secando meus cabelos parecia bem natural, mas foi aos poucos ganhando contornos de uma carícia.

- Gosto dos teus cabelos, do comprimento no qual os traz, do colorido brilhoso das ondulações. – o arrepio que me perpassou já não era de frio, muito pelo contrário.

Ele estava tão próximo que dava para sentir o calor de seu corpo, o ar de sua respiração na pele da minha nuca. Assumi o controle da toalha e continuei a me secar. Com as mãos livres, ele abraçou meu tórax e se encostou em mim, excitado, roçando a ereção na minha nádega.

- Eu te assusto? – perguntou, no que foi mais um sussurro do que uma pergunta.

- Não! Há tempos venho querendo isso. Querendo você! – respondi, externando o arroubo carnal que já havia me privado de algumas noites de sono.

- Por que nunca me disse? Venho demonstrando há meses que te desejo. – retrucou

- Nunca fiz isso antes, não sabia como agir. – respondi sincero.

- Quer fazer agora? – perguntou, amassando um dos meus mamilos e sugando minha nuca enquanto a beijava.

- Quero! – jamais tive tanta certeza de alguma coisa e, embora meu corpo estivesse tremendo, eu o queria dentro de mim.

O Ramiro me conduziu ao quarto, me debruçou sobre a cama impregnada com seu cheiro, afastou ligeiramente as minhas pernas e deslizou as mãos sobre as nádegas, apalpando-as com uma pegada firme e devassa. Beijou-as com os lábios úmidos acompanhando seu contorno volumoso e mordiscando delicadamente a pele. A tremedeira que se apossou do meu corpo tornou-se incontrolável, transformou-se em espasmos. Eu me forçava a prender o ar nos pulmões, mas ele escapulia mais ágil do que o controle que eu impunha e, quando escapava por entre os dentes, era um arfar excitado. O Ramiro tinha mãos grandes e vigorosas, com elas apartou os glúteos e examinou o reguinho liso e alvo, no fundo do qual apenas uma rodela minúscula exibia pregas delicadas num tom rosáceo. Ele a tocou com o polegar, eu quase desfaleci. Veio então o toque molhado da língua dele, e eu gemi. Veio o segundo, o terceiro, em sucessivas lambidas que me provocavam contrações e faziam os gemidos aflorar aos meus lábios.

- Nunca vi um homem com um cu tão delicado! Quero me enfiar inteiro dentro dele, Juan! – ronronou ele, ao se deitar sobre mim.

Eu nunca havia beijado um homem na boca, aliás, nem conhecia esse tipo de beijo, uma vez que os meus sempre foram castos e nas bochechas. No entanto, agora a do Ramiro não se desgrudava de minha e sua língua já havia vasculhado cada canto dela. Ele voltou a ficar em pé ao lado da cama e me exibiu seu membro avantajado e prodigiosamente grosso. Era um tronco de carne pulsátil que emergia reta dos densos pelos pubianos e terminava numa imensa glande que se desencapou à medida que enrijecia. Tinha o triplo do tamanho da minha, o que era intimidador. Ele guiou meu rosto segurando-o pelo queixo até junto da verga e a pincelou sobre os meus lábios. Instintivamente, eles se amoldaram sobre a glande úmida e eu comecei a chupá-la. Era ele quem arfava e gemia agora, enquanto seu abdômen trincado se retesava todo. Fiz minha boca percorrer todo o membro, lamber as veias saltadas, chupar sua consistência, mordiscar sua rigidez latejante, enquanto sugava o visgo translúcido que dele minava.

- Mama, Juan, mama minha verga com essa boca aveludada! – grunhia ele, enquanto eu trabalhava com afinco e devoção.

Ele voltou a me inclinar sobre a cama, dessa vez de costas, instalou-se entre as minhas pernas abertas, apontou a cabeçorra da pica sobre a minha brecha piscante e, com um impulso primal vigoroso, meteu-a em mim dando vazão ao seu desejo sexual.

- Aaaiii RAMIRO! – gritei, me agarrando aos músculos salientes de seus braços.

