O grande morcego, o jovem pássaro e o palhaço - parte 1 - um conto de heróis e vilões

Um conto erótico de Tchelo
Categoria: Gay
Contém 11961 palavras
Data: 04/05/2024 17:02:42

Olá. Esta é uma fanfic, nada original, que trata de personagens que estão entre os mais famosos da cultura pop, super-heróis e vilões clássicos. Não usaremos os nomes famosos, mas, se por um acaso alguém ainda não identificou quem são, o que é quase impossível, imagino que não será um mistério por muito tempo. Outros personagens aparecerão, inclusive.

O conto se divide em 5 partes, todos eles um razoavelmente grande. Não foi possível dividir em mais partes, quebrar capítulos. Espero que todos os heróis que consigam enfrentar as milhares de palavras escritas em cada parte se divirtam tanto quanto eu me diverti escrevendo.

Ah, vou deixar apenas um alerta. É um conto de heróis e vilões. Há cenas de violência física e sexual. Não é o foco da trama, tem muita coisa mais legal acontecendo, mas é necessário deixar o aviso.

Sem mais delongas, vamos lá...

***

Acordei, voltei a mim. Minha cabeça dói muito. Muito pior que a única vez que fiquei de ressaca. Não sei o que aconteceu. É difícil abrir os olhos, a luz incomoda muito. E está muito iluminado aqui. Não consigo me mexer. Estou amarrado, pendurado pelos pulsos. Meus pés também estão amarrados, junto ao chão. Não sei onde estou, nem sei se devo abrir os olhos e deixar que vejam que estou consciente. Tenho que pensar como fugir, mas dói demais tentar pensar.

Mas, cadê Ele? Por que Ele não me tira daqui? Ele está aqui também? Ele está vivo? Preciso tentar sair, preciso procurar por Ele.

Abro bem pouco os olhos e o vejo na minha frente. Meu mentor. Minha figura paterna, que me acolheu depois que meus pais morreram tragicamente. Ele também está preso pelos pulsos, com as pernas presas ao chão, do mesmo jeito que eu estou preso. Ele está a cerca de dois metros de distância de mim, talvez um pouco mais.

Continua com suas vestes pretas, da cabeça aos pés. Máscara e capa. Só um símbolo amarelo e preto no peito, além daquele queixo quadrado e da boca visíveis. Mas Ele nem precisa mexer os lábios pra eu sabe o que devo fazer. Somos uma dupla. Também mal se vê seus olhos. Mas quando Ele te olha, não há como não ficar arrepiado, da cabeça aos pés. Especialmente se você for um criminoso. Mesmo eu, seu parceiro, fico arrepiado ao seu olhar. Agora não vejo seus olhos, estão fechados, cabeça abaixada.

Só reparei agora que ele está sem seu cinto. Já vi meu mentor preso antes, mas nunca sem seu cinto... Aquele cinto, que tem tudo que Ele precisa. Todas suas utilidades. Ele fez uma versão mais simplificada para mim, com menos utilidades, sem as letais. Meu cinto! Num reflexo, olho para baixo e vejo que eu também estou sem meu cinto. Se alguém estiver olhando (e certamente, tem alguém nos vigiando), já descobriram que eu estou consciente.

Imediatamente, ouço uma voz. Uma voz conhecida. Uma voz masculina que força um tom agudo, um tom afetado e falsamente brincalhão. O Palhaço. Ele diz:

- Ora, ora, ora... Se não é o rouxinol acordado e anunciando o dia! Ou é a cotovia que anuncia o dia? Dane-se, tudo passarinho. E já sabemos o que acontece com passarinho que dorme com morcego... Acorda de cabeça pra baixo. Hahahahahahahahaha!

O Palhaço passa a mão em meu queixo, e eu desvio a cabeça. Vejo que Ele levanta a cabeça e abre os olhos. Olha para mim e para o Palhaço. Me arrepio, como sempre.

- Meu Morcegão acordou também! Que alegria! Foi o som da minha bela voz que despertou você de seu sono de beleza ou foi por eu tocar levemente sua prenda? Eu disse “prenda”? Queria dizer “presa”... Esse jovem Pássaro com suas cores tão vibrantes!

Ele só olha, com aquele olhar profundo, de quem está desvendando sua mente melhor do que você mesmo consegue fazer. Eu fico mudo, parado, esperando algum comando dele, qualquer leve movimento dos olhos, dos lábios ou da cabeça. Já saberei exatamente o que ele quer que eu faça.

- Sempre achei peculiar que você deixou o passarinho todo colorido, vermelho sangue, amarelo sol, verde grama, e você sempre tão monocromático, preto da cabeça aos pés.

O Palhaço olha para mim.

- Sei como é difícil estar com alguém tão soturno ao seu lado, quando se é alguém com tantas cores...

Após me analisar, se volta para ele novamente.

- Ah, mas tem algo que você deixou sem cor no passarinho. A máscara cobrindo os olhos. Você quer alguém colorido e vibrante ao seu lado, mas sem identidade! Ou com uma identidade que pertença só a você... É isso? Ai, como você é possessivo, Morceguinho... Ah, vamos tirar essa máscara, para seu passarinho passar a ser de todos nós...

O Palhaço coloca a mão no meu rosto, toca minha máscara. Não consigo me conter:

- NÃO! – eu grito, me manifestando pela primeira vez desde que recuperei meus sentidos. Puxo minha cabeça para trás, o mais pra trás que consigo.

- Hahahahahahahaha – gargalha, o Palhaço, ironicamente. – Como se tivesse alguém que ainda não saiba quem está por trás dessas máscaras nessa sala... Mas, se você curte essas taras de ficar amarrado e mascarado, quem sou eu pra recriminar?

O Palhaço volta a acariciar meu queixo, vira a cabeça lenta e dramaticamente e diz, agora sem o tom afetado:

- E o que eu quero tirar não é a máscara...

Ele coloca a mão, com aquela luva meio suja, na minha sunga. Eu congelo. Não falo nada, mas meu mentor vê o pânico em meus olhos. Nesse momento, pela primeira vez, divago em minha mente porque nunca questionei o motivo de eu não usar calças, mas só uma sunga. Meu mentor fala pela primeira vez na noite, com aquela voz que retumba na alma:

- Deixe ele, Palhaço. Seu problema é comigo!

- Claro que é! Tudo gira em torno de você, meu alecrim torrado...

Num movimento muito mais rápido do que eu conseguiria prever, ele rasga minha sunga, como se fosse de papel, e a exibe em suas mãos, como um troféu. Eu só consigo gritar, novamente:

- NÃO!

Mas acho que ninguém ouve meu grito. Isto porque Ele também grita ao mesmo tempo:

- NÃO!

A voz dele retumba, encobre a minha, e tudo ao redor.

Estou exposto. Nu, da cintura para baixo. Meu pinto exposto, à mostra. O Palhaço olha. Pior, Ele olha. Meu mentor, minha figura paterna, encara meu pinto. Fecho meus olhos. Sinto meu rosto corar. Por que o Palhaço não tirou minha máscara? Por que me humilhar assim? Por que não me matou logo?

- Calma, Morcego. Logo vai chegar a sua vez...

Sinto o toque do tecido da luva do Palhaço em meu pau. Eu, que não tenho religião, começo a rezar. Abaixo minha cabeça, me concentro o mais que posso, mas não consigo evitar. Meu pau fica imediatamente duro. Pulsando. Certamente não pelo toque do Palhaço, mas por imaginar que estou sendo observado por Ele.

- Ah, Morcego, acho que o Passarinho já tá grande demais pra você. Eu sei que você tem preferido passarinhos recém-saídos do ninho, ainda aprendendo a voar...

Abro meus olhos e olho nos olhos dele. Ele continua com aquele olhar profundo, mas impassível. Indecifrável.

O Palhaço acaricia meu pau, meu saco. Mas não olha para mim. Só olha para Ele. Fala para mim, mas olhando para Ele:

- Passarinho, acho que não é justo deixar você sozinho assim. Não podemos deixar de fora o alecrim estragado, o Morcego que se acha o centro do universo...

O Palhaço tira a mão do meu pinto. Desfila até ele. Se ajoelha ao lado dele.

- Olha só. A roupa dele é uma coisa só. Não dá pra abaixar como a sua, passarinho... – Olhando para o rosto dele, questiona – Como você faz para mijar? – começa a acariciar, como procurando uma braguilha – Você mija em si mesmo ou tem tesão em ficar segurando? Você tem que se liberar, se deixar morcegar, hahahahahahahaha...

O Palhaço tira do bolso uma espécie de canivete. Abre. Lambe a lâmina do canivete. Começa a passar a mão ao redor da cintura dele.

- Cadê você no meio dessa carapaça? – olha para mim – você não tem carapaça, acho que ele não cuida bem de você... Ah, achei você aqui atrás! Que curioso você deixar desprotegido aqui atrás...

Ouço o barulho de tecido rasgando. O palhaço acha um caminho e vai cortando a roupa ao redor da cintura com seu canivete. Demora, pois a roupa dele é realmente muito difícil de ser violada, pelo jeito. Mas o Palhaço não desiste. Meu mentor continua imóvel e impassível. E meu pau continua duro e pulsando.

- FI. NAL. MEN. TE! – diz o Palhaço, ao cortar toda a vestimenta ao redor da cintura, e abaixando tudo de uma vez, até seus joelhos – Achei que você estaria mais feliz em me ver... – diz, tocando levemente seu pau ainda mole e, olhando para mim, continua – E pelo jeito você, Passarinho, também não está mais animando ele... – e segue cortando até arrancar tudo, deixando só as botas.

