O mecânico e o professor: Leo & Nico - Penúltimo capitulo

Um conto erótico de Emirs
Categoria: Homossexual
Contém 6498 palavras
Data: 30/01/2024 20:04:45
Última revisão: 31/01/2024 20:51:40

Era cedo, havia poucas pessoas na praia e minha galera do futebol ainda não havia dado sinal de vida. Fazendo embaixadinhas com a bola que levou de casa, Edson foi traçando nosso caminho sobre a areia. Andando como quem desfila, eu e Nico fomos conversando sobre os obstáculos que já havíamos deixado para trás nesta história. Ao passarmos por alguns surfistas, lancei um olhar de admiração para as pranchas que eles levavam embaixo do braço e fiz um gesto de saudação com o midinho e o polegar.

— E aí, feras? Bora domar essas ondas?

— Na boa, mano. Hoje tá show.

Quando nos afastamos desse grupo, Edson colocou a curiosidade para fora.

— Pai, você conhece esses brothers? Você sabe surfar?

— Vejo sempre esses caras por aqui; tudo gente boa. Nunca voei nas ondas como eles fazem, mas bem que gostaria. Até hoje, só me aventurei em terra firme. Quando era novinho, eu fazia altas manobras em cima de um skate.

— Jura? Você nunca me contou isso.

— Foi lá no tempo de não sei quando; você nem sonhava em nascer. Eu ia pra todo lugar metendo o pezão no skate e tirava muita onda em cima das rodinhas. Nico ainda se lembra dessa minha fase.

— E como lembro. Seu pai era um carinha muito exibido, Edson. Eu ficava apavorado ao ver as manobras que ele fazia. Não sei como nunca quebrou os ossos.

Fazendo cara de menino que está apaixonado pelo amiguinho, passei o braço pela cinturinha de Nicolau e beijei seus lábios.

— Se eu me quebrasse, você cuidaria de mim, não era, meu amor?

Rindo daqueles dois marmanjos que namoravam como se ainda fossem adolescentes, Edson decidiu interromper a caminhada. Enquanto eu e ele treinávamos o passe de bola, Nico se dedicou a alongar o corpo. Pousando o pé esquerdo ao lado do joelho direito, ele transformou as pernas num 4, depois jogou as mãos espalmadas para o alto, abriu lentamente os braços e ficou testando seu equilíbrio.

Sob a luz do sol, a sunga branca se confundiu com sua pele clara, criando a ilusão de que Nico era uma estátua nua plantada na areia. Sem me descuidar do treino com meu filho, admirei a beleza do meu homem e fiquei ligado nos olhares que ele recebia. Se algum boçal chegasse perto, o leopardo do meu bíceps estaria pronto para entrar em ação. Divertindo-me com esse pensamento desnecessário, comecei a fazer embaixadinhas e dei uns pulinhos para trás, provocando Edson a tentar tirar a bola dos meus pés.

Quando terminou seus alongamentos, Nicolau nos fez sorrir muito. Sem nenhuma habilidade, mas com muita vontade, ele entrou na nossa brincadeira e passou a dar chutes desarticulados na coitada da bola. Como bons professores, eu e Edson tentamos ensinar a ele um pouco da nossa arte.

— Não precisa dar um tiro na bola, meu amor. Calcule a distância e dê um toque de leve. Use sua matemática, professor.

— Faça como eu, Nico. Precisa ser com a ponta do pé não. Dê o toque de lado. Assim!

Fazendo tudo errado, ele tornou nossa brincadeira mais divertida. Nico não se preocupava em saber se os olhares que recebia eram de gozação ou de admiração pelo seu jeito delicado de correr. Quando se preparava para chutar, ele dava uma quebradinha na cintura e empinava a bunda; depois do passe, ele dava uma mexidinha na cabeça e jogava o cabelo para o lado. Meu marido não tinha talento algum para o futebol, mas seria capaz de desestabilizar qualquer partida só com o seu charme.

Assim que minha galera chegou, deixei meu filho conversando com o padrasto e fui jogar com meus parças. Dessa vez, foi só uma peladinha preguiçosa, meio vagabunda mesmo, mas serviu para a macharada desenferrujar o corpo e dar uma arejada na mente.

Terminada a partida, corri com meu dois parceiros de vida para a água e só saímos de lá quando o estômago começou a reclamar. Sentados num restaurantezinho, Edson olhou para mim e para Nicolau e começou a sorrir. Percebendo que havia nos deixado intrigados, ele revelou por onde andavam seus pensamentos.

— Eu estava me lembrando da nossa primeira vez aqui na praia. Vocês fizeram tudo pra me enganar, não foi? Mas eu vi logo que tinha coisa diferente e fiquei pensando assim: “Rapaz! Meu pai é chegado nesses negócios de veado!”

— Edson! Eu pensei que você não se ligasse nessas coisas. Você ainda é criança.

— Criança nada! Eu já cresci e sei das coisas. Tenho uns colegas que todo mundo diz que são veadinhos e converso na boa com eles; cada um na sua. E meu professor de português tem o mesmo jeito de Nico. É um cara muito legal, a gente adora as aulas dele.

Motivado pela naturalidade com que o enteado estava falando sobre esse assunto, Nico ficou à vontade para conversar com ele num tom adulto.