- A dor já vai passar, não tenha medo! – exclamou, fixando o olhar no meu

Meu corpo se contorcia tanto que parecia estar convulsionando, os espasmos eram tão intensos que o faziam tremer da cabeça aos pés. Ele me beijou, chupou meus lábios e em movimentos sucessivos da pelve, foi se empurrando todo para dentro de mim. A cada novo impulso minha carne se rasgava para dar espaço àquele colosso que se afundava nela e a dilacerava em meio a uma dor pungente. Meus gemidos lascivos ecoavam pelo quarto e logo entraram em sintonia com o arfar ruidoso dele. Era a primeira vez que eu tinha um homem inteiro dentro de mim, e jamais imaginei haver prazer maior do que aquele. Nem a dor lhe tirava a magia e o esplendor.

Eu me agarrava ao corpão dele, cravava os dedos em suas costas, gania de dor e prazer que pareciam formar uma simbiose perfeita e, aos poucos, seduzido pelo calor e potência do caralhão se movendo nas minhas entranhas, fui relaxando a musculatura tensa abrindo meu cuzinho que ele devassava envolto numa onda de prazer como se quisesse devorar meu corpo por inteiro.

- Desde o dia em que você chegou ao Club eu sonhei com esse momento no qual o teria em meus braços e meteria minha pica no seu rabão carnudo. Você é um tesão, Juan! – sentenciou ele, bombando meu cuzinho e arfando.

- Eu jamais imaginei que seria tão maravilhoso sentir um homem dentro de mim, Ramiro! Estou contente que seja você esse homem, porque te gosto muito! – confessei, quando ele me fitava nos olhos, embevecido pelo deleite que ia tomando seu corpo a partir do cacetão encapado pelo ânus apertado.

Nem bem eu concluí minha confissão e um forte espasmo contraiu tanto meu cu quanto os músculos pélvicos, me fazendo soltar um ganido ao atingir o clímax e ejacular em golfadas catárticas que lambuzavam meu ventre. O Ramiro abriu um sorriso, sabia que tinha me levado a um estágio de prazer que nunca havia vivido antes, e me beijou cheio de ternura.

- Ah, Juan, meu garotão tesudo! Você vai me levar à loucura com esse seu jeitinho inocente e esse olhar que me leva à perdição. – sussurrou ele, metendo fundo em mim num ritmo cada vez mais alucinado.

Ao soltar o grunhido rouco numa sequência de estocadas profundas, o gozo farto e aliviador foi todo despejado no meu cuzinho, inundando-o de esperma que ia aderindo à minha mucosa anal esfolada à medida que os jatos densos e pegajosos irrompiam do caralhão intrépido. Foi como se a essência do Ramiro, de todo seu ser, estivesse escoando para dentro de mim, as entranhas banhadas de sêmen se revolviam num prazer sem fim.

- Ai Ramiro! – gemi uma última vez, antes do torpor languido se apossar do meu corpo e de ele o tomar em seus braços juntando sua boca à minha. Pouco depois, adormecemos com os corpos nus enlaçados.

O sol já invadia o quarto e se derramava sobre nossos corpos quando acordei sentindo a rola dura do Ramiro entre as bandas da minha bunda, e seu braço me agarrando pela cintura. Estava atrasado, muito atrasado para a aula na Academia de Belas Artes, muito provavelmente já havia perdido a primeira delas. De súbito, me lembrei que teríamos uma prova e saltei afobado da cama, acordando-o.

- O que aconteceu? Onde vai com tanta pressa? – perguntou ele enquanto eu me vestia.

- Perdi a hora e talvez até uma aula! – respondi. – Nem vou conseguir passar em casa, onde já devem estar aflitas por eu não ter voltado após o trabalho.

- Já que perdeu a aula, fique! Um dia sem ir à Academia não vai fazer tanta falta; pelo menos não tanta quanto eu vou sentir se você não voltar para a cama. – devolveu o safado, acariciando sua ereção.

