IDAS E VOLTAS [43] ~ E o término!

Um conto erótico de Sandro
Categoria: Gay
Contém 4370 palavras
Data: 06/01/2024 16:44:53

Pelo segundo dia Juliano não apareceu na academia, já estava preocupado, pois ele não atendia meus telefonemas e nem dava notícias.

Já na saída da academia meu telefone começou a chamar, era ele.

- Oi sumido!

- Oi!

- Finalmente você apareceu, não viu meus recados?

- Vi agora à tarde, aconteceu um imprevisto.

- Poxa, mas que imprevisto foi esse que te impediu de me ligar?

- Você tem toda razão em estar chateado, mas eu precisava desse tempo pra pensar.

- Você sumiu dois dias, já estava preocupado. Essa cidade é enorme e de repente você some sem ninguém saber onde te encontrar?

- Precisamos conversar, tem como você vir aqui?

- Estou cansado, preciso ir pra casa.

- Vem pra cá, depois a gente dá um jeito.

- Porque você não veio à academia?

- Não teve como, você vem?

- Vou, né.

Desliguei o telefone e fui até o apartamento dele que não era muito longe da academia. No caminho pensei em tudo que ele me falou por telefone, Juliano estava esquisito e já comecei a imaginar mil loucuras na minha cabeça.

Quando cheguei ao prédio o porteiro que já me conhecia autorizou minha entrada. Da porta do apartamento notei que estava tudo em silencio, apertei a campainha e logo ele apareceu de camiseta, bermuda, pés descalços bem à vontade e despreocupado para uma pessoa sumida há dois dias.

- Oi!

- Está acompanhado?

- Estou, disse ele rindo.

- Então porque você me chamou aqui?

- Entra seu bobo, achou que tivesse com um homem ou uma mulher?

- Você disse que estava acompanhado.

- E estou, mas antes preciso explicar o contratempo que houve para o meu sumiço.

- Eu te liguei feito doido, liguei pra Laura, fiquei preocupado e você nem aí pra mim.

- Vem comigo, eu quero te mostrar uma pessoa.

- Você só pode estar de brincadeira comigo.

- Não é o que você está imaginando, vem.

Ele me estendeu a mão e fomos até o quarto dele e lá tinha uma linda garotinha de uns dois anos de idade dormindo na cama dele.

Que criança é essa?

- Minha sobrinha, não se lembra dela?

- Lembro, mas o que ela faz aqui?

- A Rosane está hospitalizada, por isso o meu sumiço.

- O que houve com ela?

- Capotou o carro perto de Ouro Preto, a sorte que a menina não estava com ela.

- Tudo isso acontecendo e você nem se lembrou de me avisar.

- Ontem eu estava saindo pra academia quando me ligaram avisando. Na confusão fiquei nervoso e acabei deixando o celular em casa, só me dei conta quando já estava em Ouro Preto.

- E como ela está?

- Pelo acidente que sofreu, está bem, mas vai demorar alguns dias para sair do hospital.

- E a menina?

- Estava na creche. A proprietária tentou entrar em contato com a Rosane, mas o telefone dela ficou todo quebrado.

- Coitadinha da criança.

- Ela passou a noite na casa da proprietária da creche. Hoje depois de acertar com o guincho e toda a papelada no hospital é que a peguei na escola.

- E agora?

- Falei com a proprietária da creche para ficar com ela desde cedo porque não posso faltar minhas aulas.

- Que loucura e eu pensando um monte de bobagens, nem a Laura sabia de você.

- Eu poderia ter ligado lá do hospital, mas precisava desse tempo. Sei que preocupei vocês, me desculpe.

- Cheguei a pensar que você tinha sido sequestrado.

Ele sorriu e me olhou de um jeito que me assustou. Senti que Juliano estava procurando as palavras para me deixar mais uma vez.

- Está com fome?

