Troca de Filhas – T 02 – Parte 09

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 4203 palavras
Data: 02/03/2024 21:40:24

A Pior das Traições

O ato em que Michele deixou claro ao Kleber de que nunca teria nela uma aliada, que a princípio fazia parecer que as coisas só se complicariam ainda mais, acabou fazendo com que ele agisse de formas a virar aquele jogo.

Ele sabia que não tinha mais escolha. Seu segredo já não era mais de propriedade apenas do pequeno círculo formado por ele, a filha e do casal de amigos e a filha deles. Agora havia uma estranha à família que tinha conhecimento de seu ato incestuoso e, pior ainda, a reação da amiga de sua filha ao ouvir as provocações que a filha fez quando o incitou a transar com ela depois de ter sido surpreendida transando com cinco rapazes ao mesmo tempo indicava que aquilo a incomodava.

Ele, porém, teve sorte porque a garota, ao fugir da presença dele e de Lalana, correu para a casa de Michele e contou o que acabara de ouvir e aquela mulher também teria muito a perder se o comportamento de Kleber se tornasse público, pois o dela era ainda pior, pois como ela mesma confessara a ele, transara com a filha apenas por prazer, enquanto havia entre Lalana e o pai algo mais do que isso. O fato do amor que a garota sentia pelo pai se tornar uma obsessão foi a fonte de todos os problemas, mas isso não anulava o sentimento que eles tinham um pelo outro.

O sentimento de Lalana pelo pai era completo. Envolvia o amor de filha, o de mulher e o desejo que o sexo com ele lhe proporcionava. Já o de Kleber era mais voltado ao amor de pai e seu intuito era o de proteger a filha.

Não que ele não tivesse sentido prazer ao transar com ela. Sentiu muito. Porém, ele estava cônscio de seu dever de protegê-la e, por mais que ela tivesse agido no sentido de seduzir a ele, era ele o adulto naquela relação e, portanto era ele que deveria ter evitado tudo.

Então, depois daquele episódio, com ele já agastado por causa da reação da filha que agredira à sua namorada em público, decidiu que não restava a ele alternativa que não fosse a de resolver tudo de uma vez. Ele comparou a sua situação a de um cozinheiro pronto para fazer uma omelete, porém, que tem uma admiração muito grande pela forma dos ovos e evita de quebrá-los até chegar à conclusão que, sem quebrar os ovos, não dá para fazer a omelete.

Pensando assim, decidiu que seria melhor agir de uma vez e evitar que aos poucos mais pessoas fossem conhecendo seu segredo, pois se isso era um problema, melhor encarar esse problema do que viver cada dia de sua vida com o medo de que mais alguém vá ficar sabendo do que se passara entre ele e sua filha.

Em sua lógica, só havia um problema. Naomi.

Lógico que, para agir de forma aberta contra as atitudes de sua filha, teria que começar revelando a ela esse horrível segredo e ele tinha consigo a certeza de que, ao saber disso, a bela mulata o expulsaria de sua vida.

Não sendo uma pessoa desprovida de inteligente, ele sabia também que, se não contasse, mais cedo ou mais tarde essa verdade chegaria ao conhecimento de sua amada e aí seria ainda pior. Então, entre as opções de enfrentar o problema mais cedo com quase nenhuma chance de poder continuar seu relacionamento com ela ou deixar para que ela descobrisse mais tarde e aí essa chance não existiria. Escolheu pela primeira opção.

Para isso, ele repassou todos as situações que viveu com Naomi, inclusive, antes da primeira transa que tiveram. Isso o fez lembrar que o gatilho que os levou a se entregarem um ao outro foi quando Naomi se sentiu ciúme dele ao saber que ele transava com Michele e que isso acontecia, não só com o conhecimento e aprovação do marido dela, como também com sua participação.

Alguns dias depois, quando já estavam cientes de seus sentimentos, ele chegou a comentar com Naomi sobre o fato dela já saber que isso acontecia antes e não ter tido reação nenhuma enquanto, na segunda vez, ficou toda enciumada e aborrecida, chegando até mesmo a se demitir do emprego, coisa que ele fez com que ela desistisse. Naomi, depois de ouvir esse comentário da parte dele, explicou:

– Quando você disse que formava um trisal com seus amigos, a Michele já tinha dado algumas dicas a respeito disso, porém, eu achava que ela estava enciumada e estava inventando isso para nos afastar. Também achei que você só entrou no embalo da brincadeira dela e falou a respeito do trisal.