Nunca tinha visto um homem pelado na minha frente antes, não ao vivo. Muito menos Ele, que nunca me deu nenhum tipo de intimidade. E como eu queria só um pouquinho de intimidade com Ele! Mas, ao contrário de mim, Ele não estava de pau duro. Essa era a piada do Palhaço sobre animação. Mas era assim que eu queria ver ele, ao menos da primeira vez. Não amarrado pelo Palhaço e despido à força. Só nu, tranquilo.

Porém, noto que seu membro começa a crescer, inchar. E não sou o único a notar.

- Ah, o morcego júnior tá aprendendo a voar! Eu estava com saudade de ver ele assim, feliz, pra cima...

Eu vejo o Palhaço agarrar o pau dele, e começar movimentos de vai e vem. Seu pau continua enrijecendo. O Palhaço tira as mãos dele.

- Agora, sim! Voando o máximo que um morceguinho consegue voar.

Nunca vi nenhum homem pelado ao vivo, mas já muito pornô. Muito mesmo! Sempre imaginei o pau dele muito grande, como os dos atores dos filmes pornôs. Mas não, nem era muito maior que o meu, só um pouquinho. Fiquei feliz, e com ainda mais tesão. Por que estou com tesão?

- Será que eu devo cortar o pau de vocês? Ou só as bolas? Ou corto de um o pau e do outro as bolas?

Apesar de continuar calado, me desesperei. Ele continuou quieto, impassível, ereto. O Palhaço tocou seu pau com o canivete.

- Ah, mas eu já tirei o cinto de brinquedos de vocês. Esse brinquedinho que sobrou em cada um não pode me fazer mal. E eu quero saber o quanto vocês vão gostar da nossa brincadeira, e o termômetro será o pinto de cada um, então não posso cortar fora.

Desengonçadamente, o Palhaço tira suas calças. Ele usa uma calcinha fio dental! Suas pernas e bunda estão pintadas de branco, como sua cara. Ele tira a calcinha, e vejo que seu pinto também está pintado de branco. Quase todo. Seu pau está duro, e a cabeça está pintada de roxo, da cor do terno que ele costuma usar.

- Morcego, você prefere que eu coma seu cu ou o do seu Passarinho?

- Deixe ele em paz. Você sabe que seu problema é só comigo. – É meio doido, mas me senti de certa forma protegido por ouvir ele dizer isso...

- Você está certo, como sempre, Morcego. Mas eu quero ouvir você dizer “me come”...

- Faça o que você tem vontade de fazer comigo, só deixe o garoto em paz! – Ele fala, e meu pau pulsa na vibração de suas palavras.

- Ah, Morceguinho. Eu vou fazer tudo o que eu tiver vontade, é claro! Você perdeu, hoje. Mas, a não ser que eu ouça você dizer “me come, por favor”, vou comer seu Passarinho na sua frente!

- “Me come, por favor”.

Ele falou, com uma voz mecânica, mas ainda assim perturbadora. Ele falou olhando pro Palhaço, mas logo desviou o olhar para mim. Achei que eu ia gozar ao ouvir aquilo e ver Ele olhando pra mim.

- Só porque você implorou, minha Morceguinha safada.

O Palhaço enrolou a capa preta de morcego, pegou um pote que eu nem sei onde saiu, enfiou a mão inteira e lambuzou a bunda do meu mentor com alguma meleca, sem nenhum cuidado. Se posicionou atrás dele e fez um movimento brusco. Ele permaneceu impassível enquanto o Palhaço fazia movimentos de vai e vem com toda força que aquele esqueleto magricela conseguia, mas notei que Ele segurou a respiração no começo.

O Palhaço parou de repente, saiu de trás dele, ainda de pau duro e pintado de branco e roxo, já meio borrado.

- Muito bom, mas vamos ver se cu de passarinho é melhor do que cu de morcego.

- DEIXE ELE EM PAZ! Eu falei o que você queria ouvir, eu deixei você fazer o que queria...

- Morcego, faz muito tempo que eu já não espero ouvir nada de ninguém. Ainda menos de você. Agora não quero mais promessas ou declarações de amor, só curto o momento!

O Palhaço enfiou a mão na lata e lambuzou toda minha bunda. Se posicionou atrás de mim, e eu senti seu pau encostando na entrada do meu cu.

- PARA! Não faça isso. Você está passando dos limites. Vai cruzar uma linha sem volta! – Ele estava realmente bravo.

- Ainda não. Vou cruzar ... AGORA!

E com isso, o Palhaço enfiou seu pau inteiro, de uma vez, dentro de mim.

- NÃO! NÃO! NÃO! – Ele esbravejou.

E pela primeira vez, noto alguma emoção vindo dele. Ele tenta se livrar das amarras, mas não consegue. Eu vejo ódio nos olhos dele, como nunca vi antes.

O Palhaço começa movimentos de vai e vem dentro de mim. Não com força, como fez com ele, mas ritmado, tentando ser sensual.

Meu mentor parece espumar pela boca.

- Para, por favor, eu estou implorando... – o tom da voz não é o normal do Morcego, é um tom de voz de submissão, mas com raiva.

- Calma, Morceguinho, não precisa ficar com ciúmes. Você não vai ficar na mão. Eu trouxe alguém pra você, também. – e, gritando, continuou – Pode entrar, Benzinho...

Vejo Ben entrar. Ben é um capanga, mas não um capanga qualquer. É um ser imenso, monstruoso. Já devia ser grande antes de usar todo o anabolizante que um outro cientista do mal dá pra ele. Hoje ele é gigantesco. Eu já vi Ben quebrar a coluna de um policial, como quem quebra um graveto. Já vi Ben arrancar a cabeça de um desafeto com as próprias mãos, como quem abre uma garrafa de água.

Ele está nu, da cintura para baixo, como todos estamos nesse recinto. O pau dele é realmente muito grande, mas grande para uma pessoa normal, não para um monstro como ele. É grande como o de um ator pornô. O pau dele até parece pequeno comparado com o tamanho gigantesco de seu corpo.

O Palhaço comanda:

- Pode se aliviar no Morcego, Benzinho, mas sem quebrar. Talvez eu ainda queira usar novamente um dia desses...

Ben vai para trás dele. Segura seu pau, um pau enorme que fica parecendo um graveto naquela mão imensa, e vai enfiando. Ben é absurdamente alto, está quase de joelhos pra encaixar o pau no cu dele. Acho que Ben queira meter logo, mas precisa fazer força pra entrar. Pela primeira vez, vejo meu mentor fazer cara de dor. Muita dor.

O Palhaço começa a meter em mim com mais velocidade. Ele ri, se diverte, me elogia, xinga meu mentor de inúmeros palavrões que eu nunca tinha ouvido antes.

Não queria, mas eu gozo. Não consigo me segurar. Queria chorar. Mas gozei gostoso, apesar de tudo. Queria chorar ainda mais por ter gozado gostoso. Não queria ter gostado. Meu mentor goza na sequência. Nem eu nem Ele tocamos nossos paus, permanecemos com as mãos amarradas o tempo todo.

- Já terminaram assim rápido, meus seres alados? Benzinho, vem gozar na cara do Passarinho que eu vou esporrar bem no olho do Morcego...

O Palhaço tira o pau de dentro de mim. É uma sensação muito estranha, mas de um certo alívio.

Ben se aproxima de mim. Ele parece ter uns três metros de altura. O pau dele fica quase na altura da minha cara. Eu só fecho os olhos e viro meu rosto de lado. Sinto a porra dele batendo na minha orelha, no meu rosto, no meu cabelo. No meu cabelo! Fico com raiva de sujar meu cabelo, cuido tão bem, agora vou ter que lavar porra de um capanga bombado. Só volto a mim quando ouço o Palhaço:

- Já, Benzinho. Nem consegui ver direito.

Ele voltava com um banquinho. Sobe no banco e começa a se masturbar, mirando a máscara de morcego. Esporrou. A porra branca se destaca na máscara negra. O palhaço espalhou toda sua porra pela máscara, e pelo queixo desnudo, e pela boca fechada dele.

Ben já havia saído enquanto o Palhaço se masturbava. Eu não conseguia tirar os olhos da cena. O Palhaço não tirava os olhos dele. Ele não desviava os olhos dos meus. Não piscou nem quando a porra bateu em sua máscara, próximo ao seu olho esquerdo.

O Palhaço desceu do banquinho e se dirigiu à única porta que era possível ver no local. Mas voltou:

- Ah, que grosseria a minha, sair sem dar um beijo de despedida! Tchau, Passarinho – se curvou, segurou meu pau mole nas mãos e lambeu a cabeça melada do meu pau – Tchau, Morceguinho – lambeu o pau dele, como fez com o meu – Vou deixar vocês, acho que vocês precisam conversar...

E saiu. Ficamos nós dois, amarrados, pelados da cintura pra baixo, olhando um para o outro. Fiz menção de dizer alguma coisa, mas Ele me interrompeu:

- Não!

Obedeci e me calei.

Ficamos assim, naquela posição, naqueles trajes parciais, olhando um para o outro por mais de uma hora. De repente, os ganchos que nos prendiam ao teto foram soltos. Com as mãos ainda amarradas, mas fora do gancho, eu caí no chão. Ele se manteve firme. Consegui pegar o canivete que o Palhaço tinha deixado no chão e consegui soltar as mãos dele. Ele soltou as minhas e nossas pernas.