- Safado! Que horas são? Por eu não tem um relógio? Tenho uma prova esta manhã, não posso faltar! E, em casa, ficam desesperadas se me demoro além da conta. – afirmei

- Vem cuidar dele, ele sim já está desesperado esperando pelo toque das tuas mãos e lábios! – exclamou, abrindo as pernas e exibindo a ereção colossal.

- Cuidei dele a noite toda e ainda estou todo molhado. Ele vai precisar esperar pela próxima vez. – devolvi jocoso, sentindo a porra dele formigando no cuzinho.

- Quando? Esta noite? Isso ainda vai demorar uma eternidade! – resmungou ele.

- É melhor que ninguém no Clube fique sabendo disso! Não sei se o Sr. Quilme vai encarar isso com bons olhos e não posso me dar ao luxo de ser despedido. Afirmei. Esse era um dos motivos, mas não o único. Minha mãe já vinha desconfiando a algum tempo que talvez eu não fosse o tipo de homem com o qual ela havia sonhado, e andava atenta a tudo o que eu fazia ou falava.

Entrei em casa depois do almoço vindo da Academia.

- Por onde andou? Isso são horas de chegar em casa, Juan? Sua irmã e eu não pregamos os olhos, preocupadas que algo pudesse estar acontecendo com você. Com esses anarquistas e comunistas perambulando pelas ruas a madrugada toda fazendo baderna ninguém mais está seguro nesta cidade. – questionou minha mãe, me examinando da cabeça aos pés para ver se descobria e confirmava o que sua mente já deduzira há um tempo.

- Terminamos o expediente mais tarde no Clube e precisei ir direto para a Academia. – respondi

- Depois das 03:00h da madrugada ninguém atendeu o telefone no Clube! Eu liguei diversas vezes, Juan! Não minta para mim! Onde esteve até estas horas e, com quem? – insistiu ela num tom áspero e exigente.

- Estava chovendo muito e um colega do trabalho me levou para a casa dele que não é tão distante. – respondi, detestava mentir, e já não me via na obrigação de justificar cada passo que dava.

- Que colega? Aquele tal de Ramiro? – ela implicou com ele desde o dia em que o convidei para um almoço de domingo. Depois que ele se foi naquele dia, minha mãe me disse que ele não era o tipo de pessoa que eu devia ter como amigo.

- Sim, ele mesmo!

- Eu já te disse que esse sujeito não é boa companhia! – exclamou zangada

- Acredito que eu tenho idade suficiente para escolher minhas amizades sem a sua ajuda!

- Não seja desaforado, Juan! Você ainda vive sob o meu teto, e exijo respeito!

- Um teto que eu sustento com o meu trabalho, é bom que se lembre disso! – devolvi

- Você está se deitando com aquele sujeito! Eu bem que desconfiei! Se seu pai estivesse vivo ele daria um jeito em você e nessa situação, mas como sou apenas eu, uma viúva que caiu em desgraça, tenho que suportar tudo. – retrucou dramática e apelativa.

- Sinto muito se não sou o filho que você queria que eu fosse! E sim, eu me deitei com o Ramiro, foi a primeira vez que me deitei com um homem e foi maravilhoso. É essa a minha essência, mãe! Não tenho como mudar isso! – não era dessa maneira que eu imaginei contar que era homossexual, mas dada a situação, não havia porque protelar.

- Sempre há como mudar! Se não o quiser por conta própria, procure um médico ou o padre Leopoldo, eles decerto saberão como tirar isso de você. – sugeriu ela. – Não bastasse a ruína financeira, você ainda lança o prestigiado sobrenome de seu pai na lama. O que dirão de nós? Pense na reputação da sua irmã, quem vai querer se casar com ela sabendo que tem um irmão degenerado? Pense um pouco na sua família, Juan! Não seja tão egoísta! – despejou cheia de ressentimentos.

- Não sou um doente e nem preciso de conselhos de um padre cuja índole é mais que duvidosa! – exclamei exasperado. Desde os dezessete anos penso em vocês duas, não sou nenhum egoísta! Mas tenho minha própria vida, e tenho o direito de vivê-la!