— Foi isso mesmo, Edson. No começo, tratamos você como um menino inocente, mas logo percebemos que você tem maturidade para entender essa questão. Nós não estávamos enganando você; estávamos guardando algumas coisas para lhe dizer depois. A gente receava que você reagisse mal ao saber que eu e seu pai éramos namorados. Eu tinha medo de que você não gostasse de mim.

— No começo, achei um negócio esquisito mesmo, não vou mentir. Era estranho como vocês se olhavam, mas eu não tinha nada com isso, então fiquei na minha. Esquente não, Nico: eu gosto muito de você. Acho até engraçado ter um pai que tem namorado, mas…

Deixando o resto da frase no ar, Edson se ocupou com o prato de comida que estava na sua frente. Mesmo preocupado por não saber o que se passava na sua cabeça, achei melhor fazermos a refeição em silêncio e só depois retomei a conversa.

— Você não terminou aquilo que estava dizendo. Você falou que é engraçado ter um pai que tem namorado, mas… Mas?

Sem levantar a cabeça, ele expôs o sentimento de um filho que ama o pai e a mãe.

— Eu fiquei triste porque você estava contando mentiras pra minha mãe. Você sempre me disse pra falar a verdade, não foi?

Edson não falou isso com revolta ou mágoa, mas me deixou envergonhado. Enquanto eu procurava as palavras para lhe explicar porque fiz isso, Nico sentiu necessidade de se justificar.

— Edson, eu lamento pelos problemas que causei na sua família, mas tudo aconteceu porque não tinha outro jeito. Desde o princípio desta história, estava escrito que eu e seu pai ficaríamos juntos, mas para que isso acontecesse, alguém teria que sofrer. Infelizmente, esse alguém foi a sua mãe. Penso que nunca vou ter a oportunidade de pedir desculpas a ela, por isso peço a você.

— Tranquilo, Nico; tô brigando com você não. Minha mãe disse que ela e meu pai não dão certo mesmo, por isso é melhor cada um viver no seu canto. Ela falou que deu tudo errado, mas não se arrepende de ter casado com meu pai, porque foi dele que eu nasci.

Fiquei surpreso ao ouvir isso. Eu pensei que, a partir da separação, Renata faria de tudo para sujar minha imagem aos olhos do nosso filho, mas ela estava se mostrando muito correta. Eu não sabia organizar as ideias tão bem quanto Nicolau, mas também falei com Edson de homem para homem.

— Eu não queria enganar sua mãe, mas tem algumas coisas na vida que são difíceis de falar, porque as pessoas não entendem o que está se passando dentro da gente. Eu menti muito, mas assumi meus erros e estou lutando pra colocar cada coisa no seu lugar. Foi muito ruim quando Renata descobriu que sou um homem nascido para amar outro; mas também foi bom, porque a gente reconheceu que já havia passado da hora de cada um seguir seu caminho.

— Eu lembro, foi no meu aniversário. Minha mãe falou umas coisas feias, chamou você de veado várias vezes e você apanhou muito dela. Eu fiquei com vergonha, pai.

— Tente esquecer o que aconteceu naquela noite. As discussões que eu tinha com sua mãe ficaram pra trás. Estamos resolvendo o divórcio, para eu poder casar com Nico e ela poder encontrar alguém para começar uma nova vida. Agora eu sou feliz e desejo que Renata encontre a felicidade dela.

— E se ela não quiser deixar que eu fique morando com você, o que a gente vai fazer?

— Acho que sua mãe já entendeu que será melhor você ficar comigo. Ela passa o dia no trabalho e você fica muito sozinho. O pessoal daquela casa não sabe conversar com você. Eu e Nico vamos organizar nossa rotina, para lhe dar a atenção que você merece.

Meio sem jeito, como se não quisesse me trazer aborrecimentos, meu filho começou a relatar uma situação que me deixou ainda mais determinado a levá-lo para morar comigo.

— Está chato morar naquela casa. Meu avô e minha tia pegam muito no meu pé. Quando você e Nico estavam viajando, eu tive uma briga com eles. Eu sei que é errado, mas foi porque eles disseram umas coisas que eu não gostei. Eles querem mandar em mim e ficam falando mal de vocês dois na minha frente. É certo isso, pai?

— O que foi que aconteceu, Edson? Conte tudo, para eu poder ajudar.

— Meu avô falou que ia resolver minha matrícula no colégio, mas eu disse que não precisava se preocupar, porque esse assunto é seu e da minha mãe. Ele falou que minha mãe não tem tempo e você não resolve mais nada, porque só vive fazendo o que não presta, junto com seu safado. Aí eu disse que ele não conhece Nico pra chamar de safado e avisei que vou morar com vocês dois. Ele falou que minha mãe tinha que me proibir de ir pra sua casa, pra eu não virar um traste igual a você.

— Seu Geraldo não tem o direito de falar essas coisas. Ele tem que nos respeitar. Ele sabe que, quando sua mãe não tem tempo pra resolver seus assuntos, quem resolve sou eu. Sempre foi assim, não precisa ninguém se meter.

— Eu disse que não gosto que chame você de traste, mas ele falou que eu não tenho pai, porque você não é homem pra ser pai de ninguém. Aí eu respondi que ele queria ser um homem cheio de moral igual a você. Por causa disso, ele falou um monte de coisa comigo.

