Helena Matozzano - Parte 6

Da série Helena Matozzano
Um conto erótico de Al-Bukowski
Categoria: Heterossexual
Contém 4190 palavras
Data: 13/12/2023 18:44:12
Última revisão: 28/01/2024 12:25:33

#Sexta-feira

A grande janela daquele quarto de hotel tinha todo o centro da cidade de São Paulo como testemunha de nosso pecado. Porém nada disso me incomodava, centrada que estava em sentir, sem me opor, aos toques e avanços de Henrique. Sua língua já tomara conta da minha boca, enquanto suas habilidosas mãos exploravam, sem perder tempo, toda minha intimidade que até aquele momento era exclusiva de meu marido.

Totalmente entregue a seus beijos e amassos, eu sentia as mãos dele me explorando por inteira. Pela minha frente ele encontrara facilmente o caminho por baixo da minha saia, e com os dedos esfregava a fronte da minha encharcada boceta por sobre minha nova e sensual calcinha de renda. Já atrás, sua outra mão havia apressadamente erguido meu vestido numa busca ansiosa pelas carnes de meu traseiro que, instintivamente, eu empinava para ele. Era por ele apalpada, apertada e estimulada, ao mesmo tempo em que me mantinha em pé, com as pernas ligeiramente afastadas, me agarrando a seus cabelos e sorvendo o gosto de seu beijo.

Porém não demorou muito para que sua boca deixasse a minha abandonada, e eu resfolegando excitada, quando os lábios dele iniciaram o caminho pelo meu pescoço exposto, mordiscando, beijando e me arrancando uma sequência de arrepios e suspiros. Após deixar minha bocetinha pulsando solitária, sua mão veio acima ajudar a desnudar meu peito, trazendo meu seio esquerdo à luz ao fazer a alça do meu vestido cair de meu ombro. Parte do meu sutiã foi abaixado, e mais que o suficiente para lhe dar acesso ao meu grande mamilo rosado, com o bico duro e inchado esperando para receber sua boca faminta; sugando, mordendo e mamando minha teta de mulher em desonra.

Henrique me envolvia e controlava, tirando-me da razão e parecendo adivinhar todos os pontos e formas de carícias que mais me excitavam. Fechei os olhos, mas continuei vendo e sentindo as mordidas dele no meu seio, eu puxando seu rosto contra o colo do meu peito, e com nossas pernas enroscadas, as dele entre as minhas pressionando o volume grande formado sob suas calças contra meu corpo. Tudo aquilo, o ambiente diferente, mas adequado àquela transgressão entre duas pessoas casadas, foi tomando conta de mim e desligando a razão em minha mente. Eu era pleno tesão e instinto, finalmente acordando a loba mulher que dormira até ali no meu interior.

A partir de então tudo aconteceu num lapso de tempo em que o mundo pareceu parar ou não fazer diferença nenhuma para mim ou para Henrique. Ele sugava meu peito com desejo, deixando as marcas em meu bico exposto, para se voltar e procurar novamente minha boca que o esperava aberta para mais beijos. Meu vestido se desarranjara e cada vez protegia menos minha nudez, já erguido por suas mãos que passeavam entre minhas coxas e nádegas, tirando minha calcinha do seu lugar para dedilhar minhas duas entradas: minha boceta que vertia sulcos em convulsões, enquanto atrás meu anelzinho virgem se assustava e brigava mordendo uma ponta de dedo que me acariciava e provocava sem trégua.

Entre gemidos e grunhidos, escutei a voz dele pronunciando baixinho meu nome de forma desavergonhada, ao mesmo tempo em que ia me despindo com minha ajuda; eu respondia sem forças para resistir aos nossos desejos, e via ele me conduzindo para a cama daquele quarto de hotel:

- Ah, Helena! Como sonhei com isso... - e ele já me tinha apenas em roupas de baixo, com meu vestido jogado pelo chão junto aos sapatos tirados à pressa, e com o sutiã prestes a se juntar a ele. Minha calcinha, já parcialmente descida até o meio da minha bunda, era a última resistência de dignidade que eu ainda mantinha como uma mulher comprometida.

- Henrique... - eu mal conseguia pronunciar o nome dele, sendo levada em transe até me sentar na beira da cama, já com meus grandes e pesados peitos brancos de fora, os bicos rosados completamente duros revelando-lhe como me encontrava carente.