– Isso é difícil de acreditar. Você não é nada inocente. – Duvidou Kleber.

– Talvez tenha sido porque eu queria muito que isso não fosse verdade. – Ao ver que Kleber a encarava sem dizer nada, continuou a explicar: – Olha Kleber Eu já sabia que tinha alguma coisa entre você e a Michele. Na noite em que ela e eu nos envolvemos naquela transa ela fez com que eu percebesse isso. Mas achei que era só um caso de traição. Achei que vocês estavam traindo ao Gunnar. Mas quando eu entendi que não se tratava disso. Que o Gunnar estava a par e pelo jeito adorava a situação, eu me senti excluída. Achei que havia ali um sentimento sério e que eu podia perder as esperança de que um dia meu amor por você fosse correspondido.

– E olha só. Acho até que ele já era correspondido naquela época. Hoje eu não sei dizer se minha reação no dia seguinte ao que você ficou com a Michele tenha sido por ciúme dela. Cada vez que eu me lembro daquele dia, acabo me descobrindo com uma inveja muito grande dela. Eu não queria estar com vocês duas. Eu queria estar no lugar dela e ter você só para mim.

– Mas você nunca fez nada. Nunca deu a entender que me desejava. Nunca mexeu um dedo no sentido de me seduzir nem nada.

– Isso é simples de entender. Você era uma mulher casada e além de tudo eu era o chefe hierárquico. Isso é algo que, quando dá certo, é muito bom, mas quando a coisa desanda, é uma situação sem solução.

– E deu certo para você?

– O que você acha? – Perguntou Kleber e depois, sem dar chance para que ela respondesse se atirou sobre o corpo nu de Naomi:

– De novo não Kleber! Eu acabei de tomar banho; – Reclamou Naomi.

Kleber, ao ouvir o protesto da mulher, começou a sair de cima dela que o agarrou pelo pescoço e o puxou para lhe dar um beijo apaixonado e quando suas bocas se separaram, disse sorrindo:

– Você tem que aprender que tem momentos em que eu não quero ser obedecida.

O beijo seguinte foi por iniciativa de Kleber.

Relembrando tudo isso, Kleber achava que poderia ter uma chance. Diminuta sim, porém, não deixava de existir ali uma possibilidade de manter seu relacionamento com Naomi. Afinal, o seu amor não era nenhuma Michele na forma de pensar, mas também não dava para dizer que ela tivesse sido criada em um convento.

Além disso, depois do acontecimento no restaurante, não houve como convencer à Naomi de permanecer no emprego. Ela chegou a falar ao Kleber de que aquela situação não poderia continuar e que eles deveriam assumir de vez o relacionamento que tinham o que só seria possível se o vínculo profissional fosse desfeito. Ele aceitou de bom grado ao notar que o interesse dela em levar adiante aquela relação era igual ao dele e as coisas foram feitas com calma. Outra mulher foi contratada, Naomi ficou um mês treinando a mesma e depois se afastou definitivamente da empresa. No momento, não estava trabalhando, dizendo que ia cuidar disso apenas depois do carnaval e que teria um período sabático para cuidar dela e, logicamente, dele também.

Durante esse embate íntimo, pois Kleber pensava no assunto, tomava uma decisão e no dia seguinte recuava e voltava a repensar tudo, o relacionamento entre ele e a filha esfriou de vez. Quase não se viam e Lalana ficava mais em companhia de Michele e família do que em sua própria casa. Principalmente porque, nesses últimos dias, Thyra estava ausente participando de um torneio em São Paulo e foi exatamente esse acontecimento que precipitou os acontecimentos.

Faltavam três dias para o Natal e o Gunnar ligou para o Kleber para lhe pedir um favor. A Michele estava ocupada no Tribunal de Justiça onde estava sendo decidido um recurso que ela impetrara a favor de uma decisão em primeira instância desfavorável a um cliente e não podia sair enquanto ele estava preso em uma reunião na cidade de Novo Hamburgo e, mesmo que se livrasse naquele momento, não teria como chegar ao aeroporto a tempo de recepcionar Thyra que estava retornando da viagem. Sem saída, mesmo com as relações entre eles meio que estremecidas, pediu para que o Kleber buscasse a garota.