- Estou nervoso porque sei que você está escolhendo as palavras pra me dizer alguma coisa e não sei se estou preparado pra ouvir.

- Vamos à cozinha preparei um lanche pra você.

Tentei abraça-lo, mas ele se afastou.

- Vamos comer, também estou com fome.

- Porque você está assim?

- Depois nós conversamos.

- Eu não quero lanche, preciso saber por que você está estranho desse jeito?

- Fala baixo, vai acordar a Luana e só vou falar depois que você se alimentar.

Com ele não adiantava argumentar, o acompanhei no lanche e em determinados momentos o observava distante como se ainda estivesse indeciso sobre o que ia me dizer.

- Já está mais calmo?

- Estou com receio do você vai me dizer.

- Eu pensei muito sobre a nossa discussão de ontem.

- Pra mim está tudo resolvido, você é meu namorado e não tem o que discutir.

- Tem horas que algumas de suas atitudes me transmitem muita confiança e em outras fico totalmente perdido sem saber como agir, pois sinto que você também está confuso.

- Eu sei o que quero, mas não posso passar uma borracha no meu passado.

- Justamente por isso eu pensei muito e acho melhor a gente dar um tempo até você definir o que realmente quer.

- Tempo? Que tempo? Não vejo necessidade pra isso.

- Tem momentos que eu me sinto muito inseguro e esse tipo de situação não quero pra minha vida.

- Não vejo motivos pra isso, só porque Roger se separou você quer se afastar de mim?

- Não é só por isso.

- É porque então?

- Eu já notei que você está indeciso, não gosto das coisas pela metade.

- Você prometeu ser paciente comigo, lembra?

- E eu fui, porém sinto que você não está feliz ao meu lado.

- Baseado em que você diz isso?

- Em suas atitudes.

- Toda vez que se sente ameaçado você toma essas atitudes intempestivas, da outra vez que a gente se separou foi assim, pensa bem Juliano.

- Eu não posso viver na sua indecisão, você tenta, mas não consegue nem demonstrar carinho por mim.

- É meu jeito de ser.

- Tenho certeza que não, porque em alguns momentos raros você consegue me mostrar um pouco desse carinho.

- Você está se afastando de mim porque vai aceitar o convite do Augusto, não é mesmo?

- O Augusto faz parte do meu passado e eu prefiro que a gente termine agora numa boa do que ter raiva de você no futuro.

- Eu gosto muito de você e jamais faria algo pra te magoar.

- Eu sei disso, por isso quero me afastar pra você se decidir.

Ele estava se segurando pra não chorar e eu também, mas lamentar naquele momento seria pior.

- Vou chamar um táxi pra te levar, está tarde e é perigoso.

- Não preciso de táxi, vou de ônibus.

- Você vai de táxi e pronto.

Ele ligou para o taxista e logo depois um silêncio infernal se fez entre nós que logo quebrei, não podia aceitar passivamente que novamente estávamos nos afastando.

- Pensa bem nessa atitude que você está tomando.

- Pensei até demais, demorei muito a tomar essa decisão, não pense que é fácil pra mim, eu te amo, mas amar sozinho não vale a pena.

- E quem disse que eu não te amo?

- Nunca senti firmeza da sua parte e se for pra sofrer vendo você se esforçando pra gostar de mim, prefiro me afastar.

O interfone deu sinal, era o aviso que o taxista me aguardava na portaria.

- O taxista já está esperando por você lá embaixo.

- Pensa melhor sobre tudo que vivemos até aqui e depois voltamos a conversar.

Ele apenas sorriu triste e não me disse nada. Peguei minhas coisas e saí com a sensação de não ter sido o namorado que ele queria, estava com raiva de mim, me sentia frustrado e incapaz de amar uma pessoa que valesse a pena.

No caminho pra casa a ficha foi caindo e eu era o grande culpado por ele querer se afastar, comecei a chorar um choro silencioso, estava perdido sem saber que pensar, só queria chorar, ainda bem que era noite e o taxista não conseguia notar minhas lágrimas.