Ele, em pé à minha frente, me deu alguns poucos momentos de descanso, enquanto sorria satisfeito ao ver sua presa seminua sentada tímida à sua espera. Calmamente, mas com um olhar intenso sobre mim, ele soltou confiante seus suspensórios, e retirou sua camisa de linho, apresentando seu tórax másculo e bem formado, trazendo-me na memória as lembranças de encontros nossos à beira da piscina do clube. Ainda hipnotizada, percebi ele se aproximando de mim e pegando minha mão para levar ao encontro de sua ereção, me fazendo sentir o volume de seu membro endurecido que estufava o tecido da calça.

Meus olhos brilharam quando ele brincou comigo e foi lentamente abrindo a braguilha e puxando minha mão para dentro dela, me fazendo sentir o calor de sua excitação com a ponta de meus dedos. Pela primeira vez, eu sentia como era pegar de fato no membro de um homem, algo que meu marido nunca me ensinara fazer apropriadamente. E minha surpresa aumentou ainda mais, quando Henrique se desvencilhou de suas últimas peças de roupa e se mostrou completamente nu em minha frente, com seu pau duro e bem empinado para cima; pujante e grosso e reagindo prontamente ao contato macio de meus dedos.

Apesar da inexperiência, meus instintos de mulher me levaram a mexer do jeito por ele esperado, movendo os dedos ao redor do corpo em um movimento carinhoso; subindo, descendo e trazendo nessa volta a pele dele toda para baixo, revelando-me a cabeça rosada e brilhante de seu pau. Tentei esconder o entusiasmo dessa descoberta, e me portar como uma mulher moderna. Porém, era difícil esconder o quanto estava extasiada por aquela descoberta e pelo prazer que ele me proporcionava em poder brincar com seu corpo. Aquilo me levou a ousar mais, fazendo-me me aproximar e também acariciar seu corpo com minha outra mão, que percorreu carinhosa sentindo a pele de sua perna em subida até seu bumbum duro e bem formado.

- Experimenta, Helena... Sente meu gosto, sente. Com a sua boca! - aquelas suas palavras me fizeram queimar por dentro, e eu olhei para cima o vendo no comando da situação; ele tendo os dedos acariciando ternamente meus cabelos e me induzindo a levar meu rosto contra seu pau que se mostrava, então, em plena ereção.

Um pouco assustada e temerosa, eu voltei toda a minha atenção para aquele pedaço de carne, a pele recolhida e expondo uma bonita e lustrosa glande, ali de pertinho mostrando já uma gotinha clarinha que brotava e queria escorrer de dentro, pela abertura em sua ponta. Eu sabia apenas em teoria o que fazer, mas me empenhei no melhor que podia, levando minha boca semiaberta para beijar e mordiscar aquela maravilha. Eu brinquei um pouco, usando-o como um batom para passar em meus lábios, atestando em suas reações que estava no caminho certo. Fazia aquilo aproveitando para sentir o gosto delicioso do seu pré-gozo se pronunciando e surgindo mais intenso em minha boca. Isso me fez finalmente abri-la totalmente, para poder abocanhar o tanto que consegui, administrando o volume da cabeça e de parte do corpo, que me invadiu a boca ante os toques e carinhos que lhe fazia com minha língua.

Não demorou muito, e o macho à minha frente se mostrou de vez, com Henrique passando a cadenciar os movimentos de minha cabeça ao usar minha boca, a boca da esposa do amigo, numa foda lenta, mas intensa. Entrando e saindo, o pau dele molhado de minha saliva e acariciado por minha língua, por vezes chegando a tocar a entrada da minha garganta, preocupando-me pela ânsia que se insinuava. Eu falsamente tentei me proteger com as mãos ao segurar suas coxas, imaginando com isso poder limitar seus movimentos. Mas a verdade é que ele já me possuía por ali, me fazendo ficar arrepiada e mais ainda submissa a suas vontades.

