Vício (Prologo)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 1191 palavras
Data: 04/03/2024 01:54:15
Assuntos: Gay

Seu Mariano era um adolecente quando conheceu dona Joana, ela era dois anos mais jovem que ele, ele trabalhava como pedreiro com seu pai, ela era a quinta de onze filhos de um fazendeiro, o pai de Joana odiou seu Mariano assim que o conheceu, mesmo assim eles continuaram se encontrando escondido até ela engravidar do primeiro filho, daí não teve mais como impedir, seu Mariano e dona Joana se casaram, o primeiro filho do casal infelizmente não vingou, mas o luto os deixou ainda mais fortes e eles seguiram em frente, mesmo com as dificuldades eles criaram os três filhos que vinham depois da melhor maneira possível, porém não tiveram muita sorte.

Marino o filho mais velho não quis estudar e nem trabalhar, segundo ele desde muito novo ele havia nascido para algo grande, bem podemos dizer que ele não estava totalmente enganado, Marino engravidou a filha de um deputado figurão da região, se casou com ela e passou a trabalhar com política junto do sogro, só que Marino tem muito amor no peito, amor esse que não basta só para uma família então ele tem duas, a esposa se faz de que não sabe, mas os dois filhos que ele teve com ela não são tão complacentes, o resultado disso é que até os dias atuais os filhos de Marino não falam com ele, o irônico é que os dois não são exemplos de fidelidade, são bem mais parecido com o pai do que se permitem admitir.

Marcos o segundo herdeiro do seu Mariano e da dona Joana nunca se casou, entrou para o exército e vive no sul do país, ainda visita os pais nos feriados de natal, mas nunca trouxe uma namorada ou filhos, comparado ao Marino ele até poderia ser considerado um homem bom, porém Marcos é altamente preconceituoso e fã de carteirinha da ditadura militar, segundo ele a ruína do país aconteceu quando o exército devolveu o poder para o povo, se Marcos estivesse a frente do exército ele já teria dado um golpe de estado, o cara é mais fanatico do que as pessoas que deram o golpe em 64, basta alguns segundos de conversa com ele para você perceber o quão maluco o cara ficou no exército, não que todos os militares sejam reaças que nem ele, mas o cara leva o facismo ao outro nivel.

Por fim Marlon o mais esperto dos filhos, ele diferente dos irmãos fez questão de terminar os estudos, sua inteligência sempre lhe foi muito útil já que ele tomou como carreira aplicar golpes, inclusive na própria família, a sorte do Marlon é que os parentes sempre acabam deixando passar, mas sabe aqueles parentes que nunca perdem, pois é fazer negócios com ele nunca acaba bem para o infeliz que confia nele, Marlon compra e vende casas e carros, inicia negócios promissores que por alguma razão não vão para frente ou ele simplesmente passa para frente e inicia uma nova empreitada, mesmo ganhando muito dinheiro ele nunca enricou, pelo menos é o que ele diz, no fim ninguém sabe o que ele faz com o ganhos que tem, nem mesmo a pobre infeliz que caiu no pior de todos os golpes que ele aplicou, pois é essa infeliz é minha mãe, se você está se perguntando que golpe foi esse, bem ele casou com ela.

Seguindo a cartilha do irmão mais velho meu pai chifrou minha mãe de todas as formas possíveis nas idas e vindas deles seu Mariano acabou intervindo e me resgatando do meio do fogo cruzado, ele e sua esposa me deram um lar e a educação que tenho hoje, infelizmente dona Jonan faleceu quando ainda estava na escola, seu Mariano ficou muito triste, uma tristeza que ele carrega até hoje, esse homem já sofreu tanto que me vejo na obrigação de ser alguém decente e dar orgulho para ele, coisa que nenhum dos seus herdeiros fez, meu avô é o homem mais foda que já conheci, e tive muita sorte de ser o único neto a crescer com ele, já que os filhos do Marino — meus primos — não são muito chegados na nossa família.

— Pai o senhor não acha melhor vender a casa e ir morar com Marino. — Disse meu pai no que deveria ser um churrasco em família para comemorar minha mais nova conquista.

— Porque o pai não pode morar com você Marlon? — Meu tio deixando claro que não queria o pai em casa, mesmo sem usar as palavras explícitas.

— Só tem você que pode recebe-lo Mariano, o Marcos mora na vila militar, não tem nem como cuidar do pai, e lá em casa ele não vai ter conforto nenhum. — Disse meu pai, se referindo ao tio Marcos que graças a Deus não pode vir.

— Vocês dois parem de falar besteira, não vou vender essa casa. — Disse seu Mariano com sua voz calma. — Já disse para vocês que essa casa vai ficar para o João Miguel.

— Pai, eu também tenho filhos? — Disse Marino, ressentido por eu ser o único neto no testamento.

Seu Mariano nem responde, para ele a assunto está encerrado, não digo nada até porque desde que fiz dezoito anos que a casa já é tecnicamente minha, meu avô secretamente passou a casa para o meu nome a fim de evitar que os filhos não respeitassem sua vontade quando ele se for, mas entenda desde que me mudei tenho me esforçado para fazer tudo que ele espera de mim, corresponder a todas as suas expectativas, não por causa de uma herança até porque a única coisa de valor que ele tem é a casa, mas fiz o que fiz porque acredito mesmo que ele já sofreu muito desgosto na vida.

Pensando em encher meu velho de orgulho me esforcei até conseguir virar detetive da delegacia de crimes virtuais de uma cidade vizinha a nossa, como é perto consigo ir dar o plantão e voltar para casa, já estou trabalhando a umas semanas, mas só agora meu avô conseguiu reunir a família para “comemorar”, acho que só minha mãe e o seu Mariano é que estam felizes por mim de verdade, por mim estávamos só nós três, pelo menos o tio Marcos não apareceu se não as coisas estariam muito pior, já que para ele trabalhar de trás de um computador não é ser um policial de verdade, para ele apenas a polícia militar é digna, ignoro os comentários dele no grupo da família sempre que ele tem começado com essas indiretas para mim, não tenho tempo para isso, já tenho 25 anos e uma carreira pra cuidar.

Mas mesmo com todo esse histórico familiar ainda sim somos uma família, normal como qualquer outra, com seus problemas, entretanto somos relativamente unidos, e embora não pareça muito mas meus tios e meu pai ainda são obedientes ao meu avô, quando seu Mariano dá uma ordem ele ainda é atendido, só que acredito que esse respeito se dê pela preocupação que eles tem a respeito da herança já que seu Marido já está na casa dos setenta, meu avô goza de boa saúde, mesmo assim para os filhos ele pode morrer a qualquer minuto.

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Comentários

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Show. Que mudança radical. Novos ares, nova família e novos personagens. Vamos embarcar.............

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sera que cada vício referente a um fetiche,principalmente sexual... Interessante

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Esse é bom, ele não nos deixa nem respirar. Vamos a mais uma história.

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Opa, essa promete! No prólogo já deu pra sentir as tensões que vêm por aí hehehe

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Uai nova história já eita, parece ser promissora agora aguardar os próximos capítulos.

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