(Prefiro morrer a ser um homem desmoralizado como aquele vagabundo que você chama de pai. Você está ficando desbocado igual a ele; pra tudo tem uma resposta na ponta da língua. Já vi que estou criando uma cobra dentro da minha casa e a culpada é sua mãe, que deixa você andar no meio daqueles dois safados. Eles estão botando você a perder. Eu já disse a Renata que bote rédeas em você. Tem que acabar com essa história de você andar solto no mundo com aqueles sem-vergonhas, fazendo não sei o quê. E quando volta pra cá, você vem cheio de presentes, cheio de luxos. Até dinheiro no seu bolso eles estão botando. Você está se achando filho de rico. Só sua mãe não vê que isso tá errado. Não sei onde ela está com a cabeça. Você herdou do seu pai tudo o que não presta.)

À medida que Edson contava os pedaços dessas coisas que ouvia na casa da mãe, a minha revolta crescia. Era muita covardia fazerem tantas acusações contra um garoto que não podia se defender sozinho. O pai e a irmã de Renata estavam despejando sobre meu filho a raiva que tinham de mim. Eu sempre soube que não daria certo ele morar naquela casa.

— Eu só não vou lá dizer umas verdades na cara do seu avô pra não piorar nossa situação. Seu Geraldo quer que eu perca a cabeça e faça alguma besteira, mas não vou dar esse gosto a ele. Eu fico com o sangue fervendo só de pensar nas coisas que você tem enfrentado sozinho. Desculpe, meu filho, eu não queria que você passasse por isso.

— Se preocupe não; eu sei me defender. Quando ele falou isso, eu disse assim: “Não herdei nada, porque meu pai não morreu!”

Sei que não deveria fazer isso, mas não consegui segurar o riso. Se estivesse no seu lugar, eu teria dito as mesmas coisas que meu filho disse ao avô. Olhando para meu rosto, ele e Nico também soltaram o sorriso. Após esse momento de descontração, Edson continuou seu relato.

— Por causa do que eu disse ao meu avô, tia Luísa se meteu na conversa e me disse um monte de besteira.

(Sua mãe parece que é doida pra entregar você nas mãos daquela coisa que ela chamava de marido. Aquele Leonardo não respeita ninguém, não tem um pingo de vergonha na cara, não vale nada. Deixou a mulher e o filho pra cair na safadeza e você ainda dá todo valor a ele. Eu tenho ouvido suas conversas com sua mãe: suas histórias de piscina, de passeios, de compras, de lanches. O vagabundo quer iludir você com essas bobagens. Se Renata não tiver cuidado, você vai seguir pelo mesmo caminho dele. Você acha bonito ser filho de um veado? É isso que o seu pai é: um veado! Eu digo isso na cara dele, pra todo mundo ouvir. Eu vi naquele dia você abrindo os dentes e indo abraçar o veado seco com quem ele se juntou. Parece até que você quer viver como eles dois. É isso que você quer, menino? É só isso que falta!)

— Agora me diga, pai: minha tia pode falar isso com a gente? Eu mandei que ela fosse se arrombar. Ela começou a gritar comigo, falou que eu era atrevido desse jeito porque não tinha um pai que fosse homem de verdade. Disse que, se eu fosse filho dela, num instante ia aprender a respeitar os mais velhos. Pensei até que ela ia me bater.

— Sua tia gosta de baixaria, mas ela não é doida a ponto de bater em você, porque sabe que seu pai é muito homem. Se valesse a pena, eu iria fazer aquela infeliz engolir tudo o que disse a você. Queria ver se ela teria coragem de falar mal de mim e do seu padrasto na minha cara. É por causa dessas coisas que não vou deixar você morando naquela casa. Qualquer um pode ver que ali dentro não é bom pra você. Sua mãe trabalha o dia todo e eles ficam à vontade pra dizer o que quiserem com você.

— Quando eu avisei que você vai me levar pra morar no seu apartamento, minha tia disse que você não tem apartamento nenhum, que você tá vivendo nas costas do seu veado. Meu avô falou que você é um coitado, que nem trabalho tem e vai acabar como flanelinha nas esquinas. Mas eu disse que você faz seus bicos, pra dar meu dinheiro à minha mãe e pra comprar as coisas da sua casa junto com Nico. Eles ficaram rindo da minha cara.

— Eles querem me ver lá embaixo, mas eu vou mostrar que ninguém me derruba. Aliás, não vou perder meu tempo indo mostrar a essas pessoas tudo o que eu, você e Nicolau vamos conquistar juntos.

— A briga só acabou porque minha avó mandou que eles parassem de dizer coisas comigo e me mandou ir para o quarto. Quando minha mãe chegou do trabalho, contei logo tudo, pra ninguém achar que eu tava com medo. Eu sei que falei coisa que não podia, mas foram eles que começaram.

— E sua mãe fez o quê?

— Ela me deixou um dia sem celular e disse que eu tinha que aprender a ficar calado, pra não arranjar mais problema em casa. Ela nem brigou muito, só fez dizer assim: “Você não tem jeito mesmo, não é, Seu Edson? Já tá se achando homem, pra bater de frente com os mais velhos.” Aí eu respondi que sou homem desde que nasci.