Meus dedos carinhosos se aventuraram em mais toques ao mesmo tempo em que o sugava, passando a sentir o saco pesado com os testículos dele se retesando e relaxando com meus carinhos. Arrisquei, então, erguer aquele falo gostoso para ir beijá-lo abaixo de sua base, com meu nariz respirando todos aqueles cheiros e aromas masculinos. Minhas mãos se firmaram na bunda dele, enquanto eu o atiçava com a ponta da minha língua, no meio do caminho para o seu rego, arrancando gemidos e alguns xingamentos enquanto ele se arqueava e projetava o quadril contra o meu rosto. Se esfregando e usando meu lindo rosto de madame, que se transformava na vagabunda que eu ansiava ser.

- Ah, Helena! Eu tinha certeza de que você era uma putinha enrustida... Vadiazinha linda! Vem cá, que é minha vez de te experimentar... vou te comer todinha!

E falando assim, ele me pegou nos braços e carinhosa, mas decididamente, me jogou para cima da cama, vindo sobre mim como um leão atacando sua presa. Indefesa, eu me abri inteira para ele logo após o sentir arrancando de vez minha calcinha, expondo minha boceta totalmente aberta e molhada; minha fenda não podendo mais se esconder abaixo de minha pelugem escura e espessa. Meu olhar era assustado, mas ao mesmo tempo não escondia mais tudo o que esperava dele, querendo que ele fizesse o que bem entendesse de mim naquela cama. Sua boca, então, procurou e encontrou meus lábios inferiores, depois de subir mordiscando a parte de dentro de minhas coxas grossas, com suas mãos apertando e apalpando minhas carnes até irem se acomodar sob meu traseiro carnudo.

Seu beijo ali foi divino, e me arrancou suspiros descontrolados quando me invadiu por baixo explorando minha boceta. Ele rodeava por dentro e voltava para cima, indo encontrar meu grelo saltado para morder e apertar entre os dentes, ameaçando me machucar antes de o lamber e brincar por um tempo infinito de prazer. Eu rebolava sem nenhuma inibição, com minhas mãos puxando sua cabeça contra mim, querendo o fazer entrar dentro de mim, ao mesmo tempo em que sentia dois de seus dedos me dedilhando novamente, entrando e saindo molhados junto com sua língua atrevida.

Meu primeiro gozo naquela tarde veio forte, comigo completamente esquecida de Geraldo. Escutei meus gemidos, enquanto puxava o ar arfando e rindo, ao mesmo tempo em que Henrique se esbaldava entre minhas pernas explorando todas as minhas reentrâncias; chegando mesmo, sem nojo ou preconceito, ao limite de lamber meu cuzinho suado e melado, eu com minhas pernas erguidas como uma rampeira sem classe. Apesar de levemente inspirada no que imaginava de Marta, na verdade, eu ali me sentia uma Helena real, descobrindo os prazeres que toda mulher merecia sentir na vida, e expressei isso gemendo baixinho:

- Aiii... Hummm, meu amor! Assim, faz assim... Hummm, estou gozandooo... Aiii... Ahhhiiii... - e me senti percorrida por uma corrente elétrica que foi desaguar numa explosão de sentidos que me levaram a me contorcer toda, enquanto minha boceta expelia uma quantidade enorme de líquidos, pulsando no rosto do meu amante.

Ainda amortecida pelo gozo, percebi quando, depois disso, Henrique subiu sobre mim, novamente se aproveitando para parar um bom tempo mamando e chupando meus peitos; certamente se aproveitando de uma mulher ali muito mais bem servida que sua meiga esposa de peitinhos pequenos. Minhas pernas já o abraçavam quando ele finalmente voltou a me beijar, posicionando a cabeça do pau na entrada de minha boceta completamente escancarada. Senti a penetração lenta, mas decidida, que foi até o meu fundo, recebendo por inteiro seu pau intumescido.

Não resisti e soltei um gritinho curto, mas alto, segurando o fôlego para soltar o ar em golfadas, seguindo o ritmo das metidas que ele logo me impôs. Meu corpo todo tremia, eu sendo finalmente comida e fodida de forma primitiva por um macho que me via como uma verdadeira fêmea. Se até pouco antes daquele momento ainda haveria a salvação de termos apenas tido um momento mais intenso a dois, agora isso não valia mais como desculpa. Havia outro homem dentro de mim, comigo me entregando e deixando que ele invadisse não apenas meu corpo, mas para sempre também minha alma. Eu não era e nunca mais seria a esposa pura e fiel de Geraldo, após estar experimentando e servindo a outro homem, deixando-o abusar de mim. Algo que eu permitia e queria de fato, fazendo com que me arrancasse os gozos que estavam guardados para o meu marido, o qual nunca soube como me provocar. Estava feito, e eu me sentia finalmente como uma pecadora. Uma não mais apenas em pensamento e nas intenções até ali só sonhadas em puro segredo. Mas uma que o fazia em um ato real e carnal.