Cheguei a republica e tomei um banho para ver se melhorava, mas eu não conseguia tirar nossa conversa da cabeça, me culpava por não consegui provar ao Juliano que era ele o cara que eu queria ficar. Agora com certeza não teria uma terceira chance, ele era um cara decidido e não voltaria atrás facilmente.

Tão logo entrei no quarto e Rafael viu minha aparência,

- O que aconteceu?

- Juliano terminou comigo.

- Terminou por quê?

- Ele diz que não estou firme na relação como ele estava.

- Talvez você não tenha se dado conta que estava agindo errado com ele, mas poxa Sandro, você é muito indeciso, ninguém aguenta isso, o Juliano foi muito paciente contigo.

- Eu gosto dele, Rafael.

- Então prove ao Juliano que ele está errado.

- Como? Se ele acabou de terminar comigo.

- Com atitudes, é isso que o Juliano espera de você.

- Não quero me afastar dele.

- Então comece a mudar, você precisa se decidir, não é justo iludir o cara como vinha fazendo.

- Ele não vai me dar uma terceira chance.

- Vai ser mais difícil, mas ele te ama e porque não?

- Eu faço tudo errado.

- Na verdade o Roger continua povoando seus pensamentos mesmo não admitindo e o Juliano percebeu isso, ele não é bobo.

- Eu não quero saber daquele traidor.

- Você diz isso da boca pra fora, diga com atitudes e o Juliano volta correndo pra você.

- Quem dera você tivesse razão, o Juliano é uma pessoa bem complicada.

- Isso só depende de você e agora vamos dormir que amanhã a aula começa cedo, nos estamos cansados e precisamos descansar.

- Não precisa ser grosso comigo.

- Você só está colhendo o que plantou, acorda Sandro.

- Você parece o Tiago me dando bronca.

- Um dia você ainda vai me agradecer por essa bronca e agora vamos dormir.

Ele deitou e virou para o canto encerrando o assunto. Deitei e demorei a pegar no sono, fiquei pensando nas palavras do Rafael, ele tinha razão, o grande culpado de tudo era eu.

No dia seguinte acordei desanimado pra aula, nem as presenças do Christian e Adriana me animaram. Acho que me esqueci de colocar aqui, mas o Christian acabou se transferindo durante o trimestre para a minha sala de aula e de Adriana, e com isso nossa amizade cresceu mais ainda e nos tornamos um trio inseparável.

Passou o primeiro dia e o Juliano não apareceu na academia, passou o segundo, o terceiro, uma semana, duas semanas. Liguei pra ele algumas vezes, mas não atendeu ao telefone, me sentia só. Roger me procurou neste período, convidou-me para jantar com ele e seus amigos. De cara já imaginei quem eram seus convidados e acabei não indo.

Minha vida estava uma calmaria só. Neste período João Pedro saiu do hospital e na escola já falavam em sua volta, também não voltei mais para visitá-lo, não estava me sentindo bem para pajear os outros. Na verdade queria saber o que o Juliano estava fazendo, se tinha aceitado a proposta do Augusto apesar de afirmar que o mesmo fazia parte de seu passado. Tentei saber com Laura, mas ela me deu uma cortada legal, não ia trair a confiança dele.

Pensei em procurá-lo, mas não tive coragem, se ele não atendia minhas ligações era porque não queria aproximação.

O feriadão da páscoa se aproximava, Giovane nos convidou para passarmos o feriado em Brotas, a princípio não fiquei muito animado, estava sozinho e os meninos tinham suas companhias, o Marcelo estava de flerte com uma garota que ainda não tinha nos apresentado, Rafael estava com a Letícia, Giovane com Laura, Lucas combinou de ir para praia em Vila Velha com Bruno e Patrícia. Acabei aceitando depois que o Pedro prometeu me fazer companhia.