Saímos e vimos que estávamos em um galpão, em uma área rural. Ninguém por perto. Ainda estávamos nus da cintura pra baixo, eu tentava me cobrir com minha capa, mas ele nem ligava. Nem parece que nunca tinha deixado que eu o visse sequer de cueca...

Nosso automóvel, aquele, preto, muito legal, que eu nunca tive oportunidade de dirigir, estava estacionado ali perto. Não sei como o Palhaço conseguiu, pois só meu mentor sabe como abrir e ligar o veículo. Entramos e vimos que dentro estavam nossos cintos, perfeitamente intactos.

Voltamos para a caverna, no porão da mansão. Não nos falamos o caminho todo. Fora do automóvel, fomos recebidos por Alfredo. Antes que conseguisse falar algo, foi interrompido.

- Alfredo, obrigado por nos esperar, mas está tudo bem. Vá descansar. Amanhã conversamos. Você também – falou para mim – tome um banho quente e durma.

Apesar da cara de incrédulo de Alfredo de nos ver naquela falta de trajes, ele obedeceu e subiu. Eu fui tirar o que restava da roupa, peguei um roupão e logo subi. Ele ficou em sua cadeira, na frente dos computadores, sem se trocar nem tirar a máscara.

Fui para o meu quarto, tomei um longo banho quente de banheira, com muitos sais de banho e todo tipo de sabão. Queria tirar toda sujeira de mim. Não queria mais chorar, como achei que iria fazer antes. Não estava sofrendo. O sofrimento virou raiva. E sabia que muita coisa tinha que mudar.

Escovei os dentes e fui dormir. Não queria saber de crime, sinal luminoso do delegado ou de quem quer que fosse. Essa noite eu ia dormir, como não fazia há mais de ano.

Demorei um pouco para conseguir dormir, minha cabeça estava a mil, não parava de pensar. Eu tentava fugir dos pensamentos, mas tudo o que aconteceu ficava se repetindo na minha mente. Tentei meditar, pensar num mantra. Enfim, adormeci.

Acordei cedo no dia seguinte. Fui até a cozinha. A mesa de café da manhã estava posta lá. Nunca usamos o salão de refeições, só era usado em festas. Hoje tinha comida suficiente para receber uma tropa inteira na cozinha.

- O senhor está se sentindo bem, Mestre Rick? – perguntou Alfredo, gentil como sempre.

- Estou bem, Alfredo – respondi – fisicamente, estou bem...

- Alimente-se, calmamente. Depois, fui orientado a aplicar essas injeções em você, para evitar qualquer doença devido aos ocorridos da noite passada – disse Alfredo, como quem tem vergonha do que está falando.

Já tomei vária injeções depois de nossas noites de combate ao crime. Antibióticos, anti-inflamatórios, antitetânicas. Nem seria novidade, não fosse o tipo de exposição que tive na noite passada.

Peguei um copo de suco de laranja e, enquanto tomava, ofereci meus braços a Alfredo, que injetou os medicamentos necessário para garantir minha saúde.

- O Mestre deviria descansar agora...

- O que eu preciso, Alfredo, é reorganizar a minha vida!

- Sugiro que descanse, pense bem, e não faça nada precipitado, para que não se arrependa um dia.

- Eu só me arrependo de ter esperado por algo que jamais viria, de não ter sido precipitado até hoje.

Alfredo não reprovou minhas palavras. Me olhou carinhosamente, talvez entendendo meus sentimentos.

Me dirigi para o escritório. Ele estaria lá ou na caverna, os únicos ambientes de uma mansão gigantesca que ele realmente utiliza, além do próprio quarto. Ele estava no escritório, como imaginei. Lendo a porra de um jornal, como se nada tivesse acontecido! Fiquei com muita raiva, mas decidi agir friamente como Ele sempre fazia. Ao ouvir minha chegada, abaixou o jornal, olhou para mim e falou:

- Bom dia. Está bem? Como passou a noite? Alfredo já te medicou?

Parecia haver uma pitada de cuidado na voz dele. Ou talvez eu quisesse que houvesse esse cuidado. Engraçado, sem a máscara, a voz não é retumbante. É firme, um pouco sensual até, mas não penetra a alma. Como alguém pode ser tão diferente por simplesmente colocar uma máscara? Tenho que me concentrar para não me perder na voz dele.

- Bom dia. Estou bem. Já tomei as injeções que você pediu para o Alfredo me dar.

- Ótimo. – falou Ele, voltando os olhos para o jornal, como se nada tivesse acontecido no dia anterior, só por eu ter tomado algumas injeções.

Eu ficava com mais raiva a cada segundo.

- Eu estou indo embora!

Ele largou o jornal, enfim. Olhou para mim. Tenho certeza de que havia algum carinho e preocupação no seu olhar.

- Rick, calma... Eu sei que ontem foi muito complicado. Não deveria ter acontecido. Eu sinto muito! Você está machucado? Quero dizer, “atrás”?

“Atrás”. Ele nem consegue falar “cu”. Ele nem consegue falar o que aconteceu. Eu tenho que ir embora, mesmo...

- Eu já tomei paulada, soco, chute. Alguns tiros de raspão. Eu já perdi um dente e já quebrei uma costela e mais de um dedo em nossas noites de combate ao crime. Está tudo bem aqui “atrás”... – eu dei bastante ênfase na palavra “atrás”.

- Desculpe, Rick. Eu nunca devia ter envolvido você nisso tudo...

- Fui eu que quis me envolver. Eu descobri como entrar na caverna, entrei sem sua permissão, vi a roupa do Morcego. Implorei para te ajudar. Nunca fiz nada que eu não quisesse. Estou há alguns anos te ajudando, sendo seu parceiro. Ou eu achava que eu era seu parceiro. Mas ontem descobri que eu não sei o que está acontecendo, que não sei nada de você. Descobri que você esconde muita coisa de mim!

- Eu queria te poupar...

- VAI SE FODER, PORRA! Eu tomei tiro, soco na cara, paulada. Acabai de falar... Disso você não tá me poupando! Tá me poupando então do quê, então, caralho? Não aguento mais tanta indiferença, tanto mistério!

- Me perdoe! Eu nunca quis te envolver em nada disso, você sabe que eu não queria que você viesse comigo de início. – realmente parecia ter algum sentimento em sua voz, quase como se Ele aceitasse que era um ser humano – Nunca tive coragem de te contar toda minha história, mas você tem direito de saber tudo!

- Tenho mesmo! – respirei fundo, tentando concatenar as ideias.

Tenho tantas perguntas que nem sei onde começar, então embaralho tudo. Falei do jeito que saiu:

- Que porra é essa de que eu estou muito velho pra você, que você gosta de passarinho recém-saído do ninho? Eu sou uma “presa” sua? Por que ele deu a entender que já sabia nossa identidade? Quem é ele, na verdade? Como assim ele estava com saudade de ver “seu morcego júnior voando”? Que porra aconteceu ontem? Mais ainda, que porra aconteceu muito antes de ontem?

- Entendo sua raiva e sua confusão, mas sempre te ensinei que não é necessário o uso de linguagem vulgar...

Não deixei que ele continuasse:

- Você luta muito melhor que eu, me ensinou tudo que eu sei, mas se você continuar se esquivando eu vou te encher de porrada!

- Ok, desculpe. Vou contar tudo. Quando meus pais foram assassinados naquele beco, na saída...

- Do cinema – interrompi – sei da história toda, Alfredo me contou. Está na internet, inclusive. Sinto muito por seus pais, também sou órfão, como você bem sabe, então vamos pular pra parte que importa.

Eu sei que fui grosseiro, mas Ele merece muito mais que isso nesse momento.

- Depois desses eventos, não consegui mais ir para a escola. Tinha pânico de sair de casa. Alfredo era meu tutor e a única pessoa em quem eu confiava. Ele contratou professores para me educar em casa. Os melhores do país. Não só das matérias normais que eu devia ter na escola, mas também artes, computação, lutas. Ele estava sempre do meu lado. Me incentivava. Eu me dediquei muito, como se aprender todo o possível fosse a única forma de sobreviver.

Eu já sabia disso tudo, Alfredo já tinha me contado. Mas ele estava se abrindo, contando algo íntimo pela primeira vez. Deixei que ele falasse.

- Eu era extremamente focado. Acordava e passava o dia estudando e treinando. Treinando e estudando. Não era um sacrifício para mim. Era natural. Era o que eu tinha que fazer. Mas eu era muito solitário, e Alfredo percebeu isso. Ele começou a trazer alguns jovens para estudar comigo, me fazer companhia.

Me espantei ao imaginar que Alfredo estava de qualquer forma envolvido em algo que eu estava com medo de descobrir o que seria. Ele continuou:

- Quando os rapazes eram mais velhos que eu, não dava certo, acabávamos brigando. Não aceitava ninguém mandando em mim, dizendo o que eu devia fazer. Mas, quando eu era o mais velho, tudo fluía bem. Eu gostava de ensinar, de cuidar.

Ele ruborizou. Parou de falar. Respirou fundo e seguiu:

- Eu já era praticamente adulto. Acabei me envolvendo com alguns. Sexualmente... – como foi difícil sair essa palavra da boca dele – Mas depois do ato, eu não queria mais ver eles. Me sentia sujo, parecia que era errado. O que meus pais pensariam de mim?