- Helena... sua tetuda gostosa! Está sentindo meu pau dentro da sua buceta, está? Sua puta safada... Toma santinha, toma! - Henrique murmurava raivoso entre os dentes, sua boca junto ao meu pescoço, confidenciando ao meu ouvido essas e outras palavras baixas que só me deixavam mais orgulhosa, além de me provocarem uma carga ainda maior de excitação.

Ao contrário do sexo na minha cama matrimonial, ali a dinâmica era completamente outra. E, não demorando muito, ele tratou de me conduzir para uma outra posição, virando-se na cama e me fazendo sentar sobre ele. Um pouco incerta, eu me acocorei sobre ele, ajudando seu pau novamente a encontrar minha boceta para voltar a me preencher. Eu me sentei lentamente e aprendendo como fazer, apesar de seu pau escorregar fácil para dentro de mim. Logo depois, incentivada por ele, eu comecei a rebolar, tomando a iniciativa naquela foda, um terreno completamente novo para mim; não me decidindo entre fechar os olhos e gozar do momento, ou ficar com eles bem abertos olhando as reações de Henrique, que me segurava firme pela cintura e conduzia meu ritmo na sentada.

Meus movimentos foram se intensificando, e aprendi a me mexer para frente e para trás, esfregando meu grelinho eriçado e exposto contra os pelos do ventre dele. Aquilo me deu mais tesão ainda, e joguei a cabeça para trás com as mãos crispadas contra o peito dele, ao mesmo tempo em que ele agarrava meus seios, acariciando e beliscando meus mamilos eriçados. E foi nessa posição que meu segundo e mais forte orgasmo aconteceu após alguns minutos, dentre os quais em vários momentos Henrique me puxou para trocarmos beijos molhados e despudorados, nossas línguas já como velhas conhecidas se saboreando sem nenhuma vergonha. Ele se perdia indeciso entre apalpar e sugar meus seios, ao mesmo tempo em que suas mãos iam buscar o volume das minhas nádegas, puxando e as abrindo para me convencer de vez do quanto vadia eu estava sendo. Fiquei ainda um tempo abraçadinha a ele, meus olhos lacrimejando ainda trêmula do gozo até ele novamente retomar o comando com um pedido em forma de ordem:

- Quero você por trás, Helena! Vira de quatro, e mostra esse bundão para mim... Isso, fica assim... Delícia!!! - E disse isso me fazendo escorregar de cima dele para me virar na cama e me posicionar obediente como ele me pediu, do mesmo jeito que eu fazia em casa; mas ali de forma muito mais provocante, ao me empinar sem pudor algum, com as pernas bem afastadas, e arqueando a coluna para lhe proporcionar uma deliciosa visão de mim toda aberta para ele.

Henrique, então, se ajoelhou na cama bem atrás de mim, pegando seu pau com uma mão e o direcionando para minha boceta que se abriu mais quando ele agarrou e afastou uma banda da minha bunda com a outra mão. Eu, com o rosto virado para trás, o olhava e sentia tudo aquilo, como uma menina ingênua que estava aprendendo e adorando aquele novo e merecido tratamento. Seu pau voltou para dentro de mim, mas, então, com mais força e indo se chocar contra meu útero, o que se repetiu várias vezes ao começar a me comer. Ele agarrou meus cabelos e os enrolou numa mão, os fazendo de rédeas para me montar como uma égua. E ele me fodeu e fodeu, cada vez mais rápido, preocupado apenas com o próprio prazer enquanto eu corria atrás do meu. Sua outra mão apertava e agarrava com força minhas ancas, deixando certamente marcas e vergões pelos tapas que me desferia em meio a crescentes xingamentos, todos degradando minha imagem:

- Isso cadela... mexe assim, sua peituda gostosa! Hummm... Rabuda do caralho! - e eu adorando aquilo tudo, apesar de desconhecer e temer um pouco esse lado selvagem do antes comportado e bem-educado Henrique.