Por um segundo, eu e Nicolau nos esforçamos, mas novamente foi impossível segurar o riso. Nosso rapaz era um homem tão decidido quanto nós dois. Para deixar Edson tranquilo, falei sobre os planos que eu e seu padrasto estávamos traçando.

— Eu estou procurando um colégio pra você estudar perto de nossa casa. Nicolau recomendou um e eu vou lá com você.

— Eu já perguntei aos meus amigos do condomínio se tem colégio de graça por ali. Eles disseram que tem um que é legal, mas não dá pra ir andando, tem que ir de ônibus.

Colocando a mão sobre a do enteado, Nicolau demonstrou que estava com a gente para tudo o que fosse preciso.

— Não se preocupe com isso, Edson. Estamos juntos nessa. Seu pai vai fazer o que for melhor para você.

— Brigadão, Nico. Você é meu brother.

De volta à nossa casa, aceitamos de bom grado a monotonia da tarde de domingo. Deitado no tapete, Edson ficou mexendo no celular e vendo um joguinho arrastado na televisão. Deitado no sofá, com a cabeça sobre as coxas de Nico, fiquei pensando na vida e trocando com ele uns carinhos bem comportados. Na presença do nosso rapaz, o máximo que fazíamos era dar uns beijinhos nos lábios, porque isso era comum na vida de qualquer casal que tem filhos.

Para o jantar, inventei de fazer umas panquecas e fomos os três para a cozinha. Quando tudo estava pronto, arrumamos a mesinha da sacada e nos sentamos para comer como se estivéssemos numa lanchonete. Depois que devoramos tudo, expliquei a Edson o que eu iria resolver no dia seguinte.

— Sairei pela manhã pra tratar da sua guarda. Se eu e Renata nos entendermos, não tem complicação. Precisamos resolver essa questão, pra poder encaminhar o divórcio. Com a guarda compartilhada, podemos acertar que você vai morar comigo e ela vai poder ficar com você quando quiser. De minha parte, não há problema, mas é um juiz quem vai organizar isso. O importante é que você tem pai e mãe e nós dois vamos continuar cuidando de você, que é o certo. Entendeu, Edson?

— É meio enrolado, não é?

— Essas coisas que vão pra balança da justiça são complicadas mesmo, é por isso que vou colocar tudo nas mãos de uma advogada que Nico arranjou. Ela entende desses assuntos e vai desenrolar esse caso pra gente.

— Eu vou ter que falar alguma coisa, pai?

— Só se sua mãe quiser impedir você de conviver comigo, mas ela sabe que não pode fazer isso. Você até já está ficando mais comigo que com ela. Vai dar tudo certo.

— Eu sei que você sabe fazer as coisas e Nico também tá ajudando, não é?

— Comigo e com seu pai sempre foi assim: um ajuda o outro em tudo. Desde que nos conhecemos, eu e Leo nos tornamos grandes amigos e um dá força ao outro para vencer qualquer batalha.

— Vocês já brigaram alguma vez?

Unidos pelo sorriso, eu e Nico respondemos juntos.

— Nunca!

— E por que vocês ficaram separados?

Trocando um olhar de cumplicidade com Nicolau, assumi a responsabilidade de dar a única resposta possível naquele momento.

— Porque lá atrás eu fiz uma grande besteira. Eu dei as costas a Nicolau e fui experimentar outras coisas. Foi ruim o que eu fiz com ele, mas foi necessário pra eu me conhecer melhor e ter mais certeza de que sou esse cara que você vê hoje. Antes, eu tinha dificuldade em entender que ser veado também é coisa de homem. Deu pra você entender?

— Mais ou menos.

— Eu sei que você compreendeu. Você é tão esperto quanto eu era na sua idade.

Conversando sobre esses assuntos, ficamos ali vendo o tempo passar. Quando Edson disse que ia se preparar para dormir, eu e Nico decidimos fazer o mesmo.

Ao entrarmos no quarto, Nico começou a brincar de fazer striptease.

— Espere, Lau. Vou botar uma música, pra animar nossa festinha.

Envolvidos pela luz do abajur e pela baladinha que saía do meu celular, começamos a dançar como se estivéssemos numa boate. Com as pernas meio abertas, a gente quebrava a cintura, jogava os braços para o alto, mexia a bunda de forma provocante e se atirava um para o outro. Mordendo os lábios e deslizando a mão do peito até a pica, um macho prendia o outro pelo olhar e se oferecia para ser comido.

Em sintonia, giramos as camisetas no ar e as lançamos para longe. Em seguida, tiramos as bermudas e ficamos dançando com as cuecas grudadas, para que uma pica sentisse a potência da outra. Enquanto rolava uma playlist animada, a gente se requebrava, trocava beijos e se pegava com ousadia.

— Nico, precisamos ir a uma boate qualquer noite dessas. Vamos botar a pista para ferver.

— Amei essa ideia. Há muito tempo não caio na dança. Você sabe que adoro.

