Minhas Escolhas

Um conto erótico de Michelle
Categoria: Crossdresser
Contém 2853 palavras
Data: 14/02/2024 19:30:03
Última revisão: 14/02/2024 19:55:46

Oieee,

Saudades de vocês meus queridos e queridas do CDC.

Estou começando uma nova fase de contos e espero que gostem, pois estou gostando muito de escrever.

Aqueles que acompanham meus contos sabem o quão detalhista eu sou portanto vou dividir em partes para não ficar muito cansativo.

Sei que muitos não curtem comentar, mas para nós escritoras é muito importante para saber se estamos agradando vocês.

Vamos ao conto.

Bjsss.

Minhas Escolhas

São Paulo, 28 de janeiro de 2024

Meu nome de batismo é Eduardo e atualmente tenho 34 anos de idade, a cor da minha pele é branca e sou do signo de libra.

Minha intenção neste momento é deixar registrado nesta pequena biografia minha passagem por esta existência.

Nesta história pretendo mostrar o desenrolar de uma vida sofrida por uma pessoa “aparentemente normal”, mas que na realidade sofre por ter uma disforia de gênero.

Minha trajetória nesta vida será mostrada pelas passagens de várias etapas desde a infância até a fase adulta. Será relatado minhas lembranças, experiências mais marcantes, minhas alegrias, dores, amores, humilhações homofóbicas que passei, desavenças familiares, agressões verbais e até mesmo físicas.

Só quem já passou por isso sabe exatamente o que estou falando.

Todas as pessoas têm o direito de serem felizes independente de sua religião, cor de pele, orientação sexual, ou condição financeira.

Infelizmente muitos transgêneros não tem a sorte de nascer em uma família rica ou que os aceitem como são. Quantas famílias que ao descobrir que seu filho ou filha tem uma disforia de gênero não as aceitam. Muitos desses pais acabam tratando seus filhos como aberrações, alguns acabam até expulsando seus filhos de casa. Isso é uma vergonha em um país onde o casamento gay é amparado por leis.

Nota: disforia de gênero ou homossexualismo não devem ser tratados como algum tipo de doença mental.

Muitos homens e mulheres trans não têm o fundamental que é o apoio da família, nem sempre têm condições financeiras para uma transição segura. Todavia esses indivíduos buscam transicionar pelos meios que ainda tem, ou seja, seu emprego.

Agora, as que não tem uma boa condição financeira e nem trabalho acabam caído em desgraça por viver sem querer em um corpo indesejado, buscando a prostituição como meio de sobrevivência.

Infelizmente muitas tiram sua própria vida por não se adaptar a uma sociedade hipócrita que pune e rejeita aqueles que não são aceitos como “NORMAIS”.

Vou me retratar aqui como do gênero feminino pois é assim que me sinto, uma mulher trans presa em um corpo masculino.

Sempre fui obrigada pela minha família, amigos e a sociedade como um todo, a ser uma pessoa completamente fechada para o mundo e agir como um sapo “ homem”! Por causa disso passei a me importar menos com a minha aparência.

Vou começar agora a descrever minha vida de acordo com minhas lembranças…

…Nasci no dia 11 de outubro de 1989 às 23:11 no hospital e maternidade Matarazzo aqui na capital paulista. O hospital tinha uma espécie de promoção da Jhonson & Jhonson que daria um maravilhoso presente para a primeira criança que viesse ao mundo no dia das crianças. A médica que fez meu parto ficou sabendo da pouca condição financeira dos meus pais e com pena pediu a uma das enfermeiras informar para a direção da maternidade que meu nascimento foi às 00:01 minuto do dia doze, ou seja, minha mãe acabou ganhando todos os prêmios da promoção.

Imagina tudo que um bebê precisa, nesse kit tinha fraldas, shampoo, sabonete, colônia, talco, pomada contra assaduras e muito mais.

Fui registrada como do sexo masculino com o nome de Eduardo 😞😢.

Minha família nesta época era formada por quatro pessoas: meu pai, minha mãe, meu irmão, o primogênito da família, e euzinha.

Os anos se passaram e como havia comentado antes, minha vida foi conduzida por meus pais e avós maternos a ser um menino normal, porém, aos oito anos de idade pelo que me lembro sabia que era diferente do meu irmão mais velho e de meus poucos amigos da mesma idade.