Sentindo os solavancos em meu corpo ante suas investidas, que faziam meus peitos se chocarem sem parar um contra o outro, eu cheguei a me perguntar se ele fazia assim também com Maria Cecília. Se também fodia assim a esposinha pela bundinha pequena e redondinha enquanto a xingava, ou se ele a respeitava do mesmo jeito que meu marido fazia comigo. E, completando o quadro, eu imaginava também se eu não estaria sendo, então, a Marta dele, ele me vendo quase como uma prostituta vulgar, mas com o tempero a mais de ser eu também a esposa de seu colega.

Sem precisar me tocar, eu comecei a me excitar ainda mais, não acreditando que gozaria pela terceira vez seguida naquele curto intervalo de tempo. Henrique resfolegava como um touro montado em mim, dando-me a certeza de que logo chegaria ao final, com ambos já suados e no limite de nossas forças. Eu descobria a delícia de ser comida assim, da forma que tinha de ser, gemendo e urrando descontrolada, sem mais receio de ser escutada por ele ou por outros hóspedes ali por perto. Eu me vendo como uma das muitas putas que estavam vendendo seus serviços naquele hotel, entregando-se aos clientes ao longo de todo o congresso. Contudo, ao contrário delas, eu não cobrara nada pelo que fazia, dando de graça e ainda gostando de o fazer, como uma perfeita vagabunda de alma. Era pensando assim que eu rebolava com força jogando minha bunda contra Henrique, percebendo que ele estava se aproximando do momento de jorrar dentro de mim, anunciando que não conseguia mais segurar.

Foi nesse momento em que a figura de meu marido, até então esquecida por completo, reapareceu em minha mente já como um consumado e humilhado corno. Um que vinha me traindo com uma prostituta barata, e sem noção do que sua amada e recatada esposa estaria fazendo naquele dia. Sem conhecimento de que ela se realizaria, finalmente, ao se transformar na puta de outro homem, deixando-a usar e dando-lhe os gozos que tanto sonhava. Ele, o agora corno, trabalhando sem imaginar que eu o trairia com um delicioso macho. E que, naquele exato momento, ele estaria prestes a consagrar sua conquista despejando toda sua viscosa porra dentro da bocetinha que sempre fora apenas dele.

Olhos fechados, eu passei a ver Geraldo novamente à minha frente e acompanhado de tudo que tanto me era sagrado no casamento e em nossa família. Então, uma sensação nauseante tomou conta de mim formando, em minha mente, um sentimento intenso de culpa e vergonha. E isso não apenas por respeito a Geraldo, já ele bem que mereceria todos aqueles galhos que eu passaria a ver sempre enfeitando sua testa como vingança pelo que ele fizera comigo. Minha vergonha era, na verdade, em respeito a mim mesma e àquilo em que eu mais acreditava: no forte amor que ainda sentia por meu marido, apesar de tudo.

Não sei explicar como, mas fui, então, tragada de volta para a realidade, saindo do transe que se apoderara de mim desde o momento em que Henrique passara a me tocar mais intimamente. Eu havia, num lapso extremo, projetado tudo que poderíamos fazer ali naquele quarto, minha imaginação processando tudo numa velocidade e realismo extremos, sendo acordada pela minha consciência na retomada do meu autocontrole. E assim, eu abri novamente os olhos, e me percebi ainda em pé, olhando para a cidade ao longe enquanto era bolinada e beijada por Henrique. Meus dois peitos estavam para fora e já molhados de sua saliva, enquanto meu vestido estava erguido e minha calcinha abaixada no meio das coxas. Entregue, eu sentia os dedos dele explorando minha fenda encharcada, enquanto uma mão apalpava desejosa as reentrâncias de meu traseiro exposto.

Caindo em mim, meu terror aumentou mais ainda ao perceber que ele já colocava seu pau para fora da calça, me fazendo acariciá-lo com minha mão envolvendo o tronco grosso e o masturbando meio sem ritmo, mas, por certo, lhe dando um delicioso prazer. Sua boca arrancara vários beijos molhados de mim, e agora me provocava passeando pelo meu pescoço e respirando forte em meu ouvido, enquanto buscava me conduzir para a cama em meio a murmúrios e pedidos que eu não conseguia escutar e entender. Meu limite moral havia ficado para trás, mas ainda não era tarde para desistir de tudo e não colocar em jogo meus últimos valores. E foi assim que eu o fiz, lutando a todo o custo contra o desejo que queimava dentro de mim e gritava para que eu seguisse adiante e concretizasse o que imaginara.