— Você destruía tudo nas festinhas da escola. Quando o veadinho magrelo começava a mexer o esqueleto, os meninos não conseguiam tirar os olhos e as meninas ficavam até com inveja. Você dançava pra caralho! Eu disfarçava, mas meu pau ficava durão quando via você requebrando com aquela sua cara de “tô nem aí pra o que pensam de mim”. Além de ser um aluno muito inteligente, você era muito abusado.

— Mas você também botava para quebrar, Leo. Você comandava os outros garotos que gostavam de dançar e todo mundo adorava ver as coreografias pesadas que vocês faziam. Eu ficava babando quando via você requebrando seu corpão gostoso. As meninas ficavam loucas pela sua bunda. Era uma gritaria da porra! Naquele barulho, até eu gritava: “Leo é meu!”

— Nico, vamos falar a verdade, a gente era um casalzão da porra! Pena que nunca dançamos juntos naquelas festinhas. Deveriam fazer uma estátua de nós dois abraçados e colocar na frente daquele colégio.

— Você tem cada ideia, Leonardo!

Para deixar a dança mais gostosa, a gente se livrou das cuecas e um empunhou o caralho para o outro.

— Vem, Nicolau. Vamos fazer um batidão de picas.

Com as pernas entrelaçadas e as mãos de um pousadas na bunda do outro, ficamos quebrando a cintura e colocando as picas para se baterem no ritmo da música.

— Dançar nu é loucura demais, Leo.

— Dá um puta tesão. Estou lutando pra não gozar. Desde cedo, tô juntando gala. Você me provocou muito na praia. Cara, nós ficamos gostosos demais com sungas brancas. Percebeu que tinha muitas mulheres e muitos homens querendo comer a gente? O pessoal finge que não vê nossas alianças. Nós somos casados; deveriam nos respeitar.

— Não foi bem assim, Leo. Mulheres e homens ficaram babando por você. Eu só recebi olhares de uns carinhas. Nenhuma mulher seria louca de dar em cima de uma bichinha esquálida como eu, ainda mais com um machão gostoso como você por perto.

— E por que não? Tem mulheres que sentem atração por gays, sabia? Aliás, você nunca ficou com uma garota? Nunca ficou cara a cara com uma buceta?

— Que pergunta, Leonardo! Você me deixou envergonhado.

— Bobagem, Lau. Entre a gente não rola essa coisa de vergonha. Diz aí ao seu marido: alguma mulher já deu uns pegas em você?

Fazendo cara de menino tímido, Nicolau me fez sentar na poltrona e sentou nas minhas coxas. Mexendo a bunda, ele ajudou meu caralho a se acomodar no seu rego e, depois de me beijar, satisfez minha curiosidade.

— Só uma vez… Foi uma história maluca com uma colega da faculdade, mas já vou avisando que não passei nem perto da buceta dela. Eu sempre soube do que gosto e do que não gosto.

Dando uma reboladinha, ele contraiu a bunda para dar uma fisgada no meu pau. Para acomodar melhor meus ovos no meio das coxas, também dei uma girada na bunda. Depois de dar uns beijinhos no pescoço dele, voltei a falar sobre aquele assunto engraçado.

— Quer dizer que você já teve uma namoradinha? Você não cansa de me surpreender, Seu Nicolau.

— Eu não tive namorada alguma. Na verdade, a história foi com o namorado dela.

— Deu a porra agora! Não tô entendendo mais nada. Conte logo essa história.

— Minha colega queria ver o namorado se pegando com outro cara e eu aceitei ir para a cama com eles.

— Puta que pariu! Um ménage? Não imaginava que você fosse tão perdido!

— Leonardo, respeite seu marido! Mas você sabe que eu nunca quis ser santo. Esse veadinho que eu sou hoje foi criado tomando leite da sua pica, está lembrado? Desde cedo, eu fui bem servido e bem comido por você, por isso fiquei acostumado com o que é bom. Você queria que eu passasse quinze anos só batendo punheta? Ou só chupando o dedo? Ou na seca absoluta? Meu amor, você queria que eu fosse embora do Rio usando um cinto de castidade e deixasse a chave em sua mão?

— Jamais eu iria fazer uma maldade dessas, porque você precisava viver. Você aprendeu muitas coisas por onde andou e voltou pra mim ainda mais gostoso. Cara, você fez até o meu upgrade para veado total flex. Esse veadão aqui sente orgulho por ter sido moldado por seu cuzinho e por sua pica. Agora conte o resto da história, pra gente encerrar esse papo.

— Meu interesse era só no cara; minha amiga disse que ficaria apenas assistindo, mas ao ver o namorado me beijando, ela me agarrou por trás, meteu a mão na minha bunda e beijou minha boca. A louca tentou me tomar do macho, mas ele não deixou. Quando ele me pegou para valer, ela caiu de boca no meu pau e eu brochei na hora. Acredita que nem gozei nessa transa? Saber que tinha uma buceta na área derrubou meu tesão. Cada um com seus gostos, não é?

— Vai ver que sua amiga tava com mais tesão em você do que no macho dela. O casal estava disputando pra ver quem ia ficar com o gayzinho. Que putaria da porra!

— Também achei isso. Interessante que ele não quis nada com a namorada, nem olhou para o meio das pernas dela. Depois disso, minha amiga ficou estranha comigo e acabamos nos afastando.

— E ele?

Botando a cabeça no meu ombro, Nicolau falou com voz de menino arrependido.