Ele estava envergonhado ao contar tudo aquilo, mas continuou, sem a coragem que lhe é peculiar:

- Quando eu estava perto de ir pra faculdade, Alfredo contratou um novo professor para mim. Alguém que não somente iria me ensinar matérias, mas que poderia me ajudar para essa nova fase, pois logo eu teria que sair de casa para ir para a faculdade. Ele era um cara incrível, professor de filosofia e sociologia, e ao mesmo tempo era estudante de psicologia. Sabia da vida, de tudo, apesar de ser ainda bastante jovem. Se chamava Joca. Um rapaz brincalhão, que usava só um apelido despretensioso. Ele era muito inteligente. Charmoso. Muito bonito – os olhos dele brilhavam enquanto Ele contava.

Permaneci calado, ouvindo. Ele seguiu:

- Ele era alegre, divertido, feliz. Sempre com roupas coloridas, rindo o tempo todo. Contrastava com meu luto, que nunca passava. Me apaixonei por ele. E ele, por mim, por incrível que pareça. Vivemos um romance tórrido. Foram meses de muita paixão, muito tesão. Joca queria assumir nosso relacionamento para todos. Queria casar comigo. Como eu amava o Joca! Eu não teria problema em assumir nosso relacionamento. Afinal, minha única família, o Alfredo, já sabia de tudo. Mas eu iria para a faculdade na Europa em poucas semanas. Eu queria continuar com o Joca, mas não queria que ele ficasse anos esperando por mim. Não era justo!

Ele deu uma risadinha nessa hora, e continuou.

- Tá, eu também queria curtir a faculdade, transar com outros estudantes, garotos e garotas. Não sou santo... Mas não queria enganar ninguém. Então, terminei com o Joca. Falei para ele aproveitar a vida que eu voltava em cinco anos. Tentei ser o mais honesto possível. Eu realmente queria voltar com ele depois da faculdade.

A alegria em seu rosto foi embora, parecia que ele tinha vestido a máscara do Morcego.

- Ele não acreditou em mim. Me chamou de enrustido. Disse que eu não assumia nosso relacionamento porque ele era pobre e muito afeminado pra mim. Que eu era um machinho preconceituoso. Que só queria comer ele sem ninguém ver. Que eu ia morrer no armário, vivendo uma vida dupla.

- O Joca se tornou o Palhaço, pelo que entendi – isto já estava claro, mas eu precisava ter certeza.

- Sim. Depois do nosso término, ele ficou diferente, começou a usar maquiagem, roupas extremamente extravagantes. Ficou afeminado como nunca havia sido. Nunca mais falei com ele. Acho que isso só piorou as coisas. Mas ainda era Joca. O Palhaço só apareceu muitos anos mais tarde.

- Acho que entendi seu relacionamento anterior com o Palhaço. Mas eu quero saber essa história com rapazes mais jovens, onde eu entro nisso...

- Vou contar tudo. Não vou esconder mais nada, não se preocupe. Já chego lá.

Assenti com a cabeça. Ele continuou:

- Tinha muita saudade do Joca, porém vivi cinco anos incríveis na faculdade. Me diverti como nunca, experimentei de tudo, bebida, drogas. Transei com todos que pude, mulheres, homens, mais novos que eu, mais velhos. Até professores e professoras. Mas chegou a hora de voltar. Estive fora o tempo todo, nunca voltei nas férias. Cinco anos sem ver essa cidade. Quando cheguei, já saindo do aeroporto, a limosine conduzida por Alfredo foi baleada. O tiro passou muito perto de mim. Todo meu trauma da morte dos meus pais voltou. Eu decidi acabar com toda a criminalidade. Estudei tudo o que acontecia. Quem comandava o crime, como se estruturavam, de onde tiravam seu financiamento, quais eram seus objetivos. Descobri que a polícia era corrupta, então decidi agir por conta própria. Assim surgiu o Morcego. Sempre gostei de morcegos, sempre brincava na caverna embaixo da mansão. Nunca tive medo deles, mas sabia que eles despertavam o medo em quase todas as pessoas.

Eu começava a ficar impaciente, mas resisti e não interrompi.

- Eu passava as noites inteiras nas ruas, buscando criminosos. E os dias, passava pesquisando, investigando. Eu quase não dormia. Minha vida se tornou o combate ao crime. Voltei a ficar muito solitário. De lá pra cá, prendi a grande maioria dos principais criminosos da cidade, que já está muito melhor do que já foi. Um dia, não muito depois que eu criei o Morcego, prendi um jovem rapaz praticando um pequeno assalto, coisa boba. Ele implorou para não ser entregue à polícia. Disse que vivia nas ruas, não tinha família.

Eu acho que já previa tudo o que ele ia dizer, apesar de não conseguir acreditar. Tinha que ouvir as palavras saindo de sua boca...

- Fiz uma proposta para ele. Não o entregaria à polícia se ele aceitasse ser tutelado por um amigo rico, que estava disposto a ajudar órfãos como ele. Ele aceitou, e eu o levei para o Alfredo. Dia seguinte, ele me conheceu, sem a máscara. Não desconfiou que eu e o Morcego éramos a mesma pessoa. Morou em casa alguns meses, cuidei dele, de sua saúde e educação.

- Eu não consigo acreditar no que eu estou ouvindo... – eu não me contive, estava inconformado.

- Nada foi planejado. Eu só queria impedir que ele se tornasse realmente um criminoso. Nunca tive segundas intenções. Mas passávamos muito tempo juntos, acabamos nos envolvendo sexualmente. Voltei a ser feliz, a ter uma vida. Mas não podia deixar de cumprir minha promessa de cuidar devidamente dele. Quando concluiu os estudos, eu o mandei para a faculdade, na capital. Ele acabou se envolvendo com uma colega. Continuei sustentando até que ele se formasse e conseguisse um emprego estável. Hoje ele é um profissional bem-sucedido, está casado com essa colega, tem dois filhos. Sou padrinho dos filhos dele. Sempre me manda notícias.

- Parabéns por utilizar sua fortuna para abusar de um menor...

- A iniciativa foi toda dele. Ele que veio para minha cama durante a noite, ele disse que queria, que estava apaixonado. Eu sei que eu era o adulto e devia ter evitado, mas eu também estava apaixonado por ele. E ele tinha idade legal, não cometi nenhum crime...

- Foi por causa disso que o Palhaço disse que você gosta de passarinhos recém-saídos do ninho? E como ele ficou sabendo?

- Acho que algum dos professores que contratei para educar o rapaz devia ser amigo do Joca e acabou contando.

- Do jeito que o Palhaço falou, parece que não foi só UM jovem que você ajudou.

- Então...

- Quantos foram?

- Rick, isso não importa.

- QUANTOS FORAM?

- Sete – ele falou bem baixinho, olhando para baixo.

- SETE? E você transou com os sete?

Ele só balançou a cabeça, confirmando.

- Você seduziu sete garotos? – continuei inconformado.

- Não seduzi ninguém e, só pra constar, já que você está querendo dados exatos, foram seis rapazes e uma garota, a única que não era órfã e não veio morar aqui, continuou na casa dos pais.

Tinha um certo sarcasmo em sua voz neste momento.

- E os seis rapazes e a garota tomaram a iniciativa? Você só ficou deitado esperando que eles caíssem na sua cama?

- Com dois rapazes a iniciativa foi minha, devo confessar, mas eles já tinham atingido a maioridade naquele momento...

- Eu já atingi a maioridade, há quase um ano. O que tem de errado comigo? – nem sei se eu devia ter perguntado isso, mas saiu sem controle.

- Depois do primeiro, sempre que eu fui ajudar outro jovem, prometia para mim mesmo que não me envolveria. Mas agora eu sei que eu sou muito carente. O meu trauma faz com que eu me afaste de todos, mas acabo me apaixonando por aqueles que permanecem.

- Eu estou aqui há anos!

- Quando você chegou, eu estava namorando a Victória, a jornalista.

- Nossa, nem lembrava mais dela.

- Eu estava apaixonado, até hoje é a mulher mais linda que já vi, beijei, transei. Mas eu fiquei tocado com a sua situação, tão jovem perdendo os pais naquela tragédia horrível no circo. Eu me vi em você, mas você não tinha um Alfredo para cuidar de você.

- Nem uma herança bilionária... – não deu para evitar jogar isso na cara dele.

- Eu não tive escolha. Tinha que cuidar de você. Você era tão jovem e desprotegido. Jovem demais para eu ter qualquer intenção. Eu falo sério. E eu estava doido pela Vic, só tinha olhos para ela. Mas ela não aceitou sua presença, nossa proximidade, e terminou comigo depois de alguns meses. Sem ela, fiquei obcecado por você.

- Não parecia... – falei com desdém, apesar de me sentir lisonjeado nesse momento.

- Eu tinha sacrificado meu relacionamento com a mulher mais linda do mundo por você, eu tinha que fazer tudo certo dessa vez. Não podia me deixar envolver novamente. Todos os outros rapazes passaram poucos meses aqui, e eu sabia que você ficaria alguns anos, no mínimo. Você era muito mais novo que todos os outros. Decidi me tornar um pai pra você, não um “sugar daddy”...

Confesso que gostei da autocrítica.

- Pode até não ser culpa sua, mas você definitivamente não sabe o que é ser um pai...

- Talvez porque eu tenha me apaixonado loucamente por você. Mais do que pelo Joca, mais do que pela Vic, qualquer namorada da faculdade, qualquer um que já tivesse passado na minha vida. Porém, naquele momento, na sua idade, ainda era crime. E eu tive que aprender a me conter, me controlar.