- Não! Por favor, Henrique, para... Para! - e encontrando forças desconhecidas dentro de mim, eu consegui, decidida, empurrar Henrique e me desvencilhar de seus braços ante seu olhar assustado.

- Eu não posso... Desculpa, Henrique. Não é você, sou eu... - eu tentava me explicar, enquanto cobria de volta meus peitos puxando as alças do vestido mesmo com o sutiã se embolando por dentro.

- Poxa, Helena... Vamos... ninguém vai saber, eu prometo!

- O problema é que eu saberei, Henrique. E eu não vou me perdoar nunca por esse erro. Sabe, estou num momento confuso, e não quero me perder por impulsos descontrolados. Por favor, Henrique. Me perdoa, tá?

- Mas você quer! Eu sei e senti isso. Você sabe... Nós dois nos desejamos há tempos, Helena!

- Sim, eu sei. Mas... não é você, Henrique. Você é um homem maravilhoso, não posso negar. Se for com alguém, adoraria que fosse com você.

- Nós... - e eu interrompi sua frase, me virando para ele, segurando com firmeza suas mãos que ainda tentavam me alcançar e me convencer do contrário, temendo eu mesma não resistir a uma nova investida dele.

- Eu não estou pronta para isso. Pelo menos não ainda e não hoje, meu amor - e dei-lhe um beijo, nossos lábios se tocando uma última vez num selinho rápido e ingênuo, um pequeno consolo para ele, considerando até onde já havia chegado.

- Helena… ah… eu… Desculpa! Quer dizer, não me leve a mal... - e ele, envergonhado e também se recompondo guardando o pau amolecendo dentro das calças, demonstrou o constrangimento por ter avançado o sinal.

- Não se preocupe, Henrique. - disse-lhe sorrindo, recobrando a razão e completando a seguir:

- Isso que aconteceu fica sendo nosso pequeno e indecente segredo, ok? - e após desenrolar e tentar recolocar minha calcinha de um jeito minimamente aceitável, finalmente abaixei meu vestido e peguei, agitada, o meu sobretudo.

Olhando-o ainda desconcertado, e sentado na beira da mesma cama que poderia ter servido como nosso ninho de amor, eu ainda o escutei perguntar com jeito de menino:

- Mas... ainda posso ter esperanças? - e disse isso com um sorriso triste, mas maroto no canto da boca.

- Quem sabe? - e sorri, piscando de volta para ele. Mas tratando de sair rápido daquele quarto, fechando a porta após lhe dar um último olhar carinhoso, ficando com a última visão de sua decepção ao me ver partir, escapando-lhe por entre os dedos literalmente.

Caminhando apressada pelo corredor, parei, então, ante a porta do elevador. E, confirmando estar sozinha, me ajeitei um pouco melhor com medo de como pudesse ser vista pelos outros hóspedes. Enquanto descia para o saguão, revia toda aquela cena, e tremia ao imaginar as consequências a que nossos atos impensados poderiam levar. Não estava segura, e sabia que até poderia me arrepender mais tarde, ao voltar a me sentir como uma tola pelas traições de Geraldo. Contudo, eu também sabia que não estaria sendo eu mesma naquela cama, pois não era o que eu queria de fato. Eu queria ser amada, sim, e me sentir como o motivo do desejo visceral de um homem. Mas queria que isso viesse do meu homem, daquele por quem eu me apaixonara e com quem me casei.

Já no andar térreo do hotel, procurei onde ficavam as toaletes e lá, com um pouco mais de calma, refiz minha maquiagem e me recompus de forma decente. Chegando à rua, encontrei um táxi disponível que me levou de volta a minha casa, sentindo no caminho a umidade que ficara em minha calcinha como testemunha dos momentos quentes que tivera com Henrique. E sorri de forma discreta lembrando daquela pequena aventura, mas que se tornara algo grande e marcante para mim. Mesmo não tendo consumado o ato, o fato de ter recebido os carinhos e toques dele em minha intimidade enquanto ia lhe revelando minha nudez, para mim já servira como um rito de passagem ou iniciação em direção a uma nova Helena que, naquele dia, havia renascido. Eu passei a me ver como uma mulher capaz, sensual e dona do meu corpo. Uma que ainda queria seu homem, mas torcendo para que ele se endireitasse. Pois, do contrário, da próxima vez não impediria que Henrique a possuísse como bem quisesse.

