30 Dias (Dia 01)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2673 palavras
Data: 01/01/2024 21:00:12
Última revisão: 02/01/2024 06:32:51

Sou Renan vim contar a história de como minha vida mudou completamente em trinta dias, sou um garoto preto de um metro e setenta, olhos verdes e cabelos cacheados, com um princípio de bigode e alguns pelos no peito, sou o caçula e único homem de uma família de três irmão, nossa mãe batalhou muito para criar os três filhos, nossa única obrigação sempre foi apenas estudar, ela nunca permitiu que minhas irmãs fizessem outra coisa além disso é comigo não foi diferente.

O pai das minhas irmãs faleceu a muitos anos e o meu pai bem minha mãe diz que morreu também, nunca o conheci e nem nunca fiz questão de conhecer, Rayane minha irmã mais velha estudou bastante e virou professora de matemática, Rayssa a irmã do meio casou com o namorado da escola, ela faz faculdade de enfermagem, mas já atua como técnica em enfermagem no hospital de traumas da nossa cidade.

Quando finalmente cheguei no ensino médio minha mãe quis que eu fosse para uma escola de tempo integral, conhecidas como as escolas técnicas, não tinha muitas opções, por isso acabei indo para o curso de edificações, sempre fui bom em matemática — Rayane me ajudou muito até que peguei gosto — e foi que me pareceu mais associado ao que eu gostava, a escola que minha mãe escolheu só ofertava vagas para o ensino médio então quando entrei tive que passar pelo terror de ser novato em uma escola nova, porém todo mundo da minha sala estava no mesmo barco, menos os amigos que já se conheciam de fora da escola.

Minha mãe sempre prezou pela nossa educação então ela procurou a melhor escola pública da cidade, ótimas referências e um sistema que funcionava de fato, ali eu teria um futuro querendo ou não, posso dizer que nunca fui do tipo CDF — super inteligente — porém sempre fui esforçado, ficar de recuperação ou reprovado não era uma opção para mim, ainda mais que minha mãe e irmãs sempre tentavam fazer meus “quereres”, posso dizer que tive uma adolescência bem tranquila.

No primeiro dia de aula parecia um peixe fora d’água, não é que eu não seja sociável, mas um cara preto de metro e setenta não costuma ser lá muito marcante, só que não liguei, os professores foram dando suas aulas e aproveitei que não tinha distração para focar toda minha atenção na aula, no intervalo peguei meu lanche e fui procurar um lugar sossegado para comer e foi aí que vi um cara branquelo de óculos, ele era bem maior, devia ter um metro e oitenta fácil. — um e oitenta e três — Anderson tinha um corpo meio cheinho, cabelos pretos lisos e um sorriso simpático, ele estava jogando pokémon em um console de Game Boy Advance, também tinha um, então me aproximei e começamos a conversar sobre o jogo, descobri que Anderson assistia os mesmo animes e que gostava das mesmas sagas literárias, nunca tinha feito amizade com alguém tão compatível.

A melhor parte Anderson era da minha sala, viramos melhores amigos logo no primeiro dia, foi coisa de universo, ou nossos santos que “bateram” ou seja lá a explicação, só sei que Anderson parecia meu melhor amigo desde sempre, passamos a fazer tudo juntos, trabalhos da escola, estudar para provas, assista nossos animes favoritos quando saiam episódios novos, mesmo que ficasse na ansiedade só viamos episódios novos juntos, começamos a jogar magic — jogo famoso de cartas — como as cartas eram caras montamos nossos decks junto, dividimos nossas cartas, na realidade dividia tudo com ele.

O primeiro evento de anime que fui foi com ele e lá que dei meu primeiro beijo, graças a ele, que me colocou pilha mesmo quando quis desistir, éramos populares entre os nerds, afinal éramos caras bonitos e com conteúdo, mesmo quando arrumamos nossas primeiras namoradas nossa amizade não se abalou nenhum pouco, a namorada dele na época até falava que ele era mais meu namorado do que dela, na zoeira é claro, afinal nós dois sempre fomos apreciadores de hentai — porno em animação — uma das certezas absolutas que tinha era a respeito de minha sexualidade, tanto que perdi minha virgindade nas ferias do meio do ano.