- E a namorada Pedrão, não vai convidá-la?

- Ela não gosta de sair.

- Essa garota é estranha, porque você não a trás aqui para conhecermos?

- Porque ela não gosta de agitação.

- E vocês vão passar o feriadão longe um do outro?

- Eh... Já está avançando o sinal.

- É o primeiro cara daqui da casa que nunca aparece com namorada.

- Não sou só eu, você nunca trouxe ninguém aqui.

- Eu sou novo ainda e não tenho namorada.

- Posso te fazer uma pergunta pessoal?

- Somos amigos Pedrão.

- Você ainda é virgem?

- Acho que agora você que avançou o sinal.

Ele sorriu e não disse nada, ficou apenas me analisando.

Na véspera do feriado ao sair do colégio encontrei o Diego, fomos almoçar ao seu velho estilo, ele passou naquele restaurante que vendia viandas e depois almoçamos na republica.

- Se eu soubesse que você e o Juliano estavam afastados teria te convidado pra ir comigo e meus amigos para a Bahia.

- Não sei se teria dinheiro.

- Não reclama que o Tiago te ajuda quando você precisa.

- Ele me ajuda, mas eu não estou a fim de sair e também não quero me envolver com ninguém.

- E quem disse que você precisa se envolver, disse pra sair com os amigos, viajar, aproveitar o passeio.

- Isso sim, até já combinei com os meninos vamos para Brotas.

- Vai toda galera?

- Só o Lucas que vai pra Vila Velha com o Bruno e a Patrícia.

- Pena que vocês não me avisaram senão poderia ir com a galera.

- O Giovane confirmou essa semana até pensei em te chamar, mas aí soube que você estava de viagem para a Bahia.

- Não tem problema fica para uma próxima oportunidade.

- Oportunidade é o que não falta, a galera gosta de agitar.

- E o Juliano, você sabe dele?

- Desde que terminamos ele evita minhas ligações.

- Se você gosta dele de verdade porque não o procura?

- Se ele tem me evitado é porque não quer que eu vá atrás dele.

- Eu nunca te vi tão desanimado como agora.

- Não sei o que está acontecendo comigo, sinto uma tristeza sem explicação.

- Cuida pra essa tristeza não virar em depressão.

- Pra ser sincero, eu só aceitei ir nesse passeio porque o Pedro prometeu me fazer companhia.

- Eu sempre achei que você fosse louco pelo Roger, no entanto é o afastamento do Juliano que está te deixando nessa tristeza, seja sincero comigo, qual dos dois você ama?

- O Roger foi como uma doença que passou por minha vida, apesar da traição não tenho raiva dele, mas acho que não tem volta e também não consigo me adaptar a maneira dele viver e o Juliano é companheiro, amigo, uma pessoa que sempre pude contar, porém sinto que faltou alguma coisa pra gente engatar numa relação e eu me culpo por isso.

- O Roger tem te procurado?

- Ele me convidou pra ir a casa dele, mas está sempre junto daqueles amigos chatos e eu não gosto.

- Estou preocupado, nunca te vi assim.

- Sabe quando você aposta muito numa coisa e não dá certo?

- Senti isso em relação ao Mauricio.

- Estou me sentindo assim, frustrado em relação a tudo, tentei com o Roger não deu certo, tentei com Juliano também não deu certo, até com você eu tentei e não deu certo, não consigo entender o que acontece comigo.

- A traição do Roger e da Aline foi demais pra ti.

- Aline nem parece minha irmã, desde a formatura do Thiago que não a vejo.

- Te faz falta?

- A mim não, mas sinto que o papai não gosta do nosso afastamento.

- Desculpe me meter, mas você não tem culpa se sua irmã é uma pessoa sem escrúpulos.

- Depois dessa viagem vou passar um final de semana em casa estou com saudade deles.

- Você está muito pra baixo e visitá-los vai te fazer bem.

- E você está preparado para a viagem? Falta pouco.