Por que me sentia diferente? Vou contar…

Para as pessoas do meu convívio familiar os sinais que eu demonstrava eram praticamente imperceptíveis, mas para alguns poucos amigos minhas atitudes já davam evidências que eu era mais afeminado ou com tendências homossexuais.

Por exemplo: 1° - nunca gostei de brincar com os meninos da minha rua de bola, soltar pipas, gira pião, ou qualquer tipo de brincadeiras mais brutas. 2° - quando tirava fotos muitas delas eu sempre aparecia em poses mais delicadas ou fazendo caras & bocas.

3° - minha felicidade era brincar com minhas primas Márcia e Marilú, elas eram irmãs e moravam praticamente em frente a casa dos meus avós. Nossas brincadeiras na época se resumiram em brincar de casinha, onde a mãe era a Márcia por ser a mais velha , a Marilú e eu éramos as filhas, ou seja, irmãs em nossas brincadeiras.

Mas porque eu era a filha? porque eu não ia brincar se eu fosse o marido ou filho, simples assim! Como um menino de verdade aceitaria um papel feminino mesmo que inocentemente, né? Outras brincadeiras que tínhamos eram bonecas e desfile de modas.

Então, é por essas e outras que meus sinais na infância eram tão evidentes, mas mesmo assim ninguém da minha família notava, ou pelo menos eu pensava assim. Vida que segue né!

Oito anos depois, a maior novidade em casa era que mamãe estava grávida novamente, eu rezava para ser uma menina desta vez e assim quem sabe juntas poder brincar e descobrir as boas coisas da vida.

Mas não foi bem assim que aconteceu realmente.

Quando meus pais chegaram do hospital, traziam em seus braços mais um menininho, fala sério! 🤦

Enfim, vida que segue né!

Mas vejam como são as coisas, pelo que fiquei sabendo minha mãe queria uma menina, e adivinha quem queria ter nascido menina? “Eu”

Fiquei sabendo também que quando nasci minha mãe teve sérias complicações no parto e eu também, não sei exatamente o que aconteceu, mas foi grave. Acho que por isso que fui menos amada por ela, pelo menos é assim que me sinto.

Então acabei sendo o recheio entre dois irmãos.

Todos em casa me tratavam por Eduardo, Edu ou Dudu confesso que nunca gostei, mas acreditem que quando um amigo meu me chamou pela primeira vez de Duda, parece que uma luz se acendeu, e eu AMEI. Queria porque queria que toda a minha família me chamasse assim, mas infelizmente não foi o que aconteceu.😔

Os anos se seguiram e durante esse tempo, por causa desse meu jeitinho passei por momentos bem desagradáveis. Gente não tenho muitos detalhes sobre tudo que me aconteceu durante minha vida, mas o que eu lembrar de mais marcante ou mais relevante vou acrescentando. Mas enfim, como eu disse meus momentos “desagradáveis” foram:

No pré primário ou prezinho, tinha um grupo de meninos que me atormentavam no recreio por ter um jeito mais delicado, e por sempre estar no grupinho das meninas.

A minha sorte é que meu irmão mais velho quando via ou ficava sabendo que os meninos queriam me bater, ele vinha correndo para me proteger e por causa desses pequenos gestos dele, tinha meu irmão como meu herói.

Minha mãe começou a trabalhar como gerente de importação e exportação de uma grande empresa no ramo têxtil e com isso eu, meus irmãos ficamos sob os cuidados de meus avós maternos, nessa época morávamos todos na casa de meus avós.

Nesse período, fiz amizade com dois irmãos que eram nossos vizinhos de parede, mas não ao lado de nossa casa. A casa deles ficava na rua ao lado da nossa, porém o quintal deles tinha um muro que fazia divisa com o nosso quintal, acho que deu pra entender, né?🤔

Esses irmãos se chamavam Alexandre, o mais velho e Catatau o mais novinho. Tadinho tinha esse apelido por causa do tamanho.😂😂😂 Tínhamos o hábito de brincar em uma empresa metalúrgica a Hércules que fabricava carrinhos para bebês, entre outras coisas. Mas enfim, nossas brincadeiras, ou melhor, nossa curiosidade, era direcionada para a anatomia humana, vê se pode!