Ela mal falava comigo depois desse dia e, quando me dirigia a palavra, só tinha críticas. Tentou fazer com que minha irmã também aderisse a sua opinião, mas isso não aconteceu. O que a tornou ainda mais amargurada e ressentida.

Meus encontros com o Ramiro se estenderam por mais alguns meses, até o Sr. Quilme me chamar ao seu escritório e me fazer uma proposta que não tive como recusar, pois dela dependia não só o meu futuro como o da minha mãe e irmã.

- O que vou lhe contar e propor não deve sair dessa sala, entendido Juan? – começou ele, com uma expressão que eu nunca tinha visto antes em seu rosto, durante aquele quase um ano em que trabalhava no Clube.

- Claro, Sr. Quilme! Não vou comentar nada! - asseverei.

- Quero que venha comigo para o Marrocos. – disse, abaixando o tom de voz. – A situação política na Espanha está se agravando a cada dia. Como bem sabe, Madri está sendo cercada e, quem sabe o que será da cidade quando os nacionalistas a tomarem. Não faz sentido continuar com o Club Aliaga nestas condições. Pretendo abrir outro em Tânger, onde o conflito não está afetando a vida dos cidadãos. Quero que você assuma a função do Ignacio nesse novo empreendimento, seu salário será compatível com a função e novas responsabilidades e, vale salientar maior que o que pago ao Ignacio. Mas, isso não pode cair nos ouvidos de ninguém mais. Preciso da sua resposta em dois dias. Já tenho as nossas passagens, embarcamos na sexta-feira. – revelou, me deixando estarrecido, embora eu já desconfiasse que algo de ruim estava acontecendo com aquelas visitas de homens esquisitos que ele vinha recebendo.

- Na sexta-feira? Isso nem me dá tempo de fazer os preparativos. Só concluo meus estudos na Academia no final de agosto, daqui a algumas semanas. Também preciso discutir isso em casa com a minha mãe e irmã, não posso simplesmente abandoná-las! – tudo que começou a vir à minha mente fui balbuciando como se estivesse entorpecido pela notícia.

- Precisa ser assim! Não diga nada à sua família, é melhor que não saibam do nosso destino por enquanto. Vou me encarregar pessoalmente de manter os provimentos financeiros para que as duas não passem por dificuldades e, quando estivermos estabilizados, você pode levá-las para o Marrocos. – garantiu ele, me dando a certeza que não se tratava de uma simples mudança, mas de uma fuga, talvez de credores, talvez de opositores políticos.

Não tive coragem de perguntar do porquê de não estar levando o Ignacio, com quem mantinha relações que iam muito além das funções que ele exercia no Clube e com quem compartilhava diversas vezes o leito; nem do Ramiro que para ele não passava de um empregado, mas que para mim era a primeira paixão, o homem com quem eu sonhava ter uma vida inteira pela frente. Foi o maior dilema que já tive que enfrentar, e tinha que o fazer sem a ajuda ou orientação de ninguém.

Sem escolha, tive que aceitar a proposta, uma vez que ela garantiria o sustento da minha mãe e irmã. Minha paixão pelo Ramiro teria que ficar em segundo plano, até por que eu não tinha certeza até que ponto os sentimentos dele por mim eram recíprocos. Comuniquei minha decisão no dia seguinte com o coração apertado por um sufoco que parecia querer me aniquilar.

- Foi uma sábia decisão, Juan! Muito sábia! Vamos ter uma vida bem melhor no Marrocos, você vai ver! – não botei fé nas palavras do Sr. Alejandro, mas não me restava outra coisa a fazer.

Na véspera do embarque, após o expediente no Clube, fui com o Ramiro para o apartamento dele. Não fiz apenas sexo com ele, fiz amor com toda a intensidade do meu ser. Nunca me senti tão culpado, como se houvesse cometido um crime por não lhe contar a verdade, por não lhe contar que ao chegar no Clube no dia seguinte, junto com os demais funcionários, o encontraria fechado sem saber o que tinha sido feito do patrão.