- Mais do que nunca, estou apostando tudo nessa viagem.

- Que bom Diego a tua reação me inspira a dar a volta por cima também.

Diego ficou comigo até a hora de ir pra academia, depois me deu uma carona e me deixou em frente ao trabalho.

- Boa tarde Sandro! - disse a recepcionista a qual eu ia substituir.

- Boa tarde! Bom pra você que a partir já está de feriadão.

- Nem me fala hoje isso aqui está cruel, parece que todo mundo resolveu fazer ginástica antes do feriado.

- Está todo mundo queimando as calorias para aproveitar o feriadão.

- E na segunda começa tudo de novo, disse ela sorrindo.

- Bom pra nós e para o Breno que garante nosso salário.

- Por falar nisso, deixei umas fichas para você dar baixa de alguns desistentes, não gosto de deixar trabalho pendente, mas infelizmente não tive tempo.

- Fica tranquila que agora eu assumo a bronca, bom feriado.

Ela saiu e eu fui baixar as fichas, entre elas estava a do Juliano, fiquei triste por ele tomar uma decisão tão radical, estava na cara que estava desistindo da academia por minha causa. Enquanto baixava a ficha dele fiquei olhando sua foto sorridente, estava com saudades, peguei meu telefone e liguei pra ele e mais uma vez não me atendeu.

Fiquei pensando onde ele passaria o feriadão, estaria na praia, viajaria com os amigos, será que a irmã dele já tinha saído do hospital? Dane-se, depois que terminar o expediente eu vou atrás dele.

Saí da academia fui até o apartamento dele, o porteiro nem me anunciou, deixou que eu entrasse direto, já no elevador estava com o coração a mil sem saber o que me esperava. Toquei a campainha e não demorou muito a porta se abriu, levei um susto ao ver que outro cara abriu a porta.

- Boa noite, disse ele.

- Boa noite, o Juliano está?

- Oh Juliano tem um rapaz aqui que quer falar com você, o cara gritou da porta.

- Quem é? – ouvi a voz dele se aproximando de onde estávamos, assim que me viu, ele levou um susto não esperava minha visita.

- Oi Sandro, disse ele já na porta.

- Desculpa não sabia que você estava com visitas.

Saí correndo rumo ao elevador e ele veio atrás de mim.

- São meus colegas de faculdade, nós vamos pra praia.

- Não sei o que vim fazer aqui, me desculpa.

- Não vai entrar?

- Você está com seus amigos eu não deveria ter vindo.

- Nós terminamos, mas não precisamos ser inimigos, entra ai a galera é legal.

- Fica pra outra vez.

Saí do prédio sem olhar para trás, enquanto aguardava o ônibus na parada fiquei pensando o que fui fazer na casa dele, era certo que não estaria sozinho em pleno inicio de feriadão e aquele cara chamando por ele da porta parecia bem familiar, não me pareceu ser apenas um colega de faculdade.

- Quer uma carona?

Levei um susto estava distraído e nem notei quando o Breno me chamava do carro oferecendo carona.

- O ônibus não demora.

- Entra ai, eu te deixo em casa, é tarde.

Entrei no carro dele e fomos em direção a republica.

- O que você faz aqui nessa região?

- Vim falar com um amigo e já estava voltando pra casa.

- Eu moro aqui perto, levei um susto quando te vi na parada.

- Você ainda estava na academia?

- Eu me atrasei. Depois que vocês saíram resolvi dar uma geral para ver se estava tudo em ordem.

- É bom ter cuidado mesmo principalmente em feriado, vai sair no final de semana?

- Faz tempo que não saio pra longe, acho que perdi o hábito.

- E o Alexandre? Faz dias que não aparece na academia.

- Ele foi pra casa da minha irmã, fica no interior, lá ele se sente melhor.

- Eu gosto dele, é divertido.