Eu fiquei sem palavras. Meu coração disparou. Meu rosto ficou muito vermelho. Não sabia o que fazer, não conseguia falar nada. Ele continuou:

- E, a essa altura, o Joca já tinha se transformado no Palhaço. Eu soube que era o Joca imediatamente. Ele nem tentou disfarçar pra mim. Não sei até hoje como ele descobriu que eu era o Morcego. Mas sabia que ele tinha descoberto sobre os rapazes, e parece que isso foi o estopim para ele enlouquecer e se tornar o Palhaço. Não queria que você entrasse para essa lista, dos rapazes com quem me envolvi, lista esta que o Joca parecia conhecer tão bem. Para ele, se tornar o Palhaço foi uma provocação para mim. Ele nunca ligou para tudo o que fez, todas as mortes. Tudo que ele queria era chamar minha atenção. Por isso, sempre dei um certo desconto para ele. Sempre me senti culpado por ele. Se eu imaginasse que tudo isso era só pra me comer, tinha dado pra ele muito tempo atrás... E só pra ele, jamais para aquele monstro grotesco do Ben.

- Vocês namoraram e você nunca...? – não contive minha curiosidade.

- Sempre fui exclusivamente ativo. Nunca tinha sido passivo, até ontem. E, apesar de ter decidido que nunca teria relação sexual com você, sempre fantasiei que a única pessoa para quem eu seria passivo seria você, Rick.

Puta merda. Ou, como eu mesmo diria, “Santa Sacanagem, Morcego”. Eu já estava meio excitado há bastante tempo, mas nessa hora meu pau ficou tão duro e pulsante que eu achei que ia gozar imediatamente sem nem encostar nele. Ele, quem eu sempre admirei e desejei, fantasiava dar o cu pra mim!

- Eu sempre te desejei! – falei, porque não tinha mais motivos para esconder – Sempre fantasiei com você. Como eu queria ao menos te ver pelado, nem que fosse apenas uma única vez. Pelo menos o Palhaço me possibilitou isso ontem.

- Não queria que fosse assim. Não queria que ontem tivesse acontecido. Mas nós podemos recuperar o tempo perdido, fazer tudo corretamente, como devia ter sido. Quer dizer, isso se você ainda quiser...

Eu tinha que dizer não. Tinha que ir embora. Mas esse foi meu sonho por tanto tempo, eu não tinha forças para recusar. Meu cérebro não pensava mais, todo o meu sangue devia estar no meu pau.

- Acho que eu tenho um tempo antes de ir embora.

Ele me abraçou e beijou minha boca. Como eu esperei por esse momento! Nem sei se eu estava beijando direito, tenho pouca experiência nisso. Mas estava adorando.

- Vamos para o meu quarto – ele disse. Ele nunca me deixou entrar no seu quarto.

- Não. Vamos para a caverna! – queria o lugar onde eu sempre havia fantasiado...

Descemos nos beijando. Mal chegamos na caverna e Ele começou a tirar minha blusa.

- Sempre quis tocar seu corpo assim – falou, acariciando meu tórax.

- Tira a sua roupa logo, sempre sonhei em te ver pelado!

Ele arrancou a roupa como um relâmpago. Eu caí de joelhos, meu rosto bem próximo ao seu pinto. Seu pau estava meia bomba. Coloquei na boca e senti ele endurecer completamente. Comecei a chupar da melhor maneira que pude. Acho que ainda preciso aprender a fazer isso direito. Mas fiz com toda vontade. Tentava enfiar tudo na boca. Acariciava seu saco. Tirava da boca, punhetava um pouco, admirando por inteiro. Lambia o pau, o saco. Sentia o cheiro. Ele estava de banho recém tomado, e eu imaginava como seria o cheiro depois de uma noite de combate ao crime.

Ele me levantou e me beijou na boca. Senti seu pau duro encostando em mim. Ele sussurrou em meu ouvido:

- Tira a roupa, meu prodígio.

Obedeci. Ao contrário da noite anterior, não tinha vergonha alguma. Queria que ele me visse, me desejasse. Ele me olhou da cabeça aos pés. Sorriu. Depois, mordeu o lábio.

- Ainda quero que você me penetre, mas hoje não consigo, estou muito machucado “atrás”. – ele falou, acariciando meu pau.

- Me come, então. – falei – O pau fino do Palhaço não me machucou.

- Muito fino, né? – ele riu – mas com um cabeção, parece um cogumelo...

Rimos e nos beijamos, sem que ele tirasse a mão do meu pau.

- Quero muito penetrar você, você nem imagina quanto. Mas com você, quero que seja diferente. Só vou te penetrar depois de me entregar pra você, meu Passarinho.

- Então, quando você tiver se recuperado, quero que você coloque a máscara quando eu for te comer, Morcegão!

- Se quiser, eu coloco a máscara agora.

- Não. Primeiro, eu quero gozar com você. Depois com o Morcego.

- Então goza logo... – disse ele, se ajoelhando e caindo de boca no meu pau.

Santa chupada, que delícia. Ele pode não ter experiência dando o cu, mas certamente é perito em chupar um pau! Não tinha como resistir mais.

- Vou gozar! Vou gozar! – anunciei.

Ele não parou de me chupar e eu gozei em sua boca. Ele engoliu toda minha porra e continuou me chupando. Nunca imaginei que seria tão bom ser chupado depois de gozar.

Depois de um tempo, ele se levantou. Eu o abracei e beijei. Senti o gosto da minha porra na sua boca. Ele ainda não tinha gozado, e eu sentia seu pau duro junto à minha barriga. Quando fui me ajoelhar para voltar a chupar seu pau, ele falou:

- Já gozou comigo, quer gozar com o Morcego agora?

Então Ele tinha tara em transar mascarado... Topei, claro. Ele colocou sua máscara, que vinha com a capa, tampava um pouco dos ombros e seguia até o símbolo do morcego em seu peito. Colocou também as botas, as luvas e o cinto. Me entregou parte do meu uniforme, também. Só a máscara, a camiseta, o cinto, a capa e a bota. Ou seja, eu estava com todo meu uniforme, só sem a sunga e as luvas. Já parcialmente vestido, nos beijamos novamente, e ele me conduziu até o automóvel.

- Sempre imaginei você me chupando enquanto eu dirigia.

Ele sentou no banco do motorista e eu ao seu lado, como sempre. Ele escorregou um pouco para baixo e abriu as pernas. Eu me abaixei e comecei a chupar seu pau. Nesse momento, ele ligou o carro e o conduziu para fora da caverna. O capô estava fechado, então ninguém poderia ver o que acontecia dentro do carro. Eu lambia a cabeça de seu pau, chupava, tentava colocar inteiro na boca. Levantava um pouco para respirar, e o masturbava com minha mão esquerda. Minha não direita não parou de acariciar seu saco todo o tempo.

Que delícia idolatrar aquele pinto que eu sempre sonhei em ver. Chupar aquele pau, acariciar aquele saco. Dentro daquele automóvel, mascarados. De repente, senti sua mão em minha bunda, acariciando minhas nádegas. Levantei um pouco minha cabeça, tirando seu pau da minha boca, e falei:

- Tira a luva...

Voltei minha boca para seu pau, e ao mesmo tempo empinei minha bunda. Demorou uns instantes, mas senti sua mão voltar a acariciar minha bunda, mas agora sem a luva. Logo senti um dedo acariciando meu cu. Comecei a chupar ainda mais forte, fiz tudo que eu achei que ia ser gostoso, tudo que eu queria que fizessem com meu pinto. Senti seu dedo sair e voltar para o meu cu, agora molhado. Não tardou e ele mandou:

- Tira a boca que eu vou gozar.

Não obedeci. Continuei chupando e acariciando seu saco. De repente, ele levantou um pouco o quadril, enfiando seu pau fundo na minha garganta. No momento que ele gozou, senti seu dedo entrando um pouco no meu cu.

Engasguei, mas engoli toda sua porra. Levantei a cabeça e Ele me puxou para cima, me beijando calorosamente. Olhei para fora e notei que estávamos no meio da cidade, várias pessoas esquisitas andando na rua e observando nosso automóvel passando em alta velocidade.

- Acho que essa foi a melhor gozada da minha vida. Obrigado, meu prodígio.

- O prazer foi todo meu. Por mim, te chupo toda vez que sairmos para combater o crime.

- Ué, você não ia embora? – provocou Ele.

- Eu vou. Decidi ir pra faculdade. Mas volto nas férias para te ajudar a combater o crime, e te chupar no caminho de ida e de volta!

- Desse jeito, vou acabar tendo que te deixar dirigir o automóvel, pra eu poder te chupar também...

- Jura? – Eu sempre quis dirigir o automóvel! Ele nunca havia deixado.

- Só um pouquinho, hein... Deixa chegarmos na estrada de volta pra caverna pra trocarmos de lugar.

Chegamos na estrada, um lugar nada iluminado e bem deserto. Ainda assim, sempre poderia passar um carro. Ele nem se preocupou. Abriu a capota do carro, saiu praticamente pelado e veio para o lado do passageiro. Eu só pulei para o banco do motorista. Ele sentou no banco do passageiro, e acionou o fechamento da capota.