O que era para ser um ano chato em uma escola nova virou o melhor ano de nossas vidas, Anderson e eu éramos melhores amigos, minhas notas ficaram sob controle o ano todo, estavamos transando com nossas namoradas, até os animes que saíram naquele ano foram bons, não tinha como querer um ano melhor e tudo prometia ser ainda melhor no segundo ano, mas a vida tinha outros planos para a gente e nossa amizade.

— Como assim embora?

— Renan, papai falou hoje que vamos no natal, ele conseguiu esse trabalho e fica na mesma cidade da nossa família.

— E a escola Ande?

— Vou estudar na escola de lá.

— Isso não é justo.

— Quero ficar, todo mundo lá em casa vai mudar.

E assim o melhor amigo que já tive na vida foi embora, mora em um interior, como ambos tínhamos computador continuamos nos falando e jogando juntos, ele deixou as cartas de magic comigo, mas jogar sem ele não tinha a mesma graça, na escola tinha outros amigos, só que nenhum deles chegava nem perto de ser meu melhor amigo, fui meio que ficando triste, terminei com minha namorada e foquei só nos estudos mesmo, porém a escola ficou uma merda, sério o segundo ano foi o pior de todos.

Anderson também ficou tão triste de ter ido embora, terminado o namoro e praticamente perdendo seu melhor amigo que seus pais decidiram deixar que ele passasse alguns dias de férias no meio do ano na minha casa, minha mãe deixou na hora e Ande veio para minha casa, ele passou vinte dias e nesse tempo parecia que ele nem tinha ido embora, depois de dois dias já tinha contado a ele todas as minhas novidades e ouvido as dele, as férias daquele ano foram o que eu precisava, ficamos ainda mais próximos.

Só que quando ele voltou para casa meu ano voltou a ser uma merda, ter um melhor amigo é pra poucos, um amigo de verdade é difícil, mas a vida seguiu, dessa vez foi um pouco mais fácil, voltei a jogar magic e até arrumei uns esquemas, foi quando minha adolescência meio que desabrochou e fiquei um adolescente bonito — só não tinha altura — com o tempo Ande também arrumou uma namorada por lá, mas essa louca tinha ciúmes dele jogando comigo pelo computador, segundo ela “Ande você dá mais atenção para ele do que para mim que sou sua namorada”, por causa dela reduzimos ainda mais nossos dias de jogos.

Nas férias do final do ano ela até ameaçou se separar se ele viajasse para me ver , ao invés de ficar com ela e como um bom otaku ele escolheu a mulher, fiquei tão puto de raiva dele que paramos de nos falar, até devolvi as cartas de magic que ele havia deixado comigo, aproveitei que um dos primos dele foi na cidade para fazer exames e mandei por ele, Ande ficou puto por ter devolvido, já que como ele mesmo disse era um presente para mim.

Meu terceiro ano foi mais de boas, pelo menos os seis primeiro meses, tinha uma namorada nova muito bonita e cosplay de loly — personagens fofas e sexy de anime — tinha tirado na sorte grande com ela, tudo ia bem até que umas semanas antes das ferias chegou uma notificação na minha rede social do Ande pedindo para me seguir, ponderei um pouco, mas aceitei e o segui de volta, ele mandou uma mensagem na mesma hora por DM.

— Renan foi mau, fui babaca com você.

— Foi mesmo, o que aconteceu, levou um pé na bunda e lembrou que tem amigo?

— Tipo isso, ela me traiu, mas em minha defesa nunca esqueci que tinha amigo.

— Sua sorte é que não sou rancoroso. — Falei feliz por está trocando mensagens com meu melhor amigo de novo. — A vaca te traiu?

— Com o “primo” dela.

— Um chifre clichê ainda por cima?

— De boas, já superei, nosso namoro nem tava essas coisas todas mesmo, e ela já vinha me traindo com geral a um tempo.

— Como descobriu? — Perguntei.

— O tal “primo” queria ficar sério com ela, aí me contou.

— Você pelo menos não era amigo do cara, né?

— Adivinha.

— Estou rindo, mas com respeito.

E ali estávamos de novo sendo melhores amigos e dando risadas da desgraça dele, pelo menos tínhamos aprendido nossa lição, nada de deixar que um relacionamento atrapalhasse nossa amizade de novo — mal sabíamos o que estava por vir — e assim seguimos nos falando todos os dias, quando faltava menos de uma semana para minhas férias do meio do ano, falei com minha mãe e ele com os pais dele e pronto, lá estava trinta dias de férias planejadas para mim na casa dele.

— Eu já fui, sua vez de vir. — Disse ele em uma call que fizemos.