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Comentários

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Caro colega, que capitulo foi esse, fantástico, eu estava torcendo muito para ela não trair o marido e transar com o Henrique, mas quando fui lendo como as coisas estavam "acontecendo" me surpreendi com a forma tão excitante que você narrou os acontecimentos, já tinha até me conformado, mas do nada você nos traz de volta e mostrar que ela teve o bom senso de não ter deixado chegar até o fim.

Cara foi bom demais, eu ja te falei em um outro conto, aquele dos soldados, a forma que você narra os acontecimentos parece que nos leva a ficar ali ao lado dos personagens, parece que estamos assistindo tudo aquilo ao vivo.

Espetacular

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Valeu muito, Neto! Quando li seu comentário no episódio anterior fiquei me mordendo para não dar spoiler, pois já tinha esse seguinte semi pronto exatamente com essa fuga da Helena na hora H (ou um pouquinho depois da hora H, rsrsrs).

Acho muito legal quando todos se envolvem com a história e ficam imaginando possíveis sequências. Como escrevi abaixo para a Ana, tenho já o final definido e não vou alterar. Vamos ver até quando consigo mexer com a cabeça dos leitores. 😉

Abs

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Como sempre nos surpreendendo tanto na riqueza de detalhes qto nos finais inesperados... Eu imaginei que o remorso pudesse vir, mas não na hora agá. Sempre te falei e sempre falarei VC É SENSACIONAL!

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Obrigado, Matrisse! Quando posso e encaixa na história, acho bacana ter reviravoltas consistentes com a trama, brincando com o futuro dos personagens. Pensamos muito na Helena, mas imagina como deve ter ficado a cabeça do Henrique! Rsrsrs

Fico super feliz com seus comentários e carinho comigo. Você também sabe que é uma leitora muito especial para mim!

Bjs

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Estou pra te falar isso há tempos: a sua escrita é tão envolvente que eu leio, leio e quando vejo o capítulo terminou e eu nem senti... Vc é incrível, um dos melhores escritores deste site.

Sobre o capítulo, perfeito mais uma vez! E não esperava esse final hahahaha. Tudo tão detalhado que parecia real, até vou ler de novo este trecho do plot!

Queria ter a mesma pegada rica em detalhes que vc escreve. A minha é mais romântica então acho que fica meio rasa.

Agora é esperar pra ver como Helena irá agir daí pra frente.

Tu é show, Parabéns!

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Poxa, Ana! Muito obrigado mesmo pelas palavras acima. Vindo de você, uma escritora que muito admiro, é algo que me deixa super feliz e realizado. Com mais vontade de seguir com meus projetos e caprichando ainda mais. Super honrado com suas observações!

Próximo capítulo está quase pronto, para manter o ritmo da história. Como sempre, já tenho o enredo definido e vou manter como imaginei toda a história da Helena. Que, não esqueçamos, é a avó da Fernanda! 😉

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Top o conto... muito bem escrito.

Acho que a Helena extravasou... com certo receio e uma pitada de remorso ela foi em frente...

Por fim ainda deu aquela empoeirada, creio que Henrique poderá desfrutar novamente, mas acho que o Henrique não será a única experiência dela...

Quanto ao marido, bom, agora ele vai ver porque sai barato uma garota de programa...

É aquela velha história... todo barato a longo prazo sai caro

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Dany/Joana

Muito bem observado! Tem certas coisas que podem não valer o risco do prazer fugaz e fácil. Geraldo nem desconfia da revolução que está acontecendo à sua volta e na sua própria cama. E, pelo jeito, vem mais coisa por aí! 😉

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Valeu Markmarcus! Sempre legal ter incentivo para seguirmos bolando essas histórias todas!

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Eu adoro um plot twist desses ...

Muito boa a história.

Vai fundo, Al.

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Obrigado, Old Ted! Vou me empenhar para manter o ritmo e continuar publicando rápido os próximos capítulos. Também estou animado em chegar a conclusão dela! 😀

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