Será que eu dou para o Manoel? - A Luz no Fim do Túnel Escuro

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 2149 palavras
Data: 14/04/2024 09:32:16

Há dias na vida que são decisivos, onde um passo mal dado pode comprometer os sonhos e o futuro de alguém, não raro arrastando umas tantas outras pessoas numa torrente de loucura e insanidade.

Para a agonia de Martinha, esse dia havia chegado com todo o seu peso.

Ao caminhar em direção ao seu quarto dia em direção a mais uma jornada de trabalho no novo emprego de copeira na corporação, a jovem moreninha tesuda da bunda avantajada e detentora de um diploma de administração de empresas estava reticente pelo que lhe esperava pela frente.

Hoje seria a data fatal onde ou Martinha dava para seu supervisor, o tampinha do Manoel, ou então seria praticamente obrigada a descer do busão corporativo e voltar para a casa dos pais lá no interior com o rabinho entre as pernas por absoluta falência financeira.

Se bem dar para o lumpa-lumpa do Manoel representava uma condição para uma eventual futura promoção à secretária executiva e um adeus a aquela copinha minúscula e sem janelas a que ela fora condenada ao aceitar o emprego, aquilo era aviltante e ia contra todos os preceitos morais que a moreninha aprendera no seio familiar e na faculdade de administração de empresas.

Desconfiada, Martinha tentou averiguar a questão mais a fundo - e assim evitar que ela terminasse levando a tronca do Manoel nos próprios fundos.

Primeiro ela procurou o seu Arnaldo, o velhinho simpático e punheteiro, gerente do controle de qualidade que via filminhos pornô pesadões na sua sala e se masturbava assiduamente enquanto chorava, mas o homem ficou irado e a mandou embora dali gritando impropérios ainda com o membro teso numa mão e a caneca de café na outra.

Depois ela teve a ajuda da Bete, secretária do seu Arnaldo, que foi atrás da morena em seu socorro. Só que a Bete, além de confirmar que na corporação rolava um esquema de promoções inapelável entre comedores e comidos, narrou-lhe sua própria história triste…

Depois de ter que dar o rabicó para seu supervisor, Bete caiu de secretária do seu Arnaldo e teve que dar muito o traseiro para o gerente em ascensão, até que ele conseguiu um emprego para sua filha na corporação e, misteriosamente, se retirou da cascata de fodelança das promoções, o que levou a bete a uma estagnação de anos em sua carreira.

Agora, ao entrar no prédio e dirigir-se para o vestiário onde colocaria mais uma vez aquele uniforme apertadíssimo que a deixava mais gostosa do que realmente era e aquela redinha branca horrível prendendo seus longos cabelos negros cacheados, Martinha pensava em seu último recurso para nao terminar o dia sendo enrabada: Dona Lourdes.

Sim, a Dona Lourdes, a velhota encarregada dos recursos humanos!

Muito embora o Manoel lhe houvesse advertido que de nada adiantava pensar em assédio ou outras demandas do tipo, porque ali imperava a cadeia sagrada das promoções e todos os funcionários aceitavam o fato de que isso era “uma regra, só se levanta quem um dia ficou de quatro”, Martinha ainda dispunha de este último recurso, assuntar junto ao RH.

Como Dona Lourdes parecia ser uma pessoa de bem, uma senhoria que zelava pelo bem estar de todos, apesar do risco da velhota se assustar com aquela história e terminar fazendo um escândalo - o que também podia levar à demissão sumária de Martinha - valia o risco, pois era sua última chance de ver uma luz no fim do túnel - antes que o Manoel terminasse entrando com o trem a todo vapor no seu próprio túnel escuro.

Antes mesmo de subir até seu andar, Martinha foi diretamente ao RH, onde pediu uma conversa reservada com a velhota sexagenária e explicou-lhe tudo: a chantagem do Manoel, suas descobertas sobre a cascata da fodelança, a punhetagem do seu Arnaldo vendo filminho triplo-xis e a triste história da Bete sendo enrabada no passado.

- Nossa, menina! Você descobriu tudo isso só em tão pouco tempo? - Dona Lourdes limitou-se a comentar com uma cara um tanto normal ante todas aquelas revelações.

- Sim, Dona Lourdes, pode acreditar. Há algo de muito podre nessa corporação, infelizmente!

- E… me diz uma coisa, Martinha. O que você vai fazer?

- O que eu vou fazer? Como assim o que eu vou fazer, Dona Lourdes? Eu estou aqui justamente contando tudo à senhora, a responsável pelo RH!