— Leo, brigue comigo não, mas eu ainda fiquei com ele algumas vezes, só nós dois. Não sei como tenho coragem de dizer isso ao meu marido. Que vergonha!

— Precisa isso não, Lau. Essas coisas fazem parte da vida. Eu não tenho ciúmes do seu passado, sei que você só fez essas loucuras porque não estávamos juntos. Brigadão pela confiança em me contar essa aventura.

— Então, deixe eu lhe mostrar uma coisa. Não vale rir de mim, Leonardo.

Com um sorriso enigmático, Nico ficou mexendo no celular. Quando encontrou o que queria, ele virou a tela para mim.

— Conhece, Leo? Você comeria?

— Nicolau! Que veadinho estiloso! Cabelo lilás, unhas azuis, olhos pintados, batom! Que produção foi essa? Ficou lindo de comer!

— Foi para ir a uma boate em Curitiba com alguns amigos. Eu tive uma fase meio extravagante; foi bom para eu me afirmar no mundo. Meu pai não suportava olhar para mim. Se eu não trabalhasse para me sustentar, ele seria capaz de cortar meu cabelo com a faca e arrancar minhas unhas com um alicate.

— Só fico triste porque não vivi essa fase ao seu lado. E você ainda pergunta se eu comeria. Eu devoraria! Você tava uma bichinha gostosa da porra.

— Leo, você nunca zombou de mim, nunca me ofendeu por causa dessas minhas coisas. Você sempre me deu segurança. É também por isso que eu amo você.

— Eu adoro ter um marido tão autêntico como você. Acho lindo esse seu lado gayzinho afeminado. É um tesão! Agora eu quero que você me dê amor na cama. Você dá?

— Por que a pergunta? Eu dou tudo o que meu homem quer.

Quando a maciez das mãos dele deslizaram pelas minhas coxas, um arrepio percorreu meu corpo e um suspiro escapou da minha boca. Dando uns tapinhas na minha pica, eu lhe ofereci meu doce.

— Professor, a pica do seu mecânico tá pedindo pra ser mamada.

Antes de chupar, Nico prendeu o talo entre as palmas das mãos e deu uns beijinhos no chapéu vermelho. Revirando os olhos, ele fez minha estaca sumir dentro da sua boca e começou a mamar. Segurando sua cabeça, dei umas socadas para cima, para testar a profundidade da sua garganta. No desespero para respirar, ele ficou chupando com barulho, deixando a baba escorrer pelo canto dos seus lábios. Pegando em sua perna, eu lhe ofereci um prazer igual ao que ele estava me dando.

— Vem, Nico. Deita em mim, pra gente se chupar junto.

Sem tirar minha tora da garganta, ele se acomodou sobre meu corpo e me deu sua rola na boca. Como se fosse um campeonato de chupadores de jeba, cada um dava o melhor de si naquela arte; era impossível saber se o mais gostoso era mamar ou ser mamado. Para aumentar nosso prazer, eu dei uns tapinhas na bunda dele, escancarei seu rego e meti o dedo no seu cuzinho. Todo ouriçado, ele falou com a boca cheia de pica.

— Enfia mais…

Como ele pediu, enfiei o dedo até o talo e botei para fuder. Rebolando em cima de mim, ele chupou meu pau como se quisesse comer. Sem pena das suas pregas lascadas, enfiei mais um dedo e fiquei fazendo movimentos de pinça, ameaçando rasgar seu cu.

— Leo… assim eu gozo…

— Segure a gala, porra!

Dando uma socada bruta, enterrei a rola na garganta de Nicolau, para impedi-lo de falar. Depois de girar o dedo no fundo do seu cu, tirei seu corpo de cima do meu e escancarei minhas pernas.

— Meta em mim, professor. Encha meu cu de gala! Bote pra fuder com seu macho.

Antes que eu terminasse de pedir, Nico já estava com a cara no meio da minha bunda. Depois de amaciar o anel com a língua coberta de cuspe, ele segurou nas minhas coxas e ficou na posição de missionário. Com uma estocada abafada, ele fez com que a cabeça da pica abrisse minhas pregas pela segunda vez e avançasse cu adentro, até ficarmos engatados.

— Está doendo, Leo?

— Tá gostoso…

— Então, lá vai pica, veado!

Disposto a deixar meu cu lanhado, Nicolau botou para arrombar mesmo. Jogando seu corpo seco contra minha pélvis, ele mostrou que tinha forças para foder seu macho grandão. Dessa vez, eu já sabia como era dar o cu, por isso curti ainda mais a dor de ter uma tora entalada dentro da bunda. Sentindo-se o dono da porra toda, o veadinho se achou no direito de me dar ordens.

— Levante mais essas pernas, caralho!

Fazendo cara de macho submisso, joguei as pernas para trás e apoiei os pés nos ombros dele.

— Vai, Nico! Arregace o cuzinho do seu jogador.

— Fale assim, não, Leo! Assim eu gozo, essa porra!

Para me castigar, Nico cravou sua picona no fundo do meu cu, jogou o corpo para trás e começou a ordenhar meu caralho. Era muita doideira estar dando o cu e recebendo uma punheta quente daquelas. O magrelo sabia como enlouquecer o fortão.