Antes do fechamento total, Ele já estava com a boca no meu pau. Comecei a dirigir devagar. Não sabia onde prestar atenção, se no caminho ou na boca dele no meu pau. Eu estava curtindo muito dirigir o automóvel, como seu sempre quis. E estava sendo ainda mais especial do que eu jamais poderia ter imaginado, porque ele estava me chupando. E como chupa bem. Santo boquete!

Quando Ele ouviu o som do acionamento automático da abertura da caverna, tirou a boca do meu pau e levantou a cabeça.

- Pode parar agora.

Eu parei o carro e ele abriu a capota. Ele saiu do carro, e dessa vez eu saí também. Nos encontramos na frente do caro, parcialmente pelados, e ainda fora da caverna. Sentei no capô e falei:

- Me come aqui, em cima do automóvel.

Ele me beijou e disse:

- É tudo o que eu quero fazer. Mas, como já disse, quero ser penetrado antes de te penetrar. Isto porque é você! Mas hoje ainda estou muito machucado atrás, não consigo. – e se ajoelhando, seguiu – Que tal se eu te chupar aqui, com qualquer um que chegue até aqui nos vendo?

- Então vem!

Ele começou a chupar meu pau, desceu para o meu saco, me levantou pelas pernas, colocando-as em seus ombros e começou a chupar meu cu. Puta que pariu, que gostoso. Ele lambeu o dedo médio da mão direita, que estava sem a luva, e começou a enfiar no meu cu. Nesse momento, voltou a boca para o meu pau. Chupou como quem queria sugar minha alma pelo meu pau. Gozei. Gozei muito. Gozei gostoso.

Assim como antes, ele engoliu toda minha porra, novamente. Ele levantou e falou:

- Olha a loucura que a gente tá fazendo. Tudo culpa sua, Rick, por ser assim gostoso. Faz tanto tempo que eu queria fazer isso...

- Tô amando tudo, é muito mais do que eu jamais podia imaginar! Eu bati tanta punheta só pensando em te ver pelado...

- Pois agora pode me ver pelado quando quiser, é só pedir. E pode pedir muito mais do que só olhar! Mas agora vamos entrar, antes que alguém apareça.

Voltamos para o carro, Ele dirigiu para dentro da caverna. Saímos do carro, Ele tirou a máscara e a capa. Eu tirei minha máscara. Falei para ele:

- Posso pedir uma coisa?

- Claro, qualquer coisa!

- Eu sei que tá cedo, não é nem meio dia, mas posso dormir com você essa noite, no seu quarto, na sua cama?

- Nem precisava pedir.

Enquanto conversávamos, ele tirou as botas, o cinto, a luva que ainda estava na sua mão esquerda. Também tirei minhas botas, minha capa, meu cinto, minha camisa. Eu continuei:

- Seira muita loucura pedir para ficarmos pelados até ir dormir? Você pode pedir para o Alfredo sair para comprar algo, passear, ter um dia livre... Eu queria ficar pelado com você na mansão, o dia todo...

- Alfredo já me viu pelado milhares de vezes, sabe tudo da minha vida. Provavelmente, já sabia que a gente ia transar hoje antes de qualquer um de nós acordar. Mas peço para ele sair, pra não constranger você, se você preferir.

- Ele também já me viu pelado várias vezes. Inclusive, me pegou me masturbando algumas vezes... Acho que a primeira vez que ele me pegou batendo punheta foi o momento de maior constrangimento da minha vida, até ontem. Se você não se incomodar do Alfredo nos vendo pelado, eu não tô nem aí...

- Vamos esquecer ontem e fazer tudo o que você tem vontade, até você me deixar sozinho aqui nesta mansão fria e para ir para a faculdade.

- Jamais vou te deixar, ainda mais agora, que a gente se entendeu, que passamos de fase nesse nosso jogo doido. Mas acho que vai ser bom ir pra faculdade, conhecer outras pessoas.

Subimos para a mansão, os dois pelados. Fomos para o escritório e continuamos conversando, como se não tivesse nada diferente.

Eu falava empolgado sobre ir para a faculdade.

- Já cansou de mim depois de só uma manhã? – falou ele, em tom de brincadeira. O que me surpreendeu, pois era muito raro ele fazer piadas ou brincadeiras.

- Até estava cansado de você, mas hoje passou... Entretanto, quero ter essa experiência que você teve, viver a vida universitária. E até já sei para onde quero ir.

- Eu também sei. Você quer ir para a mesma faculdade da Babi.

- Sim. – falei com um pouco de desconfiança. – Como você sabe?

- Eu sou o maior detetive do mundo, sei que você está envolvido com ela. Sei que perdeu a virgindade com ela...

- Não é possível isso! Eu nunca nem olhei para ela quando você estava por perto. E ela nunca olhava para mim, só para você...

Ele tentou esconder um sorriso safado, que dizia muita coisa.

- Não pode ser! Não acredito nisso! Você não... – falei, inconformado.

Sem conseguir tirar o sorriso safado da cara, ele falou:

- Fique calmo, até então eu não sabia de vocês. Ela foi a garota que eu disse que cuidei, que não era órfã e nunca morou na mansão. O pai dela, o delegado, gasta muito dinheiro com o tratamento de saúde da esposa doente, e ele nem ganha tão bem. E é um dos poucos que não é corrupto, logo, não sobra muito dinheiro para a filha. Então eu banquei os estudos da Babi. Já faço isso há muitos anos. Banquei seus treinamentos. Talvez você não saiba, mas já na idade dela, ela já é uma das maiores especialistas em informática do país. Não há sistema em que ela não entre. Ela acabou descobrindo sobre o Morcego e exigiu participar, senão contaria para o pai. Não queria, mas cedi. Babi se tornou a Morceguete. Um dia, você estava com o dedo quebrado e o olho roxo, como você bem falou hoje. Então precisou ficar repousando. Estávamos só eu e Babi combatendo o crime.

Eu estava muito puto com ele! Não sei de quem eu estava com mais ciúmes, se dela ou dele. Mas naquele momento eu queria sentar porrada nele, de novo. Como eu certamente ia perder, resolvi só ouvir, calado.

- Ela já tinha dado em cima de mim antes. Eu sempre resisti. Estava resolvido a nunca mais me relacionar com protegidos meus, ainda mais agora que vocês dois estavam nessa missão comigo.

“Nossa, como você é forte em resistir à sedução de jovens garotos e garotas, Grande Detetive!” pensei. Só pensei e continuei a olhar para ele.

- Nessa noite em particular, ela falou que queria perder a virgindade comigo. Que nunca mais tentaria nada, mas que ela precisava daquela experiência para me esquecer. Ela contou que pretendia ir para a faculdade logo, talvez aquela fosse a última noite de combate ao crime dela, pois ela tinha que se preparar. Eu hesitei com sua proposta, e ela me beijou. Eu falei para ela: “vai ser só essa única vez”. Ela assentiu. Estávamos no telhado do prédio da polícia, então fomos para o quarto dela, já que ela e o delegado moravam no prédio do lado. Entramos pela janela, o caminho que ela sempre usa para entrar e sair de casa.

- Não sei se eu quero ou não continuar ouvindo o que aconteceu... – eu falei, incrédulo.

- Seu pau indica que você está gostando e quer que eu continue.

Nem percebi que tinha ficado de pau duro! Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Ele continuou:

- Não vou entrar em detalhes desnecessários. Transamos. Foi muito bom, muito intenso e carinhoso ao mesmo tempo. Ela pediu para que eu ficasse um pouco lá. Contou qual faculdade pretendia fazer, seguindo na área da informática, e eu disse que continuaria custeando seus estudos, bem como bancaria sua estada na cidade nova. Ela disse que mudar de cidade e largar tudo seria fácil, mas que iria sentir falta de você, Rick...

- Minha?

- Sim. Ela disse que desconfiava que você estava gostando dela, e ela achava que estava começando a gostar de você.

- Ah, gostava de mim mas foi perder a virgindade com você!

- Era uma fantasia antiga, pelo jeito. E nossa transa foi o encerramento de um ciclo. Depois dessa noite, ela aposentou a Morceguete. Eu a incentivei a investigar os próprios sentimentos sobre você, que era um rapaz absolutamente incrível, muito melhor que eu.

- Tá bom, mas como você sabe que nós transamos? Eu ainda estava me recuperando, e você tinha saído como Morcego quando ela veio me fazer uma visita e tudo aconteceu... Tenho certeza que o Alfredo não teria corrido para te contar, ele não é fofoqueiro! Ela te contou?

- A Babi não me disse nada de vocês.

- Se não foi ela nem o Alfredo, como você descobriu?

- Então...

Nada de bom vem depois de um “então...”. Ele continuou:

- Talvez você não goste muito do que eu vou contar, mas prometi ser absolutamente honesto com você a partir de agora...

Eu tinha absoluta certeza que não gostaria de ouvir o que estava prestes a ouvir, fosse o que fosse. Ele respirou fundo e continuou:

- Desde a morte dos meus pais, eu sempre fui muito desconfiado. Depois do Morcego, sentia que precisava saber de tudo, controlar tudo. Em especial na mansão, por questão de segurança. Por isso, eu tenho câmeras em absolutamente todos os cômodos da mansão. Todos...

- Você assistiu? – Eu me levantei, com as mãos na cabeça, pelado, pau duro, no meio do escritório.

- O sistema avisa quando alguém vem para a mansão, quando tem alguma atividade diferente em algum cômodo. Preciso verificar quando algo acontece. Só vi no dia seguinte, não ao vivo, se ajuda de alguma forma...

- Você é mais doente que o Palhaço, você sabia?