Kleber aceitou mesmo sabendo que, para atender ao amigo, se é que pudesse considera ao Gunnar como amigo depois de todos os acontecimentos, ligou para Naomi dizendo que eles não poderiam se encontrar da forma combinada, que era a de irem a um barzinho curtir o final do dia, prometendo ir até o apartamento dela quando se visse livre. A mulher entendeu a situação e se despediu dele.

Fazia mais de um mês que Kleber não estivera com Thyra. Mesmo antes de viajar, a garota parecia ter sumido. Ou talvez, tenha sido ele que evitava ficar muito tempo em casa e passava a maior parte do tempo livre em companhia de Naomi.

Mas não eram os motivos por esse afastamento que ocupavam a mente de Kleber. O que o deixava intrigado era a forma diferente que a garota estava se comportando. Não era a Thyra criança que vivia brincando com ele ou a Thyra adolescente que, a pedido de sua filha, vivia se insinuando para ele até o dia em que lhe fez um maravilhoso boquete e depois interrompeu antes que ele gozasse.

Também não era a mulher que, depois de a situação ter se escancarado, transara com ele algumas vezes de forma como se não houvesse um amanhã. Mas essa era a Thyra. Ela não fazia nada pela metade e se atirava por inteiro em tudo o que fazia.

E, de repente, depois de pouco mais de um mês sem se falarem, ali estava de novo a garotinha, toda comportada, porém, sem a alegria de antes. Isso o preocupou e fez com que perguntasse:

– O que está acontecendo com você Thyra?

– Ahnn! Comigo? Nada não!

A reação da garota deixava claro que ela fora arrancada de pensamentos profundos, sendo trazida de repente para o presente. Kleber ficou ainda mais preocupado e falou:

– Nada é? Pois não parece. Olha Thyra. Se você estiver tendo algum problema, pode contar comigo. Você sabe que, apesar de tudo o que tem acontecido, eu vou ser sempre o seu tio.

Thyra ficou olhando para ele que se surpreendeu quando viu duas lágrimas rolar pelo rosto da garota. Kleber não vacilou, encostou o carro na primeira vaga que encontrou e a libertou do cinto, puxando seu rosto de encontro ao seu peito e passou a acariciar seus cabelos enquanto falava:

– Não fique assim querida. Você sabe que para tudo nessa vida existe um jeito.

Thyra deixou seu pranto rolar e só afastou seu rosto do peito de Kleber quando ele comentou:

– Olha. Se for o resultado do torneio que não te agradou, você não precisa ficar assim. Você é jovem ainda e eu tenho certeza que vai se tornar uma grande tenista. Talento não te falta.

Com um sorriso triste, ela explicou:

– Não é isso tio. Eu até fui bem. Conquistei a medalha de bronze. E olha, acho que teria disputado a final se não fossem os problemas que atrapalharam minha concentração no dia do jogo.

– Problemas? Isso quer dizer que sua cabecinha está tendo problemas que não dizem respeito ao esporte? – Ao ver na expressão da garota que ela confirmava isso, ele se prontificou: – Não fique assim. Ainda hoje você vai estar com sua mãe e tenho certeza que ela vai poder te ajudar. Afinal, a Michele sempre encontra solução para tudo.

Thyra ficou quase um minuto encarando o Kleber que, diante do fato daquilo ser uma situação nova para ele, pois seu relacionamento com a garota nunca andou por caminhos turbulentos, se resumindo aos momentos de alegrias, brincadeiras e depois prazeres. Ele também percebeu que ela estava criando coragem para lhe dizer algo até que, finalmente, ela respirou fundo e falou:

– O problema tio, é que a mamãe não parece estar interessada em resolver nenhuma situação que envolva você e a Lalana. Eu até acho que ela sabe o que está para acontecer e não faz nada. Mas isso não é justo. Eu estou apavorada com as consequências que vão surgir com o que a Lana quer fazer. Eu já fiz de tudo, mas ela... ela não...