Quando sentiu que minha gozada estava vindo, ele tirou a mão e deixou minha jeba lutando sozinha. Com meu caralho sofrendo para botar a porra para fora, eu contraí a bunda e meu cu espremeu a rola de Nicolau. Como se fôssemos um só homem, o mesmo gemido saiu das duas bocas.

— Ahhhh…

A playlist continuava rolando no celular e o abajur ainda estava aceso, mas os dois machos não viram e nem ouviram mais nada. Durante o gozo, o mundo deixou de existir. Nossos corpos ficaram imóveis; mas os caralhos continuaram pulsando. Quando abrimos os olhos, soltamos um sorriso de pecadores e nos beijamos com muita sede.

— Lau… tô sentindo aqui dentro. Você deixou meu cu cheio de leite de macho.

— Você gostou mesmo de levar pica, não foi, Leonardo? Seu cu tem uma fome de rola da porra.

— Foi você quem me botou nessa vida, agora vai ter que dar conta todas as vezes que minha bundona estiver esfomeada.

— Não se preocupe, meu amor. Sempre que você quiser dar o cu, eu boto para fuder.

Sem avisar, o veadinho machão se jogou para trás e seu caralho saiu de dentro da minha bunda, deixando-me com aquela sensação gostosa de vazio dolorido. Só quem dá o cu entende esse negócio que eu disse.

Quando íamos para o banheiro, Nico pegou na minha cintura e me olhou com preocupação.

— Por que você está andando assim, Leonardo?

— Porque estou arrombado e também porque não quero que seu leite escorra para fora do meu cu. Eu quero ficar prenho de você, Nicolau.

— Você não existe, Leo! Eu amo você pra caralho!

Muito satisfeito com essa foda, dormi o sono dos machos bem comidos e acordei cheio de disposição para encarar a luta de todos os dias. Depois de tomar um café reforçado, eu me despedi de Edson e de Nicolau e parti em busca das soluções para os meus problemas. Dentro do carro, atento ao trânsito nervoso da segunda-feira, fiquei pensando nas muitas batalhas que precisei encarar ao longo dos meus quase trinta e dois anos. Não venci sempre, mas saí vivo de todas elas. E continuei a ser um cara corajoso, alegre, sonhador e gostoso.

Ao sair do escritório da advogada, fui encontrar Renata no seu horário de almoço e expliquei como nosso processo seria encaminhado. Com a voz segura e o olhar triste, ela só disse que era bom saber que tudo correria tranquilamente e pediu para mantê-la informada.

— Quando precisar que eu assine alguma coisa, avise antes, para eu pedir para mudar meu horário na loja.

— Aviso sim, Renata. Eu sei que é complicado para você sair no horário de trabalho.

— E a escola de Edson? Ele me disse que você está resolvendo.

Ao fazer essa pergunta, Renata revelou que já sabia que eu planejava colocar nosso filho para estudar num colégio perto de mim. Com calma, eu expliquei que estava organizando tudo e perguntei se ela gostaria de ir comigo e com nosso filho conhecer a nova escola.

— Se for num horário que der certo, eu vou. E depois vamos conversar sobre o material dele, pra gente dividir.

— Muito obrigado, Renata. Muito obrigado mesmo. Nós estamos fazendo o melhor por nosso rapazinho.

Ao voltar para casa, contei tudo a Edson e Nicolau e nos enchemos de confiança no futuro da nossa família.

Durante a semana, saí algumas vezes para fazer meus serviços de mecânico. Na sexta-feira, fizemos uma faxina no apartamento e combinamos uma saída para o fim da tarde. Ao me lembrar da mensagem que meu antigo colega de trabalho havia me mandado há alguns dias, decidi sairmos de casa um pouco mais cedo, para dar tempo de encontrar a oficina de Seu Samuel aberta. Eu não estava muito interessado nisso, mas era melhor saber logo o que o seboso queria.

Faltavam poucos minutos para as portas da oficina serem baixadas. Ao ver o automóvel parar na frente do seu estabelecimento, o proprietário veio ver do que se tratava. Bem vestidos e perfumados, meu filho, meu marido e eu descemos do carro e demos de cara com o buceteiro.

— Boa noite, Seu Samuel. Tudo bem?

Como se não soubesse agir diante da forma educada como eu o cumprimentei, ele ficou nos olhando sem dizer nada. Vindo do fundo da oficina, meu colega Josias fez as honras da casa.

— É o motoqueiro! Diz aí, Leonardo. Cara, como você está diferente! Vamos entrar, pessoal.

Retomando sua pose de dono do negócio, Seu Samuel lançou um olhar para meus companheiros e estendeu a mão para mim.

— Boa noite, Leonardo. O bom filho, à casa torna.

Depois de apertar sua mão, eu fiz as apresentações.

— Seu Samuel e Josias, esse é Edson, o meu filho. E esse é o professor Nicolau, o meu marido.

Diante da minha segurança, os dois putões ficaram meio tímidos. Depois de limpar a garganta, Seu Samuel me disse na calçada mesmo o que queria comigo.

— Garan… Leonardo, eu fiz uma grande besteira quando demiti você. O rapaz que coloquei no seu lugar não conseguiu dar conta nem da metade do seu trabalho. Você é um mecânico de responsa; até hoje os clientes da oficina perguntam por você.