- Bom, pelo menos você tem guardado para sempre o vídeo da sua primeira vez!

- Você precisa de tratamento mental!

- Eu me envolvi sexualmente com a única terapeuta com quem fui me tratar. Nicole. Uma ruiva linda... – ele ainda fez piadinha!

- Ainda bem que eu vou me afastar de você!

Ele me puxou para perto e, sem se levantar da poltrona, começou a acariciar meu pau. Falou:

- Mas você vem nas férias, né?

- Claro que venho. Porque devo ser quase tão louco como você. Porque eu quero transar com a Babi, casar com ela, ter filhos. Mas ainda quero transar com você.

- Vocês vão ser o casal mais lindo e inteligente da história dos heróis. Quero ser padrinho. E também vou continuar querendo transar com você, quando você estiver com vontade, claro. Ninguém precisa saber.

Nisso, começou a me chupar, no meio do escritório.

- Pra quem já tem uma vida dupla, o que é um segredo a mais, não é mesmo? – falei, ironicamente.

Ele só continuou me chupando. Pensei em algo.

- Por acaso alguma vez você assistiu enquanto eu me masturbava no quarto?

Ele parou de me chupar, olhou para mim e falou:

- No seu quarto, no banheiro, nesse escritório, na caverna...

- Você é muito mais pervertido do que eu jamais poderia imaginar nos meus piores sonhos!

Nesse momento, sem parar de me chupar, começou a acariciar meu cu com seu dedo. Consegui forças para perguntar:

- Mais alguma perversão que eu precise saber?

Ele tirou sua boca do meu pau, começou a me masturbar sem tirar a outra mão da minha bunda, e respondeu:

- Bem, pra falar a verdade, tenho sim. Eu estou transando com a Felina ultimamente...

Tirando suas mãos de mim, me afastei, dizendo:

- Mas ela é uma criminosa!

- Na verdade, ela é só uma ladrazinha de joias. Acabou chamando atenção e se envolvendo com alguns criminosos bem mais perigosos, mas ela mesma é inofensiva. Até da mansão ela já roubou, numa festa que nós demos. Foi aí que eu descobri quem era a Felina.

- Ela já explodiu uma loja de roupas!

- Que explorava mão de obra infantil, foi assim que descobrimos e prendemos os donos. Ela tem métodos errados, um dia vou conseguir mostrar isso para ela.

- Um dia? Então não é só uma foda?

- Não. Acho que estou realmente gostando dela. Depois da Vic, a mulher mais bonita com quem estive.

- Bom, você é adulto e bilionário, é responsável pelas merdas que faz... – meu pau já tinha dado uma amolecida, então continuei com a conversa - Felina, Palhaço... Mais algum vilão que você tenha comido? O Pato, talvez?

- Santo Deus, não. Ele realmente parece um pato, é muito esquisito. – Ele fez cara de nojo – Mas eu tive um caso de alguns meses com a Talita...

- Porra, A Talita? Aquela Talita? A filha do Raul? O maior terrorista do planeta?

- Em minha defesa, naquela época eu não sabia ainda que ela era filha do Raul. Estávamos muito envolvidos, mas ela sumiu quando eu descobri quem era seu pai.

- Eu acho que eu preciso beber alguma coisa.

- E se o sinal aparecer no céu essa noite?

- Depois de tudo que aconteceu ontem, depois de tudo que aconteceu hoje, depois de tudo que eu fiquei sabendo, hoje eu vou tirar uma folga. A polícia vai ter que se virar sem mim... E você devia fazer o mesmo, nem sentar direito você está conseguindo.

- Ok, mas vamos de vinho. Assim, ainda consigo lutar se for muito necessário.

Nunca tinha bebido com Ele. Só tinha bebido escondido, com uns poucos amigos que tenho. Pelo jeito, escondido só na minha cabeça, certamente Ele ficou sabendo. Mas nunca falou nada comigo.

Me entregando uma taça, Ele falou:

- Não vá para a mesma faculdade que a Babi.

- Por que não? – questionei.

- Por dois motivos. – Ele sentou em sua poltrona, pelado, com uma taça em suas mãos, e continuou – Em primeiro lugar, porque a faculdade que ela está é a melhor em informática, e você não pretende cursar essa área. Em segundo lugar, você não vai realmente viver ao máximo a vida universitária com ela junto. Namore com ela, mas tenha um namoro aberto. Está na moda, ela certamente vai topar. Mas esteja longe, faça o que quiser durante a semana, e encontre com ela aos fins de semana. E comigo nas férias. O melhor dos mundos!

- Como você sabe o que eu quero ou não cursar. Nem eu sei ainda o que eu quero?

- Você já sabe que quer ficar com ela e, às vezes, curtir comigo. Nem sequer negou. Isso já é mais do que a maioria das pessoas consegue saber de si durante toda uma vida. Em relação aos estudos, eu sei que você quer continuar combatendo o crime, não apenas de forma mascarada, mas à luz do dia também. Você admira o trabalho do delegado, então...

- Direito. Eu tenho que cursar direito!

- Espero não estar te influenciando, mas você já havia dado todos os sinais.

- Pra variar, você está certo. E já sabia antes de mim.

- E onde ela está não tem curso de Direito. A melhor faculdade está há duas horas de distância de onde ela está. Dá para vocês se encontrarem quando quiserem, mas não vão fazer isso todo dia, o que te deixa livre pra curtir sem ela. E a ela também, que fique claro. O que é ótimo, porque vocês vão ficar realmente juntos quando já tiverem mais experiência.

- Você já planejou tudo, não?

- Sou ótimo em planejar a vida dos outros. Mas ainda não tenho ideia de como contar pra Felina que eu sou o Morcego.

Alfredo entrou no escritório nesse momento:

- Com licença, Senhor. Com licença, Mestre Rick. Fico feliz que agora temos um ambiente naturista, agora. Devo tirar minhas vestes, também? – falou, ironicamente.

- Meu caro Alfredo, você é quem sempre mandou em tudo nesta mansão. Eu sou só o proprietário, você é o verdadeiro mandachuva. Você pode vestir ou não o que quiser, claro.

- Obrigado, Senhor. Se não se importarem, vou continuar com minhas vestimentas usuais.

- Mas um dia você vai ter que vir conosco curtir na piscina, e aí vai ter que tirar toda essa formalidade e cair pelado na piscina.

- Seria um prazer para mim, mestre Rick, talvez não para vocês, já que meu corpo não é mais tão vistoso como o de vocês. Mudando de assunto, o almoço está servido na cozinha.

Almoçamos os três juntos, só Alfredo vestido. Fora o comentário sobre naturismo, para ele era como se não houvesse nada estranho. Nos divertimos, rimos muito. Nunca tinha visto todos tão felizes e descontraídos. As duas garrafas de vinho certamente ajudaram. Até Alfredo tomou uma taça. Depois de um longo tempo, falei:

- Puxa, acho eu estou precisando dormir um pouco.

- Acho que dormir um pouco me faria bem, também. Alfredo...

- Descansem, Mestres. Eu arrumo tudo aqui.

Fomos para o quarto dele.

- Quando te vi aqui com a Babi, fiquei com muita inveja. Queria que fosse eu transando com você. – Ele falou.

Nos beijamos, mas estávamos cansados. Deitamos naquela cama imensa. Dormimos abraçados. Sem sexo ou nada. E dormimos por umas dezoito horas, eu acho. Acordei na manhã seguinte, sentindo um pau duro roçando nas minhas costas. Ele me abraçava, apesar de haver muito espaço sobrando na cama. Ele notou que eu acordei, beijou minha nuca e falou:

- Bom dia!

- Bom dia – respondi – você está acordado faz tempo?

- Uma hora e meia, mais ou menos. Mas não queria te acordar, você precisava descansar.

- Descansei, mesmo. Tô renovado!

- Estou sentindo – ele falou, acariciando meu pau duro.

- Não se sinta tão lisonjeado. É tesão de mijo. Preciso muito mijar.

- Duvido que não é por minha causa. E você só sai dessa cama depois de me penetrar e jorrar sua porra dentro de mim!

- Já está assim melhor?

- O suficiente. Sou dono de uma das melhores indústrias farmacêuticas do planeta. Tenho acesso a medicamentos milagrosos. E os melhores lubrificantes, também.

Falou isso deitando de pernas abertas para cima, na posição de frango assado. Pegou um tubo de lubrificante, passou em seus dedos e esfregou em seu cu.

- Vem, me come. – ele sussurrou.

- Quer colocar a máscara?

- Não. Quem tem que dar pra você sou eu, não o Morcego. Não da primeira vez, ao menos.

Me ajoelhei, encostei a cabeça do meu pau no seu cu e comecei a forçar a entrada.

- Devagar, já estou bem mas ainda está dolorido.

- Vou devagarinho...

A cabeça do meu pau entrou em seu orifício, e ele deu um gemido. Esperei um pouco e fui enfiando mais. Aos poucos, meu pau entrou inteiro. Meus pelos roçaram seu saco.

- Que delícia ter você dentro de mim. Agora, vai, mete gostoso.

- Que sonho meter no seu cu!

- Olha a boca.

- Vai se foder. Aliás, EU vou te foder!

- Então me fode!

Comecei os movimentos de vai e vem. Desejei tanto este momento. E ele estava dando pra mim, de pau duro. Comecei a acariciar seu saco, seu pau. Falei:

- Não sei se eu gosto mais de meter no seu cu ou de punhetar seu pau...