Crianças praticamente cheirando a leite tocando o Piu Piu um do outro para se masturbar ou saber quem tinha o pênis maior que o outro… aff

O Alexandre por ser o mais velho entre nós era também o mais assanhado, e quando estávamos sozinhos na Hércules, ele tirava seu pênis pra fora da bermuda e me pedia para masturba-lo logo em seguida trocamos um selinho.

“Tudo isso na maior inocência. Não havia nenhum tipo de intenção ou interesse sexual”.

Passaram - se alguns dias e sem querer acabei contando para minha mãe que vi dois meninos se beijando só pra ver a reação dela, meu Deus porque contei isso!

Imagina o inferno aqui na terra, pois é, ela me perguntou se eu conhecia esses meninos que ela ia falar com os pais deles porque isso é coisa de sem vergonha e etc e tal. Falei na inocência mesmo, mas imagina se conto que um deles era eu, Jesus!

Mas mãe é um bicho perigoso sabia! acredita que ela contou isso pro meu pai.

Olha só o que meu pai falou: se fosse filho meu eu matava.

Resultado, acabei me fechando em uma espécie de redoma invisível e nunca mais contei nada da minha intimidade para minha mãe.😞

Outro problema aconteceu no banheiro de uma escolinha de futebol que meu irmão Cláudio frequentava e por sua vez eu o acompanhava, não porque eu gostava de jogar bola, isso com certeza não era minha praia, mas eu curtia ver os garotos jogando, vai vendo!

Durante essas minhas visitas na escolinha, tinha um garoto, o Mauro, que era aluno na minha sala de aula no colégio EMEF Marechal Rondon no Cambuci, e na rua de cima Lins de Vasconcelos ficava a escolinha de futebol.

Mas enfim, esse garoto, o Mauro não sei o porquê, mas tinha manias de me encoxar durante o recreio e devido a minha criação não curtia esse tipo de atitude dele.

Eu cansei de brigar com ele sobre isso, mas sem sucesso. Em um determinado dia fiquei tão puta com ele que cheguei a empurrá- lo, mas como sempre fui fraca e covarde e adivinha, ganhei um olho roxo. Meu irmão Marcelo nessa época também estudava na mesma escola, porém em outro horário. Não queria contar pra ele o que me aconteceu realmente por vergonha de ter sido encoxada pelo garoto, inventei uma desculpa qualquer que não me lembro ao certo qual foi.

Assim se seguiram vários dias até que parei de me importar com isso pra ver se ele perdia o interesse. Mas, mais uma vez isso não aconteceu…

Minhas visitas à escolinha de futebol se tornaram frequentes e houve um dia que meu irmão não foi, mas eu fui e justamente nesse dia o Mauro estava jogando. No intervalo da partida me viu na arquibancada e me fez um sinal com a cabeça para ir até o vestiário/ banheiro. Quando eu cheguei ele me pediu desculpas pelo assédio que sempre fez comigo e aproveitou para me fazer uma proposta. Antes de ouvir o que ele realmente queria comigo por curiosidade eu perguntei se ele era gay e porque agia comigo daquele jeito.

Resposta dele: não, eu não sou gay! Mas, como você sempre foi pra escola com um uniforme muito justo eu fiquei com tesão em ficar vendo seu bumbum….

Gente do céu, que ódio eu senti desse garoto quando ouvi isso. Em nenhum momento eu tive essa intenção, e outra, tá certo que o uniforme desse colégio era uma calça de agasalho tipo Adidas sabe, mas não ficava tão justa assim, pelo menos eu achava que não. Bom, mas voltando a tal da proposta…

A ideia dele para me deixar em paz e nunca mais me encoxar novamente, seria uma espécie de troca troca que entre alguns meninos que devido aos hormônios à flor da pele, ou por motivos de se descobrir sexualmente, era uma prática comum.

Mais uma vez queria voar no pescoço dele, mas de certa forma isso me beneficiaria também, porque seria meu trunfo contra ele caso continuasse com suas investidas contra mim.

Ok, essa foi minha resposta!

Mas uma coisa não estava certa porque ele não me pediu sigilo, qualquer garoto numa situação como está pediria o máximo de sigilo possivel, afinal nenhum garoto gostaria de ser chamado de viado.

Como minha ingenuidade era enorme apenas via ali minha salvação de não ser mais molestada por ele.