- O que deu em você? Costuma relutar quando quero te penetrar pela segunda vez, alegando que já esfolei seu cuzinho o bastante, e hoje não está reclamando da terceira penetração. – disse ele, quando seu sacão ficou entalado no meu rego e sua pica toda atolada no meu cuzinho se movendo num vaivém frenético.

- Eu te amo, Ramiro! Amo muito! – retorqui com os olhos tão úmidos quanto meu cu. – Nunca se esqueça disso, Ramiro! Amo você! – continuei, acariciando seu rosto com as pontas dos dedos deslizando por sua barba.

- Achei que você nunca fosse me dizer isso! Também te amo, Juan! Quero passar o resto da minha vida ao seu lado, dentro de você, beijando você, segurando-o em meus braços, sentindo o cheiro e o calor do seu corpo. Nunca fui tão feliz, Juan! Nunca! – devolveu ele, me fazendo chorar. – O que está acontecendo? Por que está chorando? Se estiver doendo muito eu paro! – continuou, tomando meu rosto em suas mãos.

- Nada! Não sabia que você me amava tanto assim! – justifiquei, com o remorso a me corroer. Não encarei aqueles olhos expressivos, pois teria lhe contado toda a verdade, teria lhe dito que aquela era a nossa última vez, teria traído o Sr. Alejandro sem imaginar as consequências.

Em casa, não tive como omitir minha viagem sem volta. Minha mãe, que já estava magoada comigo por conta da minha sexualidade, se opôs veementemente, alegando que eu havia perdido o juízo de vez.

- Eu não te reconheço mais, Juan! Você sempre foi um bom menino, mas está complemente transformado desde que foi trabalhar naquele Clube, um antro de perdição. – afirmou ela. – A vida é sua, faça como achar melhor, mas eu posso lhe adiantar que, se continuar agindo como está fazendo, não será uma vida feliz! Abandonar a própria família sempre gera consequências, e você há de senti-las na pele! – praguejou.

- Não estou abandonando ninguém! Estou fazendo isso por vocês duas, para que continuem tendo uma existência digna. Olhe ao seu redor, mãe, o povo espanhol está mergulhando na miséria, as pessoas estão perdendo tudo e já não sabem mais o que fazer ou o que esperar do futuro. Vocês duas continuarão amparadas, e quando eu puder, vou providenciar para que venham para o Marrocos morar comigo. – garanti.

- Não vou a lugar algum! Aqui é o meu lugar, assim como o seu. Se a Espanha está momentaneamente passando por truculências políticas e problemas econômicos, isso não significa que será sempre assim. Esta é minha casa, e daqui não saio, a menos que seja para o cemitério! – retrucou ela, implacável.

- Não vou discutir com quem não quer enxergar a realidade! O que eu sei, é que preciso deixar esse país se quiser continuar garantindo a sobrevivência de vocês e, é isso que estou fazendo. – afirmei.

Ela se despediu de mim com um abraço frio, enquanto minha irmã chorava desesperada pela sorte que havia se abatido sobre nossa família. Um carro alugado pelo Sr. Quilme nos levou aquela noite para Valência de onde partiria o navio na manhã seguinte. Era, sem dúvida, uma fuga clandestina, cercada de todos os cuidados e sigilo para que ninguém soubesse de seu paradeiro e, concomitantemente, do meu. Eu estava agitado, minhas mãos tinham um suor frio, meu peito parecia estar sendo comprimido por uma bigorna. Eu estava deixando para trás tudo aquilo que sempre me havia trazido segurança, e as palavras duras da minha mãe martelavam na minha cabeça.

Portanto, a entrada do Valência no porto de Tanger naquela tarde ensolarada estava cercada de fatos e acontecimentos que eu não podia controlar, só me restava ser deixado levar pelo que estava por vir. Bom ou mau, meu futuro não estava em minhas mãos, pela primeira vez, nem o das pessoas que eu mais amava, que agora viviam em outro continente.

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Comentários

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Guerra espanhola chegando... melhor coisa é ir embora para sobreviver.

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Pois é sant14, foi o que quem pode fez naqueles anos tumultuados pelos quais a Espanha passou. Muitos acharam que o franquismo seria a grande solução, mas caíram na mesma cilada que outros países europeus que viram as ditaduras se consolidando e levando ao maior desastre que a história já presenciou. Abração, meu querido!