- Ah, garota, não seja tão inocente, por favor!

- Mas eu estou aqui relatando que fui vítima de assédio moral e sexual e a senhora nem se abala? Como pode ser?

- Essas histórias são normais, garota. Já vi um monte disso aqui. Sinceramente, eu odeio e queria pôr um fim nisso tudo, mas as coisas são como são.

- Mas não vai rolar nem um processo? O Manoel e o seu Arnaldo merecem ser demitidos!

- Martinha, minha filha, se eu abrir um processo de assédio provavelmente não vai dar em nada. É a sua palavra contra a deles, você não tem nenhuma prova, entende?

- Mas… Nem a Bete? Ela pode ser minha testemunha!

- E você acha que aquela gordinha incompetetnte vai se levantar contra o chefe dela por sua causa, quando ela mesma queimou a rosca para conseguir se tornar secretária e já rodou muito na piroca do próprio Arnaldo? Acorda Martinha, você não tem nada nas mãos!

Essa conversa foi muito desanimadora. Agora que seu último recurso se mostrara inócuo, Martinha, empurrada pelas contas não pagas que se acumulavam em seu criado-mudo ao lado da cama e pelos sonhos que um dia teve de se tornar uma poderosa gerente empresarial, já até podia sentir uma pressão lá atrás onde o Manoel queria se enfiar. Sim, era triste e odioso, mas era verdade: se a morena quisesse se salvar, teria antes que deixar o chefe se afogar nela.

Com um olhar meio perdido, cabisbaixa, Martinha levantou-se e foi saindo da sala de Dona Lourdes, perdida nestes pensamentos, quando ouviu a sexagenária chamando-a de volta.

- Hei, hei! Martinha! Peraí garota! Volta aqui!

- Hã? Eu? O que foi agora?

- Calma aí, menina. Olha, eu posso ler os seus pensamentos daqui. Você está mesmo pensando em dar para o Manoel, não é?

- Eu… Eu… Infelizmente, eu não vejo mais alternativa, Dona Lourdes. Acho que vou ter que dar mesmo para o tampinha, minhas contas não vão se pagar sozinhas e eu não quero ter que voltar para a casa dos meus pais lá onde Judas perdeu as botas.

- Então, Martinha, olha só, eu tenho uma proposta…

- O que foi? A senhora sabe um jeito de eu sair dessa merda sem ter que rebolar na trolha do anão? É isso? Porque não me disse antes?

- Não, querida, não é nada disso, é exatamente o oposto!

- Olha Dona Lourdes, eu estou meio confusa agora e não estou entendendo a senhora…

- Eu quero que você dê para o Manoel, é isso.

- Hein? A senhora aprova isso? Mas agora, era só o que me faltava!

- Martinha, não é de hoje que eu quero muito acabar com essa bandalheira. Eu me aposento num par de anos e não queria deixar essa mágoa para trás. Todas as vezes que tentei intervir eu me estrepei, porque ninguém nunca conseguiu provar nada…

- Sim, Dona Lourdes. E o que eu tenho a ver com isso?

- Céus, mas você é meio lentinha, não é? Você tem uma oportunidade de ouro nas mãos, garota! Se fizer tudo direitinho, pode conseguir sua promoção e ainda se vingar desse sistema corporativo perverso!

Um silêncio cortante se estendeu por alguns minutos entre as duas. martinha tinha uma expressão que oscilava entre atônita e pensativa, tentando entender o que a velhota queria dizer com aquilo, enquanto Dona Lourdes, permanecia sentada, tamborilando sua mesa com a ponta dos dedo enrugados e um olhar de sobrancelhas levantadas um tanto desafiador fixo na moreninha.

- Deixa eu ver, Dona Lourdes. Eu vou dar para o Manoel e produzir as tais provas, é isso?

- É Martinha, mas não somente isso. Se conseguirmos ferrar o Manoel, vamos acabar com todo o sistema da cascata da fodelança. Afinal, qual supervisor que vai exigir comer alguém em troca de uma promoção se houver ao menos uma pessoa que se deu mal fazendo isso?

- Interessante, Dona Lourdes. Só que me desculpe a sinceridade, mas esse seu plano é uma merda. Quer dizer, eu vou ter que dar pro Manoel de qualquer maneira e ainda vou sair sem a minha promoção, se eu delatar o baixinho depois dele me arrombar.

- Pensa, martinha, pensa! Eu sou a encarregada do RH! Se você me trouxer as provas, nós vencemos o sistema e eu garanto que te coloco na primeira vaga de secretária que aparecer! Entendeu agora?