— Muito obrigado, Seu Samuel. Fico honrado com o seu reconhecimento. Sou muito grato pela oportunidade que o senhor me deu e por todas as coisas que aprendi trabalhando aqui.

— É bom ter você de volta. Você pode começar amanhã ou na segunda-feira, como achar melhor.

Trocando um olhar com Nico, nós nos entendemos. Ansioso pela minha resposta, Josias sorriu para mim. Louco para botar minha competência a seu serviço, o dono da oficina reforçou a pergunta.

— Então, Leonardo? O que você me diz? Começa amanhã mesmo?

Antes de responder, ajeitei a ponta de cabelo que caía na testa de Edson e depois peguei na mão de Nico, para demonstrar que eu tinha orgulho de ser eu mesmo.

— Muito obrigado pela consideração, Seu Samuel, mas esse emprego não é mais para mim. Desejo que o senhor encontre um bom funcionário para ocupar essa vaga.

Com sua natural curiosidade, Josias fez a pergunta que não queria calar.

— Você está trabalhando em outro lugar, Leonardo?

— Eu nunca fico parado, Josias. Eu sei fazer muitas coisas para viver. Eu, meu marido e meu filho estamos vivendo muito bem, do nosso jeito.

Sem mágoas, eu lancei um último olhar para a velha oficina onde trabalhei por muitos anos e me despedi dos meus antigos parceiros.

— Foi uma satisfação ver vocês. Força aí, Josias. Boa noite, Seu Samuel.

Ao entrarmos no carro, sem me preocupar com os olhares que recebíamos, dei um beijinho nos lábios de Nicolau e, ao dar a partida, buzinei para os dois putões que continuavam parados na calçada. Quando saímos daquela ruazinha esquecida, Edson quis saber qual seria o nosso destino.

— Para onde a gente vai agora?

— Vamos fazer uma viagem no tempo, Edson.

— Não entendi.

— Vamos dar um pulo ali no passado. Eu e seu padrasto vamos levar você para o início dessa história.

Ao captar minha ideia, Nicolau fez um carinho nos meus cabelos e falou com o enteado.

— Você vai gostar, Edson. Você vai conhecer dois garotos que as pessoas pensam que nunca existiram.

— Então, vamos nessa! Com vocês, a vida é uma aventura.

***

E assim estamos chegando ao fim dessa narrativa criada para nos divertir e nos fazer sonhar com algumas vidas possíveis. Desde já, agradeço aos leitores que se mantiveram firmes na missão de acompanhar a trajetória do mecânico e do professor. Muito obrigado aos leitores que deixam estrelas e comentários nos capítulos. O olhar que vocês lançam sobre a história ajuda a decidir alguns rumos que os personagens seguirão.

Sei que alguns leitores dessa história também são ótimos escritores e me sinto lisonjeado por merecer um pouco da atenção de vocês, porque sei que o trabalho de escrever nos toma muito tempo.

Em breve, o último capítulo da série sobre os nossos Leonardo e Nicolau.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 33 estrelas.
Incentive Emir a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Mano, tu arrebenta demais com cada capítulo👏👏👏👏👏👏👏👏👏

1 0
Foto de perfil genérica

Muito obrigado, Emirs! Nas suas palavras vivo o que poderia ter sido a minha história com aquele cara que era sempre o primeiro a chegar na sala e ficava sentado em cima da mesa do professor e olhando pela janela. Me abria um sorriso lindo quando eu chegava e ficávamos os dois conversando pouco e nos olhando muito. Pena que faltou a coragem para um passo a mais. Faltou para ambos.

1 0
Foto de perfil de Jota_

Adoro conhecer melhor os "colegas" de CDC, mesmo que só pelos comentários. Que lembrança gostosa, Alguem_Mineiro!

1 0
Foto de perfil genérica

Mano, te falo de coração, não desista!!! Depois de uma vida inteira, reencontrei o meu "mecânico" (já que sou professor 😁😁😁😁😁😁) e hoje estamos juntos. Não desista, mano!

1 0
Foto de perfil de Jota_

Esses mineiros aí tão cheio de histórias e não querem contar... só ler, né?

1 0
Foto de perfil de Jota_

Emirs, que trajetória gostosa acompanhar esse conto! Sua escrita preenche o coração. E volume da cueca. Hahaha. Esse equilíbrio perfeito faz esse conto único!

1 0
Foto de perfil genérica

Ansioso pelo fim desse lindo conto. Sua escrita é perfeita e muito envolvente. Só quem já passou por algo parecido entende perfeitamente o que você descreveu magnificamente. Hoje, 35 anos casado com um homem que já tinha sido casado e com uma filha de 2 anos passamos por muitas lutas também mas tudo deu certo. Parabéns e muito obrigado pelo conto.

1 0
Foto de perfil de Xandão Sá

Amo a saga de Nico e Léo. Obrigado pela escrita deliciosa.

1 0
Foto de perfil genérica

Tua escrita é espetacular. Obrigado por tudo! Os contos que escrevi recentemente tem muita influência do teu estilo.

Realmente são personagens apaixonantes e eu amaria ler uma série inteira de livros deles hahaha

Obrigado de verdade!

1 0