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Kherr vou endossar o questionamento do Lebrunn, nunca me incomodei com o tamanho de suas histórias, pelo contrário, quanto mais tempo passo no seu universo, para mim melhor. Não sou o maior fã de histórias fracionadas, mas se para você é melhor escrever dessa forma, tudo bem, lerei tudo da mesma maneira mesmo, hahaha.

Sobre a história, estou extremamente ansioso para saber o que irá ocorrer com o Juan, aliás, algo me diz que ele vai se arrepender amargamente de deixar o Ramiro pra trás, enfim, amo seus contos de época, e que exploram outros paises e culturas. Um grande abraço meu querido.

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Meu querido Gilberto, acho que também já respondi a sua pergunta. Sei que os aficionados por leitura, e nisso me incluo enquanto leitor, não se incomodam com o tamanho dos textos e tratam de devorá-los o mais rápido possível para chegar no fim das histórias. No entanto, há outros que talvez por falta de tempo ou mesmo por serem avessos a ficar longas horas diante de uma tela, e aí também me incluo, preferem textos mais curtos. Como meu único objetivo e contemplar meus leitores com textos caprichados e que fazem algum sentido não apenas no aspecto sexual e erótico, mas também plausíveis num contexto real, tento oferecer o melhor de mim em respeito a todos que leem minhas histórias.

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Nossa! Que excelente história! E eu relutando em lê-la. Esperando pela continuação, ansiosamente!

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Obrigado Netto! Posso te perguntar por que estava relutando em ler o conto? Nunca fui bom em dar título às minhas histórias e já notei que quando não há um apelo sexual explicito no título o número de comentários é baixo. Foi esse o seu caso? Agradeço de coração pela resposta. Um abraço carinhoso, meu querido!

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Ansioso pela continuação!

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Obrigado Renan! Espero que se divertia com o que vem por aí. Abração!

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Kherr, meu nobre, tenho matutado o porquê de estás a narrar histórias novas em pedaços, como nunca foi antes. O que terá acontecido?! Fico a me perguntar sobre...

A narrativa, como sempre foi, é um mergulho na cultura dos lugares escolhidos para ser o pano de fundo das histórias carregadas de um borogodó sem igual. Conte-nos mais...

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Olá meu querido Lebrunn! Acho que respondi sua pergunta na resposta ao comentário do Jota. Talvez assim fique menos enfadonho para alguns leitores, ocupando menos do tempo deles para a leitura do conto. Agradeço sua curiosidade e os comentários sempre elogiosos. Um grande abraço carinhoso!

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Que história, me deixou encantado, aguardo próximos capítulos!!

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Valeu pelo incentivo Thiago! Espero que curta o restante da estória. Forte abraço!

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Ansioso pela continuação.

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É só esperar Zezinhodiv1! Tem muita estória pela frente. Obrigado por dedicar seu tempo aos meus contos. Abração!

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Kherr, sua capacidade de criar histórias tão envolventes me deixa bobo! Já querendo ler os próximos capítulos!

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Há momentos em que simplesmente as ideias brotam na minha cabeça e as vou colocando no papel .... figurativamente ....KKKKKK, ou melhor dizendo, na tela do laptop. Essa estória já está pronta, vou publicá-la em partes porque ficou um pouco longa e já fui criticado por meus textos extensos. Forte abraço, meu querido e meu super obrigadão de sempre.

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Hahaha, essa capacidade criativa é de se aplaudir!

Já vi que a divisão em partes é polêmica rs, mas eu apoio. Eu mesmo comecei a ler seus contos depois de indicações muito boas, pois eu tinha alguma relutância em ler textos longos demais. Acho que capítulos mais curtos aumentam o alcance, pois com certeza não sou o único que age/agia assim. E que, uma vez que o leitor te conhece, ele topa qualquer tamanho de texto, isso é fato!

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Listas em que este conto está presente

Simplesmente romântico
Geralmente mais longos e detalhados.