O pranto interrompeu a fala de Thyra e o Kleber a puxou de novo para si e deixou que ela ensopasse sua camisa com suas lágrimas. Enquanto isso, sua mente trabalhava para tentar entender sobre o que Thyra falava. O que sua filha estava aprontando dessa vez para deixar a amiga naquele estado?

Depois de chorar, Thyra pediu:

– Por favor, tio. Eu não quero ir para casa. Leve-me para algum lugar e, se não quiser ficar comigo, pode ser em algum hotel. Eu me hospedo e vou tentar entender tudo isso. Amanhã eu vou para casa.

– Negativo. Você não está em condições de ficar sozinha.

Imediatamente depois de dizer isso, Kleber se lembrou da promessa de ir até a casa de Naomi. Então resolveu ser honesto e falou para a garota:

– Olha Thyra. Eu prometi para a Naomi ir até a casa dela e...

– Tudo bem tio. Eu entendo. Me deixa em algum lugar e pode ir encontrar com ela.

– De jeito nenhum. Espere um pouco.

Dizendo isso, Kleber pegou o celular e chamou Naomi. Ao ser atendido, disse apenas:

– Mudança de planos. Vista alguma coisa que estou passando aí para te pegar. Vamos jantar em algum lugar. – E já ia desligando quando se lembrou de dizer: – Ah! Naomi! Só para você saber, vamos ter companhia.

Embora muito curiosa em saber quem seria essa companhia, Naomi apenas concordou e voltou para o banheiro aonde estava secando os cabelos depois de um banho, dessa vez agindo com mais pressa.

Quinze minutos depois Kleber voltou a ligar avisando que estava estacionado em frente ao prédio em que ela morava aguardando por ela. Mais quinze minutos e ela apareceu. Naomi, como de costume, estava linda, mesmo vestindo uma roupa despojada. Usava uma calça jeans azul clara e uma camiseta branca de uma banda de rock, usando um tênis de marca em seus pés.

Ao ver Thyra sair do carro para deixar a poltrona do carona livre para ela, não conseguiu disfarçar o espanto, porém, como havia sido avisada de que teriam companhia, tentou ser gentil e disse:

– Olha só que apareceu! A nossa tenista está de volta então?

Thyra tentou disfarçar seu estado de espírito e brincou:

– Oi pra você também.

Naomi aceitou os beijinhos na face e tomou o assento ao lado de Kleber enquanto Thyra se acomodava no banco de trás. Mal colocou o carro em andamento, ele começou a explicar:

– O Gunnar ficou preso em Novo Hamburgo e pediu para que eu fosse buscar a filha dele no aeroporto. Então aconteceu um probleminha e ela disse que não quer ir para casa hoje. Por isso eu a trouxe comigo.

Seria normal Naomi não gostar daquela situação. Mas também foi bastante normal ela não demonstrar isso, pois pelo menos seu homem não estava lhe escondendo nada e já a avisara antes que estava trazendo alguém com ele.

Foram até um restaurante aonde o clima estranho permaneceu. Thyra, mesmo tentando ser agradável, não conseguia esconder do casal que estava desconfortável ali e isso causou uma impressão diferente nos dois, pois enquanto o Kleber achava que a garota queria realmente lhe falar alguma coisa, mas que se sentia inibida por estar na presença da Naomi, essa já entendia que a garota tinha planos mais safados com seu homem que, talvez já sabendo disso, fez questão de levar a ela juntos para aquele encontro não programado. Pelo menos, pensava ela, o Kleber dava a entender que era digno de sua confiança.

Mas o problema de Thyra era bem outro. Tinha muito a ver com a presença de Naomi, porém, por nenhum dos motivos que o casal pensava a respeito dela. O verdadeiro motivo de seu constrangimento em falar abertamente com o Kleber o que a afligia tinha a ver com o fato de que, se fizesse isso, estaria revelando para a Naomi que ele já havia transado com a filha e até mesmo com ela.

Com três cabeças pensando sobre o que transformava aquele encontro tão constrangedor, ele poderia apenas ser um verdadeiro desastre. Thyra chegou a formar mentalmente as frases que necessitava dizer aos dois para alertá-los dos perigos que eles corriam, mas não conseguia falar. Até que chegou a hora de saírem do restaurante.