- Pode fazer tudo que você tiver vontade, estou adorando tudo!

Masturbei seu pau com muita intensidade. Meti com menos intensidade. Queria que ele gozasse no mesmo momento que eu, eu sei que não ia conseguir aguentar muito tempo. Anunciei que ia gozar e ele tirou minha mão do seu pau e começou a se masturbar freneticamente. Gozei dento do seu cu. Ele falou:

- Não tira que eu já vou gozar... Deixa seu pau dentro de mim... eu vou... GOZAR!

A porra chegou até seu queixo. Eu tirei meu pau de dentro dele e saí correndo. Ele gritou:

- Me beija, caramba.

- Depois. Preciso urgente ir para o banheiro, senão vou mijar dentro de você!

Eu estava mijando e ele apareceu na porta.

- Que foi? – perguntei.

- Nada, só queria ver você mijando... Tem espaço pra mais um?

- Claro! – disse eu, abrindo espaço para ele junto ao vaso sanitário.

Ele começou a mijar, e eu logo acabei. Mas fiquei lá, admirando. Nem falei nada, mas como sempre ele sabia o que passava em minha cabeça.

- Tá muito cedo para um golden shower, meu prodígio.

- Até porque eu já esvaziei toda minha bexiga. Mas outra hora, quem sabe?

- Combinado.

Descemos para tomar café da manhã. Novamente, uma linda mesa posta, com muita comida.

- Bom dia, Alfredo.

- Bom dia, mestre Rick. Bom dia, senhor. Vocês estão muito bem, parecem bem felizes e descansados.

- Acho que nunca estive tão feliz! – Ele disse, dando um selinho nos meus lábios, na frente o Alfredo.

Saí correndo da cozinha. Meu pau tinha ficado duro com o beijo surpresa. Consegui ouvir Alfredo comentar:

- Hormônios são uma coisa realmente maravilhosa, não é mesmo, senhor?

Voltei com um roupão. Tentei mudar de assunto:

- Está sabendo que eu decidi ir para a faculdade ano que vem, Alfredo?

- Que notícia excelente, Mestre Rick. Mas a mansão não será igual sem sua presença.

- Eu voltarei todas as férias, não se preocupe. Não posso deixar um certo cavaleiro noturno se tornar um cavaleiro solitário. – disse, devolvendo o selinho.

- Como você pode ver, Alfredo, um mamífero alado não tem direito a um dia sequer de felicidade sem que surjam más notícias...

- Não se preocupe, Senhor, acredito que este passarinho é da espécie que sempre volta ao ninho original para acasalar...

Eu fiquei vermelho na mesma hora. Claro que Alfredo já sabia tudo que estava acontecendo, mas ouvir da boca dele me surpreendeu. Não consegui dizer nada, só comecei a tomar meu suco de laranja, olhando para baixo. Ele falou:

- Assim espero, Alfredo. Assim espero...

Terminamos o café da manhã e Ele me convidou para ir para a piscina. Em todos esses anos, Ele nunca foi na piscina. Só eu usava, de vez em quando. Passamos mais de uma hora brincando na piscina, nadando, se beijando, se acariciando embaixo d’água. Um certo momento, Ele falou:

- Não estou aguentando mais, Rick. Quero muito te comer!

- Então me come! – falei.

- Onde, aqui? Na caverna?

- No meu quarto.

Saímos da piscina e entramos na mansão. Molhamos todo o caminho. Fomos pelados e de pau duro por toda mansão até meu quarto. Eu entrei e Ele falou:

- Vou buscar o lubrificante no meu quarto e já venho.

Me enxuguei e deitei na minha cama. Não era uma cama de casal, mas era maior que uma de solteiro. Fiquei acariciando meu pau de leve enquanto esperava por ele.

Ele apareceu na porta. Lindo. Nu. De pau duro e sorriso no rosto. Como era bom ver ele sorrir. Como era bom ver Ele pelado.

- Como você quer me comer? – falei.

- Assim como você está, para eu poder te olhar nos olhos e beijar sua boca.

Santo tesão! Quase gozei ao ouvir isso. Só abri minhas pernas e falei:

- Então vem!

Ele se ajoelhou na minha cama, entre minhas pernas. Se abaixou e começou a chupar meu pau. Que delícia. Desceu para o meu saco. Como adoro que chupem o meu saco! Levantou minhas pernas e deixou meu cu totalmente exposto. Começou a lamber o meu cu, que piscava involuntariamente pedindo por Ele. Passou lubrificante no seu pau e no meu cu. Enfiou carinhosamente um dedo dentro de mim. Depois de um tempo, tirou e introduziu dois dedos. Com a mão esquerda acariciava meu pinto lentamente. Tirou os dedos e lubrificou novamente seu pau. Não desviava seu olhar do meu, mas naquela hora seus olhos pediam permissão. Falei:

- Pode vir, mete em mim.

Ele me beijou e eu senti seu pau encostar no meu cu.

Abri ao máximo minhas nádegas com minha mão e falei:

- Vem devagar, por favor...

- Vou devagar, até porque estou com tanto tesão em você que já tô me controlando para não gozar sem nem te penetrar.

Senti seu pau começar a entrar em mim, aos poucos. Doía, mas era gostoso, ao mesmo tempo. Eu segurava seus braços, e quando apertava mais forte Ele parava de ir mais fundo. Aos poucos eu respirava e Ele seguia. Seu pau entrou inteiro em mim, senti seus pelos me roçando.

Nesse momento, Ele me beijou, apaixonadamente. Começou os movimentos de vai e vem, bem suavemente. Meu pau e meu saco se esfregavam em sua barriga musculosa. Sua boca não desgrudava da minha, e seus movimentos aceleraram. Meu cu doía e meu pau pulsava. Pouquíssimos minutos depois Ele anunciou:

- Vou gozar logo.

- Goza dentro de mim, igual eu fiz com você.

- Com todo prazer!

Ele parou de me beijar e ergueu seu corpo. Começou a meter com força. Puta que pariu, como doeu. E como foi gostoso. Senti seu pau inchando ainda mais e Ele gozou em mim. Comecei a me masturbar com uma velocidade que parecia que eu ia arrancar a pele do meu pau fora. Gozei. Santa porra, que delícia.

Ele deitou sobre mim, sobre minha porra, e me beijou. Deixou seu pau dentro de mim até amolecer e ser expelido pelo meu cu. Ficamos abraçados nos beijando por vários minutos. Provavelmente por mais tempo do que durou a transa.

- Sua porra ainda está dentro de mim – Ele falou – e agora a minha está dentro de você. Eu nunca tive essa conexão com ninguém. Nunca vou esquecer isso. Espero que você, não importa com quem esteja transando, lembre desse momento para sempre.

- Eu nunca vou esquecer disso. Você é o primeiro amor da minha vida.

Ele ficou vermelho. Nunca vi isso acontecer!

- Eu te amo, Rick. Nunca falei isso pra ninguém. Não sei se um dia vou falar para outra pessoa...

Nos beijamos da forma mais apaixonada que conseguíamos. Nos abraçávamos como se quiséssemos impedir que o outro fosse embora. Mas, ainda assim, eu precisava ir embora.

Pelos meses seguintes, transamos todos os dias. Muitas vezes, mais de uma vez por dia. Ele não me deixou mais ajudá-lo no combate ao crime. Contratou mais professores e passei o tempo todo estudando, salvo quando estávamos transando. Aliás, só usei meu uniforme nesse período para transar. Transamos de todos os jeitos, com e sem uniforme, em todas as posições, em todos os cômodos da casa. Menos no quarto do Alfredo, por respeito, claro.

Transamos assistindo gravações de quando eu me masturbei pensando no Morcego, a gravação de quando eu transei com a Babi, e de gravações nossas transando. Transamos na caverna assistindo ao vivo enquanto éramos gravados transando.

Para alguém que nunca havia sido passivo até então, me surpreendi pelo fato dele sempre querer que eu o penetrasse.

- Fisicamente, eu gosto mais de te comer, Rick. Mas eu te amo tanto! E amo ter você dentro de mim, me penetrando. Isso me enlouquece de uma forma que eu não consigo explicar – ele justificou.

- Te entendo perfeitamente – respondi. Eu sentia exatamente o mesmo.

Apesar da maratona de sexo nesses meses, fui aprovado na melhor faculdade de direito, exatamente como Ele havia previsto. Ele fez questão de me levar pessoalmente até lá. Nos chupamos no carro, no caminho, claro. Mas, chegando lá, Ele se comportou como se fosse realmente meu pai. Se despediu com um abraço carinhoso. Mas sussurrou ao meu ouvido:

- Já estou morrendo de saudade de te ver pelado. Vou começar a riscar a parede como um prisioneiro até chegar suas férias.

Eu sorri e antes que eu conseguisse falar qualquer coisa Ele me soltou, virou as costas e foi embora.

***

Espero que tenham os fortes que chegaram até aqui tenham gostado desta primeira parte. Logo vem a parte 2, com muito mais surpresas, emoções e putarias.

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Comentários

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Tchelo, você é um mestre em contar histórias!! Que delícia de conto, entrei tanto no enredo que até esqueci que estou num parque, duro e tendo que disfarçar hahaha. Santa criatividade! Hehehe

Mal vejo a hora para a continuação!

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Vou ter que investigar pra descobrir esse parque, pra quando publicar o segundo capítulo (spoiler: vai ser logo) ver essa dureza toda ao vivo...

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