— Se os coroas toparem eu todo.

Falei com minha namorada que no início odiou a ideia de me ter trinta dias longe, entretanto como a melhor namorada do mundo ela foi compreensiva com o motivo da viagem ou pelo menos quase já que ela veio com uns papos estranhos.

— Como é?

— Isso que você ouviu Renan, se você passar trinta dias fora vamos abrir a relação.

— Abrir, você quer terminar?

— Claro que não, mas não vou passar trinta dias sem transar, não existe essa possibilidade, então nosso acordo que proponho é, podemos beijar e transar com quem quisermos durante esses trinta dias, mas nada de segundo encontros ou relacionamentos mais sérios do que um lance casual.

— Tá me parece justo, mas saiba que não vou ficar com ninguém. — Falei.

— Mas se quiser pode ficar.

Tínhamos um acordo, não estava muito na vibe de um relacionamento aberto, só que não queria terminar então aceitei, tipo não ia precisar saber o que ela fez nesse tempo, a gente colocou essa condição de ser discreto no nosso acordo, quanto menos meus amigos vinhessem me encher com isso melhor para esquecer depois, e seria só sexo o que queria dizer que ela não ia transar todos os dias em que eu estivesse fora, até o dia da viagem já estava mais de boas com isso tudo, fora que a ansiedade de poder rever meu amigo era maior que minha preocupação de ser trocado.

Minha mãe me deu um dinheiro para que não ficasse totalmente de favor lá, até minha irmã mais velha também me arrumou uns trocados a mais, seria a primeira vez em que viajaria sem minha família e que passaria muito tempo longe de casa, estava muito animado, mesmo sabendo que seria uma viagem de sete horas de ônibus, para me preparar comprei lanches e baixei alguns animes que queria por em dia no celular, nem veria a hora passar.

No dia da viagem minha mãe me deixou na rodoviária mesmo falando que não precisava, quem visse achava que estava indo embora para sempre, de tanto drama que ela fez, depois de duas irmãs fortes e que ficaram independentes muito cedo o super cuidado da minha mãe tinha vindo todo para mim que diferente de minhas irmãs não tinha interesse de sair do ninho tão cedo, minha mãe gostava de cuidar de mim e eu amava ser cuidado por ela.

Entrei no ônibus e fui até minha cadeira, mandei uma mensagem para o Ande avisando que já estava indo, tive sorte que ninguém comprou a poltrona do lado da minha então viajei bem a vontade, coloquei meus fones de ouvido e coloquei meu anime no celular, a viagem foi um tédio, pelo menos os animes ajudaram, mas passar tanto tempo sentado em um lugar fechado foi muito chato.

Cheguei na cidade do meu amigo dez da noite, avisei quando estava perto — acompanhei a viagem pelo google map — pois ele iria me buscar na rodoviária, peguei minha bagagem e fui para entrada, não demorou para que o visse, Ande me abraçou e retribui, quanta saudades que tava desse moleque, ele me ajudou com a mala — tinha levado a mala e uma mochila.

— Cara, não acredito que você está aqui. — Ele disse todo animado.

— Nem eu, pensei que minha mãe não ia deixar. — Falei.

— É também pensei, a tia é jogo duro, mas fala ai tá com fome?

— Morrendo, sério Ande esse ônibus chegava em todos os lugares menos aqui. — Falo fazendo meu drama.

— Odeio ir de ônibus por causa disso, por mim só ia de carro com meu pai. — Disse ele.

— Então onde vamos comer? — Pergunto.

— Tem uma pizzaria perto da minha casa, você vai adorar.

Ele me entregou um capacete, passei um tempo olhando para a moto, nunca tinha subido numa, minha mãe morreria se soubesse que seu filho está andando de moto, subi com um certo medo, mas Anderson é um excelente piloto, fomos para a tal pizzaria que ele falou, o lugar é muito legal, tem umas pinturas na parede para postar foto no insta, tirei algumas para postar e mandar para minha mãe e namorada, a pizza era meio cara, porém uma das melhores que já provei, não faltava assunto um minuto sequer, quando Andi terminava uma história era minha vez de contar algo.

A gente ria tanto que as pessoas olhavam para nossa mesa o tempo todo, para deixar a noite ainda mais feliz quando estávamos saindo a ex do Ande estava chegando com uns amigos, ela ficou vermelha de ódio quando nos viu, nem dei importância e Ande pelo jeito também não, fomos para a casa dele, como se não tivéssemos visto ela, o que a deixou ainda mais irritada, ela traiu meu amigo, não sei o que ela esperava que fosse acontecer.