Nos planos de Kleber, ele levaria a Thyra para sua casa agora que ela estava mais calma ou, caso ela se negasse a isso, a algum hotel respeitável. Porém, quando ele comentou sobre isso e Naomi ficou sabendo que o problema da garota tinha a ver com sua família, o que a motivava a não ir para casa, se prontificou a levá-la para seu apartamento.

Isso afetava os planos de Kleber que, no caso de Thyra aceitar, ficaria impedido de passar a noite com sua mulher, porém, sendo quem era, ele jamais forçaria a situação para ser diferente daquela que as duas decidissem. Sendo a sim, as levou para o apartamento de Naomi e as ajudou a subir por causa da bagagem que Thyra levava consigo. Deixou tudo na sala e se despediu de Naomi com um beijo que mais se assemelhava a um selinho, porém, quando ele se dirigiu para a porta, Thyra falou com uma voz decidida:

– Tio Kleber. Acho melhor o senhor esperar aqui. O que tenho a dizer afeta tanto o senhor como a Naomi.

Assustado com aquela informação, ele olhou para Naomi que, com um aceno de cabeça, deu a entender que ele deveria obedecer, o que fez com que ele se sentasse em uma poltrona que ficava em frente ao sofá que Thyra ocupava e onde Naomi foi se sentar ao lado da garota. Depois de uma longa pausa, como se buscando coragem, Thyra falou:

– Olha tio. Nesses dias que estive fora da cidade eu mantive contatos diários com a Lana e o Jaime.

– Quem é esse Jaime?

– É um carinha que a Lana conheceu em Londres quando estávamos lá. Eles transaram e ela ficou impressionada com ele. Na viagem de volta, falava sem parar de como ele era carinhoso, romântico, dando a entender que estava apaixonada. Mas isso só foi durante a viagem. Bastou chegar a Porto Alegre para ela começar a agir daquele jeito que vocês sabem.

– Tá. Mas pelo jeito a história dela com esse Jaime não acabou por aí.

– Não. Se ela esteve apaixonada por um momento, a paixão dele foi mais duradoura. Ele não se esqueceu dela e já veio várias vezes aqui para ficar com a Lana.

– E por que ela não me apresentou esse tal Jaime? – Perguntou Kleber.

– Não sei ao certo Já fiz essa pergunta para ela, mas não achei a resposta satisfatória. Ela sempre disse que o Jaime é um trunfo que ela tem para ser usado na hora certa.

– Trunfo para o que? Aquela garota já tem tudo o que deseja? O que faz com que ela precise de um trunfo? – A pergunta foi de Naomi que não pode deixar de notar uma troca de olhar entre Thyra e Kleber. Na mesma hora ela percebeu que havia mais coisas naquela história que era do conhecimento dos dois, mas que ela ignorava.

Foi Kleber quem respondeu:

– Vai saber o que a Lalana está pensando em fazer! Ultimamente ela só apronta!

– Então. Continuando. Esse Jaime é um gênio na computação gráfica. Ele poderia trabalhar em qualquer estúdio, empresa de publicidade ou em qualquer outra que necessita de alguém com talento para tratar de imagens. Ele consegue transformar o cara mais feio do mundo em um galã e vice e versa. Se ele pega a foto de uma mulher nua, ele a torna perfeita. Não aparecem estrias, nenhuma ruga e ele é capaz de diminuir a cintura, alargar os quadris, levantar os seios. Enfim, não vi nada até agora que ele não conseguisse transformar. O cara é um gênio mesmo.

– Tá. E aonde a Lalana entra nisso? Pensei que fosse só um namoro entre eles.

– Para o Jaime é sim um namoro. Já, para a Lana, eu não sei. Ela o vê como alguém que pode ser usado porque vai sempre fazer tudo o que ela mandar.

– Isso está ficando muito estranho Thyra. O que tem a ver o relacionamento de minha filha com esse cara com a aptidão dele com computação que te deixou tão preocupada?

Thyra abriu a boca duas vezes para responder, porém, sua voz insistia em não sair. Porém, seus olhos fixos em Naomi indicavam que tudo aquilo tinha a ver com a bela mulata e foi Kleber que, percebendo isso, tocou no assunto na tentativa de obriga-la a falar:

– Espera aí! E o que tem esse Jaime a ver com a Naomi?