- O Alexandre gosta da academia mais não tem paciência e eu também prefiro que ele fique com minha irmã porque lá tem mais liberdade.

Um silêncio se fez entre nós, o Breno era sempre meio seco, tinha receio de perguntar as coisas a ele e não gostar, então preferia me manter na defensiva. Nem comentei que sabia da história dele com Alexandre, poderia achar que fosse intromissão na sua vida particular ou então que estaria fazendo fofoca na academia.

Você tem irmãos?

- Tenho dois, um irmão que é o mais velho e minha irmã que também é mais velha que eu.

- E eles moram com seus pais?

- Eu perdi minha mãe em maio do ano passado, meu irmão mora com meu pai e minha irmã mora aqui em Belo Horizonte.

- Me desculpa não sabia, deve ter sido uma barra pra você.

- Ela faleceu de câncer, foi uma barra pra todos nós, tudo aconteceu muito rápido.

- Eu já passei por isso, mas não gosto de lembrar essas coisas.

- Apesar de gostar muito da minha mãe, não gosto de pensar na morte dela, pra mim ela continua próximo a nós, é como se tivesse nos protegendo.

- Você disse que sua irmã mora aqui, a convide para fazer academia.

- Tenho receio que essa informação possa me prejudicar no futuro, mas minha irmã é casada com o proprietário de outra academia.

- Isso você não me contou quando fez entrevista, disse ele rindo pela primeira vez em nossa conversa.

- Sou profissional, não misturo as coisas e também faz tempo que não falo com ela.

- Eu gosto da sua sinceridade Sandro, por isso que garanti sua vaga quando apareceu com o rosto todo inchado pra trabalhar.

- Foi mal.

- Muito mal, imagina um funcionário no primeiro dia de trabalho com o rosto todo rebentado, o que os clientes iam pensar, disse ele rindo.

- Você estava coberto de razão.

- Me explica onde tenho que entrar porque daqui pra frente eu não conheço.

- Na próxima entra à direita e depois a esquerda vai dar numa rua com pouca movimentação, é a minha.

Ele entrou e logo em seguida estava em frente a republica.

- Gostei daqui é bem calmo.

- Eu gosto muito e a galera é bem legal.

- Deve ser uma zona morar com cinco rapazes.

- Até que é bem organizado, quer entrar pra conhecer?

- Já está tarde, fica pra outro dia, vai viajar no feriado?

- Vamos pra Brotas, tem um colega que é de lá e nos convidou pra ir.

- Aproveita o passeio e descansa bastante que na segunda te quero com toda energia no trabalho.

O Breno foi tão gentil comigo que sem pensar em nada o convidei para a viagem.

- Você aceita vir com a gente?

- Não conheço o pessoal, acho que não me sentiria bem.

- Conhece o Giovane e o Rafael já frequentou a academia.

- Fica pra outra vez, divirta-se.

- Obrigado pela carona, boa noite!

- Boa noite!

Ele saiu e eu entrei em casa, Poliana tinha razão, o Breno quando estava de bem com a vida era um cara legal.

Ele entrou e logo em seguida estava em frente a republica.

- Gostei daqui é bem calmo.

- Eu gosto muito e a galera é bem legal.

- Deve ser uma zona morar com cinco rapazes.

- Até que é bem organizado, quer entrar pra conhecer?

- Já está tarde, fica pra outro dia, vai viajar no feriado?

- Vamos pra Brotas, tem um colega que é de lá e nos convidou pra ir.

- Aproveita o passeio e descansa bastante que na segunda te quero com toda energia no trabalho.

O Breno foi tão gentil comigo que sem pensar em nada o convidei para a viagem.

- Você aceita vir com a gente?

- Não conheço o pessoal, acho que não me sentiria bem.

- Conhece o Giovane e o Rafael já frequentou a academia.

- Fica pra outra vez, divirta-se.

- Obrigado pela carona, boa noite!

- Boa noite!