- Entendi. É uma proposta boa… Mas pode melhorar!

- Melhorar? Como assim? Agora quem não está entendendo sou eu!

- Dona Lourdes, sou eu quem vai ter que rebolar a bunda na piroca do Manoel. Depois disso, sou eu quem vai se expor e ficar mal falada quando tudo vier à tona. E o que eu ganho? Uma vaga de secretária? Ora, faça-me o favor, eu tenho um diploma de administração de empresas!

- Sei, sei… E qual o cargo seria o mais adequado para uma pessoa tão qualificada assim como a senhorita, com diploma de administração e tudo mais?

- Bem, acontece que a minha melhor matéria na faculdade era justamente controle de qualidade, sabia? Então, para eu aceitar esse seu plano doido, eu queria ser no mínimo a gerente de controle de qualidade da corporação!

- Como é que é? Gerente do controle de qualidade? A vaga do Arnaldo?

- Isso, só assim derrubaremos o sistema, dando dois belos exemplos. O Arnaldo vai para a aposentadoria compulsória e eu tomo o lugar dele! Então, aceita?

- Ora, ora, então essa é você de verdade, não é, garota? Vingativa, hein? Gostei, você vai dar uma ótima gerente! Por outro lado, derrubar o Arnaldo vai ser jogo duro. Para isso, precisamos que a prova contra o Manoel seja tão contundente que ninguém nos questione!

Um novo silêncio incômodo se instalou entre as duas. Martinha olhava fixamente para Dona Lourdes esperando que ela continuasse, afinal, se a velhota era a encarregada do RH, só ela poderia dizer que tipo de prova seria indicada para este caso. Já Dona lourdes parecia pensar sem parar, calculando o que poderia ser feito, até que seu rosto pareceu iluminar-se com alguma ideia diabólica.

- Já sei! Já sei! Você vai seguir minhas instruções e conseguiremos a vaga do Arnaldo!

- E o que a senhora tem em mente, posso saber?

- Hoje, no final do expediente, você vai até o Manoel e aceita a proposta, ou seja, vai dizer que topa dar a bunda para o baixinho. Mas… Você vai exigir que seja no mocó corporativo!

- Como é que é? Mocó Corporativo? Que porra é essa?

- No décimo terceiro andar, existe uma salinha especial, o mocó corporativo. Só os gerentes têm acesso, lá até parece um motel, tem até cama redonda e espelho no teto, um luxo. O Manoel é Gerente de Serviços Gerais, logo, ele tem a chave do mocó.

- Mas porque isso? Porque eu tenho que dar para o tampinha nesse tal de mocó?

- Porque lá tem câmeras secretas e nós vamos filmar tudo! É por isso que, enquanto ele estiver te comendo, você tem que fazer ele confessar tudo!

- Não sei não, Dona Lourdes, parece complicado…

- Olha, menina, você não quer a vaga do Arnaldo? Então, arrasta o Manoel para o mocó e faz ele confessar que está te comendo em troca de uma promoção! E se conseguir que ele fale sobre a mania do Arnaldo de bater punheta na frente das copeiras, melhor ainda!

- Mas… Mas… A senhora acha mesmo que ele vai falar?

- Martinha, se eu tivesse a sua bunda, eu fazia ele confessar até que é um extraterrestre e chegou hoje num disco voador, está entendendo? vai por mim, nós vamos conseguir!

Martinha passou o resto do dia tensa, levando e trazendo bandejas com cafézinho a inúmeras reuniões. Em seu íntimo a expectativa transbordava e ela se esforçava para não dar na vista, como se estivesse num filme de espionagem.

À medida que as horas iam passando e o encontro fatal com o Manoel se aproximava, sua exasperação foi aumentando cada vez mais, de maneira que já estava quase fugindo ao seu controle. Numa atitude desesperada, Martinha se trancou na copa e teve que enfiar três dedos inteiros no traseiro, como uma forma de preparar-se para o que estava por vir e, ao mesmo tempo, tentar aplacar aquela tensão que a dominava.

Quando finalmente o expediente terminou, era chegado o momento que poderia mudar tudo: na corporação e na sua vida!

E agora? o que aconteceria? Iria Martinha dar a bundinha para o baixinho do Manoel? Conseguiria as provas filmadas desse encontro? Será que Lourdes honraria o acordo e a transformaria na gerente de controle de qualidade? Enfim, em breve tudo seria decidido!

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Muito bom. Engraçado e excitante. Aguardo o desfecho.

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Obrigado! Domingo que vem chega o final!

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