A casa do Ande é enorme, tem a garagem, a sala, o quarto dos pais dele e do irmão, a cozinha e o quintal com um alpendre que servia como lavanderia, no andar de cima tem o quarto dele, um quarto de bagunça, uma varanda, a casa tinha tres banheiro pelo que ele me disse, um embaixo, um no andar de cima — que não era no quarto dele — e um no quarto dos pais dele, mesmo o quarto dele não sendo uma suíte era conveniente ter um banheiro no andar de cima, que ficava no quarto da bagunça.

— Porque o quarto da bagunça tem um banheiro e o seu não? — Perguntei.

— É que lá não tem janela e é mais quente, então prefiro ficar aqui. — A resposta até que fez sentido, fora que Ande é um dos caras mais tranquilos e simples que conheço.

— Onde vou dormir?

O quarto do Ande tem um guarda-roupa, ele até separou um espaço para por minhas coisas, tem uma cama solteirão, a mesa com o pc gamer dele, e uma janela grande, tem um ventilador de teto e um de pé, ele pegou uma rede com a mãe dele e enquanto fui tomar meu banho ele armou ela para mim, o quarto é espaçoso só que a cidade dele é bem mais quente que a minha, mau saí do banho e já estava com calor, dizendo ele que de madrugada esfriaria.

Ele colocou o ventilador para mim porque o de teto ventilava a cama dele, mas a gente nem dormiu, ficamos a madrugada quase toda jogando no pc dele, Ande tinha dois controles, colocamos um fifa — jogo melhor futebol no videogame — umas quatro da manhã foi que a gente foi dormir.

Demorou um pouco para me acostumar e achar uma posição boa na rede, porém quando o sono bateu consegui dormir e como ele falou já estava fazendo um friozinho gostoso, ainda mais que a rede estava debaixo da janela, a tranquilidade daquele lugar era surreal, lá em casa esse silêncio na rua quase nunca acontecia, mas aqui parecia que toda a cidade dormia ou pelo menos respeitava o sono dos vizinhos, seriam trinta dias de paz e diversão pensei, mas não poderia está mais errado, assim se encerrou meu primeiro de trinta dias na casa do meu melhor amigo.

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Comentários

Foto de perfil de KyreD

Hum... (-_-)

Vamos ver no q dá essa história.

Se tiver qualquer referência de algum dos outros contos aq, não vou conseguir perceber, a vida ta preto e branco agr.

Rafa cadê o "e se"? Como assim vai acabar?

Tem muita ponta solta!!!

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Foto de perfil de Jota_

Tava sentindo sua falta! Saudades das investigações dos contos hahaha

E como assim vida preto e branco? Fiquei preocupado agora 🤔

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Foto de perfil de KyreD

É tava com uns probleminhas(virar adulto é uma bosta, como eu era ingênuo qnd adolescente).

Já estabilizei minha mente, tenho q ser uma pessoa equilibrada, para o meu próprio bem.

Ao menos eu sei o q acalma meus pensamentos 🙌

Obrigado por se preocupar😁

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Que bom, carinha! Adoro ler seus comentários analíticos hahaha, tava sentindo falta mesmo!

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Foto de perfil de Bentinho#

Uma partidinha contra o meu deck preto e azul, quem perder mama.

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Foto de perfil de Jota_

Rafa, já tô ansioso esperando os outros dias do Renan! Haha

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Foto de perfil de Finn17

Conheço um nerd gostoso que vai pegar todas as referências desse conto. Vou marcar ele kkkkk

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Foto de perfil de Jota_

É um nerd que tá com foto de toalhinha? Queria uma aula particular pra ele me explicar as referências aqui heeheh

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Foto de perfil de Finn17

Esse daí mesmo, tbm queria viu kkkk

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Foto de perfil de Jota_

Bom, você tb é nerd pra saber que tem referências no conto. Eu nem isso tinha reparado 😂

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Foto de perfil de Bentinho#

Vou dar é uma surra de pica em vocês dois pra aprender a ficar ligados. kk

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Eita bora aguardar os próximos capítulos,já começou interessante, esse papo de relação aberta da namorada Renan,já é uma indicação de algo errado, mais abriu as portas pra ele tentar algo novo.

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