Ele saiu e eu entrei em casa, Poliana tinha razão, o Breno quando estava de bem com a vida era um cara legal.

Fico entediado nesses lugares sem ter nada pra fazer, disse ele deitando em sua cama.

- Eu gosto dessa calmaria, é bom pra pensar na vida.

- Pensar na vida é o que eu menos quero, sou um cara prático, gosto do movimento de pessoas, agitação da cidade, adrenalina.

- Cada um tem uma maneira de pensar e ver a vida, você gosta da cidade grande, já eu gosto desse clima interiorano porque é parecido com minha terra natal.

- Cara, eu gostei muito da tua cidade, acho que é o único lugar calmo que eu gostaria de morar.

- Você diz por que não mora lá, tem muito fofoqueiro naquela cidade.

- Porque você não gosta das pessoas de lá?

- É uma longa história, e agora não estou a fim de lembrar coisas desagradáveis.

- Você é sempre uma caixinha de surpresas.

- Neste ponto somos semelhantes porque você também é uma caixinha de surpresas.

- Sandro eu gosto muito de você, mas às vezes eu noto umas coisas estranhas contigo.

- Que coisas estranhas?

- Você vai ficar chateado se eu falar.

- Pode falar Pedro, sempre te considerei meu amigo.

- Está bem, mas depois não me recrimina.

- Por mim tudo bem, manda ver.

- No inicio eu via o Lucas falando aquelas brincadeiras e achava que era palhaçada.

- E?

- Bom, uma vez a Aline me falou uma coisa que me deixou intrigado.

- Aline?

- Nas poucas vezes que falamos sobre você.

- Eu nem sabia que minha irmã falava coisas a meu respeito.

- E não fala, mas essa vez no meio da conversa ela falou e depois explicou a confusão que estava fazendo.

- E o que ela disse?

- Sem querer ela acabou insinuando que você teve um caso com o marido dela.

Comecei a rir não pela situação, mas pela forma como Aline se fazia de vítima e o Pedro acreditava.

- A Aline te disse isso?

- Primeiro ela me falou que vocês tiveram um caso passageiro, mas depois disse que não passou de flerte.

- E o que você está insinuando?

- Você é gay?

- Se eu for, faz diferença pra você?

- Eu acho que tua irmã tentou te defender, mas desconfio que sim.

- Se você acha que sou porque a dúvida?

- Não complica Sandro, ou é ou não é?

- Qual é Pedro, está me testando, primeiro você vem com aquele papo se eu era virgem e agora vem dizer que desconfia da minha sexualidade?

- Não consigo entender porque essa rixa com Aline, cara, ela é uma pessoa legal.

- Pedro está na cara que você acredita nela, então o que eu disser vai fazer pouca diferença pra ti.

- Então sua irmã tinha razão.

- Razão em que?

- Ela sem querer me falou e depois te defendeu, mas eu não me importo. Pra mim você é o mesmo Sandro de sempre.

- Que papo mais confuso Pedro, eu não vou nem te dizer o que penso, pois você já tem uma opinião formada a meu respeito.

- Eu gosto de você Sandro e pra mim pouco importa o que houve entre vocês.

- Que bom, então vamos encerrar esse assunto que já está me aborrecendo.

- Não precisa ficar chateado e você está sendo injusto com ela.

- Tudo bem Pedro, vou seguir minha leitura, fique a vontade.

Segui lendo e deixei ele emburrado na outra cama. O Pedro era um cara legal, mas muito influenciável, cheguei a pensar que ele e Aline estavam tendo um caso.

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Comentários

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Sandro seria a última pessoa que eu iria querer na minha vida. O cara é chato e insuportável. Chega a ser egocêntrico. Que protagonista sem futuro. O pior de todos os protagonistas que já li.

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Que decisão sabia o Juliano teve. Sandro é complicado e imaturo. A forma que tratou o Pedro, que foi conversar de boa, mostra bem a confusão que está a cabeça desse menino.

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