Então ele sugeriu que seria o ativo primeiro e eu seria o passivo até ele se cansar, e depois a gente trocava.

Ok, tudo combinado e assim começamos no interior de um box reservado no vestiário.

Não me recordo muito bem o tempo que se passou, mas senti um grande desconforto e um líquido escorrer do meu interior, só assim ele parou. Eu já estava mais pra lá do que pra cá, praticamente exausta e com várias dores, porém era minha vez e teria minha garantia. Nesse momento ele inventou uma desculpa que precisava ir encontrar o pai dele, mas que no dia seguinte sem falta seria a minha vez.

Resumindo, estou esperando até hoje, mas o bom disso tudo é que ele nunca mais me incomodou. Meu medo era que ele espalhasse para o resto da turma que eu era um viadinho/bichinha. Acho que pelo medo ou desespero acabei tendo uma idéia, no recreio fui até ele e meu lado machinho disse que se ele se atrever a contar o que aconteceu entre a gente no vestiário da escolinha, eu contaria para todo o colégio que ele também era gay porque comeu um outro garoto. Talvez pelo medo de que eu contasse isso ele me deixou em paz.

Eu já estava com muito medo de realmente ser “ gay” então comecei um namoro com uma menina de nome Cristina no prédio onde morei na vila monumento, ficamos só de beijinhos e não avançamos além disso.

Mas como dizem se você não procura o problema, ele te procura. Em outro prédio que moramos na rua Cipriano Barata, lá tinha um garoto bonito que infelizmente não me lembro do nome, mas vira e mexe estávamos na escada entre o 11° andar que eu morava e o 10° andar que era o dele. Nós nos encontrávamos justamente para ficar de assanhamento. Quer saber como isso começou ? Eu conto…

Conheci esse menino na piscina que tinha no prédio, quando eu estava tomando sol ele pulou na piscina e foi água para todo o lado que acabou me molhando também. Comecei uma leve discussão com ele que não deu em nada, mas que de certa forma começamos uma amizade dali pra frente.

Durante nossos encontros conversamos sobre diversos assuntos: garotas, games, entre outros.

Não lembro bem que dia que isso aconteceu, mas do horário eu lembro com certeza, eram 17:00 quando nossa conversa foi para o lado sexual. porque lembro só do horário? Porque justamente nesse horário foi que ele me chamou de Duda e meu coração disparou. Olhei meu relógio e saí correndo com a desculpa que minha mãe estava chegando, mentira, eu sabia o que acontece comigo quando sou chamada de Duda.

No dia seguinte nos encontramos novamente na piscina, ele estava com uma sunga bem justa ao seu corpo, se aproximou de mim querendo saber o porque sai correndo daquele jeito.

Não sabia o que dizer, ficava tentando falar qualquer coisa, mas só conseguia gaguejar.

Acho que ele percebeu que eu estava olhando para o volume da sua sunga, mesmo que disfarçadamente.

Foi aí que tive uma surpresa, ele me contou em segredo que era bissexual.

Eu disse que estava passando por alguns problemas internos, nada mais.

Sabe quando tudo que você fala para parecer hominho, mas a pessoa que escuta ouve tudo ao contrário? Pois é, aí é que ele se interessou ainda mais e queria de qualquer jeito saber do que eu estava falando. Algumas mulheres se aproximaram da piscina e deixamos essa conversa para outra ocasião.

Sempre evitava encontrar com ele justamente para não ter que me expor, mas meu plano caiu por terra.

Ele interfonou e como não tinha como saber quem era, atendi. fala sério!

Não teve jeito de fugir mais, o único lugar para conversar sem interrupções seria a escada e foi lá que tudo começou a mudar na minha vida…

Praticamente chegamos juntos porque a diferença era apenas um andar. Ficamos conversando um pouco, mas o que ele realmente queria saber era sobre o que eu tinha falado dos meus problemas internos.

Minha explicação: olha ( nome dele) eu tento evitar me expor desse jeito, mas como você confiou em mim pra contar seu segredo, nada mais justo ficar sabendo do meu…

Disse a ele que tinha dúvidas quanto a minha sexualidade e que tinha medo de ser gay por causa da minha família. Eu acho que ele não me entendeu bem, então tentei explicar de uma maneira sem parecer vulgar. Fui criada para gostar de garotas e não de garotos e de certa forma fui doutrinada a isto.

Continua...

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