Thyra e Naomi olharam para ele. A loirinha com uma expressão de medo e Naomi de surpresa, pois ela não entendera nada. Então a garota, vendo que não tinha mais como esconder nada, confessou olhando para Naomi:

– Então, eles conseguiram algumas fotos suas. Não sei te dizer como, mas se entendi bem, tem algum hacker amigo do Jaime envolvido nessa história. Tem fotos suas nuas e outras de roupas íntimas.

– Essas fotos, se existem mesmos, estavam no computador ou no celular do meu ex marido. Mas isso foi no tempo em que a gente começou a namorar.

– E daí? Se eles têm essas fotos, o máximo que vão fazer é divulgá-las em alguma rede social e isso só vai servir para que todos vejam o quanto a Naomi é linda.

– Hei, Kleber! Acorda querido. Você não ouviu que tem fotos minhas nuas?

– Vão te achar mais bonita ainda. – Disse Kleber tentando fazer piada do assunto.

Na mesma hora, Thyra não resistiu e falou aquilo que a Naomi não conseguia, pois a mulata já havia entendido as consequências daquilo tudo e estava boquiaberta, com uma expressão de medo no rosto. A garota falou:

– Tio Kleber. Ligue os fatos. Um hacker, fotos nuas e um perito em computação gráfica. Eles podem fazer o que quiserem. Ou melhor, eles já fizeram e só estão esperando a hora mais apropriada para jogar na internet algumas fotos e até vídeos de Naomi transando com alguém. Esse Jaime tem os recursos necessários e o conhecimento para pegar um vídeo de um casal transando e colocar a imagem de Naomi no lugar do da mulher. Lógico que não vai ser algo perfeito. Isso não é possível. Vão ser vídeos de alguns segundos apenas ou então, de alguns segundo de exposição do rosto e o resto de uma forma o rosto não aparece. Quem é que vai poder afirmar que não é ela?

A reação de Kleber foi imediata. Sem dizer nada, ele se levantou e correu para a saída sem se despedir de ninguém. Sem paciência para esperar pelo elevador, desceu a escada pulando os degraus e saiu em disparada do prédio, entrando em seu carro. O barulho do ranger dos pneus reclamando do atrito repentino com o asfalto encheu o silêncio da noite.

No apartamento, depois de um longo silêncio, Naomi encarou a Thyra e falou com firmeza:

– Muito bem garota. Agora chegou a hora de você me contar o que mais tem nessa história. Eu quero saber que segredo é esse que assusta tanto ao Kleber. Ou você pensa que não notei a troca de olhares entre vocês quando eu disse que a filha dele já tem tudo o que deseja.

– Melhor você perguntar para o Kleber, Naomi. Eu não posso falar sobre isso.

– Sério mesmo? Bom, pelo menos você me confirmou que existe um segredo. Mas primeiro, vamos ver como resolver essa tentativa daquela pirralha em acabar com a minha vida.

Thyra apenas se levantou e começou a juntar suas coisas, mas logo foi impedida por Naomi que disse:

– Pode deixar suas coisas aí Thyra. Você não vai a lugar nenhum. E se você está com receio de eu ficar brava contigo, quero que saiba que, até agora eu só vejo motivos para te agradecer, mesmo tendo a certeza que você já transou com o Kleber.

Thyra olhou para Naomi com os olhos arregalados, o que fez com que a morena risse dela e falasse:

– Não precisa dizer nada. Você já confirmou o que eu queria saber. Agora, vamos ver quem vai me dizer o resto dessa história sórdida.

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Comentários

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Rapaz essa Naomi é fogo, tá pior que investigador do FBI, mas sinceramente essa Lalana pirou na batatinha, querer fazer isso tudo só para o pai continuar transando com ela, com a Michelle e com Thyra? Eu hein que garota sem noção! Excelente Nassau! Parabéns!

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Isso que dá ir na onda dos outros, todo mundo com o rabo preso nessa história

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Nassau parabéns por esse conto diferenciado nota mil amigo, só esperando o que vai acontecer kkkkkk

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Muito bom ver o que Kleber vai fazer com a filha agora

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Sensacional como sempre Nassau! A história só melhora, agora eu acho que Kleber vai bater duro em Lana.

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